A primeira pergunta que a filosofia tentou e ainda tenta, responder, foi: o que é a realidade? Porque, é muito estranho animais não tenham nenhuma noção do mundo que vivemos e nós, temos essa noção. As primeiras tentativas de interagir com a realidade foi através de pinturas nas cavernas – muito pesquisadores, teorizam ser primeiras tentativas de religiosidade e outros, claro, contestam – e assim, mostrar que aquela visão ou aquelas lembranças, ficariam marcadas naquelas paredes para sempre (ou até nosso planeta durar). Depois se criou mitos e deuses que eram os fenômenos da natureza, mas, não satisfeito, o ser humano sempre buscou conhecer essa realidade e saber se ela teria uma finalidade. No ocidente se viu e se imaginou que teria uma explicação racional, no oriente, não há separação entre essa realidade e nós. Que, particularmente, eu concordo. A realidade pode ser feita dentro daquilo que decidimos fazer, nossas ações sempre vão ter as consequências delas e isso é tudo na natureza.
Hoje, com nosso mundo virtual, as pessoas se tornaram especialistas
daquilo que eles não leram. E entramos na política como meio de realidade de
uma vida, essencialmente, mais prática e menos teórica. Ou a arte da demagogia?
Filósofos gregos já diziam isso, pois, depois da morte de Sócrates por indução ao
suicídio (fizeram tomar uma taça de cicuta) muitos deles desacreditaram da política.
Mas, há vários problemas ai. Primeiro, a pergunta teria que ser: se a política
administrativa – não a socialização humana de construir sociedades – não é uma
coisa natural, por que ela foi inventada? Porque, muito antigamente quando o
ser humano era nômade, não tinha reis e nem governantes para reger as várias
sociedades, e não se sabe o porquê – existem várias hipóteses – isso aconteceu.
Muitos começaram a analisar reinados e governo, mas, não se tem uma análise de
um possível começo. Mesmo o porquê, é muito estranho seres humanos preferirem
perda de liberdade a não ser, a liberdade de um ser humano mais consciente dos
seus atos.
Segundo, nosso povo não teve uma educação histórica muito bem-feita.
Uma: sendo um país que gosta de praticar e não estudar – a maioria brasileira
detesta ler – não se tem paciência de analisar programas políticos e procurar
as coisas na internet. Duas: não há alma viva que tenha lido todos os autores
que tanto criticam (incluindo, Paulo Freire), porque detestam estudar e por
detestarem estudar ficam dizendo que é melhor ler a bíblia do que ir para uma
universidade. Só que, ouvi o evangelho de um pastor ou padre, é muito diferente
do que ler diretamente ele. Vivemos na era da ignorância com uma ferramenta de
conhecimento gigantesca e ainda, as pessoas querem ficar nas catacumbas da ignorância.
E nem acho, como muitos intelectualóides, que é um problema da religião e sim,
da tomada de consciência do próprio povo. Afinal, acredito muito nos dizeres,
que quem faz a escola é o aluno, pois, ele teria que ser o maior interessado.
As pessoas não sabem nem porque peidam, porque estão com
diarreia, porque não dormem, porque não comem. Atenção consigo mesmo acabou,
porque vivemos numa sociedade doente de ritmo louco, de inconsciência daquilo
que querem, daquilo que são. Uma amiga escreveu uma verdade, o povo não sabe
votar e passa 4 anos reclamando e discutindo com as pessoas por causa de política
e não viu ainda, um presidente descente. Ela não tem razão? Não se sabe nem quem
votou nas outras eleições, vai querer discutir nas mídias sociais o que? Na verdade,
aqui em sua maioria, se vota em seu próprio interesse, como se o presidente
fosse governar só para ele. Isso são atos políticos?
Mas, o porquê isso acontece? as pessoas acham que a
realidade tem a ver com aquilo que nossos sentidos captam e assim,
desenvolvemos a tese da subjetividade. Por outro lado, a meu ver, as pessoas
gostam do que muitos gostam e alguns tem pensamentos a frente do seu tempo, que
se coloca em xeque essa tese. Se não há uma realidade, então, um bule teria que
ser um objeto para cada um, sendo que, o objeto bule, tem um padrão. Embora, se
fomos mais além, a maneira de ver um objeto dentro de uma linha do tempo
diferente, pode ser de um outro jeito. Isso me faz pensar que num modo histórico
– como Marx teorizou – a subjetividade sempre existiu e vais existir, mas, em
uma forma de enxergar cada objeto, essa visão muda.
Como disse em outros textos, o grande problema – ou os
grandes problemas – sempre recaíram, ou na liberdade, ou na felicidade. O problema
– mais um – é que a felicidade pressupõe liberdade, e nem sempre, somos felizes
ou livres. Aliás, nesses últimos tempo, tenho desconfiado que o ser humano
goste da liberdade ao ponto de apoiar governos autoritários e corruptos. Qual a
logica disso? Me parece que a dinâmica humana
é sempre seguir um outro e não pensar por si mesmo.
Amauri Nolasco Sanches Júnior
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