terça-feira, 16 de abril de 2019

O coronelismo militante no Brasil atinge o STF e o populismo mundial




Imagem relacionada


Amauri Nolasco Sanches Junior

O filósofo francês Sponville em sua maior obra – pelo menos, a mais conhecida – “Pesquueno Tratado das Grandes Virtudes”, faz uma leitura interessante no pensamento de Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), porque ele diz: “(…) não é a justiça que faz os justos, são os justos que fazem a justiça”. Ou seja, o justos que fazem a justiça e não a justiça faz o justo porque o justo teve a educação (ETHOS) e sabe como funciona a sociedade e os valores verdadeiros de uma vida justa. O que podemos chamar de empatia (respeito pelo outro). Outro pensamento que cabe nesse momento é a máxima popular: quem não deve, não teme. Somente aqueles que querem calar os outros, se sentem ameaçados por matérias jornalisticas – que nem tinham acusações – podem temer um artigo.

Acontece, que dentro da história humana a humanidade nunca foi justa, por causa do discurso do poder (ESTADO) que queriam se manter no poder. Sempre somos levados a pensar com as ideologias que pensamos ser certas, mas, nem sempre é assim. Particularmente, gosto muito do pensamento do filósofo Nietzsche (1864-1900) – que o puseram como niilista e ateu – que dizia que o ocidente tinha destruídos os grandes valores heroicos gregos e que ficamos uma sociedade de ressentidos. Por causa, de um lado, da religião cristã (leia-se, a teologia romana), que colocou o ser humano que é sucedido num orgulhoso que deveria se envergonhar – como se ele tivesse roubado os outros em bens e em sentimentos. Por outro lado, mataram a verdadeira estética moral para colocar uma moral dos ressentidos, uma moral que ser bom não é o ser forte e seguro (como um centurião romano que sempre era lembrado que era apenas pó) e sim, ser um fraco e ficar se diminuindo. A frase: “quem é você da fila do pão” é um exemplo muito significativo, porque mostra uma diminuição daquilo que você é de verdade.

Nem muito na terra e nem muito no mar, como dizem por ai. As pessoas nem sempre são justas porque não se colocam na pele do outro, não sabem que é muito sábio não fazer com o outro o que não quer que façam com você. Eu não quero ser censurado, como eu também, não quero ser xingado. Costumo sempre exercitar – as vezes, erro em fazer ao contrário – o pacto que é um dos mais importantes do Libertarianismo (vulgo: anarcocapitalismo), que é o PNA (Pacto da Não Agressão), porque você não pode agredir o outro por causa do direito dele (ou dela) de dizer ou fazer o que deseja. A defesa de uma agressão é legitima, mas, a agressão gratuita é uma agressão sem motivo nenhum. A censura é uma agressão gratuita.

Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) deveria saber que na nossa Constituição Federal está que todos tem o direito de expressão e se houver um exagero pela honra (mesmo que eu acredito que a honra é algo subjetivo) cabe quem for atingido, abrir um processo de calúnia ou de outra natureza. Quando é usado a maquina do judiciário para tirar um artigo e investigar usuários pela crítica – como um censor do tipo que existiam nos impérios tirânicos e no regime militar – estamos suspendendo o direito dele de expressar o que pensa. Se é mentira ou não, cabe o proceso de injúria.

Portanto, dentro disso tudo – como um bom anarquista – defendo a liberdade e o direito de dizer qualquer coisa. Mas, o que estamos vendo é uma crescente imagem de governantes populistas que só fazem ou falam o que agradam a maioria, que vimos muito, na história da humanidade. Na verdade, o populismo está além da ideologia de esquerda e direita, ou religião especifica. O ESTADO – sempre foi assim, mais ou menos – descobriu que a questão e o melhor governar com o populismo como vimos desde Roma com sua politica de “pão e circo”. No século vinte, tivemos milhares de governos que usaram esse populismo para instaurar ditaduras (do nazi-fascismo ao socialismo cubano) e nesse era das mídias sociais (como são chamadas as redes sociais), o populismo ficou curto demais (uma lacrada). Se Fidel Castro (ditador cubano) tinha um discurso de 3 horas hoje, existem populismo que tem só 160 caracteres.

Tanto o ex-presidente Michel Temer ter dito – como se ele não iria sair – que iria reconstruir o Museu Nacional (como não fosse obrigação do governo incompetente) como o presidente da França Emmanuel Macron, disse que vai reconstruir a Catedral de Notre-Dame (como se não fosse obrigação). Como outros governos que só dizem o que a maioria querem ouvir, para melhor governar. Ao que parece, esse tipo de governo não mais vai vingar – por causa da informação mais rápida e mais direta – porque a questão moral (como uma construção a partir do ponto ético [ETHOS]), vai cada vez mais, evoluindo. Quem não gosta de liberdade?

Porém, vocês podem perguntar: o que isso tem a ver, Amauri? Tem a ver que o coronelismo brasileiro (leia-se, carteirada), que é uma característica latina (na verdade, greco-romana) de querer ser um aristocrata. Mas, até mesmo a nossa elite, é uma elite rasteira que não tem cultura, que não sabe a importância de um museu, de uma leitura politica. A nossa cultura construída com pilares marxistas e positivistas – praticas demais – fizeram a nossa gente estudar menos, ter menos responsabilidades sociais. Hoje, na França, vários empresários doaram milhões para a reconstrução da Catedral de Notre-Dame, mas, aqui ninguém quer recuperar universidades, ninguém quer reconstruir museus, ninguém quer empreender obras sociais e culturais. Nossa cultura é avessa ao que é esteticamente, bom, e somos avesso ao que é teórico. Por isso ainda, temos coronelismo. O coronelismo é uma característica da aversão a uma crítica mais embasada.






Nenhum comentário:

Postar um comentário