Amauri Nolasco
Sanches Junior
Para
começar o texto, eu tenho que explicar uma coisa bastante
importante. Eu não votei no Bolsonaro e não apoio muitos decretos
que ele assina, mas, não sou aquela oposição que usa a máxima de
Maquiavel que dizia que os fins justificam os meios. Não justifica.
Temos que dizer a verdade para a população – a grande maioria que
ainda está presa na Matrix – o que realmente acontece sem querer
ser a “bonitinha”. Outro esclarecimento importante tenho que dar,
sou bastante fã da Mariana Torquato do canal “VAI UMA MÃOZINHA,
AI?” e acompanho dês do começo, só estou escrevendo esse texto,
para fazer alguns esclarecimentos.
Para
começar – como fiz uma matéria interessante sobre esse decreto,
vou deixar linkado aqui – eu li várias fontes do assunto e não
fiquei na bolha ideológica. Aliás, um anarquista raiz, aquele de
verdade e que tem o compromisso da verdade, vai ler os dois lados e
vai dizer a verdade e portanto, os anarquistas que defendem o
terrorismo (de esquerda e de direita ou religioso), que só vai ler
um lado da história, para mim é modinha. Sempre temos que sair da
caixinha para ver um todo ou como disse o filósofo Nietzsche, olhar
do alto de uma montanha. Assim então, eu não tenho ídolos, sejam da
direita ou da esquerda ou de qualquer natureza.
Como
disse no primeiro texto que escrevi sobre o CONADE – aqui – a
situação não é de extinguir o conselho e sim, eles provarem que
são importantes e foram criados com o decreto de algum presidente
(que no caso, Fernando Henrique Cardoso do PSDB). Mas o que seria o
CONADE (Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência)?
O CONADE – pelo menos na teoria – é um conselho civil, que tem o
papel de fiscalizar os direitos das pessoas com deficiência. Porém,
desde quando foi criado, ele fez pouca ou quase nenhuma fiscalização
nem por causa da acessibilidade (vários casos foram cuidados e
denunciados por deputados e civis que tiveram que recorrer a mídia).
Por exemplo, em 2015 – tenho informações seguras – a
fiscalização da Lei de Cotas foi suspenso e então, as denuncias
ficaram a cargo da sociedade civil. Cadê o CONADE que não viu isso?
Cadê o CONADE que não viu que os aeroportos, que as cidades, que
tudo no Brasil não é acessivel? Ou que as cadeiras e aparelhos
ortopédicos não estão sendo entregues?
Como
a Mari e, provavelmente, a maioria das pessoas com deficiência nunca
participou de um conselho ou de algum movimento, vou explicar bem fácil. Até onde eu sei – porque participei do começo do Conselho
Municipal da Mobilidade Reduzida e das Pessoas com Deficiência de
São Paulo e da Fraternidade Cristã das Pessoas com Deficiência –
somente os conselhos municipais são conselhos de pessoas civis,
tanto da esfera Estadual, como na esfera Federal, são conselhos de
entidades e ONGs. Ou seja, quando dizemos que há fiscalização no nível estadual e federal, estamos falando de entidades e ONGs nos
representando dentro desses conselhos. Pelo que me lembro, não estou
por dentro agora da situação, a FCD como movimento popular,
raramente teve cadeira dentro do CONADE. Ainda, várias entidades
como a AACD (Associação das Crianças com Deficiência) – que
mudou o nome para não ser atuada e marcada – fizeram um barulho
aqui em São Paulo quando resolvemos colocar o conselho, não de
entidades, mas, de pessoas civis. Vale a pergunta: será mesmo que o
CONADE é de participação civil? Será que queremos mesmo ser
fiscalizados por entidades e ONGs?
Eu,
particularmente, confio muito mais de movimentos populares de pessoas
que realmente sabem o que precisamos. Mas o que vimos são apenas
órgãos que nada fazem e ainda, por vários anos, só gastaram o
dinheiro do contribuinte. O problema sempre foi a educação – seja
de ricos e de pobres – que está engendrado dentro da nossa cultura
de não ler, não saber e não querer estudar seja lá o que for.
Muitas coisas são distorcidas, porque a maioria da nossa sociedade,
ainda é massa de manobra (seja da direita e da esquerda). Como disse
lá em cima, estão dentro da Matrix. Estão dentro de uma ilusão
que tudo vai ser melhor, que o governo vai fazer tudo, pois, não vai
e temos que se conscientizar. O Brasil só vai ser um lugar melhor,
quando fizemos o exercício da cidadania, o exercício de se colocar no
lugar do outro. Ao invés de doar para algum lugar no estrangeiro –
não estou dizendo que a Catedral de Notre-Dame não é importante –
mas, também reconstruir o Museu Nacional, fazer mais bibliotecas,
fazer mais escolas. A maioria das universidades norte-americanas –
que a séculos funcionam – foram construídas por pessoas que
conseguiram ficar ricas e doaram para a comunidade. Então, a questão
não é ter conselhos ou não, é ter a essência de cidadania (que
os gregos chamavam de politikon e que veio o termo politico ou
politica).
Por
fim, a nossa democracia não é participativa e sim, representativa.
Ela só vai ser participativa – pelo tamanho quase continental do
nosso país seria impossível – se, por plebiscito, ou por outro
meios, o povo escolheria o que seria melhor. Mas, ai, seria o meio
anarquista. Na democracia representativa – ao contrario da grega
clássica – nós votamos e escolhemos um representante e temos que
cobrar de quem votamos, de quem escolhemos para o cargo. Ou seja, o
melhor conselho que age livremente, é um conselho sem o ESTADO, ou
seja, um mundo anarquista. Se você fizer conselhos num mundo onde
existe o ESTADO e ideologias politicas e religiosas, sempre vão
tender a atender esses interesses e ponto. O resto é conversa fiada.
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