sexta-feira, 1 de março de 2019

Evolução dói e a crítica política vagabunda






Amauri Nolasco Sanches Junior

Evoluir sempre é um exercício de conhecimento. Acontece, que as pessoas não gostam do conhecimento e querem tudo de forma muito rápida. As pessoas não estão lendo nem mesmo, um simples post de Twitter que tem poucos caracteres. A questão é: como as pessoas querem discutir alguma coisa, se até printar o nome da matéria, printam? Isso é trazer para a discussão o conhecimento da causa? Claro que não. Em muitos textos, venho informando que você não tem como discutir política, sem ler sobre política. Você não pode discutir contra ou a favor de Karl Marx, de Maringhela, de Che Guevara e etc, se você não leu nada sobre eles nem na Wikipédia. Fica uma crítica de boteco de esquina. Uma verdadeira crítica é feita com o conhecimento de causa, um conhecimento que, muitas vezes, a maioria não tem. Não sabem o que é fascista e não sabe o que é comunista. Não sabe o que é política, não sabe o básico da religião que segue, não sabe da história do Brasil, não sabe nem mesmo, sobre os feriados que aproveitam. E ainda, rejeitam o conhecimento porque querem continuar com essa crítica vagabunda que ninguém quer saber.

Para mim, existem duas críticas: a crítica analítica que é baseada no conhecimento daquilo que as discussões propõem, e existe a crítica vagabunda, que Platão chamava de “doxa” que é, mais ou menos, uma crítica do senso comum. Ou seja, uma crítica do achismo, uma crítica ao encontro do nada. Se as pessoas me chamam de “esquerdista” ou “direitista” e até mesmo, “isentão” estou pouco ligando. Não tenho idade para ter “gangs” como era comum nos filmes dos anos 80. Aliás, os anos 80 eram muito clichês e meio trash na cultura. Mas, nem tenho idade para ter turminha e ficar batendo em quem não concorda comigo, isso, para mim, é muito bizarro. Além de ser muito brega. Coisa de gente que fica ouvindo música do Roberto Carlos ou Amado Batista e fica falando mal do vizinho, para se firmar como superior, mas, são ressentidos. Os ressentidos nunca vão evoluir, porque sempre vão enxerga as sombras da realidade. Mas, quais são as sombras da realidade?

As sombras da realidade são os conceitos e preconceitos, que as pessoas pensam ser reais e não quer ir e nem ouvir, quem realmente sabe do assunto. As sombras – que tanto na filosofia budista, como na filosofia socrática-platônica personifica a condição de ignorância – são realidades condicionadas em forma de ideologias e conceitos religiosos, que distorcem aquilo que realmente é. Nem todo comunista é corrupto e desonesto, nem todo mundo que é da esquerda é comunista, nem todas as pessoas que apoiam a direita são fascistas e nem todo mundo que não quer tomar um lado e vê a política com mais ceticismo – como deve ser –são isentões. A realidade simplista sempre é uma realidade virtual de uma potencialidade de existência e uma potencialidade não é real. São um potencial de existência. Mas, a existência vai muito além daquilo que vimos e sentimos. O verdadeiro conhecimento é o conhecimento de si mesmo e amplia a realidade, porque você começa a sentir seus limites e o que você tem de mais concreto.

A crítica vagabunda, vai ao encontro de onde você abraça. Ou você quer que todo mundo aceita tudo que o Bolsonaro e seu governo faz, ou você quer que um ex-presidente que foi provado que recebeu dinheiro ilícito, como o Lula, seja livre. Por exemplo, eu não iria autorizar um filho meu ser gravado cantando o hino nacional, assim como, não iria querer um filho meu ser militante de um grupo de esquerda que destrói carros públicos e ficam acampados dando bom dia a um presidiário. O ceticismo dentro da política tem que ser obrigatório, a leitura sobre política, também, a leitura de matérias sobre o assunto. Mesmo o porquê, agora a moda é printar a matéria falando daquilo que, suspostamente, você não concorda. Mas, será mesmo que a pessoa não concorda porque entendeu e não concorda ou foi atrás da massa? Será que as pessoas estão cada vez mais, automáticas e não raciocinam como se deve? Muitos candidatos que votei e não concordo com algumas das resoluções que eles fizeram, porque eles não são deuses e nem devem ser tratados como deuses.




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