sábado, 2 de abril de 2022

Os cientistas políticos das mídias sociais

 




A primeira pergunta que a filosofia tentou e ainda tenta, responder, foi: o que é a realidade? Porque, é muito estranho animais não tenham nenhuma noção do mundo que vivemos e nós, temos essa noção. As primeiras tentativas de interagir com a realidade foi através de pinturas nas cavernas – muito pesquisadores, teorizam ser primeiras tentativas de religiosidade e outros, claro, contestam – e assim, mostrar que aquela visão ou aquelas lembranças, ficariam marcadas naquelas paredes para sempre (ou até nosso planeta durar). Depois se criou mitos e deuses que eram os fenômenos da natureza, mas, não satisfeito, o ser humano sempre buscou conhecer essa realidade e saber se ela teria uma finalidade. No ocidente se viu e se imaginou que teria uma explicação racional, no oriente, não há separação entre essa realidade e nós. Que, particularmente, eu concordo. A realidade pode ser feita dentro daquilo que decidimos fazer, nossas ações sempre vão ter as consequências delas e isso é tudo na natureza.

Hoje, com nosso mundo virtual, as pessoas se tornaram especialistas daquilo que eles não leram. E entramos na política como meio de realidade de uma vida, essencialmente, mais prática e menos teórica. Ou a arte da demagogia? Filósofos gregos já diziam isso, pois, depois da morte de Sócrates por indução ao suicídio (fizeram tomar uma taça de cicuta) muitos deles desacreditaram da política. Mas, há vários problemas ai. Primeiro, a pergunta teria que ser: se a política administrativa – não a socialização humana de construir sociedades – não é uma coisa natural, por que ela foi inventada? Porque, muito antigamente quando o ser humano era nômade, não tinha reis e nem governantes para reger as várias sociedades, e não se sabe o porquê – existem várias hipóteses – isso aconteceu. Muitos começaram a analisar reinados e governo, mas, não se tem uma análise de um possível começo. Mesmo o porquê, é muito estranho seres humanos preferirem perda de liberdade a não ser, a liberdade de um ser humano mais consciente dos seus atos.

Segundo, nosso povo não teve uma educação histórica muito bem-feita. Uma: sendo um país que gosta de praticar e não estudar – a maioria brasileira detesta ler – não se tem paciência de analisar programas políticos e procurar as coisas na internet. Duas: não há alma viva que tenha lido todos os autores que tanto criticam (incluindo, Paulo Freire), porque detestam estudar e por detestarem estudar ficam dizendo que é melhor ler a bíblia do que ir para uma universidade. Só que, ouvi o evangelho de um pastor ou padre, é muito diferente do que ler diretamente ele. Vivemos na era da ignorância com uma ferramenta de conhecimento gigantesca e ainda, as pessoas querem ficar nas catacumbas da ignorância. E nem acho, como muitos intelectualóides, que é um problema da religião e sim, da tomada de consciência do próprio povo. Afinal, acredito muito nos dizeres, que quem faz a escola é o aluno, pois, ele teria que ser o maior interessado.

As pessoas não sabem nem porque peidam, porque estão com diarreia, porque não dormem, porque não comem. Atenção consigo mesmo acabou, porque vivemos numa sociedade doente de ritmo louco, de inconsciência daquilo que querem, daquilo que são. Uma amiga escreveu uma verdade, o povo não sabe votar e passa 4 anos reclamando e discutindo com as pessoas por causa de política e não viu ainda, um presidente descente. Ela não tem razão? Não se sabe nem quem votou nas outras eleições, vai querer discutir nas mídias sociais o que? Na verdade, aqui em sua maioria, se vota em seu próprio interesse, como se o presidente fosse governar só para ele. Isso são atos políticos?

Mas, o porquê isso acontece? as pessoas acham que a realidade tem a ver com aquilo que nossos sentidos captam e assim, desenvolvemos a tese da subjetividade. Por outro lado, a meu ver, as pessoas gostam do que muitos gostam e alguns tem pensamentos a frente do seu tempo, que se coloca em xeque essa tese. Se não há uma realidade, então, um bule teria que ser um objeto para cada um, sendo que, o objeto bule, tem um padrão. Embora, se fomos mais além, a maneira de ver um objeto dentro de uma linha do tempo diferente, pode ser de um outro jeito. Isso me faz pensar que num modo histórico – como Marx teorizou – a subjetividade sempre existiu e vais existir, mas, em uma forma de enxergar cada objeto, essa visão muda.

Como disse em outros textos, o grande problema – ou os grandes problemas – sempre recaíram, ou na liberdade, ou na felicidade. O problema – mais um – é que a felicidade pressupõe liberdade, e nem sempre, somos felizes ou livres. Aliás, nesses últimos tempo, tenho desconfiado que o ser humano goste da liberdade ao ponto de apoiar governos autoritários e corruptos. Qual a logica disso?  Me parece que a dinâmica humana é sempre seguir um outro e não pensar por si mesmo.

 

Amauri Nolasco Sanches Júnior 

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