sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Podcast e a Teoria Crítica

  


Por Amauri Nolasco Sanches Júnior


Se entende como comunicação algo que emite a informação – nesse caso, até mesmo a realidade pode informar sua existência – e algo que recebe a informação. Isso, inevitavelmente, são dados a serem examinados e para se ter uma informação tem que ter um meio. A questão publicitaria – sendo que publicidade são todas as informações que são levadas ao público – tendem sempre serem informações e notícias do mundo e de locais muito longínquos. O jornalismo como meio da mensagem, tendem a informar sobre fatos políticos e cotidianos de outros lugares e de lugares distantes, descobertas cientificas e conhecimentos históricos. A questão é a banalização do jornalismo (assim como a publicidade, seu primo irmão) tendeu a dar uma parcela dessa informação como meio pobre da questão.

O podcast – criado em terras norte-americanas – tendem um formato mais radiofônico e ao mesmo tempo, a imagem televisiva como base hoje de informação. mesmo, em alguns casos, só a fala do locutor expressa sua informação como modo de levar ao público mero conhecimento daquilo que ele pensa, ou sobre algum assunto – como os YouTube – ou tendo convidados famosos ou não, que colabora com a “conversa”. Se no jornalismo televisivo ou radiofônico, esse tipo de coisa era chamado de entrevista e tinha uma pauta – que poderia ter uma coisa mais ou menos polemica – no podcast isso não acontece. Pois, as questões são desenvolvidas através de conversas informais que podem ou não, terem dados daquilo que estão dizendo. Se pressupõem, que se no mundo corporativo da mídia tradicional, as pautas tinham a ver com interesses e relatos pessoais, o podcast – numa primeira análise – pode não ter.

Com a internet, se criou uma espécie de anarquismo virtual – claro, com a legislação de cada país dentro de uma legislação própria – o podcast tem muito mais liberdade de explorar a informação em seu formato mais “limpo”. Não através de outro agente, mas, o agente que originou a informação e saber a versão da própria pessoa do fato noticiado pela mídia. O meio não tem mais um intermediário, pois, a informação direta e sem cortes, vem mostrar a verdade do fato a humanização, muitas vezes, do ídolo. Por outro lado, muitos especialistas dizem essa informação não ser embasada por dados confiáveis, que, num modo jornalístico, é inaceitável. Existe um problema, porque quem produz podcast ou vídeos, não são, propriamente, jornalistas formados e não podem ser responsabilizados por não seguir uma regra que não podem seguir.

Sabemos, muito bem, que a mídia tradicional, por causa dessa forma mais livre, vem perdendo público e credibilidade. Pois, queiramos ou não, quando você escreve qualquer artigo, esse artigo vem com algum interesse ou ideologia (seja qual for). Os dados vêm contaminados de verdades subjetivas que colaboram com suas crenças, daí, importante destacarmos algumas coisas sobre a verdade. Quando o filósofo alemão Nietzsche coloca na frase <<não existe fatos eternos e nem verdades absolutas>> ele quis dizer que não existem fatos morais eternos e nem verdades morais absolutas, ou seja, existem as verdades apolíneas (que podemos chamar de verdades objetivas) e verdades dionisíacas (que podemos chamar de verdades subjetivas). Uma arvore é uma verdade objetiva, pois, sua existência independente da nossa consciência capitar ou não, ela. Um unicórnio é uma verdade subjetiva, porque diante de dois elementos (um cavalo e um chifre) criamos um ser na nossa imaginação, que só existe em nossas mentes. Ou seja, algo subjetivo e único.

Acontece que as verdades subjetivas só ficam nas crenças e nas ideologias políticas (que são uma crença pessoal) e não existem concretamente. O comunismo não é algo concreto, é uma teoria onde comunidades são criadas para dar ao ser humano, uma igualdade. A rigor, a igualdade também é uma crença, já que em um estado natural, a natureza não é igualitária e a dificuldade faz dela um ser evolutivo. Dentro da teoria da evolução, não seria o mais forte que venceria, mas, o mais adaptado a aquela evolução. Inclusive, a questão da evolução tem a ver com a informação de novas formas de mudança do tecido genético para melhorar a interação e se adaptar.

Não há razão nenhuma em condenar os podcasts por conta da não verdade, por já se ter relativizado a verdade e destruído os valores em que essas verdades são construídas. A construção desses valores era importante dentro de uma verdade de séculos, e por causa de querer quebrar algumas moralidades que eram opressoras, esses valores foram quebrados. Reinterpretação da realidade dependeu de uma forma ideologizada da realidade, onde o mundo mudou e repensou diante de uma nova interpretação dessa mesma realidade. Formas opressoras foram e são criadas para frear essas mudanças, mas, não importa o quanto demore, as mudanças acontecem. As informações serão dadas de uma forma ou de outra.

O podcast demonstra que o novo meio tem mais liberdade e no futuro, talvez, se tenha esse formato. 



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