quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O inquisidor Facebook e a imprensa ‘mariquinha’

 




Por Amauri Nolasco Sanches Júnior 



No dia 11 de novembro, eu fiz uma matéria para a plataforma Blasting News, onde eu sou cadastrado, e eis que houve um problema: o editor-chefe da plataforma disse que o termo suicídio não se pode usar. A matéria em questão era sobre a suspeita do voluntário da vacina CoronaVac ter se suicidado e, o instituto Butantan dizer que tinha mandado para a Anvisa, um comunicado que, preliminarmente, a morte do rapaz não tinha nada a ver com os testes. Ora, se o rapaz se matou, como eu posso colocar de outra maneira? Segundo o corretor eu deveria ter posto: “atentar contra a própria vida”. 

Segundo o Wikipédia, suicídio é o ato de causar a própria morte de forma intencional. Ou seja, há pessoas que ao sofrerem pertubações mentais, ou até mesmo, psicológicas, como depressão, bipolaridade, esquizofrenia ou uso de drogas excessivas. Outros fatores são resultados de atos de impulsividade devido a algum stress ou dificuldades econômicas, ou problemas para se relacionarem com outras pessoas. O bullyung pode ser bastante expressivo para o suicídio. Então, não há nada que justifique a proibição do termo dentro da matéria, que no mais, pode ser explicado em uma pequena pesquisa no Google. A questão é: por que eu devo me submeter ao “politicamente correto” imposto nas redes sociais e o porque eu devo aceitar que um texto meu não pode ser visto em um, Facebook, se no anúncio da própria rede social esta “fale o que quiser”? Posso processar o Facebook por propaganda enganosa? 

Se lemos um livro como “Paideia – A Construção do Homem Grego” do filósofo Werner Jeager, a construção de uma linguagem em uma cultura, se dará sempre, muito gradualmente. Não é que o segmento das pessoas que tem uma deficiência diz que não é mais “deficiente” e sim “pessoas com deficiência”, que o preconceito vai acabar ou as pessoas vão passar a respeitar. A cultura vai se modificando conforme a educação vai mudando, as questões sociais passam a ser olhado por um outro viés. Quando havia a cultura micênicas – a cultura grega em gestação – com o principado a educação era homérica, feita das relações entre a realidade e a natureza eram os deuses. Ninguém eram mais do que eles e mesmo tendo os mesmos sentimentos, não se questionava, pois, se eram deuses teriam que ser muito maiores do que o sentimento humano. Porém, a transição entre o “mythos” para o “logos” foi a tragédia e assim, se quebrou a educação atica, para o “logos”, ou seja, a educação pela razão (que Nietzsche vai questionar no século dezenove). 

Ora, não podemos aceitar, por exemplo, que nossos jovens escutem funk carioca e não poder pronunciar certas palavras, porque isso poderia ser caracterizado como hipocrisia. Se um funkeiro não deve sofrer censura e pode falar o que quiser, por que eu não posso? Por que eu colocar “pessoa tóxica” num vídeo do meu canal o vídeo não aparece no Facebook, e se alguém postar um funk aparece? Mas, a questão vai muito mais longe, pois, a liberdade de expressão não pode ser seletiva, ou você tem ou você não tem. E existe um outro problema, a impressa começa a aceitar esse tipo de narrativa por serem já ensinados nas universidades. A teoria do discurso – pois, a filosofia da linguagem é muito mais lógica – pode ter um fundo de realidade, mas, ninguém nunca provou que a mudança de discurso mudou algum comportamento. Como disse acima e num outro texto, as mudanças acontecem por causa de fatores de mudanças culturais e tecnológicas que podem ou não, modificar condutas. Somos mais imitadores do que modificados pelo modo que nos expressamos, e isso, é bastante questionável.



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