segunda-feira, 7 de março de 2022

A-ha e o sol brilhando também nas redes sociais

 


eu tinha uma dessa




Eu gostava da banda A-há. Quem que viveu no finalzinho dos anos 80 e não escutou uma música deles? Dias desses, eu estava ouvindo um cover de uma música deles, The Sun Always Shines TV (O Sol sempre brilha na TV), onde há uma crítica muito feroz da televisão. Até o final dos anos 90 – pelo menos no Brasil – a televisões abertas tiveram sua hegemonia e tudo era maravilhoso, elas manipulavam com as informações. Essa música fala dos programas que mostravam um mundo belo – no clipe mostra uma sala cheia de manequins – onde não tinham pessoas feias, pessoas que não tinham caráter e mais do que isso, escondiam o que mais podre tinha na política. Piorou quando os yanques – porque todos nós somos americanos – quiseram abrir o mercado globalmente e isso só era viável, via internet. Pegaram uma invenção para a guerra fria – caso acontecesse uma guerra nuclear – e, já que a URSS desfarelou, abriu para computadores caseiros de lá. Desde então, o mundo globalizado aconteceu e uma outra coisa aconteceu, a anarquização dos meios de informação democratizando ao máximo esse meio.

A anarquização – e a própria anarquia – não é uma bagunça total na sociedade. Isso foi disseminado para o povo não gostar da ideia e se libertar da corrente que nos prende entre nós e o poder. A anarquização aconteceu graças a democratização clara – uso democratização por causa da etimologia do termo grego que é o poder do povo – dos meios de informação e o porquê e o meio de informação antigo, até ter perdido esse poder, querem destruir esse novo meio. Mas, esse meio de informação é muito maior que se imaginou, não será destruído e ele aos poucos tomara o lugar do antigo. Por outro lado, a internet e o YouTube – como um dos principais canais de vídeos – herdaram os mesmos problemas da televisão e a mídia, num modo geral. Estamos vendo uma guerra insana, de uma superpotência militar como a Rússia, atacar a Ucrânia, que tecnicamente, são o mesmo povo. Por quê? Porque Vladimír Putin é um efeito colateral da guerra fria e o socialismo stalinista e um reacionário – como Bolsonaro e o russo Alexandre Dugin, onde aconselha Putin – onde espera uma Rússia nos velhos tempos.

 Só que não voltara nada, a evolução tecnológica e os meios de informação, fizeram que o ser humano tivesse outras ideias. A questão não é mais ideológica – apesar que o pessoal ainda insiste com essa bobagem – e sim, uma questão de revolucionários e reacionários. Os revolucionários gostam de idealizar um futuro justo (o que seria justo numa revolução armada?), mas, esquecem que o justo e o injusto dependem muito da visão subjetiva daquilo que se faz justo. O conceito do justo não é a igualdade, pois, a igualdade pressupõe a dissolução daquilo que é justo e daquilo que pertence a cada um conforme o trabalho feito. O conceito do justo é alcançar o a justiça dentro da capacidade de alcançar aquilo, sem ao menos, ser injusto com o outro que alcançou esse objeto dentro daquilo que foi buscar. A idealização de um futuro pressupõe, também, um controle dos acontecimentos que, nenhum ser humano, contém. O reacionário, por sua vez, vai buscar no passado elementos que estão no seu imaginário, ou seja, nunca existiu esse passado. Não éramos felizes. Tínhamos uma inflação de mil por cento. Tínhamos medo de uma guerra nuclear. Tínhamos filmes com efeitos toscos, desenhos que não tinham começo e nem final. Tínhamos muito pouca informação. O niilismo do século 20 – quando digo niilismo, me refiro ao niilismo que Nietzsche condenava – se mostrou ineficaz dentro da vida comum, não nos trouxe respostas nenhuma.

A pergunta existencialista “por que a existência e não o nada?” não nos levou para reflexões mais profundas da existência, porque essas reflexões ficaram confinadas dentro das profundezas da academia. Ou, foram suprimidas por hipóteses cientificas que mostraram fenômenos químicos biológicos – que só responderam o resultado e não a causa dessa existência – e que, grosso modo, responderam só uma parte do problema. Claro, fenômenos da nossa realidade são fenômenos químicos em que moléculas constroem corpos físicos – sejam biológicos ou não – onde a realidade se faz existir enquanto um conjunto de objetos. Mas, a dúvida existencialista tem um ponto chave: porque a existência e não o nada. Aí chegamos num ponto, o nada é a negação do ser. o ser é uma totalidade, um objeto com o objetivo. A meu ver, o nada nos separa do ser e a essência da existência, porque o nada é o abismo que nos faz olhar para ele. O nada é o conceito simplificado que vira um conceito massificado para virar inteligente, mas, não passa de um conceito para designar aquilo que não se entende ainda. O nada – como diz a serie Star Trek – é a fronteira final.

Herdamos o conceito estético da televisão, porque essa geração nasceu multimidia, mas tem as mesmas exigências estéticas do tempo da televisão. Os mesmos sonhos. Os mesmos conceitos. Portanto, não adianta anarquizar as informações se no fim, o mesmo acontece. O sol continua brilhando. 


Amauri Nolasco Sanches Júnior




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