domingo, 9 de outubro de 2022

A Venezuela dos bolsonaristas

 








A democracia são dois lobos e um cordeiro votando sobre o que comer no almoço. A liberdade é uma ovelha bem armada contestando o voto.

 

 

Tanto a direita bolsonarista como a esquerda lulopetista tem o mesmo discurso e se autoalimentam como se um precisasse do outro. Lula se consolidou como a única opção de derrotar Bolsonaro quem não gosta dele e isso é fato, ninguém mais acredita que o PT (Partido dos Trabalhadores), seja ético e honesto. Aliás, se provou que o poder pode sim seduzir até o mais idealista dos políticos, porque você tem uma nação em seu poder. Como maquiavel bem apontou, o importante nunca é o dinheiro e sim, o poder e o status. Dinheiro é uma preocupação de pessoas emergentes que querem subir de status financeiro, nunca um político se preocupa com isso. Cuba e Venezuela são bons exemplos de países que eram democráticos e viraram ditaduras por causa de líderes emergentes, um era advogado e convenceu os cubanos que o socialismo era a solução (nunca foi). E outro, era um militar que tinha o discurso de combater a corrupção e convenceu os venezuelanos que o seu regime era a solução, levou a Venezuela a uma pobreza extrema. Os dois, como na tradição latino-americana, eram caudilhos que queriam o poder.

O discurso pode ser tomado como igual, combate da pobreza e da corrupção, sendo eles, corruptos. Quem garante que tanto Fidel Castro como Hugo Chaves não tiveram uma vida confortável, mesmo que seu povo não? O sistema é o mesmo, o discurso muda conforme mudam os problemas, mas, o sistema sempre busca a manutenção do poder. A finalidade (telos) do poder é sempre ele mesmo. E na América Latina, o poder tem a ver com a submissão com os países desenvolvidos tem do território, da produção de alimentos e mão de obra. Isso nada tem a ver com a esquerda e seu discurso, mesmo o porquê, vários pensadores liberais disseram isso já, pois, eles precisam de pessoas para trabalharem em suas fabricas e produzirem alimentos. Quanto mais a humanidade cresce, mais necessidades ela tem e isso é um fato. A solução é ou ter menos filhos ou fazer que, pelo menos, metade da humanidade morra e isso é genocídio.

Hugo Chaves não era sindicalista, não era da esquerda e não era socialista. Aliás, o chavismo nunca teve a pretensão de ser um governo socialista e sim, uma ditadura caudilha. Fenômenos como esse – sem nenhuma exceção – acontecem sempre em países latinos e latino-americanos por termos uma ligação direta dos greco-romanos. Mesmo que a humanidade tenha passado pela idade média, muitas coisas ficaram dentro da igreja romana e seus símbolos, que remontam a cultura romana. Somos uma cultura que gosta de ficar no império e se sentir protegido, mesmo que em nome de uma proteção, muitas coisas tenham sido tiradas. Uma delas é a liberdade. E em nome de uma suposta “ordem”, muitas pessoas abrem mão dessa liberdade. Como dizem por ai, o ser humano é o único animal a querer e gostar de ser enjaulado.

Para os gregos antigos – que tinham a noção de realidade e pertencimento da polis e sem nenhuma, era como se o indivíduo era nada – a noção de liberdade era ima noção só de autonomia. Nós, modernos, temos a noção de liberdade como uma emancipação de algo maior (como uma coerção estatal) e conservar a individualidade. Não somos e não queremos ser o Estado, mas, existem pessoas que são a favor porque ainda acham que o Estado vai ajudar elas. Será mesmo? será que quem não segue esse tipo de narrativa sofre uma coerção maior? Por isso mesmo, a filosofia desde os tempos de Sócrates, sempre foi discriminada e colocada na marginalidade, pois, ninguém quer governar um povo que questiona. Não mataram Sócrates?

O grande problema que com os dois candidatos – com, praticamente, o mesmo discurso – estamos a ponto de perder certas liberdades que em nome das supostas moralidades. Só que moralismo nunca foi moral. A moral tem a ver com certos costumes dentro de uma sociedade, o moralismo tem a ver de imposição de uma certa moral imposta. E muitas vezes, esse moralismo nem é uma moral de verdade e a questão, na essência, tem a ver com a visão que se tem na realidade.  

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