domingo, 24 de maio de 2020

Os ofendidos que nos ofendem – uma análise de uma sociedade neurótica



Efeito Manada – VALENTIN FERREIRA


Por Amauri Nolasco Sanches Junior

O modismo é uma neurose coletiva.
Pablo de Paula Bravin

Há nessa geração uma falta imensa de disciplina.  Nesse domingo (26), fins minha meditação equilibrando meu bastão na ponta dos meus dedos e prestei atenção só na minha respiração. Isso se chama educar sua concentração naquilo que você está fazendo, no que você está vendo. Essa geração quer ser tudo, quer fazer tudo e quer saber tudo. Sócrates, trezentos anos antes de Cristo, dizia que poderemos saber o que nada sabemos, ou seja, por mais que você tenha o conhecimento, saber não é conhecer. Claro, que a filosofia socrática é irônica e essa frase é uma ironia a todos que se diziam saber, na verdade, não sabiam nada e nem sabiam responder as suas perguntas. Tanto é, que pegaram um poeta de bosta e fizeram ele dizer que Sócrates pregavam falsos deuses aos jovens e fizeram o grande filosofo, se suicidar.

A questão é que o mundo ficou muito mal acostumado de ter certezas sempre, pois, não teremos. Amanhã poderá ser descoberto outra dimensão e que essa dimensão não tem nada a ver com essa, ou que seres alienígenas inteligentes existem em uma outra realidade. Por que não? Por que achamos que as coisas, e ate mesmo, o universo é feito só para o ser humano? Será mesmo que o mundo e o universo está mesmo ligando para você? Não está. O mundo não vai mudar e o universo não sabe nem da sua existência, muito embora, eu ache que existe uma consciência maior e, de alguma forma, estamos conectados com essa consciência.

As redes sociais estão chatas porque as pessoas ficaram com muito mais certezas do que duvidas, e isso é um medo retido dos outros governos e também, um certo revanchismo de tudo. As pessoas nem param para ler um texto interessante, ou não perguntam o porque um amigo escreveu sobre a questão da pessoa. Uma questão que não pode ser só dela e sim, de outros que acham que o mundo tem que ser reservado. Claro, você não vai postar toda a sua intimidade numa rede social, mas, o que você esconde quando você não posta uma foto com seu companheiro? Por que ele não gosta ou você pensa “vai que”? Acontece, que mesmo Buda Sakiamuni, disse que tudo que você está sentindo você deve sentir ate a sua ultima “gota”. Só assim aquilo vai embora, ou ate mesmo, fica quietinho na sua alma. A questão é querer ter certeza e certeza, não temos nenhuma.

Eu posso não querer ser cristão. E daí? Isso me torna menos brasileiro ou menos humano? O problema que nem tudo que é bom para você é bom para mim, assim, nem todo mundo vai seguir aquilo que faz bem só para você. Nietzsche = porque sou um nietzchiano – vai dizer: “Enquanto toda moral nobre nasce de um triunfante Sim a si mesma, já de início a moral escrava diz Não a um ‘fora’, um ‘outro’, um ‘não-eu’ – este Não é seu ato criador”. No fina da frase é revelador, porque ele diz que esse “não” é um ato criador por si mesmo, porque você nega a cultura de massa. Enquanto a grande maioria não posta o seu relacionamento, porque “vai que, né?”, negaremos a grande maioria e colocamos a felicidade. Pode ser falsa, mas, mesmo coisas falsas podem ser bonitas. A potencia do prazer de mostrar quem se ama, será muito mais revelador daquilo que você é. Quem nós somos nessa cultura de rebanho? Será que seguir a manada é a solução? Sei não.

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