quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Matrix6 – peregrinação das cadeiras de rodas para o centro

 







Por Amauri Nolasco Sanches Júnior 

Umas das coisas que me deixam mais encrencado no segmento das pessoas com deficiência é que todo mundo quer união e ninguém que deixar suas crenças, suas ideologias e seguem endeusando coisas que nos deixam de fora. Enquanto isso, ideologias, religiões, serviços públicos e etc., fazem as coisas a nossa rivélia e não temos como ver ou ficar sabendo sobre o tema. Reza a lenda, que existe um serviço da Prefeitura de São Paulo com parceria com a AACD (Associação a Assistência as Crianças Deficientes), que presta serviço a manutenção as cadeiras de rodas e outros aparelhos. Relatos dizem que essas “manutenções” são só de pequeno porte, não arrumam cadeiras motorizadas (que são mais caras) e também, as pessoas com deficiência tem que levar as cadeiras de rodas até o centro da cidade de São Paulo. Qual cadeirante, tendo sua cadeira de rodas quebrada, vai pegar e poder levar a bendita até lá para arrumar? Ganhando um salário-mínimo, em condições precárias, sem parente (porque trabalha), sem cuidador (porque, ainda, não são disponibilizados e temos que pagar um), tem condições de levar lá? 

Duas coisas temos que ter em mente: 1-) não interessa o partido, ideologia ou coisas do tipo, se nós não cobrarmos da prefeitura, do governo do Estado e o governo Federal, nada, absolutamente, nada, vai ser ao nosso beneficio; 2-) o prefeito, governador ou o presidente, é só uma engrenagem que gira e faz funcionar a máquina do Estado. O Estado é um só e as ideologias fazem o resto. A esquerda joga mulheres contra homens e homens contra mulheres, jogam negros contra brancos, patrões contra empregados e etc., enquanto, a direita dará a sensação de liberdade, que ganhamos porque merecemos, porque trabalhamos e estudamos. Enquanto eles tem agendas definidas, como ficam as pessoas com deficiência? Quantas mulheres com deficiência são assediadas, abusadas, ou até mesmo, sofrem assédio moral e psicológico das famílias? Cadê o movimento feministas tóxico (porque o feminismo é muito mais do que isso) que não enxergam essas mulheres? Quantos negros com deficiência são discriminados e não tem nenhuma comoção? 

Minha analise é muito mais ampla e não tem a ver com nenhuma ideologia, pois, o que me importa aqui, é analisar as pequenas lacinas que a esquerda e a direita deixam quando se trata de pessoas com deficiência. Então, poderemos perguntar, somos muito menos seres humanos só por causa da nossa deficiência? Pergunto porque me parece que sim, somos assexuados, somos incapazes, somos cuidados e não podemos nos cuidar. Gerando assim, produtos inadequados, adaptações que beiram ao ridículo, discussões ideológicas que não cabem ao nosso segmento. Enquanto isso, entidades usam nossas deficiências para levar o dinheiro publico, serviços vagabundos que não servem para nada e manutenções que não vão arrumar nada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário