
Por Amauri Nolasco Sanches
Junior
“Enquanto toda moral nobre nasce de um triunfante Sim a si mesma, já de início a moral escrava diz Não a um ‘fora’, um ‘outro’, um ‘não-eu’ – este Não é seu ato criador”– Nietzsche, Genealogia da Moral, 1a. parte, §10
O filosofo alemão, Friedrich Nietzsche tinha um pensamento
muito interessante: pois, ele achava que todo mundo que grita contra aqueles, que
ele chamava de vitoriosos (que vivem a vida), de ressentidos que não consegue
aquilo que criticam. Mais ou menos, trazendo para os dias de hoje, os sem
terras criticam os fazendeiros por não ter terra, mas, há varias matérias,
provando que quem recebe as terras vendem logo depois (se é falso ou não, é uma
outra conversa). A questão de Nietzsche não tinha muito a ver com a questão ideológica
(apesar que ele achava que os sindicalistas, os socialistas, os anarquistas e
etc, eram ressentidos daqueles que venceram), mas, de algo muito mais na questão
moral. Existem, por exemplo, pessoas da direita liberal-conservadoras (vi o vídeo
senhor Bernardo), que exigiram que empresários dessem dinheiro para a causa que
a meu ver, era uma atitude tida como socialista-comunista.
A questão para começarmos a discussão é perguntar: por que será
que as filosofias mais voltadas para a esquerda fazem grande efeito aqui no Brasil?
porque o problema da desigualdade – não da pobreza como país – é muito notório dentro
do Brasil a séculos. Mesmo o porquê, não fomos colonizados, fomos um território
fornecedor de materiais para Portugal (que vendeu tudo e ficou pobre) e, vieram
sempre pessoas que sonhavam ficar ricas e voltar as suas origens. Nosso país
sempre foi construído de improviso, sempre não se planejou nada e vimos isso,
muito bem, agora na pandemia. Porém, mesmo com governos de esquerda, o Brasil não
melhorou por causa de um sistema viciado onde a “vantagem” é um dos fatores
mais predominantes. Não, o termo “vantagem” está quase no nosso DNA, como se o sujeito
inteligente, fosse aquele que visa vantagem sempre. Mas, não é bem assim, pois
se você não souber administrar qualquer coisa, você pode ser o “fodão”, nunca
vai vingar.
Por muito tempo a filosofia de esquerda tomou conta do nosso
país de baixo do regime militar (que diziam ser de direita, mas, incharam
demais o Estado e dando uma herança enorme para o Brasil), porque se você força
um lado, logico o outro vai reagir. O problema que houve em algum momento em
2013, uma ruptura com o que está ai, onde a nossa sociedade aprendeu a ser mais
crítica. Quem quer controlar a internet, esqueça, isso não tem volta. Porque se
começou a enxergar a politica como ela é, sem a mídia acobertar quem queriam,
sem disfarces. Mas, ao que parece, só sobrou dois lados radicais da história
que tem a mesma essência. A esquerda radical (que apelidamos de esquerda
cirandeira) que é chefiada com lulopetistas que atestam inocência quase santa
do Lula e a direita radical (com o codinome bolsonaristas-olavete), que vamos
chamar assim, são lulopetistas com a chave trocada.
Assim como a esquerda tem um ranço enorme contra os
militares por ter tomado o poder graças o AI-5 (Ato Institucional Nº 5) e
perseguir os opositores, agora a extrema-direita vem fazendo o mesmo. Isso,
logico, chamamos de ressentimento. No mesmo modo que os burgueses franceses
usaram o ressentimento popular para instituir o rei e tomar o poder – com noticia
falsa, porque Maria Antonieta nunca mandou o povo comer brioches – a história
moderna é cheia de ressentidos e os fortes. A explicação é bastante simples, é
extremante muito ruim você ver pessoas melhores do que você, que sabem o que estão
fazendo, e você. Igual o bobão, seguindo pessoas que nem mesmo te conhecem. Nietzsche
chama isso de seguir o ídolo. Certamente, como teólogo, é uma alusão ao ídolo de
ouro dos hebreus que irritou Moises ao descer a montanha.
Qual o ídolo da esquerda? O Estado. Na essência, a esquerda
(a progressista de forma amena e a socialista-comunista mais radical) o estado
tem obrigação de cuidar de pessoas. Qual o ídolo da direita? Também o estado.
na essência, a direta (a liberal e a conservadora de forma amena e a nacionalista
mais radical) mesmo que uma parte queira diminuir o estado, ainda ele acha que
o estado é uma espécie de moderador. Na verdade, essa discussão começa com
Rousseau e Voltaire. Rousseau, filosofo franco-suíço, acreditava que o ser
humano era bom por natureza, mas, o sistema que o corrompia (de certa forma, não
está totalmente errado). Também, acreditava que aquele que cercava um terreno e
dizia que aquele terreno era seu, era um impostor. Voltaire, filosofo francês,
dizia que ele, segundo Rousseau, deveria ruminar com suas vacas no pasto. E assim,
a discussão foi se dando através de séculos.
Porem, a meu ver, os dois estão errados e estão certos. Voltaire
esta certo em dizer que o ser humano tem a escolha (vamos dizer livre-arbítrio)
de ser bom ou ser mal, mas, Rousseau esta certo em dizer que o ser humano,
muitas vezes, é levado a cometer atos pelo discurso do estado. talvez, quando o
estado foi formado ao longo do tempo – porque acredito que ele não apareceu de
repente – se teve a intenção de dar mais conforto e segurança e os que
concordaram, achavam que era só isso. O ser humano começa a esquecer isso e começa
a se entregar, completamente, ao estado e começam as grandes nações imperiais. Começam
com os povoa arias (do centro europeu e do oriente médio) e se consolida, com impérios
como o romano. Acontece, que hoje se tem uma outra percepção do que é o estado,
como ele manipula com crenças – não pensem que igrejas não recebem dinheiro só porque
as nações são laicas – manipulam com condutas mores e no fim, manipula com
poucos que eles deixam enriquecer para dizer ou você trabalha, ou quem você ama
morre de fome. Por isso eu acho, que essa ideia de casar e ter uma família
(sempre como um ato de felicidade) é uma artimanha do estado para ter reféns e
fazer você trabalhar para eles.
No final das contas não passa de uma ilusão, pois, uma hora
ou outra, o sistema é reprogramado. Tudo é feito para se pensar que somos
livres e somos felizes. Será mesmo que somos?
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