
Amauri
Nolasco Sanches Junior
O
filósofo francês Sponville em sua maior obra – pelo menos, a mais
conhecida – “Pesquueno Tratado das Grandes Virtudes”, faz uma
leitura interessante no pensamento de Aristóteles (384 a.C. - 322
a.C.), porque ele diz: “(…) não é a justiça que faz os justos,
são os justos que fazem a justiça”. Ou seja, o justos que fazem a
justiça e não a justiça faz o justo porque o justo teve a educação
(ETHOS) e sabe como funciona a sociedade e os valores verdadeiros de
uma vida justa. O que podemos chamar de empatia (respeito pelo
outro). Outro pensamento que cabe nesse momento é a máxima popular:
quem não deve, não teme. Somente aqueles que querem calar os
outros, se sentem ameaçados por matérias jornalisticas – que nem
tinham acusações – podem temer um artigo.
Acontece,
que dentro da história humana a humanidade nunca foi justa, por
causa do discurso do poder (ESTADO) que queriam se manter no poder.
Sempre somos levados a pensar com as ideologias que pensamos ser
certas, mas, nem sempre é assim. Particularmente, gosto muito do
pensamento do filósofo Nietzsche (1864-1900) – que o puseram como
niilista e ateu – que dizia que o ocidente tinha destruídos os
grandes valores heroicos gregos e que ficamos uma sociedade de
ressentidos. Por causa, de um lado, da religião cristã (leia-se, a
teologia romana), que colocou o ser humano que é sucedido num
orgulhoso que deveria se envergonhar – como se ele tivesse roubado
os outros em bens e em sentimentos. Por outro lado, mataram a
verdadeira estética moral para colocar uma moral dos ressentidos,
uma moral que ser bom não é o ser forte e seguro (como um centurião
romano que sempre era lembrado que era apenas pó) e sim, ser um
fraco e ficar se diminuindo. A frase: “quem é você da fila do
pão” é um exemplo muito significativo, porque mostra uma
diminuição daquilo que você é de verdade.
Nem
muito na terra e nem muito no mar, como dizem por ai. As pessoas nem
sempre são justas porque não se colocam na pele do outro, não
sabem que é muito sábio não fazer com o outro o que não quer que façam
com você. Eu não quero ser censurado, como eu também, não quero
ser xingado. Costumo sempre exercitar – as vezes, erro em fazer ao
contrário – o pacto que é um dos mais importantes do
Libertarianismo (vulgo: anarcocapitalismo), que é o PNA (Pacto da
Não Agressão), porque você não pode agredir o outro por causa do
direito dele (ou dela) de dizer ou fazer o que deseja. A defesa de
uma agressão é legitima, mas, a agressão gratuita é uma agressão
sem motivo nenhum. A censura é uma agressão gratuita.
Os
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) deveria saber que na
nossa Constituição Federal está que todos tem o direito de
expressão e se houver um exagero pela honra (mesmo que eu acredito
que a honra é algo subjetivo) cabe quem for atingido, abrir um
processo de calúnia ou de outra natureza. Quando é usado a maquina
do judiciário para tirar um artigo e investigar usuários pela
crítica – como um censor do tipo que existiam nos impérios tirânicos e no regime militar – estamos suspendendo o direito dele
de expressar o que pensa. Se é mentira ou não, cabe o proceso de
injúria.
Portanto,
dentro disso tudo – como um bom anarquista – defendo a liberdade
e o direito de dizer qualquer coisa. Mas, o que estamos vendo é uma
crescente imagem de governantes populistas que só fazem ou falam o
que agradam a maioria, que vimos muito, na história da humanidade.
Na verdade, o populismo está além da ideologia de esquerda e
direita, ou religião especifica. O ESTADO – sempre foi assim,
mais ou menos – descobriu que a questão e o melhor governar com o
populismo como vimos desde Roma com sua politica de “pão e circo”.
No século vinte, tivemos milhares de governos que usaram esse
populismo para instaurar ditaduras (do nazi-fascismo ao socialismo
cubano) e nesse era das mídias sociais (como são chamadas as redes
sociais), o populismo ficou curto demais (uma lacrada). Se Fidel
Castro (ditador cubano) tinha um discurso de 3 horas hoje, existem
populismo que tem só 160 caracteres.
Tanto
o ex-presidente Michel Temer ter dito – como se ele não iria sair
– que iria reconstruir o Museu Nacional (como não fosse obrigação
do governo incompetente) como o presidente da França Emmanuel
Macron, disse que vai reconstruir a Catedral de Notre-Dame (como se
não fosse obrigação). Como outros governos que só dizem o que a
maioria querem ouvir, para melhor governar. Ao que parece, esse tipo
de governo não mais vai vingar – por causa da informação mais
rápida e mais direta – porque a questão moral (como uma
construção a partir do ponto ético [ETHOS]), vai cada vez mais,
evoluindo. Quem não gosta de liberdade?
Porém,
vocês podem perguntar: o que isso tem a ver, Amauri? Tem a ver que o
coronelismo brasileiro (leia-se, carteirada), que é uma característica latina (na verdade, greco-romana) de querer ser um
aristocrata. Mas, até mesmo a nossa elite, é uma elite rasteira que
não tem cultura, que não sabe a importância de um museu, de uma
leitura politica. A nossa cultura construída com pilares marxistas e
positivistas – praticas demais – fizeram a nossa gente estudar
menos, ter menos responsabilidades sociais. Hoje, na França, vários
empresários doaram milhões para a reconstrução da Catedral de
Notre-Dame, mas, aqui ninguém quer recuperar universidades, ninguém
quer reconstruir museus, ninguém quer empreender obras sociais e
culturais. Nossa cultura é avessa ao que é esteticamente, bom, e
somos avesso ao que é teórico. Por isso ainda, temos coronelismo. O
coronelismo é uma característica da aversão a uma crítica mais
embasada.
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