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terça-feira, 12 de março de 2019

O Estadão não mentiu e a “punheta” intelectual do Terça Livre




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Amauri Nolasco Sanches Junior 

Alguém um dia disse que os ingênuos acham que o mundo é comandado por sexo, outros menos ingênuos acham que é o dinheiro. Aqueles que são conscientes sabem que é o poder. Vimos milhares de vezes na história humana, que pessoas morreram lutando por poder. A guerra de Tróia não era sobre o amor que Menelau tinha por Helena – que foi um casamento arranjado e por outro lado, Helena não era de Tróia e sim de Esparta e era ela herdeira do trono do pai – mas, foi um pretexto, para seu irmão, Agamenon, ir atacar Tróia. A parte menos importante desta história é Helena. Mas existem outras histórias que nos remetem ao mesmo dilema. O poder. Nossa parte primitiva de querer ser o macho alfa, ser o reprodutor que dará uma prole mais viril para continuar nossa espécie, levar tudo que nós construirmos a diante. E não importa. Seja os trezentos espartanos do rei Leônidas I, da cicuta que matou Sócrates, da crucificação de Jesus, tudo tem a ver com o poder. O poder te dará status e privilégios. 

O mais engraçado é que o próprio poder moveu tanto o sexo, como o dinheiro. Na área evolutiva, estamos bem perto dos bonobos (espécie de chipanzés mais mansos), que temos uma hipótese. Viveríamos em um paraíso cheios de comida, então, houve alguns fatos genealógico que separou a espécie humana – ainda macacóide – com nossos primos evolutivos, bonobos. Eles ficaram com a parte da fartura e nós ficamos com a parte que existia menos fartura, assim, eles ficaram pacíficos e ficamos agressivos. O poder tem a ver com isso. Porque os mais fortes tinham que levar os mais fracos para onde tinham farturas, onde conseguiriam comer e sobreviver. Mas, é só uma hipótese. A questão do ser humano sempre foi complexa, sempre foi alvo de vários estudos que mostram que o ESTADO foi criado por causa do cultivo. Os clãs nômades nunca ou bem pouco, se encontravam. Quando houve o assentamento, houve uma grande concentração de pessoas e assim, teriam que ter regras de convívio e uma renovação de poder. Porque o chefe do clã era ineficaz. 

Hoje escolhemos a democracia. Só que a nossa democracia é muito mais ampla do que a democracia ateniense antiga (grega), que tinha restrito um número de quem poderia votar e ser votado e ainda, nem todo mundo votava. A grega clássica é direta, a nossa, é representativa. Acontece, que nosso instinto de poder não mudou. Alguns antropólogos até dizem, que os seres humanos não puderam evoluir completamente. Ou seja, somos os mesmos caçadores e coletores que tinham clãs e tinham uma relação de poder mais direta, não tivemos tempo de assimilar nossa consciência mais ampla. É fácil analisar em fatos históricos. A maioria das condutas morais que o ser humano vem construindo dentro das inúmeras sociedades – que podemos colocar como um conjunto de clãs – são instintos primitivos de um medo que não existe, a capacidade de invenção de pensamentos, não foi, totalmente, assimilada. Se você não der carinho para a outra pessoa, não haverá família (porque somos animais que sentimos prazer). Se você é criticado, essa crítica, muitas vezes, não é a crítica do senso comum e sim, uma análise de fora das paixões. Paixões essas, que podem cegar várias analises importantes. 

O poder é uma grande defesa do orgulho que temos de estar no comando e que somos humanos e não, deuses. Mas, sendo nas famílias ou sendo na política, ninguém está fadado ao fracasso de ter errado e acertado. Ninguém é infalível. Existe pai que bate em nenéns e matam. Tem mães que acham que a filha tem que casar com homens que ganham mais – numa forma de prostituição – e tirar essas mulheres do atoleiro que se encontram. Existem pai que ainda acha que a sua religião é a certa e os filhos devem segui-las. Talvez, por sermos símios, temos a tendência sempre de achar que podemos bajular o mais forte (por obter vantagens) e atacar o mais fraco. Isso, foram estudados e é tema de doutorado, que chefes e governantes, matavam populações inteiras por causa do grande crescimento populacional e não haveria comida (falácia, porque jogos do tema mostram que quanto mais a população cresce, a produção fica maior). Mas, por outro lado, governantes sempre quiseram impor essas leis morais por causa do controle dessa população. Moises foi muito competente quanto a isso, quando fez todas aquelas leis que até hoje, o judaísmo – uma parte do cristianismo – ainda seguem. Seja Moises ou seja o presidente dos Estados Unidos, o que faz essas leis morais tão poderosas? A informação. Reis tinham o decreto. Os profetas e líderes espirituais, tinham seus discípulos. Hoje, o poder conta com a ajuda da mídia (audiovisual e escrita), para passar o que querem passar. Ainda, existem as mídias sociais. 

A internet possibilitou você informações inúmeras, ainda possibilitou você em dar opiniões. O site do Terça Livre é um site de opiniões. Acreditar em um site que diz que masturbação – que não tem base nenhuma cientifica – mata neurônio, é perigoso. Seria o mesmo que falar que as mãos ficam peludas. Mas é fácil detectas pessoas frustradas que foram criadas dentro de uma redoma, dentro de uma moral religiosa, ficarem propagando suas ideias distorcidas. O grande guru dessa direita, Olavo de Carvalho, sempre fez essas afirmações e sempre comprou o discurso conspiracionista da direita norte-americana. Não há e nunca haverá uma conspiração comunista, porque, em primeiro lugar, os petistas nunca souberam o que é um comunismo. Lula nunca leu um livro. Deputados do PT, recentemente, declararam que nunca pegaram um livro na vida. E em segundo, isso cheira moral de comunidades medievais que seguiam a igreja de modo doentio. Claro, não temos fogueira nenhuma (mas temos os inquisidores de reputação). Aliás, existem padres dentro da igreja católica, que defende que as missas fossem em latim e o padre ficasse de costas, como na idade média. Acreditar em pessoas desse tipo, beira a esquizofrenia. 

A relação que temos do poder é uma relação de informação e assimilação. Como disse, reis e governante, sempre impuseram leis morais através dessa informação. E como disse inúmeras vezes nas minhas discussões, eu não confio em números estatísticos, não confio em afirmações entre aspas de falas que não estão lá. Por outro lado, o povo reclama, mas, acaba sempre compartilhando do mesmo e sempre num viés bem ideológico.



sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Debate infantiloide de hashtags - #Elenão #Elesim



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Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu estou abrindo um parêntese – vou continuar a série “Autoconsciência e anarquia”, mas, eu tenho que dar minha opinião – sobre essa chuva ridícula de hashtag sobre quem apoia ou não apoia, o candidato do PSL, Bolsonaro. Acho que é uma briga de turma de colegial. Porque não poderíamos tratar discussões políticas como se fossem discussões de futebol, mesmo o porquê, a política tem a ver com nossa economia e toda a nossa vida. Sabemos – porque ninguém é idiota – que o PT (Partido dos Trabalhadores) fez sim atos de corrupção que foram provados e são investigados pela polícia federal (que faz um ótimo trabalho). Por outro lado, quem quer a verdadeira mudança, não deveria votar no Bolsonaro, porque o Bolsonaro está ligado na política velha. Não tem argumento nenhum e não tem programa nenhum. Mesmo o porquê, você não governa na “canetada”. Você governa dentro das instituições dentro do governo, judiciário e o executivo.

Eu achei bastante interessante a análise do jornalista da Jovem Pan, Augusto Nunes, disse que as pessoas não estão lendo, porque as pessoas não abrem os artigos. Isso é verdade. As pessoas ficam nas suas bolhas ideológicas e não veem que existem coisas muito além, ampliar as opiniões para ampliar o debate político dentro do escopo racional. Mas como fazer isso se estamos num país que não tem escolaridade nenhuma, não há nada de leitura? Então, temos que desconstruir crenças que aquele ou outro, são a solução. A solução é cobrar aquilo que o candidato disse – estarão nas redes sociais depois das eleições – dar a sua opinião com responsabilidade, com pesquisa e com discurso lógico e que passe coerentemente, o que se quer passar. Com isso, não acho que tomar uma posição é ficar guerreando com hashtag. Isso é coisa de adolescente (não o uso que é importante na internet), porque parece que estamos lhe dando com turminha de colegial.

A democracia moderna (não a grega na antiguidade), é uma democracia que tem que ser assegurada o direito de escolha e direito de falar o que queiram. Mas, numa democracia, se deve seguir algumas regras e algumas responsabilidades. Porém, depois de anos sem nenhuma resolução e depois de tantas coisas não licitas, o povo começa a se mobilizar para coisas mais autoritárias. A questão não é que o Bolsonaro seria ou não fascista, a questão que o Bolsonaro pegou um discurso de acabar com tudo isso, acabar com coisas de décadas. O que se pode perguntar é: depois de tantos discursos que não foram cumpridos com o mesmo teor, como o candidato poderia cumprir? Como um presidente sem a maioria, pode fazer cumprir uma campanha? São questões que devem ser analisadas sem paixões. As paixões levaram sempre o ser humano, a fazer atrocidades, guerras desnecessárias (que morreram milhares de inocentes que foram enganados por uma causa que não era sua), movimentos que não levaram nenhum benefício a humanidade e só atrasou a sua evolução. Esse sentimento cômodo, que como diria o filósofo prussiano Kant, de minoridade de sempre querer ter um tutor (aquele que cuida), para resolver seus problemas. De querer que alguém mostre um caminho.

O presidente não é líder, ele é o responsável pelo executivo e não um capitão de um navio, a título de exemplo. Quem vai aprovar as mudanças é o congresso e o senado, então, não vai adiantar eleger um presidente renovado e o mesmo congresso. Portanto, teu voto a presidência é um voto pequeno na democracia brasileira e ponto, o resto é papo furado e achar que uma merdinha de hashtag é infantil e não vai levar a nada.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Deficiência e politica




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Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu já escrevi vários textos sobre o assunto, além, de escrever o livro “O Clube das Rodas de Aço: Tratado sobre o Capacitismo”, que tem a parte social e a parte política do assunto. Não há políticas públicas para pessoas com deficiência através do governo, porque não é uma prioridade social por causa da visão capacitista da nossa cultura. Mesmo o porquê, a inclusão não é só uma rampa, não é só uma coisa material, mas, uma conscientização daquilo que nós somos como seres humanos. Precisamos de transporte, precisamos estudar, precisamos trabalhar, precisamos ganhar nosso dinheiro para até, comprar nossos aparelhos e nossas coisas. Quem não gosta de ter um celular bom para entrar na internet, telefonar, e até mesmo, ouvir música? Quem não gosta de passear e se divertir, namorar e até mesmo, casar? Somos seres humanos e temos sim, esses desejos e isso vai mais além do que a deficiência e o conceito que fizeram da inclusão.

Leiam se puderem >>> Aqui 

Inclusão é incluir, e tudo isso que escrevi, só é o meio disso acontecer dentro do espectro social. Ora, sem transporte (principalmente, os cadeirantes), não podemos estudar, fazer tratamento, até mesmo, trabalhar e passear. Quando um transporte importante – como o ATENDE aqui em São Paulo – da cidade determina que 25% de falta sua vaga é suspensa (como se não ficássemos doentes ou ficássemos com problemas com a cadeira de rodas), não conhece as deficiências e não conhece como proceder. Isso é fruto de um sistema burocrático que não conhece o assunto, porque não há especialista e para trabalhar nesse tipo de coisa, porque começam erros como esse (nem vou falar do itinerário e a manutenção e as adaptações erradas das vans). Daí vimos que há um capacitismo dentro da nossa cultura, que vem de uma cultura de séculos que não cabe mais dentro do século XXI. E isso só é uma parte da questão, tem outras políticas públicas que não há especialização de lhe dar com a deficiência, porque, antigamente, não havia nada para beneficiar as pessoas com deficiência. Por isso a minha crítica a programas como Teleton/AACD, porque representam o discurso antigo que transformam as pessoas com deficiência em coitados que devem ser protegidos e não expostos.

O que isso lhe parece? Por que ainda se tem esse tipo de discurso que coloca a deficiência como uma coisa a parte da humanidade? A maioria dos nossos conceitos vieram da cultura greco-romana, que matavam as crianças com deficiência ou deixavam a critério dos pais da criança (como povos germânicos ou hebraicos). O gesto é simples e pragmático: não teriam condições de cuidar dessas crianças com deficiência e tinha também, o fator da crença religiosa (que poderíamos até colocar como uma crença para convencer o povo). Mas, nem tudo foi tragédia e morte, em algumas cidades-estados gregas, as pessoas cegas eram tidas como pessoas sagradas e eram oráculos na sua comunidade. Diz a tradição, que Homero (poeta grego que recitava a Ilíada e a Odisseia), era uma pessoa com deficiência visual. A única cidade-estado grega mais dura na questão da deficiência, foi Esparta por causa da sua cultura militarista que exigia uma perfeição corporal, para ter soldados hábitos a combater com perfeição (os espartanos eram extremamente, orgulhosos). Atenas era mais discreta em deixar as crianças com deficiência dentro de cestas a noite, assim, ou eram comidos por animais, ou eram adotados por moradores de rua para pedir esmolas (como aconteceu na idade média também). Na parte hebraica (já que viemos de uma cultura religiosa judaico-cristã), diz estudiosos, que tem forte indícios, que Moisés era gago e que não falava muito em seus discursos (o seu irmão falava por ele). Isso mostra como a deficiência está presente dentro da humanidade desde quando o ser humano apareceu (no reino animal, também há deficiência, só que, são mortos por não poderem procurar comida), mostrando, que a capacidade humana de adaptação e adequação graças a sua consciência da realidade, é muito grande e pode fazer uma grande diferença.

Acontece, que até meados dos anos 70 ou 80 do século XX, as pessoas com deficiência eram trancadas em hospitais ou em instituições, abandonados pelas famílias que optavam por não cuidar das crianças com deficiência. Que é uma tradição medieval (embora há alguns relatos de pessoas com deficiência indo para a fogueira da santa inquisição), que pessoas com deficiência deveriam ficar em conventos ou deveriam ficar em hospitais mantidos para isso, ou eram pegos pelos moradores de rua para pedir esmolas nas portas da igreja. Já os índios, matavam as pessoas com deficiência (o modo diferencia de cada tribo), por causa da sua cultura nômade e a cultura que a deficiência era uma maldição dos deuses ou uma má sorte. Um outro exemplo, é que no judaísmo antigo, as pessoas com deficiência não poderiam subir no altar porque eram pessoas impuras e que por isso, eram indignas de subir no altar de Deus. Então, havia uma grande gama de medidas na antiguidade e até mesmo, a poucas décadas atrás, que escondiam essas pessoas do convívio social. Para se ter uma ideia, somente nos anos 90, que houve uma adequação tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos (talvez, no Canada), para socializar as pessoas com deficiência e botar elas no mercado de trabalho para não pesar para os governos. Graças a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, que deu as pessoas com deficiência, uma imagem de humanização e que, somos pessoas como outras quaisquer.

No Brasil, com essa polarização sem propósito, a questão das pessoas com deficiência, na maioria das vezes, fica a cargo da esquerda por ter uma agenda de igualdade. Só que as políticas brasileiras são mistas, porque a nossa cultura é mista por causa dos milhares de migrações que tivemos, por sermos, um país originário de ser colônia de outro país (Portugal). Mas a questão é bem mais complexa do que pensamos, porque sempre achamos que medidas simples, vão resolver alguns problemas. O maior problema do Brasil é a burocracia, e o burocrata é um ser autômato, um ser que não pensa e só faz. Um burocrata que fica atrás de uma mesa, não vai saber se a pessoa com deficiência está ou não doente, que aquela adaptação está ou não adequada, ou aquele itinerário está certo ou não, ou que o transporte, os hospitais, as ruas, as calçadas, estão conservadas. Porque não está lá. Ele só segue ordens e não tem a capacidade de julgar. E isso transcende a questão da direita e esquerda, porque tivemos governos dos dois lados, e muito pouco se fez para pessoas com deficiência. Porque, seja na direita, seja na esquerda, sempre houve burocratas que faziam as regras serem seguidas e nem sempre, por milhares de vezes, essas mesmas regras eram as regras certas. Eram o que as pessoas com deficiência precisavam naquele momento. Então, não dá para dizer que os governos de esquerda (o petista), teve grande ganhos para pessoas com deficiência porque as cotas das empresas, não tiveram fiscalização, o transporte não teve melhoria, a educação não se melhorou e a vida das pessoas com deficiência nas cidades, não ficou fácil. Ter leis asseguradas não quer dizer ter leis aplicadas.

Então, temos que prestar bastante atenção na questão política que tem a ver com a nossa inclusão, nossa vida em sociedade e parar com essa mania de direita e esquerda. Dentro da deficiência existe algo muito além dessa questão, tem a ver com cobrança, tem a ver com prioridades e tem a ver com a nossa luta. O resto é só politicagem e populismo barato.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Gangs de bolsominions e de petistas invadem as redes sociais





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Amauri Nolasco Sanches Junior 



Dentro da filosofia, um problema não é uma dúvida a ser resolvido dentro de uma ênfase, mas sim, uma situação que inclui a uma possibilidade de uma alternativa. Não podemos confundir com uma dúvida, que seria uma questão do ser, que é uma confusão de crença do mesmo ser. ou seja, essa dúvida quando for solucionada, a dúvida se torna em uma crença ou uma descrença. Mas, o que seria uma crença ou uma descrença? Crenças são aquilo que acreditamos ser a verdade. Porém, não existe uma verdade absoluta que devemos nos agarrar e apostamos, por muitas vezes, na descrença. Essa crença e essa descrença, tem a ver com os valores que se aprende durante a vida. Você acreditar que tal candidato vai ser um bom presidente, por exemplo, é crer no plano de governo do tal candidato. 

Porém, para a filosofia (que deveria ser mais aplicada dentro da escola), teria que ter uma alternativa para um problema de aquilo ser ou não viável. A viabilidade tem que ser analisada dentro de uma crítica bastante acirrada, porque envolve políticas que envolvem pessoas e envolve uma sociedade inteira. Então, não dá para você fazer a análise seguindo um pressuposto, que aquele candidato vai fazer por causa do viés ideológico que ele segue ou diz seguir. A esquerda sempre levantou a bandeira da igualdade (porém, seu partido mor, o PT, fez muito pouco pelas minorias), e por elas lutam, mas, como eu sou uma porcentagem dessa minoria, posso falar que o PT fez muito pouco para as minorias. Aliás, nós pessoas com deficiência, não tivemos a Lei de Cotas respeitada por exatamente, não ter fiscalização. Quando fazíamos denúncias, sempre o Ministério Público Federal, dava causa de ganho a empresa. Fora que quando o ex-prefeito Haddad foi prefeito, sucateou vários serviços e também, acabou não só o Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SP), fazendo dele, uma instituição de propaganda. Mas também, acabou com o serviço especial de transporte de vans adaptadas (ATENDE), pondo um gerente filiado. Isso tudo tem que ser analisado, não é só o viés esquerdista. 

Já no outro lado, na direita, temos o candidato como o Bolsonaro. Ele é filiado num partido pequeno e se diz liberal (que apoiou o governo petista, só pesquisar), que defende soluções militaristas e que não apoia as minorias. Claro, que não estou dizendo minorias como um número de indivíduos, mas, que os discursos de igualdade de direitos não são aceitos. Lógico, que eu não sou igual outra pessoa com deficiência, não somos iguais de aparência e muitas vezes, nem de deficiência. Por outro lado, o discurso de acessibilidade, inclusão social, e de ter uma vida como outra pessoa, não é aceito pela maioria. Ou por ignorância, ou porque as pessoas têm uma visão distorcida o que seria uma pessoa com deficiência. Então, você dizer que o negro é malandro, que o índio é preguiçoso, é uma negação das minorias. Ponto. Não existe desculpa para uma opinião que é sua e está na sua natureza, porque se aprendeu assim, aprendeu que pessoas com deficiência atrapalham ou são coitados, que negros são pessoas “malandras” ou que, até mesmo, a África veio de um filho de Noé amaldiçoado (por muito tempo, a igreja usa isso para justificar a escravidão). Que os índios, por terem uma outra cultura e um outro meio de produção, serem preguiçosos e não quererem trabalhar. 

Essa é a questão: a polarização está levando o país a fazer escolhas ideológicas e não, escolhas para o que é melhor para o país. O Brasil nunca teve uma tradição de ideologias, mesmo o porquê, as ideologias aqui são camufladas de interesse ou de discursos populares e não para a melhoria do país. Não se vai votar no Haddad porque ele foi ou não, um bom ministro da educação ou que ele foi um bom prefeito (que não foi), mas, uma agenda partidária de um partido que corrompeu como os outros, que não fez diferente. Além do mais, o seu maior político foi preso por corrupção passiva, só isso já seria motivo para não votarem nesse partido. Mas, o petismo é muito mais articulado e não admite traições, não admite que sua agenda seja mudada. Porem no outro lado, ninguém vai votar no Bolsonaro por causa da honestidade (não me venham com esse papo furado), vão votar por causa do sentimento de antipetismo no ar. Na maioria das vezes, a maioria que pretende votar no Bolsonaro, já foi eleitor do Lula e não admite isso. Outros, são neonazistas que gostam da agenda do candidato, preconceituosos e religiosos fanáticos que não gostam de pensamentos contrários dos seus. 

Qual seria a alternativa viável dentro de uma democracia confusa (por falta de escolaridade), num país em crise política e econômica? Qual seria a saída? As redes sociais são usadas para darem opiniões fora de propósito, muitas vezes, sem embasamento de conhecimento do que estão dizendo. Então, ninguém tem alternativa nenhuma, na realidade.