Tanto a direita bolsonarista como a esquerda lulopetista tem
o mesmo discurso e se autoalimentam como se um precisasse do outro. Lula se
consolidou como a única opção de derrotar Bolsonaro quem não gosta dele e isso é
fato, ninguém mais acredita que o PT (Partido dos Trabalhadores), seja ético e honesto.
Aliás, se provou que o poder pode sim seduzir até o mais idealista dos políticos,
porque você tem uma nação em seu poder. Como maquiavel bem apontou, o
importante nunca é o dinheiro e sim, o poder e o status. Dinheiro é uma preocupação
de pessoas emergentes que querem subir de status financeiro, nunca um político
se preocupa com isso. Cuba e Venezuela são bons exemplos de países que eram democráticos
e viraram ditaduras por causa de líderes emergentes, um era advogado e
convenceu os cubanos que o socialismo era a solução (nunca foi). E outro, era
um militar que tinha o discurso de combater a corrupção e convenceu os
venezuelanos que o seu regime era a solução, levou a Venezuela a uma pobreza extrema.
Os dois, como na tradição latino-americana, eram caudilhos que queriam o poder.
O discurso pode ser tomado como igual, combate da pobreza e
da corrupção, sendo eles, corruptos. Quem garante que tanto Fidel Castro como Hugo
Chaves não tiveram uma vida confortável, mesmo que seu povo não? O sistema é o
mesmo, o discurso muda conforme mudam os problemas, mas, o sistema sempre busca
a manutenção do poder. A finalidade (telos) do poder é sempre ele mesmo. E na América
Latina, o poder tem a ver com a submissão com os países desenvolvidos tem do território,
da produção de alimentos e mão de obra. Isso nada tem a ver com a esquerda e
seu discurso, mesmo o porquê, vários pensadores liberais disseram isso já,
pois, eles precisam de pessoas para trabalharem em suas fabricas e produzirem
alimentos. Quanto mais a humanidade cresce, mais necessidades ela tem e isso é
um fato. A solução é ou ter menos filhos ou fazer que, pelo menos, metade da humanidade
morra e isso é genocídio.
Hugo Chaves não era sindicalista, não era da esquerda e não era
socialista. Aliás, o chavismo nunca teve a pretensão de ser um governo socialista
e sim, uma ditadura caudilha. Fenômenos como esse – sem nenhuma exceção – acontecem
sempre em países latinos e latino-americanos por termos uma ligação direta dos greco-romanos.
Mesmo que a humanidade tenha passado pela idade média, muitas coisas ficaram
dentro da igreja romana e seus símbolos, que remontam a cultura romana. Somos
uma cultura que gosta de ficar no império e se sentir protegido, mesmo que em
nome de uma proteção, muitas coisas tenham sido tiradas. Uma delas é a
liberdade. E em nome de uma suposta “ordem”, muitas pessoas abrem mão dessa
liberdade. Como dizem por ai, o ser humano é o único animal a querer e gostar
de ser enjaulado.
Para os gregos antigos – que tinham a noção de realidade e
pertencimento da polis e sem nenhuma, era como se o indivíduo era nada – a noção
de liberdade era ima noção só de autonomia. Nós, modernos, temos a noção de
liberdade como uma emancipação de algo maior (como uma coerção estatal) e
conservar a individualidade. Não somos e não queremos ser o Estado, mas, existem
pessoas que são a favor porque ainda acham que o Estado vai ajudar elas. Será mesmo?
será que quem não segue esse tipo de narrativa sofre uma coerção maior? Por isso
mesmo, a filosofia desde os tempos de Sócrates, sempre foi discriminada e
colocada na marginalidade, pois, ninguém quer governar um povo que questiona. Não
mataram Sócrates?
O grande problema que com os dois candidatos – com,
praticamente, o mesmo discurso – estamos a ponto de perder certas liberdades
que em nome das supostas moralidades. Só que moralismo nunca foi moral. A moral
tem a ver com certos costumes dentro de uma sociedade, o moralismo tem a ver de
imposição de uma certa moral imposta. E muitas vezes, esse moralismo nem é uma
moral de verdade e a questão, na essência, tem a ver com a visão que se tem na
realidade.
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