sexta-feira, 7 de março de 2025

ESTUDOS AFIRMAM: TER POLÍTICO DE ESTIMAÇÃO PODE ACOMETER EM TER ‘PROBLEMINHA’

 






Amauri Nolasco Sanches Júnior

(Bacharelado em Filosofia)

 

“Se você tem um político de estimação e concorda incondicionalmente com tudo o que ele faz e fala, tem alguma coisa muito errada com você.”

Prof HOC

Eu já escrevi nesse ou no outro blog que eu tenho (Cartas ao Mundo), que universitários não tem postura de universitários aqui no Brasil, fazendo da universidade uma extensão do ensino médio. Se é para ter posturas iguais todo mundo, então, nem faça o ensino médio. E é assim, como a sabedoria de mãe, não somos iguais todo mundo. Temos o ensino superior e devemos olhar posturas políticas como fatos e não como crenças, como se devemos (obrigatoriamente) ter uma postura de subserviência religiosa ou ideológica. Não temos nenhuma obrigação ideológica ou religiosa – levando em conta Kant que era puritano e não tem nada dizendo em suas obras isso – assim, nada que não for fatos e não crenças.

Muitos adoram a critica de Santo Agostinho fez contra os acadêmicos defendendo a postura dele religiosa de um bispo, mas a Academia (que Platão fundou como um “deposito” do conhecimento após a morte de Sócrates, seu mestre) é um lugar de conhecimento acima de qualquer coisa. Se na idade média foi empossada pela igreja católica – mantendo a crítica de Nietzsche – hoje foi empossada pela ciência, pela ideologia política, como métodos científicos ou engajamento políticos, estivessem acima de qualquer conhecimento dos fatos. Logico, ter uma postura cientifica dentro de uma pesquisa ou sobre historicidades é importante, mas o método científico não pode ser usado como modo de induzir um resultado.

A universidade – com longa tradição – não poderia, ainda, ser usada como “fabriquinha” de qualificados como que só isso importasse. Criando pessoas alienadas de todas as formas – até no modo do próprio ofício que ele foi qualificado – e ainda, pessoas que devem acreditar ao invés de ter uma postura crítica. Defendo que alunos tenham mais idade e maturidade para frequentar uma universidade, muito embora, há o filosofo Aristóteles que ingressou na Academia aos 17 anos. Mas, sabemos muito bem, que no tempo dele, garotos ficavam homens bem mais cedo.

Quando pessoas como professor HOC (Heni Ozi Cukier), tem uma postura acadêmica de verdade – como outros nomes – as pessoas acham que eles não sabem de nada. Sabe e sabe o bastante – pois é cientista político e é formado até nos EUA – e na sua fala tem uma postura acadêmica exemplar não de crenças e sim, de fatos da história humana. Daí a diferença, quando falamos de política, falamos de uma polarização ideológica e uma polarização afetiva, que levou em muitos conflitos. Só entender.

quarta-feira, 5 de março de 2025

O OSCAR E O CADEIRANTE (AINDA ESTAMOS AQUI QUERENDO INCLUSÃO E DIGNIDADE)

 


Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia)

 

 

“Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral. Ademais, a persistência destes qualificativos contribui não pouco a falsificar mais ainda a “realidade” do presente, já fala de per si, porque se encrespou o crespo das experiências políticas a que respondem, como o demonstra o fato de que hoje as direitas prometem revoluções e as esquerdas propõem tiranias.”

Ortega y Gasset, Rebelião das Massas

 

 

Eu disse já que esse blog não tem lado e a prova disso é o paragrafo ali a cima do Ortega y Gasset (que concordo plenamente), onde Gasset diz que se você esta em um lado no aspecto ideológico político, tende sempre em ser um imbecil porque você tende a não criticar quem governa no seu espectro político. E em alguns textos que eu escrevi, eu sempre coloquei que a inclusão é um ato politico e não pode ou não poderia ser “engolido” dentro de certas bolhas ideológicas. Afinal, dentro desse mar de delinquentes psicopatas que só querem poder e dinheiro – Platão já dizia isso da politica, mas em outros termos – estão as mães que não conseguem Loas para suas crianças com deficiência, não conseguem legendar filmes para surdos (nem o filme Ainda Estou Aqui que é baseado em um livro de um cadeirante).

Embora eu não concorde com as posições políticas de Marcelo Rubens Paiva (mesmo eu concordando com certas pautas de esquerda), ele sempre foi referência para mim em ser um escritor e ser cadeirante. Porque sempre foi minha crítica, as pessoas com deficiência, essa coisa que só poderemos superar através do esporte e isso não é verdade. sempre tentaram nos jogar no esporte, porque sabiam que a grande elite empresarial eram capacitistas e racistas (no modo de temos ainda um conceito de escravocratas que não deixam o povo estudar e não aceitam pessoas com características diferentes tem um currículo bom e são competentes). E até acho – como sou um libertário cético ate no movimento libertário que acredita em um monte de baboseira sem nexo nenhum – que pessoas com deficiência deveriam votar nulo ou nem ir votar.

O Oscar só veio por causa do livro de um cadeirante, escrito para falar da sua família e como sua mãe, Eunice Paiva, teve que criar os filhos sozinha e voltar a faculdade e ser advogada para trabalhar, porque a ditadura militar achou por bem matar o seu marido, Rubens Paiva. Além de paralisar o país por 20 anos – não se desenvolve o país só construindo pontes ou estradas intermináveis e sim, o desenvolvimento humano (que além de não ser “coisa de comunista”, evolve educação de qualidade, reforma agraria, saneamento básico e outras coisas importantes). A questão é: renunciaram à parte educacional e a esquerda tomou, renunciaram ao trabalhador pobre e a esquerda dominou, hoje estamos na mão de um partido incompetente em administração, faz farra com o dinheiro e ainda, não resolve nenhum problema concreto.

Pessoas com deficiência nem diga, sempre fomos tratados como “lixo” pela entidade famosinha que todo ano freta o serviço de vans aqui de São Paulo para fazer os showzinhos de arrecadação (todo ano arrecada milhões e nunca chega). Pessoas pilantras sempre estiveram no nosso meio – como minha amiga disse “bando de filho da puta” – que ficam puxando o saco do PT dizendo que é um partido inclusivo. Tão inclusivo que queriam liberar bilhetes de raspadinha para os deficientes venderem, queriam tirar o Loas/BPC e queriam diminuir o mesmo benefício de valor. Se isso é canalhice, não sei mais o que é.

Esses Oscar tem um sabor diferente, não por causa só de um ato politico e histórico (que é sim, importante), mas importante por causa da inclusão e as pessoas com deficiência podem sim fazer coisas além   do esporte.

segunda-feira, 3 de março de 2025

REFUTAÇÕES ARGUMENTATIVAS DOS REDPILLS

 


Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia)

 

 

Num sentido psicológico as pessoas que tem menos cuidado com o corpo e fazem tatuagens, piercing, pinta o cabelo, pratica auto mutilação tendem a apresentar propensão a desenvolver problemas psicológicos, instabilidade emocional e busca constante por validação externa. Red flag (Supimpo)

 

No filme Matrix – que eu chamo de uma nova caverna de Platão com a filosofia moderna – Neo (Keanu Reeves) tem duas escolhas: ou ele toma a pílula azul e fica dentro do simulacro da Matrix, ou ele toma a pílula vermelha e sai dessa realidade virtual. Aí que está o erro – há várias teorias sobre a cor das pílulas no filme – a pílula vermelha requer mudanças de uma realidade e não ele permanecer nela. A meu ver, o movimento dos redpills (pílulas vermelhas) deveria chamar-se bluepills (pílulas azuis). E é uma questão científica e linguística.

Podemos dizer que existe um método cientifico que se pode atrelar a falta de cuidado do corpo a ligação com ter tatuagem, mas temos que ter cuidado. Toda demonstração linguística (semântica) pode ter um sentido não daquilo que é, mas aquilo que a pessoa acredita como verdade. A argumentação pode ter crenças pessoais. Muitas coisas que dissemos nas redes sociais – por ter lido em outros sites ou blogs – são, como diria Aristóteles, “elencos sofísticos”. Ora, quer dizer que tudo aquilo que parece ser verdade, na realidade do fato (como disse que esse blog não foge), não passa de argumentos falaciosos. Não há nenhum “sentido psicológico as pessoas que tem menos cuidado com o corpo e fazem tatuagens”, porque não há sentido nenhum dentro da argumentação. Tudo aquilo que tem um “sentifo”, tem que ter um proposito e assim, qual o proposito psicológico nesse caso? Há ou não indução?

Há. Os argumentos fazem parte de argumentos do neomachismo (redpill)  em que querem demonstrar que mulheres com tatuagens e afins, são mulheres que são “rodadas”. Outros acham que é uma questão de não se conhecer e não se encontrar, mas sabemos que são visões preconceituosas generalizadas como se as pessoas não tivessem direito em escolher. Assim que há uma espécie de distorção do estoicismo – apesar que gostei bastante do Diário Estoico de Rya Holiday que estou devendo um texto – há uma tentativa da volta de uma cultura de colocar o homem como o provedor alfa (eles tem muito de alfa e beta). Tirando as características físicas anatômicas e de força (pois, biologicamente, o homem é mais forte e o capitalismo tira isso para ter mais mão de obra manual), a mulher é um ser humano como qualquer ser humano que pode aprender e pode fazer escolhas.

domingo, 2 de março de 2025

A TEORIA DO FALSO PROFETA

 



Amauri Nolasco Sanches Júnior

(Bacharel em Filosofia)

 

 

O intelecto humano não é luz pura, pois recebe influência da vontade e dos afetos, donde se poder gerar a ciência que se quer. Pois o homem se inclina a ter por verdade o que prefere. Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da investigação; a sobriedade, porque sofreia a esperança; os princípios supremos da natureza, em favor da superstição; a luz da experiência, em favor da arrogância e do orgulho, evitando parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras; paradoxos, por respeito à opinião do vulgo. Enfim, inúmeras são as fórmulas pelas quais o sentimento, quase sempre imperceptivelmente, se insinua e afeta o intelecto. (BACON, Francis – Novum Organum)

 

O leitor nunca vai ver nesse blog nada que não seja fatos e verdades que são ou não, aquilo que eu acredito ou não. Mesmo que isso seja contrário aquilo que eu acredito, pois, como disse o próprio Bacon, hoje as pessoas estão em ilhas com suas verdades sem uma verdade universal. E que eu acredito algumas coisas – como uma espiritualidade mais espiritual do que materialista de exorcismos, como conseguir bugigangas etc – que não vou fazer criticas decorrentes a aquilo que eu sigo (como sei que 80% dos que recebem espíritos ou são videntes, são charlatões). Mesmo assim, vamos dizer, nas premissas mais profundas, a meu ver, a verdade esta acida daquilo que das relações e crenças.

Nesse ínterim, devo explicar o meu conceito de “falso profeta”, pois, nada tem a ver só dentro das crenças religiosas (tem bastante), mas tem a ver também com tudo aquilo que leva a manada ao batedouro. Ou seja, todas as pessoas que influenciam (pastores, políticos etc) e não só no Brasil. Muitas vezes, se acredita aquilo que o sentimentalismo te pode enganar e você não vê a verdade, porque faz parte das premissas de quem admira. Mas, no fundo, sabemos que somos governados por psicopatas e delinquentes que sempre estão em busca de dinheiro e poder. Na história humana sempre há registro de pessoas desse porte. São pessoas influentes que usaram da sua influência política e religiosa, para atender seus próprios interesses e isso eu não aceito.

A filosofia me deu certa ortodoxia. Primeiro, o conhecimento é alcançado com certos métodos que só podem acontecer se não há meras opiniões, há raciocínios lógicos e por natureza somos animais racionais a procura de sentido. Segundo, somos animais sociais que dentro dessa sociedade tem que ter educação (família) onde seus valores sejam verdadeiros (não um monte de “arrotos de virtude), e que tenhamos uma escolaridade com o verdadeiro aprendizado de socialização, de matérias verdadeiras e que ensinem um modo mais crítico. E não são críticas vazias, mas criticas dentro da logica daquilo que esta sendo discutido naquele momento.

Enfatizando isso – como base do texto que vou expor minhas ideias (formas de pensar) – temos que estabelecer critérios sérios dentro daquilo que você segue. Liberdade é fundamental nas escolhas que fazemos ao longo da vida, quando criança, nosso pré-frontal não está desenvolvido (só aos 25 anos) e tem que ser criança. Eu, meus irmãos e alguns amigos, pode escolher suas ideologias e religiões na fase adulta, porque ainda (a grande maioria) não entendeu que estamos criando maníacos, psicopatas (no sentido de doença), pessoas depressivas etc., por causa de um pânico que traz uma mistura de sociopatia com crenças infundadas (fora colocar crianças em escolas militares por pânico de ter seu filho doutrinado). E aí entra as bolhas religiosas e políticas, que não são usadas por quem segue mesmo aquilo, mas os manipuladores.

Ai as culturas de massa são mais propagadas e músicas como vimos, são mais sucintas de serem propagadas. A geração boomer (que é a geração não do aprender, mas a geração do decorar), é mais sucinta a cultura de massa que foi passando por outras gerações e hoje, essa cultura de massa, tomou um outro rumo. A pergunta é: que rumo queremos ir? Daí chegamos à dúvida de Alice qual caminho seguir. Mas esse “seguir” tem uma implicação muito além do que pensamos – com a infantilização estatal ideológica – tem a ver de quem seguirmos e a cultura da manada. Se antigamente tínhamos ídolos artísticos dentro da mídia tradicional, hoje temos influencers que tomam como líderes da manada. Não são aqueles que fazem a sombra da caverna (Platão), mas, são as próprias sombras daquilo que se propôs como ideal.

Seria ideal estudar – como muitos desprezam – ou, apenas acreditar que ler coisas fáceis vão trazer maior conhecimento? Dai temos que explorar o ideal e a realidade. O ideal é o mundo que achamos que deveríamos ter, a realidade é o mundo que existe e não vai mudar porque queremos. Muda se mudarmos certos paradigmas. Mesmo assim, animais comerão os outros, pessoas sofrerão acidentes, políticos vão ser sem vergonha e você será explorado pelo ESTADO até o paradigma, talvez, mudar.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

SOU UM BOLSONARISTA DO LULA



Amauri Nolasco Sanches Júnior

(Bacharel em Filosofia)

 

Uma das melhores coisas que já fiz na minha vida foi contratar um psicoterapeuta. E isso tem ajudado a entender certas nuances do comportamento humano – através do meu e das pessoas em minha volta – e uma das coisas que fico bastante perplexo é a capacidade do brasileiro médio tem de se auto enganar que existe uma verdade. Não existe “verdade” no sentido de uma realidade universal moral, mas existem varias percepções daquilo que é certo ou aquilo que é errado. Matar alguém é errado em muitas ideologias morais (e religiosas), pois, você tira a vida do outro que é uma propriedade dele e só ele pode decidir (até, se fomos bastante rigorosos, a falência do corpo é uma decisão celular nossa) se deve ou não morrer. Assim como o estupro, você viola o corpo do outro como propriedade privadas.

Somos contingentes porque somos criaturas sempre em mudanças e tudo no universo é assim. Hoje o sol existe em todo seu esplendor, mas amanhã pode não existir mais por razões adversas e isso não esta ao nosso controle. Os estoicos sabiam disso quando dizia que, tem coisas que não estão no nosso controle e mesmo com os avanços da ciência, isso não pode ser esquecido. Poderemos, mais ou menos, fazer os cegos enxergarem com óculos especiais, mas não é uma visão nítida e natural. Poderá, porventura, ser um sombreamento dos objetos dentro da realidade percebida. A meu ver – porque sou muito crítico nessas patifarias entre cibernética e deficiência – que isso só é uma eugenia tecnológica para forçar todo mundo a ser e a parecer padrão. A sabedoria cristã – que está longe de pastor picareta – diz que não existe duas folhas iguais.

O conhecimento não poderia ser usado para manobrar pessoas sem esse mesmo conhecimento. Conhecer é aprender, ter consciência (saber que aquilo existe) daquilo que não se pode negar como existente. Se vejo uma árvore, por exemplo, estou vendo uma historia que começa com a semente eclodindo em brotinho e se cria camadas de casca e nascimento e morte de folhas que alimentam sua estrutura (e animais herbívoros). Mas, isso é só uma verdade objetiva, pois verdades objetivas são reais conosco aqui na terra e sem nós aqui na Terra. Então, estamos dizendo que existem verdades subjetivas e verdades objetivas? Sim, estou. Verdades objetivas é um mundo que não poderemos controlar e está além da nossa compreensão, mas esta lá independente daquilo ser percebido por nós ou não (aquilo que não muda). E tem nossa verdade subjetiva que são o julgamento psicoperceptível (que podem mudar ao longo da vida), que são construídos por conceitos que são entre valores que recebemos na educação familiar, como também, visões predominantes da moral social.

Política tem a ver com o bem comum dentro da questão administrativa da nação ou distritos (Estados ou municípios). Ate mesmo porque, tem a ver com a etimologia do termo que remonta a Grécia antiga. Quando Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) disse que somos “zoo politikon”, esse “politikon” queria dizer gregário ou social, muito mais do que politico do modo moderno e pós-moderno. Ou seja, para o filosofo (como o chamavam os filósofos árabes na idade média), somos animais sociais por sermos racionais e poderemos fazer e agir conforme nossas escolhas. Associou as abelhas e as formigas – que hoje sabemos, são gregárias por conta  de reações químicas e genéticas muito mais do que racionalidade – e remontou uma ideia que durou muitos séculos. Mas, política não é moralidade.

Como vimos nos parágrafos anteriores, a moralidade tem a ver com a questão da subjetividade dentro das crenças e valores que um povo ou comunidade, trazem. Não matar, por exemplo, é uma coisa que é universal: não podemos achar que podemos privar o outro da vida que lhe pertence. Poderemos até indagar de onde a vida veio – já que existem coisas que são vivas e coisas que não são vivas – mas, não podemos privar do direito a dignidade daqueles que não fizeram nada para pedirem isso. Matar, violentar, trair etc., fica na questão moral porque tem a ver com convivências sociais dentro do convívio social. Mesmo assim, trair alguém tem muito a ver muito mais com modos subjetivos, do que com questões objetivas. Porque tem a ver com o privado.

Ai que esta o ponto: por que tanta confusão entre aquilo que é privado e aquilo que é publico no Brasil? A vida sexual e privada das pessoas são das pessoas – que elas são ou escolhem – e até a religião, é uma coisa privada e de foro íntimo (mesmo que essas religiões materialistas herdeiras de Roma e da Judeia, são mais aberrações do que a busca da espiritualidade verdadeira). Do modo público é a obediência de leis que infringem incomodar e privar o outro, respeitar o ir e vir das pessoas e não causar acidentes (que podem ser um tipo de violência).


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

ROMANTIZAÇÃO DA CRIMINALIDADE

 





Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharelado em filosofia)

 

"Eu acho que aqueles dois bandidos na moto e todos os outros bandidos têm que morrer. Não temos que ter vergonha de falar isso".

Renan Santos

Um filosofo deve (ou deveria) olhar as coisas de um modo muito além do olhar ideológico binário que estamos presos hoje em dia. Mesmo porque, não se sabe o que é direita e esquerda aqui no Brasil, por causa da nossa cultura imediatista dentro de pautas que dizem ter que ser combatidas. A direita no Brasil – com o conservadorismo de costumes (tradicionalismo olavista) e o liberalismo (com a vertente libertaria que insiste em se posicionar a direita) – tem que olhar a história do Brasil e ver que na visão tradicionalista dentro que poderíamos chamar de tradição, o Brasil se construiu com uma base católica e uma política liberal.  Não tem muito que discutir quanto a isso, pois, quem leu e estudou a historia do Brasil, sabe.

A esquerda brasileira tem um histórico trabalhista, comunista e um pouco de anarquismo sindicalista. Depois da tomada do poder de Getúlio Vargas, a esquerda passa a ser comunista por Vargas ser trabalhista e a grande oposição é a forma de um fascismo caboclo que tivemos durante o Estado Novo. Com o apoio integralista (movimento fascista brasileiro). E nessa tradição – não no achismo abrasileirado que tanto nos irrita nas discussões não pesquisadas – deveríamos focar nas analises sobre o que se tornou nossa cultura nesses tempos onde o crime se romantiza dentro de um anarquismo americanizado dos filmes que começam nos anos 80 do cara que cabula aula mentindo para a mãe que esta doente (O Curtindo a Vida Adoidado é o puro exemplo como o jovem deve se descolar da cultura para ser livre levando a namorada e o amigo, fazendo esse roubar o carro do pai), e outros exemplos da época.

Mas de onde veio a romantização do crime e da pobreza? Há duas fontes: a de filmes do faroeste americano, onde há uma romantização do criminoso como “herói” que mesmo fazendo crimes (também matando indígenas) estão fazendo o bem para a humanidade (isso poderemos ver em filmes e series ate hoje). E a classe média brasileira que coloca a pobreza como meio de superação e redenção daquilo que não tem. Como trocar o nome de “favela” para “comunidade” para ficar mais palatável, mas ninguém gosta (isso quem mora na periferia sabe) de morar numa favela com criminosos trocando tiro todos os dias e perigo de ser assaltado. Ai vamos em um outro nível da análise e nos perguntar: o melhor modo de mudar isso é romper com a cultura que esta ai?

Renan Santos (MBL) disse em dado momento, que se deveria romper com a cultura que está ai. Como dois criminosos em uma moto atirar contra um ciclista na frente do parque no Itaim Bibi, ou três caras (um deles é um pastor) matar uma jovem por causa de um carro e varias formas de música incentivando o crime. O que nos diz a teoria da intencionalidade kantiana? Kant tinha uma base muito solida dentro da moralidade e dizia que deveríamos agir no qual nossas ações deveriam ser seguida, ou seja, "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal.". Será que o criminoso atirar para matar um ciclista por causa de um celular queria que fosse uma “lei universal”?

Claro que a motivação dos criminosos é uma motivação egoísta (não positiva). Tirar um bem só por causa que os seus ancestrais fizeram as escolhas erradas – aqui temos que expor a verdade dos fatos – não parece uma intenção de autorreflexão da ação que conotou em morte do outro, privando dele usufruir da vida (tirando uma coisa privada). Mas, acima de tudo, a questão passa novamente em um âmbito mais além daquilo que a realidade dos dois criminosos vivem. Ignorância? Pouco provável. A romantização do crime lhe faz como um anti-herói que acha meios de tirar da “elite” para dar ao pobre, uma atitude mesquinha que pode conotar como algo cultural. Dai a questão da fala de romper a cultura.

A mesquinhez e a vantagem sempre foram uma espécie de regra no Brasil. Poderemos ver, ao longo da historia humana, a mesquinhez (como foco de interesses pessoas pequemos ou egoístas) e  a busca da vantagem (buscar benefícios sempre na custa dos outros) tem sido comuns, especialmente em contextos de pobreza, competição ou instabilidade pública e econômica. Como somos uma cultura medieval moderna (sendo que se gosta da tecnologia, mas existem regras morais e religiosas medievais), poderemos pegar exemplo da era medieval. A maioria dos nobres, por exemplo, frequentemente agia com mesquinhez para manter poder e privilégio, enquanto o clientelismo e o favoritismo eram práticas comuns em impérios como os romanos. E poderemos ver muito a influência medieval dentro da nossa cultura.

No Brasil, a questão da mesquinhez e a busca da vantagem podem ter razões da estrutura colonial, onde a colonização e a exploração de recursos humanos (como escravos) e naturais foi incentivada para benefício em uma elite pequena. Isso fez criar uma mentalidade de “cada um por si” ser reforçada por séculos de desigualdade, corrupção e falta de instituições fortes. Dai entramos dentro da politica brasileira, onde historicamente foi marcada com o clientelismo (troca de alguns favores por votos ou lealdade, que dura até hoje) perpetuou a ideia de que vantagens pessoais e grupais mais importantes do que o bem comum. Isso gerou uma cultura onde a mesquinhez – no sentido de priorizar interesses imediatos e pequenos – é vista como se fosse uma estratégia de sobrevivência ou sucesso.

Ainda tem a cultura do “jeitinho”, pois, o famoso “jeitinho brasileiro” nasce de uma necessidade criativa de se “dar bem”. Em outro modo – mesmo que alguns acadêmicos achem criatividade ou adaptações – na verdade, é para obter vantagens inúmeras em nome do seu próprio interesse. E isso tem a ver muito com a questão de passar por cima das questões éticas e da lei, ou que reforça a percepção de mesquinhez como cultura. isso culmina em religiões materialistas (neopentecostais), musicas fáceis e sem um poder de reflexão e conjuntura temática, e uma cultura que o pessoal não sabe ler e não sabe escrever. Por que pobre vai estudar? Um pensamento escravagista.

#bbb25 #filosofia

#bbb25 #filosofia

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

A LEI DA FICHA LIMPA

 





Amauri Nolasco Sanches Júnior

(Bacharelado de Filosofia)

 

Saindo do shopping no domingo, um casal quase atropela um carro e atravessa o estacionamento como se ali fosse a entrada do estabelecimento. O motorista da van do ATENDE diz: “O Brasil é o país mais mal-educado do mundo”.  Poderemos ate entender por causa da nossa percepção do nosso convívio dentro das muitas situações que vivemos dentro da sociedade, que a falta de educação nos deixou com essa impressão. Claro, a questão ronda dentro da ética, dentro da mesquinhez e dentro da moralidade. O brasileiro não precisa de uma cartilha vagabunda de Educação Cívica, precisa respeitar o outro como pessoa e como convive da comunidade onde esta inserido. A corrupção, por exemplo, tem a ver com a mesquinhez e a vantagem.

Na antiguidade, o filosofo Aristóteles dizia que a ética (ethika) não era uma pratica só teórica, pois, dentro de um modo politico (cidadão), tinha que ser praticada. Para entender ele, temos que entender que ética na antiguidade grega tem suas origens no termo ETHOS que derivou ETHIKÓS. Se o épsilon for curto (em grego) isso quer dizer os costumes coletivos e se o épsilon é longo quer dizer caráter de cada pessoa. Aristóteles vai investigar tanto a ética de um modo de costume, e a etiqueta (que é muito mais do que se portar na mesa). Mas, ETHOS para o grego naquele tempo num primeiro momento – provavelmente, o grego primitivo dos aqueus – ETHOS era como chamamos de casa (ou moradia dos homens). Logo depois, ETHOS vira tanto costume como caráter. Por outro lado, o filosofo Werner Jaeger dizia que ETHOS era o espírito grego.

Aristóteles queria investigar as formas de conduta para se chegar a felicidade (Eudaimonia). Mas, embora alguns achem que ética e moral são sinônimos, ética nada tem a ver com moral. Se ética tem a ver hoje com o caráter, a moral tem a ver com as condutas sociais graças a nossa herança romana do MOS ou no plural, MORES. Pois, os romanos não acharam importante o caráter e sim, os costumes romanos de louvar Roma e sua cultura imperialista. Na filosofia contemporânea, ética se torna o que fazemos como moral, ou seja, um tipo de “ferramenta” para medir um tipo de conduta moral. Já há também uma diferença entre moral, moralidade e moralismo, pois, moral é aquilo que valorizamos como sociedade, moralidade é aquilo que é moral e moralismo é uma imposição da moralidade religiosa ou ideológica (inclusive, de esquerda também).

Com a defesa do fim da Lei da Ficha limpa pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), poderemos especular tudo que possamos ter de teoria. Uma das hipóteses é que o inquérito do filho dele, o senador Flavio Bolsonaro, seja verdade e ele tenha feito de tudo para defender seu filho. Outra hipótese é que quer o fim da Lei da Ficha Limpa para se livrar das acusações e diminuir sua pena para se candidatar nas próximas eleições, sendo que, vai ser difícil passar. Mas sempre tem a ver com que eles fazem.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

A DIREITA SOCIALISTA E A VERDADEIRA IDEOLOGIA LIBERTARIA

 

Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia)

 

Uns dos maiores erros do brasileiro médio é não pesquisar e se informar, ter certeza do que acredita e do que é certo. Não importa do que se opomos – eu, por exemplo, sou a favor daquilo que é bom e belo e acima de tudo, a verdade – temos que saber a essência daquilo que opomos além de filosofias fáceis como o olavismo, sempre expandindo aquilo que devemos e queremos fazer uma critica. A politica é a arte da retorica e se você não tiver uma carga de conhecimento, vai ser enganado. Mesmo porque, o Brasil é bastante estranho, a direita com ssua rebelião boomer, se transformou em um movimento anarcossocialista e a esquerda se transformou em nacionalista-varguista.

Lendo um texto do Instituto Rothbard sobre a direita bolsonarista intitulado “O grande triunfo da esquerda: uma direita socialista”, fazendo uma critica severa sobre o que representou o governo Bolsonaro (que chamaram de direita socialista), vi alguns erros muito enviesados de olavismo (Olavo de Carvalho) e ao mesmo tempo, ignorância histórica. Como filosofo – sim, me dou o direito de me chamar de filosofo libertário – temos que fazer alguns esclarecimentos que, primeiro, nem toda a esquerda é socialista e nem toda a ideia (seja direita ou esquerda) são erradas. E nem toda a direita é fascista. Mesmo sendo libertário e acreditando em uma base ideológica libertaria, não deveríamos chegar ao ponto de dizer (quem leu Rothbard sabe disso) que deveríamos ser menos idealistas. Mesmo porque, não estamos em um mundo libertário. Em uma analise bem mais profunda, as criticas ao governo lulopetista tendem sempre colocar o petismo como uma ideologia comunista (ou socialista).

Escrevi no final de 2022 – para a matéria de escrita de textos acadêmicos – um trabalho (paper simples) onde eu respondia a pergunta: “HÁ UM ANARQUISMO BOLSONARISTA REACIONÁRIO E MILITAR?”. Esse artigo, na época, analisava o movimento que se rebelou contra as eleições e se instalaram nas portas dos quarteis e que culminou no fáctico 8 de janeiro (onde pessoas iludidas foram presas por quebrar os prédios dos três poderes). Na época, tive a ideia de analisar esse movimento com o livro “A Desobediência Civir” de Henry David Thoreau, por ter a ver um pouco com o tema e por uma questão de prática (já que estava atrasado quanto a entrega). isso tinha a ver com uma análise entre o contexto que esses protestos aconteceram e sua origem, mas, no conjunto do processo dessa análise, também tive a oportunidade de uma análise de sua motivação. Junto com um processo de desenvolvimento do movimento e a casa da origem desse movimento, depois cheguei à conclusão que se tratava de uma “rebelião boomer”.

No texto do site o autor coloca:

Bolsonaro afirmou no discurso que este dia era “o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo”. Ao final do pronunciamento ele levantou uma bandeira do Brasil e repetiu a frase que foi um dos seus motes durante a campanha e todo o seu governo: “Nossa bandeira jamais será vermelha”.

Na verdade, esse movimento teve origem dentro de um sentimento de “traição” do PT e suas origens dentro do movimento trabalhista em concorrência com o varguista Leonel Brizola e seu PDT. Com as acusações de corrupção, com o movimento de sempre sermos governados pelas mesmas oligarquias, surge uma esperança. Em 2013, se tem o movimento dos 20 centavos e depois, a questão dos muitos movimentos que surgiram dai (como o próprio MBL). Em uma análise madura politica histórica, devemos definir o que estamos usando como adjetivos. Olavo como um intelectual, tinha muito conhecimento e não podemos negar isso, mas como filosofo era incompleto na definição histórica e de desprezar a filosofia moderna, já que o Brasil nasce na modernidade.

Se não tivemos isso bastante claro, não vamos conseguir entender a diferença de socialismo e coletivismo. Nós libertários e anarcocapitalistas, segundo Murray Rothbard, acreditamos no individualismo como algo legitimo que começa destacando o individuo como soberano de si. Por isso mesmo, somos contra qualquer interferência do Estado na vida individual do ser humano enquanto individuo dono de si mesmo (em corpo e em consciência). Por isso somos contra violências, guerras e qualquer tipo de armas que podem ferir ou matar um individuo por se tratar de um meio de coerção. Paulo Kogos, por exemplo, vai contra os princípios básicos até mesmo dos ANCAPs.

Jair Bolsonaro nunca foi de um lado e sim, sempre foi um deputado do PP (Partido Progressista do icônico Paulo Maluf) inexpressivo e antes de aparecer em programas de TV, não era um “destaque” dentro da mídia ou da política. A meu ver, ganhou destaque em dizer coisas que o afegão médio gostaria de dizer e se identificaram com ele como adolescentes com seu ídolo. A política aparece como forma de assunto com a operação Lava Jato e em alguns setores, que começaram a ver que a politica poderia ser pauta novamente no Brasil. Mas, existe um problema: não se teve uma educação politica e nem uma educação que fizesse o afegão médio pesquisasse e lesse, pois, somos um povo que não se gosta de ler e pesquisar. Quando se escreve, isso é muito mais sobre suas crenças do que de fato são.

Por isso mesmo, as falas de Bolsonaro são bastante problemática, pois, Olavo botou a culpa em um socialismo no ato de corrupção que foge da verdade. Quando o ex-presidente dizia que “o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo” ou o slogan mais conhecido “Nossa bandeira jamais será vermelha” um macartismo tardio do tempo da guerra fria entre EUA e URSS (que levou muitos erros do regime militar). O Brasil tem uma tradição de governos liberais e com a redemocratização, os governos se passaram a ser social-democratas. Por isso mesmo, dizer que a constituição é um documento “socialista” é um exagero próprio de olavistas que reduzem tudo a partir de suas próprias crenças.

O texto ainda diz:

Isto, per se, poderia não significar nada, uma vez que o juramento constitucional é uma formalidade obrigatória que até mesmo um candidato anarcocapitalista teria que cumprir para assumir o cargo. Porém, Bolsonaro jamais fez qualquer menção sobre alterar o caráter socialista da constituição – muito pelo contrário, ele sempre fez questão de elogiá-la. Na verdade, no mesmo discurso de posse que ele se colocava como o salvador da pátria contra o socialismo, ele afirmava sua fé no fetiche socialista da educação, dizendo que teríamos “que nos espelhar em nações que por meio da educação encontraram o caminho da prosperidade”.

Bolsonaro não pode mudar a constituição – quem se propõem a discutir politica tem que entender o mínimo de politica brasileira w entender que temos um governo de colisão, concordando ou não – sendo ele de qualquer tipo, pois, ele não é imperador do Brasil. Depois, com uma influencia clara do olavismo, chama algo social-democrata de socialista. Que, a meu ver, é bastante problemático e reducionista. Vamos a separação como entendimento do que estamos falando:

1 - Coletivismo é um conceito mais amplo que se refere a uma filosofia ou prática social onde a prioridade é dada ao grupo ou à comunidade sobre o indivíduo. No coletivismo sua ênfase está em valores como a cooperação, a solidariedade e o bem-estar coletivo. Pode se manifestar em diferentes formas, desde culturas comunitárias até políticas econômicas que favorecem a propriedade coletiva dos meios de produção. Em economia, pode incluir cooperativas; em sociedades, culturas que valorizam a harmonia e o consenso acima das ambições individuais.

2 - Socialismo é uma ideologia econômica e política que busca a organização da produção e distribuição dos bens de acordo com os princípios de justiça social e igualdade. Defende a propriedade coletiva ou estatal dos meios de produção, em oposição à propriedade privada capitalista. Redução ou eliminação das desigualdades de classe, garantindo que os frutos do trabalho sejam distribuídos de forma mais equitativa. Países que adotaram ou adotam formas de socialismo incluem a União Soviética (histórica), Cuba, e, em certa medida, a China atual.

3 - Social-democracia, por outro lado, é uma abordagem que busca conciliar elementos do socialismo com a democracia liberal, sem necessariamente abolir a propriedade privada.  Promovendo uma economia mista onde tanto o mercado quanto o estado têm papéis importantes. O estado regula, mas não necessariamente controla, os meios de produção. Implementação de políticas de bem-estar social, como saúde universal, educação gratuita, e uma rede de segurança social forte, financiada por impostos progressivos. Mantém-se firmemente comprometida com a democracia representativa e os direitos individuais, diferenciando-se do socialismo autoritário. Por exemplo, os países nórdicos como Suécia, Noruega, e Dinamarca são frequentemente citados como exemplos de social-democracia, embora cada um tenha suas nuances.

Dai começamos a mostrar que há diferenças bastantes tênues dentro desses problemas que sim, quem se propõem em escrever textos políticos, tem que estudar. Ai a diferença entre o coletivismo e o socialismo, tende a ideia mais vasta que pode incluir o socialismo, mas não é exclusivamente socialista. Porque o socialismo é uma ideologia especifica dentro do aspecto coletivista que propõe a propriedade coletiva dos meios de produção. Além disso, se analisamos de uma forma bastante ampla, o nazismo (terceira via) e o fascismo (direita reacionária italiana) também eram coletivistas. Como a democracia liberal também.

Já a diferença entre a social-democracia e o socialismo se dará enquanto o socialismo tradicional pode buscar a abolição da propriedade privada dos meios de produção, a social-democracia procura reformar o capitalismo para tornar ele mais justo e equitativo, mantendo uma economia de mercado regulado. O socialismo tende a focar mais na transformação estrutural da economia e da sociedade, enquanto a social-democracia se concentra em reformas dentro do sistema capitalista para alcançar objetivos socialistas.

Temos ainda de nos ater a questão da tese do texto, temos uma escola socialista:

Então, no caso da educação, temos uma direita que aceita sincera e totalmente a premissa da educação socializada controlada pelo estado, enquanto discute fervorosamente se as escolas devem adotar a educação sexual LGBT ou estudos bíblicos. Isso faz a direita concentrar seus esforços em iniciativas como o Escola Sem Partido, que visa dar os seus próprios pitacos de como deve ser a doutrinação no sistema socialista de educação – sem jamais colocá-lo em discussão. Assim temos, por exemplo, o direitista Nikolas Ferreira, que sem nunca questionar o nosso sistema educacional socialista, combate somente a adoção da “linguagem neutra” em suas escolas.

A meu ver, a educação brasileira não é socialista – mesmo porque, eu estive na escola – mas uma educação positivista com alguns traços marxistas. Por quê? O marxismo em si, consiste em educar as crianças a não desejarem coisas supérfluas, já nossa educação é técnica. Você estuda português porque precisa, você estuda matemática para usar no trabalho etc.  Na historia brasileira política e cultural – tivemos rainhas francesas também – nossa educação é muito mais iluminista no sentido da base de Rousseau (e aqui não me interessa o que se acha o que é iluminista) do que uma educação socialista no modo de se pensar como um coletivismo. Dai vem a confusão: os Estados Unidos tem uma tradição de homeschool (algo como “escola em casa”) porque são cultos e desde sua colonização tem universidades. Estamos em outra realidade. Os portugueses não tratavam o Brasil como uma extensão, tivemos ema educação jesuíta, depois uma educação iluminista e só bastante recentemente, se teve uma tentativa de democratização da educação.

Quem estuda filosofia a fundo, tende a estudar o processo da escolarização (escola vem de escolástica que vem de scholé do grego) dentro da modernidade que podemos sempre saber o caminho único da coisa. O que seria aprender ou o que seria alcançar nosso aprendizado por conhecimentos vindos dos nossos antepassados? Essa é a pergunta.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

DA LIBERDADE

 



Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharelado em filosofia)

O que é liberdade pra você? No sentido mais amplo e profundo da palavra?   (Luna/X)

Minha amiga escreveu esse post a um dois dias e fiquei refletindo sobre o que seria liberdade, mesmo porque, é e sempre foi, objeto do meu estudo. Dentro da filosofia – seja qual for – a liberdade sempre foi uma questão de estudo e muita reflexão dentro de um pensamento logico. Isso porque a liberdade tem a ver com escolhas e responsabilidade, pois, a dinâmica social tende a ser entre aquilo que eu quero (vontade) e aquilo que posso fazer (ato). Em suma, poderemos dizer que o ser humano age por vontade, por racionalidade e por sentimentos dentro dos seus valores. E ai que esta  o paradoxo da filosofia antiga, medieval e moderna.

A antiga via a liberdade como algo que é dinâmico, os gregos na antiguidade, viam a liberdade como o poder se movimentar. Apesar de tudo, para Sócrates (o pai da filosofia ocidental), a liberdade é se autoconhecer, examinar a vida e ver se ela vale a pena ser vivida. Ou seja, a liberdade de pensamento é a liberdade de se filosofar, de olhar para o mundo e para os seus atos como se conhecesse de onde veio sua vontade. Na verdade, a meu ver, seja antiga, medieval ou moderna, a filosofia sempre colocou a liberdade como algo acontecido na vontade.

Daria mil exemplo dessa liberdade – já que passei a vida com deficiência física – de eu ficar em uma entidade beneficente, que não aceitava que tivéssemos autonomia. Em uma ocasião, meu amigo iria se casar e frequentávamos uma oficina abrigada (mesmo ele tendo outras atividades de ganhar dinheiro) e por ser deficiente a coordenadora disse que não poderia ter filho. Claro, um homem que vende bala no farol não tem tanto dinheiro para sustentar um filho, mas e tantos outros que tiveram e conseguiram? Mas, meu amigo fez a vasectomia e não teve filho. Daí temos uma questão: você deixaria sua vontade prevalecer ou só por causa da deficiência acataria um conselho de uma pessoa estranha?

Nesse caso, a renda pode não ser o único fator de temos ou não vontades e desejos. Schopenhauer dizia que a vida está entre a dor e o tedio, se meu amigo se arrependeu – porque ele nunca disse nada sobre isso – ele tem a dor de não ter realizado isso, mas se ele não ligou, ai vem o tedio, pois, ele conseguiu se esvair de responsabilidades. Aí vamos na minoridade humana kantiana de querer sempre um tutor para regular nossas ações. Lembramos que, a vontade é ação ou a consciência do objeto desejado, como, por exemplo, um sorvete de chocolate. Você pode não ter dinheiro para tomar o sorvete (dor), mas se tiver, tomara até encher (tedio). A meu ver, a liberdade do existencialismo (principalmente, da de Sartre), bem interessante.

Sartre dizia que “somos condenados a sermos livres”, ou seja, sempre estamos escolhendo um caminho como Alice ao perguntar para o Gato de Cheshire qual caminho seguir, ela diz não saber, e o gato diz que qualquer caminho serve. Ou seja, uma hora Alice terá que tomar a decisão de um caminho seguir, mas ela terá que tomar essa decisão sozinha e com a vontade de ter (ação) com o ato de potenciar essa vontade. Ter ou não filhos, tomar ou não um sorvete de chocolate tem a ver com a capacidade de se ter escolhas a seguir.

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

DO #BBB25

 


 


Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia) 

 

Jean Baudrillard: "A mídia fornece para todos uma memória artificial e uma experiência superficial da realidade."

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

A REVOLTA DO PIX

 

 








Amauri Nolasco Sanches Júnior

(Bacharel de Filosofia)

 

"O imposto não se justifica sem uma equivalente compensação de serviços. Fora daí é puro roubo."

 

- Monteiro Lobato –

Eu gosto da figura dos jedis e comparo os libertários como jedis. Os jedis, tendiam em defender sua causa em nome da “FORÇA”, pois, para ele, tudo era uma realidade transitória e que no fim, a liberdade tinha que ser defendida. Não gostavam de políticos, mas, tinham que ficar defendendo a república galáctica para não se cair em um governo autoritário. Por que o império dominou (como os nazistas, fascistas, stalinistas etc)? por causa da politica de apoiar causas que não eram deles, regras que deveriam ser repensadas e uma moral muito rígida (beirando ao moralismo), e antes de tudo. Mas, pensaram que o senador Palpatine era do seu lado e a cega sanha de ganhar, não deixou eles enxergarem que ele era o lord sisth.

Do mesmo modo, um libertário acredita na liberdade e como amante da liberdade e guardião do PNA (Pacto de não agressão) tem esquecido do modo cético. Aqui no Brasil muitos se nomearam bolsonaristas – esquecendo que ser contra o PT não é aval para apoiar políticos como o Bolsonaro – e esquecem do princípio dos políticos e o que podem fazer contra você se você não quiser fazer o que eles querem o que eles dizem. Fui perseguido politicamente, pelo governo municipal do Fernando Haddad (PT) porque fui contra o término de um serviço de vans adaptadas que existem aqui. Eles não perdoam, perseguem, destroem e fazem da sua vida um inferno, mas, o Bolsonaro queria o término da inclusão das escolas, a lei de cotas iria acabar e muitos perderam o BPC. Ou seja, políticos fazem de tudo para te empobrecer para você sempre depender do estado e não ter um dinheiro bom para melhorar de vida. O libertarianismo visa isso.

O vídeo do deputado Nikolas Ferreira e o recuo do governo em taxar o PIX e fiscalizar transações acima de 5 mil, não pode ser normalizado como medida de um tributo fiscal. Pois, segundo nosso lema libertário, o imposto que o governo obriga você a pagar para sustentar seus luxos, segundo o libertarianismo, seria roubo. Seja direita, seja esquerda, o grande problema do Brasil é muito mais cultural do que financeiro. Enquanto o judiciário (na figura do STF), o legislativo (senado e câmara nacional) e o executivo (presidência da republica), tem gastos exorbitantes, os mais pobres não tem nada para comer. Deficientes pobres não tem nem uma cadeira de rodas descente. Dai pensamos; cadê nosso direito a vida e as escolhas que poderíamos escolher? Por que botam a culpa em no capitalismo ou no liberalismo se no liberalismo, poderíamos ter o direito de escolher?

Estou falido, com uma cadeira de rodas motorizada quebrada, contas para pagar e não consigo monetizar o X ou outras redes por causa da minha sinceridade, pois, o brasileiro detesta a verdade. e mesmo a verdade, é uma escolha e a escolha demostra liberdade, porque liberdade e a verdade andam juntas. O vídeo do deputado bolsonarista não ganhou nada, a pressão popular que ganhou e políticos são funcionários e nós somos os seus patrões.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

JESUS NÃO VAI VOLTAR

 



Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharelado em filosofia)

 

A volta de Jesus é real acreditem!

Faz muito tempo que eu não escrevo sobre a espiritualidade. Tema que eu escrevia bastante. Como Kant – que era pietista, mas não coloca em sua filosofia – eu aceito alguns preceitos espiritas, mas não sendo um filosofo espírita. Não tenho a menor obrigação dentro da doutrina (do mesmo modo a Ashoka Tanos não tem nenhuma obrigação com os jedis em Star Wars). Posso ter liberdade em dizer qualquer coisa sem um ar de uma “única visão”, que me dará muito mais dinâmica dentro do meu pensamento.

Portanto, Jesus não vai mais voltar porque a missão dele era mostrar ao povo hebreu outra visão da ética e a moral. Mas, mesmo sendo criticando e fazendo criticas, Jesus não se sentia um não judeu. E isso da volta de Jesus, seria uma metáfora simbólica por causa dos seus ensinamentos. Na verdade, a “volta de Jesus” sempre foi usada pela igreja evangélica para as “ovelhas” terem esperança e conformação (como o estoicismo em tempos helênicos da falta de autonomia do mundo grego dominado por Roma). E vamos ser sinceros, as igrejas evangélicas hoje, se tonaram aquilo que sempre criticaram da igreja católica antes da reforma de Lutero. Mesmo não voltando, Jesus cuida da Terra.

Na verdade – para aqueles que acham que a única verdade é a bíblia – a bíblia foi construída a partir do cânone dos concilio que Constantino I promovei para escolher quais livros entrariam lá. Ora., para lemos a bíblia temos que saber em quais contextos históricos ela foi escrita. Alguns dizem que esta no apocalipse 22, mas São João – o mais jovem dos discípulos – estava dizendo que era o fim do mundo que ele mesmo vivia. Estudos bíblicos (de muitos teólogos) era o fim de Roma e seu império. As pessoas podem acreditar o que quiserem, isso não muda o fato de a “volta de Jesus” seja uma metáfora para o fortalecimento do cristianismo. Mesmo assim, Jesus não disse: “tudo que eu faço, vos fareis”?

Não tenho uma visão só minha, muitos estudiosos e teólogos iriam concordar comigo, pois esta visão enfatiza algo como os ensinamentos de Jesus sobre o amor, justiça social, cuidado com o próximo e a Terra. Sugerindo que a “segunda vinda” pode ser interpretado como uma realização desses valores. Que valores poderíamos colocar como cristãos? Kant – voltamos ao Kant – dizia que nossas ações teriam que ser medidas conforme elas estejam aliadas a serem repetidas e copiadas. Jesus disse: “com ferro fere e com ferro será ferido” como a lei do retorno. Mas, muitos argumentam, que os ensinamentos de Jesus sobre compaixão, paz, e cuidado com a criação (se referindo ao planeta Terra) são o verdadeiro legado que deveria ser “realizado” para a nova geração. A era niilista acabou com algumas coisas.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

EU, COMUNISTA?

 




Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia)

 

⁠⁠RT  @RosianiPeso – “Sabe porque ninguém está animado para uma manifestação em favor de nossos direitos?????” Porque vai virar manifestação em favor do traidor, do mau caráter Bolsonaro.”

(postado no X pelo Miranda de Sá)

 

Sabemos que no Brasil, os governos não tem capacidade nem de serem totalitários. Semana passada em algum lugar nas redes sociais, fui chamado de comunista por um rapaz metido a ser “didireita”. Por qual razão? Depois de assistir o filme “ainda estou aqui” – baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva – eu postei um artigo sobre o ex-deputado Rubens paiva que mesmo com dois assassinos vivos, não foram presos. E é fácil concluir o porque (não precisa ter mestrado em direito para saber). Sabemos que o golpe de 1964 (mesmo que fosse uma revolução, direita não é a favor de revolução nenhuma e nem muito menos conservadorismo), que orquestrou foi os americanos (se arrependeram muito por isso) porque o brasileiro não sabe planejar nada. Porcamente planeja sua própria vida.

Depois, sabemos (pelo menos, quem lê) que os militares sempre acharam que Getúlio Vargas era comunista e junto de Vargas os varguistas. João Gulart (Jango) era um desses varguistas que acreditava, pois foi ministro de Getúlio, todo o plano de Vargas para o Brasil. A elite, por ser rastaquera e patrimonialista, não gostou da reforma agraria e começou a dizer que governos populistas eram governos comunistas. O que deu? Mortes de pessoas da classe media baixa e pobres, o resto esteve ou esta vivo até hoje por causa do acordo de anistia. Ou seja, viram a “merda” que fizeram por causa do “comunismo papão” e para não serem condenado (o tão conhecido cafezinho e tapinha nas costas) fizeram um “acordão” e nem eles seriam condenados e nem os boyzinhos do Leblon etc.

O problema politico brasileiro não é uma questão ideológica entre comunismo e capitalismo, mas uma questão cultural da “vantagi”. Na verdade, o afegão médio sempre gostou de dizer que gosta da justiça, ética e a verdade, mas não gosta de ver ela. Todo mundo sabe – não é nenhum segredo – que o afegão médio faz aquilo que é vantagem para ele. Isso até mesmo, doam dinheiro para políticos e artistas de preferência, e quantas pessoas que realmente precisam e não são ajudadas por causa dessa visão. O patrimonialismo sempre foi uma “trava” para o progresso brasileiro, porque o próprio afegão médio, tende a favorecer quem não precisa.

Assim, o problema não é ser chamado de comunista, mas ser chamado de comunista por um povo que nada acrescenta ao mundo e nada estuda. Desastroso um povo que não gosta de estudar.

domingo, 12 de janeiro de 2025

ZÉ RAMPINHA NADA A VER

 





Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia)

 

"A gente sabe que, no final das contas, eles vão acabar lucrando com todo esse preconceito, esse capacitismo, essa LGBTfobia e racismo." (Ivan Baron/Folha)

O pessoal chama Ivan Baron de Zé Rampinha depois de denunciar o que o governo iria fazer com o BPC – o governo cortou todos os benefícios para quem tem filhos com microcefalia graças ao Zica Vírus – e depois ficar relembrando deslumbrado que subiu na rampa do palácio do planalto com o presidente petista. Sabemos como opera governos populistas que só querem mostrar virtudes e tudo aquilo que não são.  O que tem de “extraordinário” em um povo que tem como artistas cantoras que só mostram a bunda? Será que é mesmo verdade que o brasileiro tem QI 83?

Duas perguntas que poderiam ser respondidas com uma única resposta: nossa elite econômica e intelectual estão sendo construídas por web putas. Vejo algumas webs putas dizerem coisas muito mais profundas do que muitos intelectuais que leram milhares de livros e só acumulam informação, as questões não são pensadas mais profundamente e as coisas vão ficando piores. Um tiktoker é chamado de humorista, um influencer é importante, mas, um professor que se “mata” para dar aula de graça em um YouTube, não é assistindo. Assim, a sociedade reforça o que criticávamos na TV, o emburrecimento de um povo que não quer parar de ser burro.

Fiz uma vaquinha para comprar uma cadeira motorizada e está fixado no perfil do X, mas o Zé Rampinha é ou se acha o grande representante dos deficientes (ele e a Mariana Torquato se elegeram sem nunca votarmos em sua legitimidade). Nesse domingo eu tive que pegar uma cadeira do shopping porque minha cadeira motorizada acabou a bateria. Se hoje, o Zé Rampinha fizer uma vaquinha, ele terá milhões de reais doados pelo povo que só doa para famoso para ter seu nome envolvidos. “Vai que, né?”. Até dar curtidas, só dão para fofocas e assuntos sem a menor importância.

O povo do QI 83...

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

FACEBOOK VALENTE

 


Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia)

 

 

A ideia dessa moçada é: “democracia só pra quem convido pra jantar na minha casa”.

Tenho muito mais medo do Estado do que das plataformas.

(Luiz Felipe Pondé /X)

Somos um povo com uma cultura que se rende a subjetividade, ou seja, como o Pondé disse, uma democracia é só para aqueles que concordam comigo. Na filosofia nos perguntamos: o que é isto? Porque, como filósofos que somos, não podemos ter certezas de nada e nem que sabemos de alguma coisa.  Os estoicos – desde Crisipo – pensavam que nem tudo é o material, mas, o corpo era algo muito chave dentro da realidade. Daí a pergunta que sempre mostra a subjetividade em um modo didático: por que matamos baratas e não borboletas? Qual ideia nos prendem dentro do nojo de uma barata e não de uma borboleta? Afinal, uma borboleta pode pousar em um esterco também.

Corpos são corpos. Tecnicamente – dentro de teorias físicas – a mesma matéria que compõem uma borboleta, também compõem a barata. Mas o que faz uma barata ser barata e uma borboleta ser uma borboleta? Em sua origem, segundo a biologia, insetos vieram dos crustáceos, ou seja, insetos são parentes dos caranguejos e ainda, as baratas já viviam com os dinossauros. Biólogos dizem que, ainda, baratas são parentes dos cupins, sendo assim, de algum modo, baratas evoluíram para serem solitárias e cupins em sociedade. Mesmo assim, matamos cupins e baratas e não borboletas (que pode ter pousado na merda). E qual é a questão aqui? A subjetividade.

Se aceito a democracia só quem eu convido para meu jantar, como disse Pondé, é porque as pessoas ainda são muito passionais (ou como dizem por ai, muito “emocionadas”). Pensam que tudo é um grande “combo” que você compra junto, e se você dizer uma coisa fora desse “combo”, você é do outro lado. Como no exemplo que citei, baratas são baratas e borboletas são borboletas, mas ambas são insetos que podem espalhar bactérias. O medo do ESTADO do Pondé vem do fato que não importa o governo, os mais fracos vão sofrer e vão sempre serem explorados. Não é porque sou libertário que não vou assumir isso.

E é ao que a coisa toma o rumo estoico, porque o ceticismo da realidade se torna um maior desejo de entender ela. Ou seja, os estoicos antigos – os contemporâneos são todos uma “mentira” – achavam o corpo algo do fenômeno da relação entre nós e a realidade. A realidade é o corpo e a alma é o “sopro da vida”. Diferente do platonismo, os estoicos não viam a alma como algo separado do corpo e assim, da realidade. Mas o que seria realidade? a realidade contem meios de se autoimpor dentro do limite do livre-arbítrio? Talvez. Claro que no tempo dos estoicos (verdadeiros), tinham uma noção da liberdade diferente do que temos hoje. Hoje, na modernidade, graças ao cartesianismo e logo depois, a fenomenologia – onde o existencialismo herda alguns aspectos – a realidade depende de outros fatores além da visão de os tatos e a consciência tem a ver com isso.

Por que as pessoas tendem a ter o espírito de rebanho?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

O GLOBO DE OURO TERRORISTA

 





Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharelado de filosofia)

: "Só aqui no Twitter que ao invés de comemorarem uma vitória do Brasil, ficam nessa de 'em quem ela votou?', 'ain mas Lei Rouanet', 'ain mas ela fez o L'.

(Peter Jordan/X)

Por que as pessoas emburreceram? Minha mãe – uma mulher dona de casa e que lia livros direto – me incentivou muito ter o hábito da leitura e entender o mundo na perspectiva da liberdade. Eu e meus irmãos não éramos criados dentro de religião nenhuma, não éramos criados em ideologias políticas nenhuma (minha mãe só não gostava de a gente ler coisas de ditadores e virassem exemplo) e assim, construirmos nosso caráter sem sequer pedir benção para ela. Ela dizia que o mais importante do que pedir benção, era respeitar nossos pais e nossa família e cada um tem sua vida, e mesmo assim, somos irmãos e devemos cuidar uns aos outros.

E como leitora, minha mãe me confessou um dia – eu conversava com ela direto – que teve aula de filosofia e que gostava de ouvir as histórias dos filósofos. Mas não conseguia ler filosofia. Porém, gostava de dois escritores consagrados como clássicos, Sidney Sheldon e Agatha Christie, onde ganhou a biografia de Sheldon de presente e eu herdei (ainda não li). Fomos “forjado” nos livros, no rock e no que há de mais intelectualizados que poderíamos ser criados e ainda, ter uma espiritualidade livre sem se amarrar em nada e ainda ter a moral e a ética de Jesus (verdadeiramente). A dona Itália (como nossos amigos o chamavam), odiava fanatismo e tinha medo de um dia nos fanatizamos. E aprendemos a amar o Brasil (meu irmão não, ele não gosta da cultura brasileira e é um direito dele).

 Minha mãe forjou pessoas que prestam a atenção naquilo que interessa e aquilo que é bom e belo, sempre quando eu, brincando, dizia que ela era descendente dos romanos e ela me respondia: “bela porcaria, um povo que destruía e escravizava”. Essa era minha mãe, uma mulher que acreditava na liberdade, no respeito ao próximo e sempre ficava com “a pulga atras da orelha” com a pergunta “Deus existe?”, por outro lado, era católica não praticante. Eu aprendi mais porque, com minha deficiência, eu era muito ligada a ela e quando se foi, doente em uma cama de hospital, a ultima coisa que perguntou para Dona Ilda (nossa diarista) se eu tinha comido. Quando ouvi um sim, sorriu fechando os olhos.

Talvez, sua única despreocupação foi o caráter dos filhos, universitários, minha irmã mãe, e a gente ser leitores críticos com um futuro certo de não fanatismo de nada. Porém, com moral cívica de respeitar as pessoas, de respeitar o ser humano e ser amante da liberdade. Dizia que a vida de cada um não interessa para ninguém e odiava fofoca (como meu avô, pai dela). Talvez, a questão de sermos criados dentro de um ato de leitura, nos fez ver o mundo com mais atenção e sem ideologias. Fazendo uma analogia como sempre faço, sou um “jedi cinza” da filosofia política, se preciso ir para a direita eu vou, se eu preciso ir a esquerda, eu vou. Um libertário de verdade – não os de pé de orelha das redes sociais – entendem que não se deve ter lado e sempre acreditar no caminho único. O bem-estar de todo mundo.

por eu sintetizar melhor os livros que eu leio, talvez, eu entenda melhor que não podemos trocar nossa liberdade por um misero ato de desespero. Não se trata em um filme ideológico, até o rambo tem ideologia por trás, se trata da historia do Brasil onde alguns impuseram a vontade que eles achavam certo e atrasou o Brasil em 20 anos. Morreu só deputado do baixo clero, os excluídos e tudo que não deveria morrer. Dizer que não sofreu por causa da ditadura é não enxergar o obvio, inflação alta, economia estagnada, falta de escolaridade e desenvolvimento (tecnológico e humanas). A questão da corrupção é um modo cultural característico em países com muita burocracia e muita incapacidade de enxergar além da subjetividade.

Ainda bem que tive a mãe que tive.

domingo, 5 de janeiro de 2025

O FETO ESTOICO

 



Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia)  

Pois se uma pessoa volta a própria atenção para suas escolhas acionais e suas ações, ela conseguirá conquistar a possibilidade de prevenção. Se, no entanto, ela desviar a atenção de suas escolhas racionais para coisas que não estão sob seu poder, procurando evitar o que é controlado por outros, ficará então agitada, temerosa e instável.

EPICTETO, DISCURSOS, 2.1.12

Nesse último sábado (4), o influenciador Thiago Negri (primo rico) postou em suas redes sociais o feto abordado pela sua mulher, Maisa Cardi, que tecnicamente, seria seu filho. Daí poderíamos perguntar: qual o limite das pessoas de quererem obter engajamento e likes? Essa pergunta tende a uma reflexão mais elaborada dentro das questões de ética (caráter) e da moral (socialização), e isso o estoicismo pode nos orientar em um caminho muito parecido com o budismo: não se importar com aquilo que não se pode mudar. Você não pode mudar as pessoas, e se essa pessoa não te agrada, parem de seguir ou ver seus conteúdos. Aliás, deixei de seguir um monte de pessoas.

Além disso há uma questão além disso: a arte de dizer não. na filosofia – não os modernos e pós-modernos que começaram a ter viés políticos – sempre temos que dizer não e sempre temos que analisar as coisas mais profundamente. Afinal, como disse Platão, o conhecimento não é mera opinião, porque conhecer algo não é só uma forma de passividade e sim, uma forma de interação entre a realidade e nossa consciência. E a filosofia – como meio de racionalidade da realidade e meio de encontrar a verdade – tem que ser desvinculada da questão emocional e questões de direita e esquerda. Como o rock. O rock como meio da contracultura, não pode ficar refém de ideologias e de religiões (que acho, o gospel um gênero não-rock).

Por isso mesmo devemos dizer não. E sabemos que uma das coisas mais difíceis de fazer na vida é dizer um não, pois tudo vida uma desculpa e ficamos meios sem graça de “nadar contra mares”. Acontece que, marés são para aqueles que não sabem nadar, não sabem escolher as melhores formas de viver a vida e escolher aquilo que mais agrada ou esta direto nos seus valores. E dizer não para certas emoções também requer muita firmeza, muita audácia de ser mais logico nas suas decisões. Esse “tudo tenho que ter opinião”, gera um desgaste de ideias, você não cria mais. Você é levado ao extremo da idiotice.

Talvez se não tomarmos cuidado – como certas polemicas – serão sempre as imposições que vão controlar nossas vidas. Então, quando ver um post como o do Primo Rico (me deu nojo, olha que já vi de tudo), perceba que o poder do “não” está em nossas mãos e não vializar qualquer coisas e qualquer assunto. Um “não, muito obrigado!”, “não, não vou ficar preso a isso” e “não, simplesmente não posso nesse momento”, não te fara pessoas solitárias. Na verdade, muito antes de estudar as filosofias estoicas eu já discutia em vários textos o poder do “não”. Os cínicos antigos, também tinham tal prática.

 A pergunta de ouro (como diziam antigamente) é: por que eu tenho que comentar certos assuntos dentro das redes sociais?