No Manual de Epicteto (que foi escrito por seu aluno Arriano) está assim:
<Quando qualquer pessoa te tratar mal ou falar mal de você, lembre-se de que ela faz isso ou diz isso porque acha que é um dever agir assim. Não é possível para ela seguir ou crer naquilo que parece certo para você. Deste modo, ela acredita naquilo que parece certo para ela. Consequentemente, se ela está errada em sua opinião, ela é a pessoa que está magoada, pois ela é a pessoa que viveu enganada. Com efeito, se alguém supuser falsa uma proposição conjuntiva verdadeira, não é a proposição conjuntiva que sofre o dano, mas quem se engana. Se você partir desta visão, terá um temperamento brando para com aqueles que o caluniam. Diga em cada uma destas ocasiões: “Se assim lhe parece...”>
Gozado que sempre achei isso. As pessoas sempre me julgaram por eu pensar diferente e por eu não ir com a manada e Epicteto – através do seu aluno Arriano – está certo, todas as pessoas que te julgam acham certo fazer isso. Pois, de alguma maneira, ela não acredita no que você acredita e isso não está ao seu controle. E não tem o menor problema, porque é uma pessoa que deve ter uma mágoa muito grande, porque sempre viveu enganada dessa imagem. Ora, se alguém acha que minha sinceridade é tóxica, que eu não devo falar o que eu penso, tudo bem. Isso não quer dizer que não vou dar minha opinião. Principalmente, se essa opinião tem a ver com coisas antiéticas ou repreensões familiares, porque sempre fui criado dentro da liberdade e não dentro de tradições hipócritas. Meu pai e minha mãe me ensinaram que o que eu faço tem consequências, então, nunca ficaram no meu pé por causa de qualquer coisa que eu quisesse fazer. Mas, e as pessoas que acham que sou tóxico, será que elas tem a mesma liberdade de vestir aquilo que quer, acreditar aquilo que quiser ou ter aquilo que se quer?
Eu fiquei triste com o afastamento dessas pessoas? Claro que sim. Pois, o problema todo poderia ter se encerrado com um NÃO dessa pessoa as chantagens emocionais da própria mãe, mas ela preferiu aderir e eu me recusei. O fato de depois terem me chamado de tóxico, não me fazem tóxico, porque eu não sou tóxico. Sou a favor das liberdades, da pessoa usar as roupas que quiser, de ir onde quiser, de fazer o que quiser. Nem mesmo eu pedia benção para minha mãe, pois ela nos ensinou que acima de tudo, o importante era o respeito que tínhamos. Então, se eu não tinha que me submeter a minha mãe (que faleceu dizendo para me cuidar), por que raios eu iria me submeter a mãe da pessoa? E sou assim em tudo na minha vida e aprendi dentro da filosofia a não me importar com aquilo que não me diz respeito, mas aquilo que eu posso mudar, minhas atitudes.
Por isso mesmo, devemos preferir uma verdadeira tristeza do que uma falsa felicidade, pois, uma falsa felicidade vai te alegrar naquele momento, uma tristeza verdadeira vai te fortalecer. Afinal, Nietzsche deu a fórmula, porque o que não nos mata, nos fortalece. Ou seja, quando estamos felizes, nós não aprendemos com aquilo por mais que tentamos, mas quando estamos tristes ou nos achamos injustiçados, sempre nos esforçamos para entender. Mas, Nietzsche volta e diz, que não podemos olhar muito para o abismo, porque o abismo olha para você. Mas, afinal, o que é o abismo que ele está dizendo? Muitas pessoas acham, hoje em dia, que os problemas se resolvem somente bloqueando a pessoa, mas é muito fácil ter em nossa volta, quem concorda com você. E quem não concorda? E quem disse aquilo que não nos agradou? Por muito tempo eu ficava estressado com as críticas, hoje em dia não. Porque aprendi o que Epicteto disse, é uma crença dela aquilo e é o que ela apenas acha, resta nós nos conhecemos o bastante para saber que não importa.
Dai vem a questão: como ser um cadeirante critico num mundo onde as pessoas aceitam as coisas tão facilmente? Como fugir de uma cultura que te exclui? Do mesmo modo do que ser chamado de tóxico, vocês acham que sou incapaz, é o que lhe parece.
Amauri Nolasco Sanches Jr
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