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Por Amauri Nolasco Sanches
Júnior
Existem milhares de canais e produtores de conteúdo que
fazem um trabalho bastante interessante mostrando um outro lado da deficiência,
assim, tirando essa imagem de coitadismo envolta da deficiência. A imagem do
deficiente enquanto doença, foi por muitos séculos motivo de se pensar que síndromes
e algumas deficiências, seguram doenças contagiosas e muitos aqueles que tinham
essas deficiências, eram isolados da sociedade. O filósofo Michel Foucault disse
em muitos livros, que o estereotipo da questão do corpo foi sempre um tabu
porque mexe com a sexualidade e como podemos olhar diante de uma padronização. Seja
de um modo de criar imagens normativas dentro das bases do que o poder queria
normalizar alguns indivíduos – principalmente, aqueles que podiam ser os meios
de produção – e começar, excluir outros indivíduos que, em outros tempos,
poderiam atrasar o clã.
A modernidade criou um conceito de perfeito para normalizar
o conceito científico de melhorar o ser humano e de achar que só a tecnologia e
o conhecimento – graças a frase de Francis Bacon que o conhecimento é poder –podem
melhorar e dar ao ser humano o entendimento necessário da realidade. Porque,
segundo sua definição, os modos de se fazer meios tecnológicos para melhorar a
vida humana, tem a ver com a técnica. Uma cadeira de rodas, por exemplo, exige
um estudo anatômico e de design – além da composição de materiais de melhor leveza
para andar melhor com a cadeira – para melhor acomodar o corpo na cadeira e
como adaptar melhor cada deficiência. O grande problema é o custo, onde em
lugares que existem pessoas que ganham muito pouco, esse tipo de tecnologia não
chega.
Além do estereotipo da cadeira de rodas que, por hospitais
serem usuários desse tipo de instrumento, tendem a serem ligados por doenças e
assim, ligarem cadeirantes a pessoas com doenças. Minha deficiência tem um nome
que, na maioria das vezes, associam paralisia cerebral a uma paralisia do prognóstico
de se ter o cérebro paralisado ou o sistema neuromuscular sem movimento algum. Também,
graças a esse tipo de visão capacitista de séculos, há uma crença que pessoas
com paralisia cerebral tem em um tipo só, sendo que vai depender o quanto o cérebro
ficou lesionado ou que tipo de nascimento a criança foi exposta. Ou seja, o prognostico
tanto de cadeirante, quanto de paralisia cerebral, dependem muito das condições
e dos meios que a deficiência se foi adquirida.
O preconceito, em sua maioria, sempre irá trazer a questão de
ignorar o porquê daquela situação que se encontra o deficiente. Por outro lado,
existem discursos que querem ainda alimentar esse tipo de preconceito. Ou por
interesses de algumas instituições que ganham com esse tipo de mercado (a deficiência)
ou porque é muito difícil, a grande maioria, entender a linguagem cientifica. E
não é à toa, a linguagem mais cientifica – e porque não, filosófica também –
sempre foi restrita a uma casta de pessoas que eram responsáveis a comunidade e
nunca, a toda comunidade. Desde a descoberta do fogo, o saber sempre foi um
poder daqueles que detinham o poder de produzir – mesmo que esse produzir continha
um discurso metafisico – mesmo que, algumas pessoas inferiorizadas, que hoje
chamamos de marginalizadas, sabiam.
A dúvida ou a verdade, sempre continha um “mistério” por
conter meios de questionar o poder. O poder nunca gostou de ser questionado – mesmo
o porquê, quem detinha o poder detinha o conhecimento – e começaram a espalhar
um discurso que pudesse ser eficaz, e o único sentimento eficaz, tem a ver com o
medo. O demônio questiona a divindade por ter criado o ser humano e assim, o
questionamento é a falta de confiança de quem foi eleito para cuidar da
humanidade. O conhecimento não é para todos. De algum modo – pode ser uma percepção
em algum lugar de história humana – as pessoas que detinham o poder, não mais
compartilharam o conhecimento e o deteve como modo de burlar e saber, supostas
naturezas das coisas.
O grande problema é que mesmo aqueles que detêm o
conhecimento tende a também não saberem a “natureza das coisas”. Sendo a definição
a “realidade das coisas” como uma verdade universal – não muito diferente do
que definir a realidade – o perfeito e o imperfeito ficam uma incerteza, pois,
o padrão definido sempre vai ser meramente humano. A deficiência – como corpo
imperfeito – é definido como um nascimento incerto que forças metafisicas (condenando
o ser e sua família ao sofrimento) em que se tem em conformar. O corpo com deficiência
com a marca de defeituoso – por muitos séculos – trouxe a condenação daquele que
não pode produzir nada para a sociedade.
Em tempos digitais – que alguns teóricos chamam de a era da informação
– o corpo imperfeito é exposto e junto com ele, a questão do perfeito e imperfeito
é abalada. Os muitos canais que mostram a deficiência – não como um ser que sofre,
mas, um ser humano que tem e deve ter sua própria vida – mostram o corpo como ele
é e não o corpo idealizado. Mesmo com a idealização dos muitos filtros da rede Instagram
– e de meninas cada vez mais, buscando uma perfeição estética – a deficiência é
mostrada como integrante de todo corpo vivente e mostra que isso não limita o
que pensa e o que sente. O sentimento, não consiste em ter oi não um corpo
perfeito e sim, uma afirmação da linguagem preconceituosa que a séculos correu
o mundo por causa do corpo que não pode produzir para a máquina estatal.
As mídias sociais informam e humanizam a deficiência mostrando
que muitos de nós, tendem a ter opiniões e ideologias políticas. Sabemos o que
precisamos de politicas publicas e no mais, gostamos do que todo mundo gosta. Musicas
que muitos ouvem. Programas que muitos assistem. E tendem a ter, também, pessoas
que admiramos e seguimos. As novas tecnologias – somando as órteses e próteses –
sempre foram importantes para nós, mas, hoje em dia, começam a ajudar a mostrar
muito mais de nós. Socialmente, se diz que temos que ser incluídos, porem, tudo
aquilo que deve ser incluído esta excluído da sociedade e não nascemos fora da sociedade.
é uma coisa entre capaz e incapaz.
Os meios dentro da informação trazem uma outra realidade
para o deficiente enquanto corpo imperfeito (graças aos padrões da sociedade humana),
onde pessoas tem o direito a vida e serem humanizadas.
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