segunda-feira, 4 de março de 2019

Mais uma crítica vagabunda: 3 homens tiram ‘barato’ de uma cadeirante



Resultado de imagem para cadeirante beijando no carnaval
no video abaixo 



Amauri Nolasco Sanches Junior

Um amigo fez um post no Facebook que dizia de comentários de um vídeo sobre uma cadeirante beijar um cara no carnaval. Depois de escrever uma matéria, eu resolvi pesquisar e descobrir o vídeo que tanto algumas pessoas vêm comentando. Três caras apostando o beijo de uma moça cadeirante, e dizendo que o cara que beijou essa cadeirante, é um herói, que deveria pegar carona na cadeira de rodas motorizadas, que chamam de cadeira elétrica. Primeiro, há um grande erro de chamar pessoas com deficiência por pessoas com necessidades especiais ou portadoras de deficiência – que até mesmo, o comentarista Caio Copolla erra – porque sempre vi isso dentro da imprensa escrita ou falada, que deveriam dar uma pesquisada no Google. Segundo, não é cadeira elétrica, cadeira elétrica é um instrumento norte-americano de pena de morte (morte por choque elétrico com milhões de volts), mas, cadeira motorizada. A questão é fácil de entender até mesmo, das mentes que estão encravadas com a crítica vagabunda, cadeiras com motor são motorizadas e só tem baterias elétricas, para fazerem funcionar os motores.

A questão do vídeo é muito mais do que termos no que somos chamados ou as explicações como chamar as cadeiras motorizadas, tem a ver com o momento que estamos vivendo. A moda agora é ter ideias fáceis e rápidas, se perdeu o respeito, se perdeu a empatia e se perdeu a capacidade de pensar. Como você fica dando pontos para mulher feia, bonita ou sei lá o que? essa tabelinha entra sua irmã ou sua mãe? Mas a questão da moça cadeirante foi muito além, pois, os 3 homens que acham que estão julgando uma conduta, estão violando o princípio de privacidade. Só porque uma pessoa está numa cadeira de rodas, ela não pode ter sua individualidade em querer beijar ou transar com uma pessoa. Por que não? Porque raios, só porque estão numa cadeira de rodas ou com uma deficiência, temos que dar satisfação do que pode e não pode?

Eu não falo sem experiência própria, eu falo porque eu e minha noiva vivemos isso, sabemos como é chato você ficar vendo o celular e as pessoas olhando o que você está olhando, ou que você não pode beijar ou ficar abraçado e não venham com essa de “onda conservadora”. Sabemos muito bem qual o conservadorismo rege nosso povo e sabemos muito bem o porquê essa “curiosidade”. Xeretice mudou de nome. Falta de educação agora virou conservadorismo. Você acha que um povo, que mesmo casado, fica em puteiro, fica arranjando amante, fica criando desculpa para ficar na putaria, é um povo conservador? Um povo que fica viajando, fica gastando dinheiro à toa, fica amarrotando estabelecimentos com tumulto e filas, é um povo conservador? É mal-educado mesmo. Param na vaga destinadas as pessoas com deficiência e olham com maior cara feia para você, porque você não deixou ele parar ali.

Aonde vamos parar?




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