Amauri
Nolasco Sanches Junior
Quem me conhece sabe como eu faço uma luta constante para educarmos mais e lemos mais, porque sempre fui educado para ler livros. Não somos nada sem uma educação. Mas, também sabemos que temos uma cultura que pegou uma parte da filosofia de Karl Marx (1818-1883) e outra parte, tem um pensamento positivista. Em um resumo bastante vagabundo – porque o texto não é para isso – as duas filosofias pregam muito mais a pratica do que a intelectualidade. No pensamento de Marx – leia-se o materialismo histórico – a história é feita graças ao ser humano e não há um tempo linear. Em um estudo posterior ao filósofo alemão, além da história não ter uma linha, vamos dizer, metafisica, ainda é construído dentro de um discurso da classe dominante. Já a filosofia positivista de Augusto Comte (1798-1857), prega que só há um progresso enquanto houver a ciência empírica.
Não concordo nem com o marxismo e nem com o positivismo, mas, eu tenho o pensamento que a realidade é construída – e estou falando do universo – a partir de informações e essas mesmas informações fazem o universo evoluir. A história são construções humanas dentro desas informações e elas são traduzidas por nós, a partir da linguagem e o porquê essa linguagem vai construir os termos. O positivismo nega que fenômenos naturais provenham de um só principio, assim como os princípios naturais. Ora, se não há um principio, então, todo o universo tiveram vários princípios e isso não faz nenhum sentido, pois, só pode ter um principio originário que deu forma a toda realidade (a própria ciência disse isso). Eu sei que um celular é um celular porque aprendi que aquele instrumento tecnológico de ligarmos, mexermos (smarthphone) em redes sociais, é chamado de celular. Embora que há uma coisa muito mais complexa, pois, por exemplo, nós aqui no Brasil chamamos de celular, lá em Portugal se chama telemóvel, em inglês chama cell phone, em espanhol célula e por ai vai. A questão é bem definida na filosofia (mesmo que alguns deputados que acham que não se precisa de filosofia): há vários termos porque há várias linguagens e são apenas formas de classificação para comunicar um objeto, um objetivo e um ente. Porém, existe uma forma que o define e existe uma só definição existencial, é um objeto. E nós, presumo, sabemos que todo objeto tem um objetivo.
Gosto de duas filosofias modernas, o existencialismo e a fenomenologia. Mas, o existencialismo de Sertra – mesmo concordando em partes – não me atrai muito. O que me atrai e Nietzsche e Heidegger. Embora eu não concorde com a questão que ele faz grandes criticas a Sócrates e Platão – porque ele culpou os dois filósofos pelo aparecimento da moral racionalista cristã, mas, a questão do racionalismo do século dezenove é muito além do cristianismo – Nietzsche me atrai porque traz a tona a complexidade do pensamento ocidental. A deterioração dos verdadeiros valores, ou seja, os valores da verdadeira arte, da verdadeira filosofia (não a filosofia dos ressentidos do socialismo ao pensamento teológico cristão), o verdadeiro bom que se eleva acima da nossa cultura degenerada. Ele se opôs a ciência como uma divindade que tomou o lugar do “deus” cristão (ponho em minusculo não por oposição, mas, porque acho que o termo ficou desgastado), e se tornou a nova divindade. Porém, estamos falando de educação. Nietzsche acusava a educação do seu tempo de apequenar o ser humano e só servir para a ciência, o Estado e o mercado.
Ora, esse pensamento de Nietzsche nos mostra que a questão capitalista e a ciência, ela não fez e não vai fazer o mundo ficar mais feliz. Aliás, o Seculo Vinte mostrou que só a ciência e o capitalismo, se mostrou ineficazes dentro da sociedade humana. Produziu o socialismo marxista, porque um ponto sempre produz contraponto e o contraponto do capitalismo é o socialismo/comunismo – o anarquismo difere da maneira que o comunismo é implantado – e matou milhões de pessoas. A guerra fria e as muitas ditaduras – tanto de um lado como no outro – são fruto de uma mecanização da educação. Chamar Nietzsche de fascista ou nazista, é uma espécie de “heresia filosófica” dentro do pensamento filosófico, porque ele sempre defendia o pensamento judeu e sempre criticava toda a cultura moderna (vide as ciências absurdas e a volta dos valores clássicos). Então, se criam narrativas para explicar uma questão que é obvia: a crítica não é uma tentativa de destruição e sim, uma análise de conduta do ato ou das consequências desse ato.
A educação passa por grande desafio nos dias atuais e a falta de leitura do nosso país – salve muitos poucos que leem livros “saudáveis” - piora a cada ano as resoluções. O Estado de São Paulo, com 20 anos do governo do PSDB, confunde desenvolvimento cultural com tecnologia. Digo PSFB, porque nesses vinte anos, sempre se abriu muito mais curso de tecnologia e não de humanas. Claro, isso é importante para o desenvolvimento de uma parte da sociedade carente dessas coisas, mas, também é “forçação de barra”. Para mexer com tecnologia devemos ter o dom – querer mesmo – senão, você não aprende. Tem que saber a língua perfeitamente, tem que saber matemática perfeitamente, tem que saber pensar perfeitamente; tem que ter em mente a harmonia e também, tem que está claro a ética de usar corretamente a tecnologia. Nossas escolas sem a filosofia, sem a sociologia, sem as línguas diversas – que também vai importante dentro do ensino tecnológico que tanto o PSDB prega - e a lógica, que é importante. Mas e quem não quer trabalhar com tecnologia? Será que podemos abrir cursos também de humanas, tanto nos cursos técnicos, como na UNIVESP? Será que a musica não vai ajudar diante dessa lacuna cultural dentro do país?
O Projeto Guri é importante dentro dessa área e pode incentivar essa harmonia dentro da tecnologia, fazendo com que os juvenis aprendam uma boa musica. Não os “pancadões” que são pornografias sonoras. Mas a verdadeira musica. Porém, qual governo que quer realmente um povo educado para reivindicar? Nós estamos vendo uma derrocada da educação sempre colocando ela como um “assessório”, por causa mesmo da crítica mais profunda. Mas, como já escrevi, se temos uma parte do pensamento marxista, temos em um outro um pensamento positivista que pensava que todos seguem filósofos que já morreram e que ninguém sabem que quem eram. Na verdade, se você não entender da onde vem aquele pensamento e o porque aquilo existe, não vai entender toda a uma narrativa. A titulo de exemplo, Aristóteles teve seu pensamento graças Platão e que veio de Sócrates. Mas, Sócrates – que ninguém fala – também teve um mestre que era Arquelau de Atenas e que foi discípulo de Anaxágoras. Todo pensamento tem uma origem e essa origem deve ser estudada.
Os governantes do Brasil e o PSDB paulista – mesmo que o Dória não fará a mesma linha de governo do Alckmin são ambos do PSDB – não existe tecnologia (isso eu entendo, porque eu sou técnico de informática), nem qualquer curso profissionalizante sem o básico. Sem entender da onde vem o sistema binário de 0 e 1 (Leibniz), o algoritmos vieram de origem persa, que a tecnologia sempre existiu e sempre vai existir. Desde a descoberta do fogo até o smarthphones, há um estudo prévio de tudo e dês do mundo grego. Aliás, os gregos foram a primeira civilização a sistematizar e raciocinalizar a educação como um sistema de passar aos jovens – meninos e filhos dos homens livres – valores que os próprios gregos apoiavam. Isso incluíam musica, ginástica, matemática (leia-se geometria), que eram fazer os cidadãos terem um pensamento lógico. E, continuando, também sem respeitar as diferenças como mesas adaptadas para cadeirantes, interpretes de libras para surdos e com piso tátil para as pessoas com deficiência visual. Ora. Se temos uma sociedade tão carente de incentivo a leitura, que não sabe o que é uma boa musica, que não sabe escrever, como querem ensinar tecnologia? E a deputada do PDT, Tabata Amaral está certa, o que não só Vélez faz, mas todo governo, é criar listinha de desejo para a educação e quando o sinto aperta, sempre se tira da cultura. Tem amigo meu que trabalha no Projeto Guri que disse, que nenhum recurso chega do governo do Estado e tudo é sustentado por iniciativas privadas. Assim é fácil essa narrativa vagabunda do PSDB, que é uma fabrica de tecnocratas, que estamos analisando as instituições ligadas aos projetos e nada de recurso chega.
Cultura
e educação não se fecha, se cria.
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