Única coisa que preso na minha vida é minha liberdade.
Imagina uma pessoa com deficiência que sempre dependeu de transporte
ruim, que sempre minha mãe teve que ir em pé comigo no colo. Ou, instituições que
mais sugaram o dinheiro suado do meu pai para eu adulto, descobrir que o que
diziam que eu tinha não era verdade. Não ter uma adolescência descente porque
eu tinha que ir em uma oficina – que era mais um deposito de deficientes – que me
prometeu em me ensinar a trabalhar (não ensinava nada) e ainda sugava todo o
dinheiro do meu pai mais uma vez. Quando não apoiamos seu show teletonico, nos
expulsaram como cães que não servem mais.
Nesse interim, aprendi a valorizar a minha liberdade de um
jeito que ninguém tira ela de mim mais. Comecei a construir meu pensamento em
sistemas anarquistas, mas, com vieses nietzschianos do ubermech (além-do-homem),
onde toda teoria anarquista comunista era calcadas no ressentimento dentro daquilo
que Nietzsche chamava de moral de rebanho. Ou seja, não se consegue ser o que o
mais forte, o que entenderam como é a realidade, o real impulsiona a vida e a
energia vital se torna a vontade de potência. Mas, muitos querem o caminho mais
rápido – que Cristo chamou de caminho estreito – e querem impor a moral dos
ressentidos, portanto, a moral que aniquila os fortes que souberam estudar.
Não que deixei de ser libertário por causa de apropriações dos
anarcocapitalistas reacionários se apropriarem de pautas libertarias para
defender políticos – como ANCAPSU etc – mas, além da questão da propriedade
privada (que o anarquismo clássico rejeita), somos todos anarquistas contra o
poder autoritário. Se aprendi que a liberdade é algo inegociável – liberdade
ainda que tardia – é porque a sociedade teve a ideia condicionada de uma
liberdade que não existe. Quem não quer montar seu negócio próprio sem
burocracias ou o governo te enchendo o saco? Queremos tratamentos descentes,
coisas de qualidade – como, no meu caso, cadeiras de rodas mais baratas – sem a
exploração de preços por causa de impostos, por exemplo.
No mais, o anarquismo em sua essência (em todas as suas
vertentes), sempre tendem a serem armas ideológicas de resistência contra
governos fracos e exploradores querem sempre o poder e o dinheiro acima do interesse
de todos. São psicopatas políticos que acham que o mundo é deles. Mas, deixamos
uma pergunta bastante sincera: qual governo ou político fez alguma coisa por
nós em toda a história da redemocratização? Precisamos romper a dependência de ídolos
(figuras heroicas), para se autogovernar e entender que o importante é a
liberdade.
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