sábado, 25 de agosto de 2018

De Bolsonaro a Lula – bendito seja seu nome





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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

No século dezesseis, havia em Portugal, um rei, chamado Sebastião, que tinha o apelido de “O Desejado”, por ser um rei justo, foi um rei bem “amado” pelos lusos. O rei Sebastião assumiu o trono aos catorze anos de idade em 1568, sendo a favor, das matérias religiosas e militares. E por ser motivado para reviver as glorias da Reconquistas, decidiu montar um bom esforço em Marrocos em uma “cruzada”. A questão foi que Portugal perdeu o combate e o rei Sebastião desapareceu, que deixou seu trono para seu tio, rei da Espanha. Os portugueses não aceitaram e sempre diziam que o rei “O Desejado”, iria voltar e iria tirar o povo da pobreza e reinar com justiça. O sebastianismo é criado como uma esperança de um governante justo, um governante que volte e resolva todos os problemas da nação e ponha o povo onde merece. Sabemos das intenções de Dom Sebastião de ir ao Marrocos e deu errado, além, de colocar Portugal na regência da Espanha e todas as suas colônias. Ora, um herói máximo de uma nação que só ficou rica e poderosa, graças ao ouro e as pedras preciosas de suas colônias – não adianta vim me xingar, mas, uma igreja todinha foi construída na Espanha com o ouro Inca – gastando coisas luxuosas com a Inglaterra, trazendo (roubando?), animais e objetos de suas colônias. Herdamos da cultura lusa, esse sebastianismo e colocamos na figura de um herói, um salvador que colocara o Brasil dos “eixos”.

Não interessa se você escreve “#lulalivre” ou “#bolsonaro2018”, você acredita que a solução dos seus problemas é o fato de um homem, que vai assinar um documento e vai salvar o país. Pois, ele não vai. O Lula, se fosse legível, estaria fadado a fazer as mesmas alianças que ele fez no seu governo lá em 2002. As oligarquias brasileiras são fortes e não admitem que quebrem o seu esquema. Se o Bolsonaro ganhar, ou ele faz um esquema bem definido de alianças, ou ele não vai conseguir governar, porque não se governa sozinho numa democracia como a nossa. O que o público não sabe – deveria saber, muito bem – que não estamos num regime de monarquia absolutista, e nem se tivesse, o rei eleito não seria o Lula e não seria o Bolsonaro. Há um legislativo “voraz” que governa muito mais o país, do que o misero presidente que só assina. Mas podem dizer: “estão, que se feche o congresso”. Daí se cria um outro problema (isso é uma análise de gente madura, tá? Sem birrinhas), porque institutos internacionais podem fazer boicote e até, nas piores das hipóteses, poderemos até sofrer sansões. Economias fechadas não se sustentam e tendem a afundar. O exemplo da URSS é claro, a Rússia é um país com muitos recursos, tinham na época vários países com várias fabricas, mas, a economia do país não girou e não vingou dentro de uma economia de mercado. O Brasil tem vários recursos, mas, depende do investimento que vem de fora, também. Portanto, seria uma insanidade total, achar que o Brasil se sustenta sozinho no mundo.

Esse sebastianismo não cabe para o Brasil e nem tivermos monarcas que governassem por eles mesmos. Mesmo o porquê, nós vivemos num governo democrático e temos mais de um representante no congresso nacional. Claro, que o regime democrático que temos, há várias falhas, mas, é o melhor que temos. Podemos acessar as redes sociais. Podemos ir em baladas. Podemos até mesmo, votar em “lulas” ou “bolsonaros”, mas, que escolhemos em quem devemos acreditar, escolhemos as ideologias (por mais maluca que seja), possam reger nossos princípios morais e não seguir um líder que só quer o poder. Sim, não interessa o dinheiro, o poder é mais importante. Então, por que os impérios caíram? Corrupção. Podemos ver que impérios caíram e hegemonias foram destruídas, por causa de ganancia de querer o poder sempre focado em si mesmo. Foi assim com o império romano, foi assim com a igreja apostólica romana, foi assim em qualquer grande poderio. Porque a questão não é tão o dinheiro em si, mas, a sensação de milhares de pessoas estarem sob sua tutela como se você fosse, uma espécie, de deus. O rei Salomão disse isso em Eclesiastes, tudo é vaidade. Afinal, tudo vai voltar a sua origem e nada ficará eterno (nem mesmo, esse mundo), portanto, a vaidade destrói a nossa noção de realidade que ainda temos.

Uma boa pergunta pode ser feita: o que seria a realidade? Será que realmente, tal candidato quer o bem do Brasil? Não estão na realidade, porque se pensa que a realidade é o que se pode ter e não o que se pode ser. Não importa o quanto temos de valor monetário, sem o verdadeiro eu (que Jung chamava de self), pode governar a si mesmo. O problema não é o senhor de escravo – porque ele é mais preso do que o próprio escravo – mas, as narrativas que nos prendem como sinópticos que nos vigiam por todos os lados. Prefiro repetir sempre o que Gautama Buda disse, que quando encontrar um buda na sua frente, mate-o.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

As pessoas com deficiência que apoiam Bolsonaro, cadê seu plano de inclusão?






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Convido você a abrir esse texto primeiro >>> aqui



Amauri Nolasco Sanches Junior

Estava um dia típico de todos os dias que vinha tendo, vendo muita merda no Facebook (todas de opinião do senso comum), sobre política que nem era opiniões tão sofisticadas. Quando vi uma postagem em um grupo de um canal do YouTude (MAMÃOZINHOS), um cara fez uma postagem com a hastag: “#bolsonaro2018”. O problema não é nem o apoio ao candidato e sua postura política – porque tem pessoas que apoiam a candidatura de um presidiário – mas, devemos sempre colocar as coisas numa premissa racional. Se eu apoio alguém, eu tenho que verificar um conjunto de coisas que aquela pessoa vai fazer para beneficiar uma sociedade e parcelas (alguns dizem nichos), principalmente, a parcela que pertencemos. Ora, não sejamos hipócritas, estamos vendo com o Bolsonaro o mesmo que sempre houve com o Lula, o populismo e o fanatismo é o mesmo. Além disso, a política é muito mais do que hastags infinitas ou seres humanos robotizados sem conhecer obras e sem conhecer nada do candidato.

Indaguei na postagem, se ele apoia esse candidato, o que poderia dizer o que vai fazer pelas pessoas com deficiência? Não tive resposta. Por que? Porque não há nenhuma resposta, são pessoas alucinadas a uma solução que ele pensa ser fácil, mas, são soluções muito complexas e não serão feitas num dia só. Soluções fáceis são soluções populistas. A questão acima, como toda solução para inclusão das pessoas com deficiência, não é discutida, porque nunca dará voto. Então, não tem o porquê uma pessoa com deficiência apoiar candidatos que não tem uma agenda de inclusão (nem os ditos de esquerda tem), fiscalização da lei de cotas, acessibilidade nas calçadas, vias públicas e etc. essas resoluções não têm ideologias, tem que ter pessoas que fazem. Aliás, a lei de cotas é uma lei de 25 anos e nunca funcionou, sempre com aquela desculpa de que não existe deficientes qualificados. Isso, tanto nos governos de direita, quanto os governos da esquerda e inúmeras vezes escrevi sobre isso (só procurar no Google e vão achar).

A questão é: por que tenho que sempre achar que uma só pessoa pode resolver tantos problemas? Por que não estamos preocupados com a Câmara dos Deputados, que realmente, tem uma grande importância? Porque se não se ter a maioria no congresso, o presidente não vai ter como governar e nem fazer as mudanças que precisam para melhorar nosso país. Não interessa se o presidente seja da linha da direita, ou da linha da esquerda (que o petismo destruiu graças ao seu egoísmo político), se não tiver a maioria na câmara, não vai conseguir fazer nada. Queiramos ou não, o petismo se não está no governo, eles são contra tudo e todos. Mas, será mesmo que o caminho é ir aos extremos? Será que esquerda e direita, não é um mesmo lado da mesma moeda? A questão polarizada da questão, nos mostra como somos, facilmente, iludidos com uma cultura binaria que alimenta a separação ou o conflito. Não existe várias espiritualidades, existe uma. Não há dois pensamentos políticos, existem uma resolução política. O bem ou o mal, são valores morais, não entidades ou éticas porque tem a ver com a sociedade. Existem ações progressistas e ações conservadoras e nós que almejamos essas ações.

As pessoas com deficiência deveriam apoiar politicas inclusivas (sem populismo), e não ter nenhuma postura de preconceito e idealizações que não vão servir para ajudar nossa inclusão. Pessoas com deficiência deveria olhar certos candidatos e procurar algumas resoluções éticas e nunca, morais, porque resoluções morais tem a ver com subjetividade.  

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Quando Olavo de Carvalho é bloqueado fazem barulho, eu sou bloqueado e ninguém liga




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Leiam >>o que é a URSAL<<

Amauri Nolasco Sanches Junior

Todo mundo que conhece mesmo o Olavo de Carvalho (que conheço desde 2000), sabe que ele sempre foi bloqueado de grupos e nas redes sociais, não é diferente hoje. Só que dessa vez, perto das eleições, ele usou isso para dizer que há uma conspiração contra ele para calar suas teorias norte-americanas. Sim. Essas teorias de Iluminatti, Nova Ordem Mundial e etc, são teorias cristãs dos Estados Unidos e não tem comprovação nem históricas, nem provas que existem. As inquisições americanas foram as mais cruéis que tiveram, queimaram pessoas dizendo que eram bruxos, demônios e coisas do tipo. Olavo de Carvalho só é mais um que faz ressonância nesse tipo de discurso que os fanáticos religiosos – como o Cabo Daciolo – gostam de repetir aquilo que reforçam o que dizem do fim do mundo. Mas, será mesmo que o mundo vai acabar? Será mesmo que o mundo é tão ruim por causa de um querubim que se rebelou? Sempre lembrando, que no começo do cristianismo, Jesus era chamado de Lúcifer (portador da luz), e não tinha essa conotação do mal ou maléfico.

Dentro da filosofia, um problema não é uma coisa que precisa ser resolvido, mas, uma linha de pensamento que deve ser seguido (logicamente), para chegar a uma denominação comum. Ou seja, existe as teses e antíteses, para chegar a uma síntese em comum de um problema examinado. Se há um plano de dominação, quem vai dominar? Quem tem um plano para uma dominação mundial e porque vão dominar? Porque se você comete um ato, você deve explicar o porquê quer fazer esse ato e, principalmente, se esse ato vai envolver milhares de pessoas. E quem é louco de querer dominar um mundo inteiro? Se governar um país já é difícil, imagina um mundo inteiro que existem bilhões de pessoas que não podem nem pensar. A política é um pouco mais complexa do que uma teoria de movimentos, seitas secretas, ou coisas afins (fora 13 famílias, reptilianos disfarçados e outras coisas), que a mal política tem uma razão fora do planeta, até. Eu acho que as pessoas acreditam naquilo que é mais fácil acreditar e não querem pesquisar, não querem estudar ou ter políticas que abrangem todos. Daí, numa mistura de teorias apocalípticas (aliás, apocalipse quer dizer “revelação” e não o “fim”), e teorias envolvendo ficção cientifica (no caso dos reptilianos), que sempre povoaram a internet. Não é novidade nenhuma, pessoas como o Olavo de Carvalho ter como base esse tipo de teoria que não faz parte da filosofia. A filosofia é o amor a sabedoria e esse amor, antes de ser uma paixão (que vem da mesma família linguística de paciente), vem talhado dentro da razão e da lógica linguística e de causa e efeito.

Já foi explicado a origem da URSAL (União das RepubliquetasSocialistas da América Latina), que foi apenas uma ironia de políticos de cunho da esquerda não ter autoridade o bastante, segundo a autora da ironia, para criticar a ALCA. Porém, essa ironia virou uma teoria (olha, rimou), e estamos num debate que começou com uma “palhaçada” de uma socióloga que tirou sarro de políticos caricaturados que tínhamos naquele momento. Na verdade, nunca teve um grande plano comunista depois que caiu a União Soviética, mesmo o porquê, não teria nem apoio político como apoio financeiro. Por outro lado, quem, realmente, estuda política sem nenhuma paixão (isso é importante), sabe que nenhum governo vai unir com outro para dominar um continente. Para entender isso, temos que ler sobre a história dos impérios (que conquistavam as nações anexadas), e também, porque não, a história da Rússia, porque quando falamos de URSS, falamos de um capitulo do czarismo e isso fica claro com o governo de Stalin. A União Soviética não foi uma união voluntaria e contente – a Polônia que o diga, sofreu com o nazismo (socialismo da direita) e sofreu com a União Soviética (socialismo da esquerda) – houve conquistas e sofrimento (até escravidão financeira). Portanto, mesmo que essa URSAL fosse um plano verdadeiro, não seria um plano em conjunto.

Esse é o verdadeiro papel da filosofia, dar razão a discursos que estão a beira da crença, das ilusões de uma verdade. Aliás, quando um filósofo traz para seu escopo um pensamento já arreigado de verdades, desconfie, porque a verdadeira filosofia não está no ataque e sim, ao não ataque em nenhum lado.  Enquanto a esquerda vai para lá, e a direita vem para cá, o povo sempre vai tomar no centro e isso é uma verdade, porque nenhum governo estará preocupado com o povo. No caso no Olavo de Carvalho, não me parece que ele traz uma linha filosófica de indagação, mesmo o porquê, a filosofia não é ser só contra ou indagar tudo, apenas joga teorias sem nexo como verdades. Xinga as pessoas que não concordam com sua linha de pensamento e ainda acha, que há uma grande conspiração comunista em curso. O filósofo iria perguntar o porquê, como se faz essa linha de atos em cadeia, porque, queiramos ou não, sem uma linha lógica de pensamento e causa e efeito, não existe a filosofia. Não existe coerência. Não dá para fritar ovos jogando eles dentro da frigideira, e logo depois, jogar o óleo. Tem que ter uma sequência lógica a seguir (que podemos chamar de algoritmo). Então, estamos vendo o resultado de uma nação sem nenhum estudo, sem nenhum aprendizado histórico, só produz lixo didático para ensinar os jovens.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Se o Bolsonaro é a melhor opção, estamos na lama das verdades de um Cabo




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Amauri Nolasco Sanches Junior

O filósofo Epicteto (55-135 A. C.), dizia que deveríamos distinguir aquilo que poderíamos controlar e aquilo que não poderíamos ter o controle e estava aqui refletindo. Numa discussão com um colega num grupo, disse que um mito é muito mais de uma crença e muito mais do que uma verdade, pois, esse meu colega disse ser uma verdade. Um mito é uma história de um herói – porque temos que ter modelos para seguir graças ao nosso instinto primata – mas, não seria apenas uma mera história, é um conto para explicar uma condição moral. Mesmo com algumas conotações semelhantes, o cristianismo (como instituição), sempre foi contra o comunismo e, por muito tempo, construíram milhares de histórias não verdadeiras. Até onde eu sei – fui criado dentro do cristianismo – não se faz igualdade dentro do capitalismo, mesmo que, na teoria, ele prega a liberdade. Como disse o próprio Epicteto, a felicidade e a liberdade está relacionada com a clara compreensão de um só princípio: algumas coisas estão no nosso controle e outras não estão no nosso controle.

leiam >>> plano da URSAL

Nem sempre podemos controlar aquilo que queremos controlar. São decisões que não estão sob nossa vontade e sim, a vontade do outro. Por isso, os anarquistas (na sua maioria), não acreditam na liberdade da democracia, porque, na essência, não prevalece o bem-estar de todos e sim, o bem-estar de uma maioria que nem sempre tem razão. E por que não tem razão? O filósofo Michel Foucault (1926-1986), dizia que a decisão de uma maioria sempre vai depender do discurso do poder. Aliás, o próprio “grande” filósofo da direita, Olavo de Carvalho, diz que o importante não é o dinheiro – não sei se ele usou isso só para dizer do governo da esquerda – e sim, o poder. E para o poder, há uma construção de um discurso para alienar a maioria de uma liberdade que não existe, porque existe coisas que não controlamos. Isso que Epicteto estava dizendo, não controlamos o que as pessoas pensam ou fazem, e é um desperdício de energia, querer controlar as morais sociais.

Porém, tem uma frase do filósofo, historiador e escritor, Henry David Thoreau (1817-1862), disse em sua obre (o maior texto libertário), Desobediência Civil, que <<O melhor governo é o que governa menos>>. Quer forma melhor de governo? Mas não é só isso, segundo o escritor, ela equivale a uma outra frase que é << O melhor governo é o que absolutamente não governa >>, que quando os homens terão a preparação necessária (na consciência), será o tipo de governo que terão. Para Thoreau: “Na melhor das hipóteses, o governo não é mais do que uma conveniência, embora a maior parte deles seja, normalmente, inconveniente - e, por vezes, todos os governos o são.”. Não é verdade? Qual governo faz realmente pelo povo e tem a consciência do seu papel? Todo governo é uma inconveniência dentro da liberdade humana, que na sua essência, nem existe e começam a ter pensamentos distorcidos. Isso é notório dentro do teorema platônico da caverna (que está no livro A Republica), onde seres humanos, estão acorrentados dentro de uma caverna e toda a realidade que esses seres humanos observam, são sombras de uma realidade não verdadeira. Até, em dado momento, um ser humano se solta e sai dessa caverna e viu um outro mundo, a grosso modo. Quem é esse ser humano que sai dessa caverna? Quem enxerga além dessa realidade?

Quando temos candidatos do porte do debate de quinta-feira (10), nos perguntamos se colaboramos para isso. Mas, o que é pior, quando o mais sensato é um Bolsonaro. Como disse Epicteto, não deveríamos gastar nossa energia naquilo que não podemos mudar, porque devemos ter a sabedoria para saber se podemos ou não. O voto muda? Talvez. Mas uma real mudança é ter a consciência plena da pessoa que você está escolhendo, a verdade que está por traz. Daí chegamos ao candidato “ridicularizado”, Cabo Daciolo do Patriotas, que disse aquilo para Ciro Gomes (PDT), que teria um plano para a União das Republicas Socialistas da América Latina (URSAL). Ele é verdadeiro. É a essência do senso comum acreditar que existe um mal (pelo menos aqui no ocidente), porque o bem deve prevalecer e o bem sempre é aquilo que guarda o poder. O poder sempre emana nos valores, religiosos (institucionais), ideológicos, ou até mesmo, separar esses pensamentos. Separar etnias. Separar ideologias e espiritualidade.

Não existe o bem ou o mal, o que existe são escolhas que fazemos e as consequências dessas escolhas. O comunismo não é mal, não houve comunismo. O que houve foram ditaduras socialistas, que nada visavam a igualdade e o sonho comunista (ditadura do proletariado), acabou em ruínas. Não existira nenhum plano para unir a América Latina em uma nação socialista, apenas uma ironia de uma socióloga que nem disse “republica” e sim, “republiqueta”. O Cabo é o evangélico nato, que acredita em teorias da conspiração (vide a teoria das imagens subliminares), que prega sua fé. Nada de errado, mas, um povo carente de acreditar em algo, acaba acreditando em quaisquer asneiras.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Nós deficientes precisamos de qualificação e o pessoal falando asneira nos jornais





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leiam primeiro (aqui)


Amauri Nolasco Sanches Junior

Num desabafo, uma amiga disse que há pessoas com deficiência que não a favor da lei de cotas – que obrigam as empresas a contratarem 5% de pessoas com deficiência entre seus funcionários – porque acham que há uma diferenciação de um trabalhador com deficiência e sem a deficiência. Claro, se fomos bem racionais, nós estamos fazendo com que as empresas nos olhem como pessoas incapazes de assegurar e competir num mercado de trabalho, extremamente, competitivo. Só que, tem um outro lado (sempre existe um outro lado), as empresas ainda trabalham com conceitos arcaicos que não cabem mais nos dias atuais, como não se adequarem as pessoas com deficiência, acharem que por serem deficientes, são um “problema”. Porém, existe uma outra coisa, quando você não tem diploma universitário, as empresas ligam mais para você, elas contratam mais, elas se interessam mais. Mas lá, no órgão governamental (onde deveria ter uma fiscalização rígida), as mesmas empresas alegam não haver qualificação dentro da área. Não é uma contradição? Será mesmo que eles querem pessoas com deficiência qualificados ou não querem para pagar menos ao que pagam para pessoas sem nenhuma deficiência?

leiam também: a liberdade de Lula

Respondi a essa amiga que quem é contra, na sua maioria, trabalha numa empresa de um conhecido ou da própria família. Então, para essas pessoas, é algo extremamente fácil porque existe alguém que sempre vai arranjar trabalho para ele e ele não vai ficar sem emprego. O que falta nesse caso, é a empatia de ver que existe outras pessoas com deficiência que tem deficiências severas, que as empresas – dentro de uma lógica arcaica – enxergam com um problema e não como uma pessoa em potencial. Mas, é um segmento (pessoas com deficiência) muito estranho, ao mesmo tempo que escrevem verdades, não querem se comprometer com nada. Eu sou uma pessoa verdadeira, se falo é para valer, se é para só fazer um “desabafo”, prefiro não escrever. Enfim. A questão fica em torno de qualificação num país – oitava economista mundial – que não investe em nada, o ensino escolar e quando tem que cortar, cortam a verba da educação e da pesquisa cientifica. Como fica? Como se vai exigir em qualificação das pessoas com deficiência se não tem nem educação de verdade?

Isso está acima de ideologias políticas. Porque a deficiências estão além das crises, e com as crises, são convites para mudanças. Mas, as pessoas são muito resistentes a mudança e as mudanças, são retardadas por causa disso. Eu te garanto que em toda a história da humanidade, a questão da mudança tem tanta importância, que se não acontecesse, ainda estávamos morando nas cavernas. Acontece, que as pessoas se acostumam daquilo que é mais cômodo. A deficiência, voltando ao assunto, não vai ser revertido e não vamos desaparecer por conta que a sociedade nos trata como um problema secundário. Mesmo o porquê, a previdência que foi criada como um modelo ideal, está ruindo por conta de anos de corrupção. Não vai adiantar todo mundo – dentro do Brasil – querer ter um benefício e esse benefício trará dor de cabeça, não dará o poder aquisitivo nem para comprar uma cadeira de rodas. E uma questão fica no ar: se nós estudamos, nos especializamos, pagamos livros, pagamos cursos, por que temos que ganhar menos que uma pessoa que o pai pagou todo o curso? Não adianta fazer média, a maioria das pessoas que estão nas áreas mais bem pagas do mercado (como publicidade e TI), o pai ou o governo pagou todo o curso, o retorno para as pessoas com deficiência, é zero.


Umas das coisas que temos que parar de argumentar é que queremos uma chance, não queremos só uma chance, foi todo um investimento dentro da nossa capacitação. Dentro da escrita, por exemplo, investi pesado para aprender a nova ortografia, investi em livros para fazer textos melhores, investi numa internet melhor (sim, eu pago internet), então não dá para ter esse papinho de bobo e achar que estamos, eternamente, ajudando a humanidade. Claro, que podemos colaborar com a humanidade. Mas, não vamos ser hipócritas, queremos um salário e uma oportunidade boa. Todo mundo quer, por que nós seriamos diferentes? Por que não podemos ser bem-sucedidos profissionalmente? Percebemos, também, que há uma cobrança muito grande por causa da deficiência. Nomes como Stephen Hawking – morto sesse ano – nos remetem a essa cobrança de sermos exemplos e não reclamarmos.



Mas, se nós temos que ser qualificados, por que será que vejo vários erros em matérias de jornais? Por que temos que ter qualificação, se vejo várias pessoas que nem sabem escrever? Não esquecemos – que já disse nesse texto – que não há uma educação de verdade, ao ponto, de pessoas nem saberem escrever a própria língua. Ora, se há jornalistas que erram na escrita, se existem pessoas que escrevem errado nas redes sociais, então, não há razão de existência. E outra coisa, estão pedindo laudo médico junto com o currículo, que é errado. Por que temos que provar nossa deficiência? Por que temos que ser aquilo que não somos, para agradar setores que não exigem qualificação?

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

As coisas velhas de brasileiros que não gosta de Nutella



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Há um fenômeno interessante dentro do Brasil, quando se fala em ter um pensamento genuíno. Sentimos isso quando o cara, mais ou menos da minha geração, tem saudade do Aquaplay e não gosta de um X-box, ou fica invocando piadas dos Trapalhões para justificar piadas sem graça, brincadeiras sem nexo, ou desculpa para o seu preconceito. O Aquaplay foi bom lá atrás quando brincávamos com ele? Sim. Mas as coisas evoluem e nada vai fazer voltar naqueles tempos, que ao meu ver, era mais difícil com a hiperinflação, com a pobreza mais elevada, com o poder aquisitivo bem menor e o salário extremamente, baixo.  Não estou dizendo que hoje é o paraíso. Estou dizendo que a humanidade evolui, se podíamos falar algumas coisas antigamente, hoje não se pode mais. Simples assim. Esse fenômeno está no Brasil a muito tempo e vai demorar para o povo entender que as coisas evoluem.

Mas vamos ter que explicar uma coisa. Nos últimos cinquenta anos, a grade escolar não mudou nada e as matérias continuam as mesmas. Você não tem como ensinar uma geração fã de K-pop – nas periferias, funk pancadão – mexe no celular, tem o Google, tem milhares de coisas que nos trazem conhecimento. E se no básico não se consegue prender os jovens e as crianças de hoje, imaginem ensinar filosofia para jovens que vieram de uma cultura que o conhecimento é pecado (do orgulho), que quem tem muito conhecimento é “nerd” e são pessoas esquisitas e que o legais, eram as pessoas que eram bobonas, que tomam porres intermináveis e que não tinham nada na cabeça. Não há jeito. Porque, se fomos bastante criteriosos dentro das músicas como o funk, abrem brechas para a falta de conhecimento e inteligência. Mas, a verdade é, que aqui no Brasil, não temos uma tradição filosófica e que toda a discussão filosófica fica a cargo de acadêmicos que ficam com a sua linguagem difícil (técnica), e que, naturalmente, ninguém entende ou ninguém se interessa. Para provar isso, temos o “filósofo” Olavo de Carvalho, que tem uma linguagem fácil e teorias conspiratórias que, por falta de estudo e mais fácil de aceitar, e no mais, o ser humano adora uma teoria dessa.

leiam também: Lula Candidato 

Não há 13 famílias que comandam o mundo.  A Pepsi Cola não coloca fetos humanos nas suas bebidas. Não somos comandados por reptilianos e eles, não vão dominar nosso mundo (até agora, não se sabe como seria a vida fora da Terra). A questão ultrapassa essas fantasias de ficção cientifica – não muito, mas, isso é uma questão para um outro texto – e passa para a teoria da responsabilidade que foi esquecida nesse tempo que as coisas sempre são culpa dos outros. Aí aparecem textos como “filósofos Nutellas”, “intelectuais Nutellas” e por aí vai. Não estou escrevendo uma resposta a um artigo da Revista Bula (aqui), mas, analisarei alguns pontos importantes que podem ser esquecidos ou não dentro da ótica verdadeiramente, filosófica. Mas, dentro da filosofia não devemos tratar problema como apenas, uma singela analise sem propósito nenhum.

leiam também: Nudes do Felipe Neto 

Primeiro, tudo virou Nutella por acharem que a marca de creme de avelã é uma marca recente, mas, recente é a chegada no Brasil (como tudo). A dona da marca é a Ferrero que é italiana, assim, Nutella é creme de avelã com cacau e leite. Na verdade, a Nutella foi desenvolvida em 1963 a partir de um outro produto, da própria Ferrero, de 1944. Atualmente, a Nutella é vendida em mais de 75 países e no Brasil, é vendido desde 2005. Então, esse papo que tudo que é fraco e que não tem sustentabilidade, é Nutella, é muito furado. Porque, tanto a marca Ferrero como o próprio Nutella, são marcas tradicionais lá fora.

Mas está é a dúvida: o que é tradicional ou não? A filosofia em si – dês da sua essência – nunca foi tradicionalista e muito pouco, achar que a filosofia não está certa ou errada. O único e mais mordaz da filosofia acadêmica do nosso país, é ter perpetuado que a filosofia tinha uma cartilha e não tem. Talvez, por herdarmos uma filosofia iluminista, que fez pensarmos, que o filósofo deveria ser ateu, por exemplo. Ou que um filósofo tivesse aptidão de resolver a questão da liberdade, ou nunca, absolutamente, nunca, pudesse refutar as ideias de Marx ou de outro filósofo clássico (dentro da academia). A academia brasileira se fechou como se fosse um “clube” fechado para pessoas exclusivas e não para qualquer ser humano. Isso. Como se eles fossem deuses olimpianos que estão no monte Olimpo olhando para nós e vendo como podemos se matar por causa de merda. Então, tudo gira em livros acadêmicos, estudos acadêmicos, coisas acadêmicas. Mas, não temos academia nenhuma, temos um “grêmio” acadêmico.

Acontece que ser filósofo não é ser um engenheiro civil, por exemplo, que tem que saber certos cálculos ou ter certas habilidades para manter certas construções de pé. O filósofo tem que entender de sociedade e a sociedade é uma grande parte da humanidade – se não for toda na hierarquia social – quando, os colocamos, acima de uma “montanha” conceitual. Sim. Tem alguns filósofos – como o Zaratustra de Nietzsche – desce da montanha para olhar a sociedade de perto. Daí eu lembro da lanterna de Diógenes, O Cínico (O Cão). Dizem que Diógenes de Sinope (Sinop hoje é a Turquia), saia pela cidade procurando um homem honesto e que dizia a verdade, que pelo jeito, não foi possível. Mas, pode ser uma história simbólica que pode ser interpretada como o sábio que segura a luz da sabedoria para encontrar outros sábios para fazerem coro para a sabedoria. Outra interpretação, é que essa lanterna é o caminho que mostra a luz da saída de um esconderijo chamado ignorância. Ou seja, a procura de Sócrates continua bem e firme quando começamos a ver a história de Diógenes, do homem que quer encontrar a sabedoria, que ama a sabedoria, mas, começa a querer procurar alguém mais sábio.

Esse é o problema, um filósofo busca a sabedoria através da verdade. Não importa aonde ela esteja, pois, todo pensamento ou ideia, é apenas um ponto de vista de uma realidade. Mas, o que é a realidade? Será que é a minha realidade escrevendo esse texto ou a minha realidade é bem mais ampla? Aí chegamos no filósofo Nutella. Porque, ao meu ver, o filósofo Nutella é o filósofo clássico que já é notoriedade dentro de uma tradição fora do nosso país. Porque, aqui a Nutella é uma inovação, e na tradição brasileira, doce é chocolate. Doce é biscoito de polvilho. Bolacha recheada. Porque a realidade brasileira, não foi realizada por uma tradição de Nutella e a realidade, aqui, que algo ser Nutella é ser falso, ser fraco, não ser verdadeiro. Mas, o que é ser verdadeiro ou falso? O que é ser um filósofo verdadeiro ou falso? Quando começamos a colocar verdades dentro da filosofia e construir filósofos verdadeiros, começamos a formar dogmas e não filosofias.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Para defender Bolsonaro, a direita discriminou a Wikipédia – mimi a vista








Amauri Nolasco Sanches Junior

A um tempo atrás, quando eu fazia o curso de técnico de informática, perguntaram para o meu professor se ele achava a Wikipédia confiável. Afinal, se começou a modinha de ficar desqualificando a enciclopédia coletiva, por causa de fontes duvidosas (coisas da seita Academia que nada tem a ver com Platão). Ele disse que o pessoal reclama demais e por ser aberta, se você acha a fonte duvidosa e que o site não traz segurança da fonte daquilo, pega e corrige. Além de fazer você estudar pesquisando – coisa que dói no povo – ainda, você fara um bem ao ser humano trazendo uma informação verdadeira. Ele não gosta de redes sociais. Ele não gosta de conversas fúteis e sempre trazia um conhecimento além daquilo proposto de um curso, que poderia ser uma bosta por ser público, mostrando vários ângulos de um mesmo assunto. Mas, essa questão é interessante, porque além dele ensinar que não existe crítica sem um aprofundamento daquilo que você crítica – se você crítica a Wikipédia tem que conhecer a Wikipédia – tem a parte ética; pois, se você vê algo de errado, você vai lá e arruma. Sempre faço isso nas traduções erradas, se você acha que a tradução de uma música está errada, corrige. Assim, você estuda e ajuda outras pessoas a terem esse conhecimento.


Eu assisti o programa do Roda Viva e quase chorei. Bancada que passou tantos jornalistas de renome, agora, passam jornalistas que não sabem formular uma pergunta. O problema não é o Bolsonaro na essência, e sim, a oposição. Num país que temos uma escola ruim (com a GRADE errada e não só salário de professor), num país que não investe pesado num ensino de verdade, esse tipo de coisa não me surpreende. Nem venham dizer que é culpa do Paulo Freire, que nem 1% do que ele escreveu em seus livros, foi colocado na escola. Essa crítica, tanto do Paulo Freire, quanto do Wikipédia é uma forma de seguir um líder que faz de você um dependente das ideias alheias. Ninguém leu a Pedagogia do Oprimido, ninguém leu a matéria do Bolsonaro no Wikipédia. São apenas, ressonâncias das críticas do Olavo de Carvalho. Mas, o mais desastroso, que o próprio Olavo confessou, que nunca existiu o comunismo.


Bolsonaro é o retrato de um povo que não teve uma boa educação e emergiu das periferias. As “pichações” do Twitter são reflexos de um povo que não quer ler, não quer estudar a questão, porque não gosta de se sentir responsável pelo problema. Querem alguém que carreguem elas no colo, querem alguém que tragam algo que só é responsabilidade de cada um. Como a Wikipédia, porque se um artigo está errado, de alguma maneira, a culpa é nossa. Eu também poderia arrumar. Nós, juntos, poderíamos arrumar juntos e fazer uma enciclopédia dessente. Mas, o povo não quer fazer nada dessente, quer criticar, quer fazer de uma coisa um inimigo imaginário para botarem a culpa. O Bolsonaro tem sim, um discurso populista, como um dia, o Lula teve seu discurso populista (a Dilma nem discurso tinha).

Não vi diferença nenhuma da direita defendendo o Bolsonaro, e a esquerda defendendo a Manuela D´Ávilla, o mesmo mimi se abateu nas redes sociais. Não é possível que o povo não enxerga argumentos melhores, desenvolvimento de coisas mais consistentes sem se apegar em uma Wikipédia. Sempre defendendo políticos, sempre degradando as redes sociais. Cadê uma análise inteligente? Cadê pessoas que possam refletor sobre uma educação de verdade sem moralismo, sem coisas que não cabem mais no século 21? Não estamos mais numa guerra fria. Não estamos mais na ditadura militar. Não estamos mais nos anos 80. Estamos num outro mundo, acabou o velho mundo. Aceita que dói menos!