quinta-feira, 29 de abril de 2021

Live de bêbado não tem dono

 

um escoto cultural



O Brasil em matéria de uma cultura de conteúdo sempre foi pobre. Sempre tivemos programas imbecis e cantores medíocres, sempre com hits marcados para um grande publico que não sabia nada. Ainda, nos dias de hoje, muitas músicas são cantadas no automático e ninguém entende nada, como, por exemplo, a música Pais e Filhos da Legião Urbana que é sobre suicídio. As pessoas acham que é música de filho para pais ou coisa parecida, e assim, as pessoas cantam e sentem uma coisa subjetiva que acaba sendo uma ilusão. E olha que o Renato Russo em um show – não lembro se foi um dos últimos – avisou que era uma música sobre suicídio. Acho, nesses 45 anos de PHD de “brasileirice”, que o povo se faz de surdo ou não entende, para continuar dentro das suas próprias crenças. E também, o brasileiro tem tendência de ser crente em tudo, que fica evidente, nesse período de polarização. Mas, por que a nossa cultura piorou tanto? Por que existem culturas milenares que são reverenciadas e a nossa sempre foi dor de corno, putaria e coisas que não passa nada na grande maioria?

Não gosto do Felipe Neto pelo simples fato dele mudar de sintonia só porque aquela não dava o publico que ele queria, pois, ele era muito mais autentico no Não Faz Sentido. Nem acho que ele é pedófilo ou coisa parecida. Acho que ele é de uma nova geração o mesmo que o Gugu Liberato foi na nossa geração, ou seja, conteúdos nada culturais e um péssimo comunicador. Mas, muito pior que o Felipe Neto é o Funk Carioca (conhecido pancadão) e o Sertanejo Universitário (de gente que não fez nem a quinta série direito), que no repertorio tem entre putarias, incentivo as coisas mais horrendas, e traição, dor de corno, dancinha ridícula, e agora, lives completamente, bêbados. Ao contrário do próprio Felipe Neto, os cantores sertanejos não são criticados por fazerem isso e nem dizem que incentivam aos jovens ao alcoolismo. Ou não? Claro que sim. Não basta essa música que leva o brasileiro a achar que um relacionamento só tem traição, só tem sujeitos babacas e canalhas, ainda acham bonito cantarem bêbados e ainda, esse povo critica os rockeiros a serem drogados.

Musica inteligente nunca vendeu aqui e são raros aqueles que conseguem. Porque isso tem a ver muito da linguagem que é levada essa música, onde o nosso povo piadista (aliás, não gosta quando a piada é ele mesmo), gosta e curte. Nas próprias músicas há um ar de levar vantagem em cima do outro, em ser não ético de mentir para o conjugue, em se rebaixar para o outro e etc. Fora que muitos – por causa da fala do Felipe Neto – usa a caridade como biscoito para garantir uma boquinha nas redes sociais. Então, qual o intuito de fazer essa caridade? Para jogar aos quatro ventos uma narrativa moral que estão fazendo ou não? Do nivel das músicas que cantam, melhor não dar nenhum palpite politico mesmo, a quinta série B (o Felipe Neto é da turminha do fundão) já está de bom tamanho.

Mas, por que nossa cultura decaiu ao ponto de chegar numa música que não diz nada e era música de bar e de cabaré, antigamente? Eu vi todo o processo se desenvolver nos anos 90. Primeiro se colocou como nossa cultura a chamada Lambada, pois, em 89, eu vi muitas menininhas de sainha curta dançando no próprio patio da escola onde eu frequentava. Olha que era uma escola tradicional daqui de São Paulo – mostrando o quanto nossa elite é ignorante. Depois, com aquela porcaria na televisão – já começou com o carnaval que deu aquela divulgada pro mundo que aqui era um prostíbulo – entre outras coisas, programas que não traziam nada. Não vou aqui pagar de santinho e puritano, eu gostava e sempre assisti esse tipo de programa, mas há uma diferença em aprender que isto é a realidade, e o que é entretenimento. Muitos jovens e crianças daquela época, principalmente da periferia, achou que aquilo era realidade. O funk é filho desse tipo de cultura de massa, o sertanejo (que é um pop muito do vagabundo) também é e muito pior, mostra que o brasileiro nunca foi conservador e sim, sem vergonha nenhuma. Ou seja, ao em vez, de educar o povo, incentivam mais a sua ignorância e começam colocar esse tipo de porcaria como cultura. Que cultura ensina tudo aquilo que fere o outro? Que cultura diz coisas sem nexo?

Portanto, do mesmo buraco que saiu o Felipe Neto, saiu os sertanojos.



quarta-feira, 28 de abril de 2021

Nossas cadeiras de rodas eram iguais – não ficamos juntos #PCDVacinaJá

 


Sim, parei de acreditar no amor como eu acreditava. Porque eu cresci acreditando num sonho que um dia eu ia ter uma pessoa que ficasse comigo e fosse minha companhia, mas, o mundo preconceituoso e hipócrita, não deixou que esse sonho fosse realidade. Pois, como temos uma educação religiosa que coloca as pessoas com deficiência numa imagem inferior e capacitista (discriminação) e isso sempre foi um muro divisório entre mim e a pessoa que eu tinha um relacionamento. Ser evangélico, no Brasil, é acreditar em coisas que um protestante lá fora nunca acreditaria, porque, acreditem ou não, o protestantismo abriu portas para teorias científicas e filosoficas – até mesmo o liberalismo que tanto o brasileiro não sabe – ou seja, o pentecostismo e o neopentecotismo, nada tem de protestante. A questão é a maneira que nossa sociedade olha o PCD e como ele é estigmatizado dentro do pensamento coletivo numa sociedade, onde a educação é quase inexistente, como pessoas incapazes.

Na verdade, a família brasileira se diz tradicional, mas nem sempre podemos chamar algumas assim. Para mim, como sempre vi, existem muito mais famílias desestruturadas do que pensamos, porque a educação familiar nem sempre foi harmonizada com amor e respeito. Não há um consenso nas famílias daqui, porque o brasileiro sempre se colocou como anticidadão, pois, enquanto sociedades inteiras um ajuda o outro. A corrupção e a mesquinhez está no DNA do nosso povo. Mesmo o porquê, um se acha melhor do que o outro, porque isso ressoa dentro de cada religião e ideologia politica. A meu ver, quando você tem uma imagem sobre aquilo, nem sempre aquilo é verdade. A verdade e os sentidos podem nos pregar peças – sim, nesse sentido sou cartesiano – e podemos achar que estamos vendo um garfo, mas, aquilo é uma faca, por exemplo. Podemos achar que uma pessoa é incapaz por causa da sua condição física – e muitas vezes, psíquica – mas ela pode nos surpreender num segundo momento e que pode caracterizar, um preconceito nosso.

Preconceitos sempre começam com medos. Medos do diferente e por ignorância daqueles que não entendem a realidade. Por isso tem tantas pessoas que não querem se vacinar ou acreditam em opiniões – vamos sempre repetir o que Platão dizia, que opinião não é conhecimento – que, muitas vezes, não estão interligados a realidade. De onde veio a imagem que as pessoas com deficiência são incapazes? De onde veio a imagem que as pessoas com deficiência não transam, não namoram, não casam? Temos um indicativo dos povos antigos, os hebreus, que não admitiam que pessoas “deformadas” subissem ao altar para adorar Deus. Ai vem meu questionamento: alguém já viu padres ou pastores cadeirantes? Alguém já ouviu falar na história do cristianismo, além de ser “caridosos” com os deficientes, a igreja ordenou algum bispo ou algum papa com alguma deficiência? Eu não vi e estou para ver algum sacerdote cadeirante dentro de alguma igreja, pois, o que eu vejo, um cantinho reservado e só. A grande maioria até acha que nós atrapalhamos os cultos ou as missas.

Por essa cultura que é chamada de conservadora, mas é tradicionalista, não tenho saco em dar satisfação para a família que não é minha, pois, mesmo eu sendo uma pessoa com deficiência, a minha própria não pede nada de satisfação. Por que tenho que dar satisfação para a família dos outros? Ora, e não é por ser homem não, conheço amigas que viveram ou vivem sua vida e é mulher, acho que a questão se chama hipocrisia. O hipócrita sempre acha que ele não deve seguir aquilo que ele mesmo prega, e acha que o mundo tem que seguir a risca um preceito que é só dele. A tradição – que ele próprio não segue – é um deles. Por que os irmãos da pessoa podem fazer e ela não? Por que eu tenho que dar satisfação a família da minha namorada se quero ou não sair com ela? Até acho importante sim o cara ser responsável e dar satisfação sim a mãe da pessoa, mas ser escravo dessa atitude sabendo que os irmãos podem fazer o que quiser, é um pouco demais, não? Se for assim, só porque sou uma pessoa com deficiência, então, prefiro ficar solteiro com minha filosofia e com meu pensar. Prezo a liberdade, seja onde for.

E no mais, há uma visão muito antiga – isso vem desde quando eu era bem pequeno na AACD – que não temos meio anticoncepcionais e podemos ter filhos assim fácil. Não é bem assim. Essa visão é uma tentativa bem vagabunda, de achar que somos crianças (em alguns casos, até dou razão), mas não somos. Temos o direito de ser feliz, temos o direito de ter uma vida como outra pessoa qualquer. No mais, acredito que amar não é só dormir com alguém e sim, é sonhar com esse alguém, construir um futuro, resistir as diferenças e, descobrir que o amor não junta metades, o amor une inteiros, que não apenas se completam, mas sim transbordam. Fora isso, é mera convenção social.

terça-feira, 27 de abril de 2021

Além de não poder ser vacinado, agora o PCD não pode trabalhar #PCDVacinaJá

 



Não está fácil viver no Brasil onde não temos educação de verdade e algum bom senso. Primeiro, na questão da deficiência há uma coisa bastante complexa que não é algo simples que se resolvem com Pls (Projeto de Lei), existem uma gama de coisas que vem acompanhado junto. Há circulando uma dessas Pls, do Senador Vanderlam Cardoso (PSD-GO), n° 1052 que muda a lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ou seja, a tão conhecida Lei de Cotas, que permite que contratem os pais de pessoas com deficiência, assim como seus responsáveis legais (quando esses não tem consciência de si), em município da prestação de serviços, quando não houver pessoas com deficiência com habilitação (mudaram o nome, pois dizia qualificação) para serem admitidos nos moldes daquele emprego. Ou seja, se não tiver pessoas com deficiência naquela função, o órgão municipal pode optar em contratar pais de pessoas com deficiência com tais qualificações.

Já foi mostrada em exaustão, que as pessoas com deficiência com curso universitário aumentaram bastante e isso é uma pesquisa, não é de “orelhada”. Qualquer procurada no Google vai mostrar que, pessoas com deficiência que tem curso universitário ou algum curso técnico, somam 54% num país que não temos uma educação básica e não podemos ir na escola porque elas não são acessíveis (fora pais que acham que seus filhos não podem conviver com adversidades como aconteceu quando eu e minha ex-noiva fizemos ETEC). Por outro lado, conhecendo o Brasil como conhecemos, ora vão colocar como uma lei geral (porque as empresas vão preferir contratar pais do que pessoas com deficiência) ora vão aparecer laudos falsos que vão ser mais fáceis, virarem cabide de emprego. Ou seja, um jeitinho brasileiro para burlar mais uma lei que não é comprida a rigor. E no mais, estamos vivendo um clima politico revanchista que não querem mudar o Brasil para melhor, eles querem fazer pirraça para a esquerda e a esquerda começa a ficar chorando. Estamos, na verdade, numa grande 5º série B, onde uma parte da turminha é de um espectro politico e outra parte da turminha é de outro, mas no final das contas, são todos uma turminha só.

Claro, vendo a biografia do senador de Goiás, ele como empresário, tem que defender o lado de quem elegeu ele (a nossa elite rastaquera que o Ministério da Economia disse que lê). Mas e a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), será que ela não fez nada para questionar esse tipo de projeto de lei? Será que blogs especializados têm formado uma visão crítica com esse tipo de lei? Mesmo o porquê, não é a primeira vez que tentam segregar as pessoas com deficiência – que dentro da nossa cultura acham que somos incapazes – e que nenhuma mídia especializada não fala nada. Também sabemos, que tudo depende do patrocínio de empresas de cadeira de rodas e de carros adaptados que as próprias fábricas adaptam. Que não acho errado, precisa ter esse patrocínio. Só que ser refém do patrocínio, vão sempre perdendo esse tipo de publico e não vão mais consumir a tal mídia. Ou gostamos de gente que não defende a pauta do segmento só por causa de empresas que na maioria das vezes, ninguém que ler esse tipo de blog vai poder comprar? Estamos num país desigual que a maioria dos PCDs nem tem dinheiro para comer, para comprar uma cadeira de rodas vagabunda. Ainda querem nos trancar em instituições, querem tirar escolas, querem nos tirar o emprego.

Dai fica uma questão: o senador, ao em vez de fazer esse projeto, não faz um outro que prioriza a vacinação das pessoas com deficiência? Porque não dará voto. Não dará beneficio politico. Desde quando me conheço como gente – lá vai 45 anos de vida – nunca pensaram nas pessoas com deficiência além da imagem de incapazes e que não podem fazer nada. Muitas notícias dizem o contrário, dizem que somos mestrados, somos técnicos e estamos estudando muito mais, do que uma elite ignorante religiosa hipócrita que além de tudo, trouxe o Coronavírus para cá. Ao em vez de ajudar, acaba só atrapalhando.


domingo, 25 de abril de 2021

Eu, isentão?

 


Quem me lê e quem sabe o que eu penso, politicamente, já reparou que não defendo nenhum lado. Por quê? Aos reacionários que vem o regime militar uma maravilha, eu nasci no governo Medici e sem nenhum programa de saúde que tivesse um pediatra na sala do parto – que ainda persiste e nascem bebes com paralisia cerebral – e nasci com uma deficiência. Depois, como a saúde não foi uma prioridade no país, eu tive caxumba e, talvez, pneumonia que com uma convulsão (por causa de uma febre) eu piorei minha deficiência. Como não tinha escolas adaptadas – porque a educação nunca foi o forte do Brasil – eu tive que ficar numa instituição, primeiro repetindo a quarta série para eu ter fisioterapia, depois ficando numa oficina abrigada sendo explorado (porque a entidade em questão ficava com uma parte do que a empresa pagava) e ainda, não podíamos namorar ou fazer qualquer coisa. Alias, namorar nunca podíamos porque haviam e ainda há, mães psicóticas ou acham que todo mundo quer engravidar a filha, ou casa com canalhas e acham que todo homem é um canalha. Por quê? Por causa da nossa educação vagabunda.

Como não desisto, a questão da politica no Brasil nunca foi uma questão ideológica, ela sempre foi uma questão de interesses bem escusos. No meu exemplo, podemos ver que programas bastantes simples poderiam evitar muitas deficiências e muitas mortes. Mas, o Brasil sempre teve uma péssima tendência de escolher ou não – porque tínhamos generais ignorantes – governantes que não tem nenhuma noção de nada e ainda, são aclamados como heróis ou ídolos como se salvassem a pátria. Não salvam. É uma utopia achar que um sujeito ou ideologias, podem dar jeito em um país tão desigual como o nosso. Eu como uma pessoa com deficiência fui vítima do ESTADO e como um cidadão eu fui traído e enganado da promessa, de uma esquerda fraca e burra, que fariam um país mais igual e acessível. Isso não é de hoje não. Enquanto comunistas e militares brigavam pelo poder, crianças ficavam ou nasciam com deficiência, morriam de fome, não tinham nem saneamento básico ou educação de verdade. A questão nunca foi ideológica dentro da questão do Brasil enquanto nação, sempre foi de interesses e questões politicas.

Nunca se quis modernizar o país por causa da exploração de mão de obra barata. Gente ignorante se paga menos e não sabe dos seus direitos, pois, não sabem que eles vendem o serviço e não o dono da empresa dará uma oportunidade de trabalho. Os morros das grandes metrópoles são provas cabais disso, onde pessoas ignorantes – que foram captadas com a falácia que quem estuda é CDF ou NERD – são trabalhadores braçais em potencial e são pessoas desesperadas para trabalhar. Costumo falar, que criaram a família feliz – igual as propagandas de margarina – para as pessoas acreditarem que existem casais felizes e que filhos geram essa felicidade, a utopia da família feliz, na verdade, foi uma forma de sequestrar a mão de obra e dizer que eles tem que trabalhar para sustentar esses filhos. Que você tem que arranjar um parceiro, ter filho, ter uma casa – que na maioria das vezes, ou é aligada ou um barraco – para ficar refém do capitalismo brasileiro. Ou seja, eles te convencem que você tem liberdade para fazer o que quiser e te convence que você tem que ser o que eles quiserem. Como? Com a mídia. Com ideologias hereditárias. Com utopias religiosas e politicas. Levadas com uma cultura pobre de conteúdo, uma sistematização de renegação do seu próprio país, e ainda, achar que o Brasil não presta. Nossos políticos são mercenários. Nossa mídia é mercenárias, ao ponto, de trazer um conteúdo muito sexualizado – achei graça o CEO do SBT dizer que a Sheherazade é a vergonha do canal sendo eles os produtores dos funkeiros, por exemplo, com vários programas zero de conteúdo, é uma grande piada – conteúdo que nada acrescenta e ainda, músicas que acabam com a alta estima de um povo.

Não vou ser hipócrita e achar que não vi tudo isso, mas eu sei separar aquilo que eu gosto com aquilo que é conteúdo massificado. Eu sempre fui avesso as massificações. Não gosto de séries que estão na moda ou estão em alta – a casinha de papel é um incentivo ao crime lascado – não gosto de bandas famosinhas, não gosto de livros da moda, não gosto de nada muito falado. Não porque eu leio, mesmo o porquê, existem gente que lê e é um idiota completo (que acha que todos os autores do passado são preconceituosos), porque aprendi a ser seletivo e foda-se o mundo que não estou nem ai com ele. Como eu posso entrar numa cultura que um Monteiro Lobato é racista, mas pessoas com deficiências negras, são discriminadas todos os dias e o movimento negro não divulga nada? Como posso apoiar movimentos hereditários como o feminismo, se famílias prendem ou não deixam mulheres com deficiência terem namorados ou que mulheres com deficiência são assediadas? Ou se defende todos, ou não defende ninguém. Essa coisa de achar que só aquele nicho tem que ser defendido – que eu acho chata essa discussão – é um pouco banalizar as lutas verdadeiras dos negros e das mulheres, de décadas, virar lacração de redes sociais.

Diante de tudo isso – sendo feito, tanto pela direita, quanto a esquerda – eu tenho que tomar um lado? Eu não posso nem namorar, não posso sair – porque o governo fez uma cagada mais uma vez com vacina – não posso ser quem eu sou, não posso ser deficiente sem tomar cuidado com o termo que eu me chamo. A questão é: toda essa cultura vem da onde? Será que tudo isso tem a ver com uma construção cultural que vem desde os jesuítas – que abominavam o conhecimento e as riquezas que fossem do povão – ou é uma construção desde o século dezenove da filosofia positivista de Augusto Comte? Acho, sinceramente, o brasileiro um povo crédulo e que não separa a pessoa do ídolo, tudo vira ídolos.



sexta-feira, 16 de abril de 2021

Showzinho politico com os mesmos nomes

 

Figure Skaters - Holiday on Ice 


Quando eu era bem jovenzinho lá em uma unidade da AACD (Associação a Assistência a Criança Deficiente), eu assistia o show no gelo, Holiday on ice, onde havia um tema e o show inteiro se contava uma historia com atores patinando no gelo. Não sei se ainda a associação (que virou puxadinho do SUS) levam as crianças com deficiência, mas foram anos muito significativos para minha formação e para saber (anos depois) que show é show e vida real é vida real. Eu posso ter gostado de todas as apresentações do show do gelo, mas eu sei muito bem, que aquilo não era verdade e não poderia ser a minha vida.

 

Como vimos, enquanto pessoas morrem de covid-19 e que, no momento, as pessoas com deficiência não serem prioridade, vimos um show como u vi no Holiday on ice. Os nomes ali reunidos – que ficou de fora o showmam senador Jorge Kajuru – não são surpresa e nem deve ser aclamados como heróis, porque essas comissões gastam muito dinheiro, não dão em nada e é pauta riquíssima para quem quer concorrer as próximas eleições. Falta de respeito com o ser humano, falta de respeito com a nação, falta de respeito com  quem paga imposto todos os dias e não recebe nada.

 

Num ponto ético, a comissão é um modo revanchista de ser politico na politica brasileira e isso tem procedentes. Pois, o Brasil, historicamente, sempre foi um país que tiveram facções que detonavam a outra para tomarem o poder.  Mesmo o porquê, o poder tem muito mais importância do que o dinheiro, pois, o dinheiro já esta incluído dentro do poder. A questão sempre foi a questão hegeliana de que o escravo não pode ser considerado preso, porque não tem responsabilidade nenhuma como o seu senhor (dai é derivado o pensamento freiriano do o sonho do oprimido, se não tiver uma educação livre, é oprimir). Será mesmo que quem dentem o poder é livre? Como sabemos o que é liberdade?

 

Grandes liberdades presume grandes responsabilidades – dai minha critica com os libertários individualistas que se classificam como anarcocapitalistas – porque, por mais que você queira, você vive em uma sociedade e cada ato seu tem a ver com atos de extrema responsabilidade social. Por exemplo, você pode, muito bem, acelerar seu carro ate o ultimo e correr, mas você pode ou atropelar alguém, ou pode bater e se matar matando gente que não queria morrer. Atos são dilemas éticos e devem ser muito bem pensados para não prejudicar o outro. Assim como, todas as questões politicas e que vao refletir dentro de uma sociedade maior. Como disse no outro texto – aqui – se uma pessoas clona um cartão de um beneficio é um ato ático, pouco lucrativo, mas que mostra que temos uma educação, ainda, onde ter vantagem é um grande negocio.

 

Onde vamos chegar com essa comissão? Será que vamos saber mesmo o que aconteceu ou é mais um showzinho? Se for um show, prefiro o Holiday on ice. 

quinta-feira, 15 de abril de 2021

O BRASIL NÃO É PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA








Em uma discussão sobre ética com meu pai, depois que tomamos uma canseira dentro da Caixa Econômica Federal, e ele termina com uma pergunta: “o que a pessoa ganha com isso?”. Porque qualquer gerente de um órgão publico, vai dizer que o sistema burocrático é para não haver fraudes e que o trabalho do governo é garantir o serviço ao maior publico possível. Piada. Como uma pessoa consegue clonar um cartão de beneficio? Num modo muito profundo, a questão de clonagem e de corrupção se deve sempre por causa de esquemas, só isso.

Isso tem a ver com a ética e como o brasileiro trata o seu próximo, principalmente, nas empresas publicas. Porque parece que estão lhe fazendo um favor e esquecem que nós, todos nossos familiares e todo mundo, paga impostos. E é muito pior quando você é uma pessoa com deficiência, que mesmo com uma Lei Brasileira de Inclusão, não temos nenhuma preferencia e ainda acham que o dinheiro e o serviço são deles. Segundo a LBI, pessoas com deficiência tem preferencia quanto a vacinação contra o COVID-19, mas os políticos puxam o saco para quem acham que dão voto. Dai entra a pergunta do meu pai: o que a pessoa ganha com isso?

O que a pessoa poderia ganhar tanto em burocratizar – porque a burocracia traz a corrupção – e o porque clonar cartões de beneficio, sendo que é um só meio é um só beneficio, pois, sabemos que um dia pessoa vai descobrir. O ganho é imediato, mas o valor é muito pequeno e não daria um dia. Então, voltamos ao que meu pai perguntou: o que a pessoa ganha com isso? Ganhar ou não ganhar é um ponto moral muito importante dentro de qualquer esfera do segmento, porque não tenho só problema com a Caixa Econômica Federal. Os Correios, em plena pandemia, não entrega encomendas grandes no meu CEP. Como vou comprar coisas que preciso se eu tenho que buscar na agencia dos Correios? E o ganhar sempre é o ganhar para um lado, o lado da incompetência e descaso de pessoas.

Será que isso é um processo de não se ensinar nas escolas o que seroa ética ou moral? Será que isso é questão de ensinar que todas as pessoas merecem respeito independente de qualquer coisa? Porque, estamos vendo na pandemia, que ate os negros querem priorizar, mas as pessoas com deficiência nem tocam no assunto.


terça-feira, 13 de abril de 2021

INTELECTUAIS E FILÓSOFOS

 

No pensamento brasileiro, há uma grande confusão entre ser intelectual e ser filosofo e que vem levado ao debate publico a vozes solitárias. Intelectual é aquele que lê muito, estuda todas as matérias, mas não tem nenhum interesse de questionar o que ele leu. Assim, ele repete aquilo como se fosse um mantra. Um filosofo faz questionamentos em todas essas matérias e ate o que a maioria acredita, e ate mesmo, as que ele próprio acredita. Por isso mesmo, a meu ver, Olavo de Carvalho não é um filosofo e sim, um intelectual.

Em um artigo chamado “Ideiasna rua da amargura: cadê a resposta de Pondé?” o jornalista Paulo Poizonoff Jr,  mostra uma frustração de não ter nenhuma resposta do filosofo Luiz Felipe Pondé do artigo da também, filosofa, Bruna Frascolla. Nesse artigo, chamado “Uma pergunta a Pondé: de onde tiraram a ideia de que o PT geriria melhor apandemia?”, Frascolla, analisa um artigo do Pondé com um nome “Predador vs Allien”, onde ele diz que Lula (seria o Predador) seria bem manos danoso do que o Bolsonaro (seria o Allien). Todos esses artigos serão linkados nos nomes.

Ora, minha questão vai muito além do que meras baboseiras politicas – onde sabemos que o Predador também quer caçar a humanidade – e sim, Poizonoff chamar Pondé de intelectual e demarcar uma linha que, a meu ver, tem a ver com a questão cultural dentro do Brasil. Pois, não temos uma cultura que tenha valorizado a filosofia, mesmo que a igreja católica ter usado o platonismo e o aristotelismo para fundamentar a sua teologia. Alias, quem estuda filosofia sabe, que o termo teologia é aristotélico.

A questão gira em torno o que as pessoas fazem da filosofia como mero ato intelectual, pois não é. A questão do Pondé não foi medir a gestão do Lula com o Bolsonaro, mas o nível de babaquices isso daria. E a analise da Frascolla é certeira: porque se fosse um governo petista, talvez, resoluções seriam muito mais danosas. Pondé mostrou uma empatia de Lula – que eu descordo, porque a empatia lulopetista é partidária – em ser mais ponderado. Mas na sua analise, Poisonoff só classifica o artigo do filosofo, e não intelectual, de antibolsonarista e uspiano. E pelo teor ele é direitista.

Libertários – minha posição politica – tendem a cair um pouco para a direita por causa do sentimento anti-coletivista que a maioria se expressa. Eu não. Se eu acredito num anarquismo que possa dar liberdade ao ser humano fazer as coisas que quiserem, não posso defender nada disso. Nem empresário sem-vergonha, só porque, sou a favor do capitalismo. O problema não é a ferramenta, mas o que você faz dela. Portanto, para mim, liberdade e felicidade é meu lema. E ai que está, a ideologia pauta tanto a sua liberdade e também vai pautar a sua felicidade, porque não é diferente do coach. Formulas magicas para problemas reais.

Deixando isso bem claro, a questão desse artigo é bem clara. Quando Poisonoff diz que, como um bom intelectual brasileiro o Pondé passa pelo mundo das ideias e começa a cantarolar a musica enfadonha “sou um gênio/ninguém é capaz de me contestar”, ele inclui a ele mesmo? Porque chamar o outro de “uspiano”, adjetivando um substantivo, a meu ver, é coisa de gente arrogante. Como se quisesse dizer: “olha aquele uspiano que só defende gente da esquerda” e começa a achar, que quem segue o Olavo é um intelectual independente que não segue nenhum lado. Pois segue o pior lado da direita americana, que por anos espalhou para o mundo inteiro que os comunistas queriam dominar o mundo através da cultura. Piada. Stalin era um lunático que poderia pensar que o seu cachorro estava conspirando contra ele.

O fato é que o comunismo foi para a prateleira da parte da filosofia, desde quando derribaram o muro de Berlim. O que acontece, que nossa esquerda – e, talvez, a esquerda latino-americana – ainda não enxergou que cada cultura e cada povo é de uma maneira. A internacional é uma utopia. Assim como a utopia olavista de achar que todo mundo que faz humanas, principalmente de filosofia, é um maconheiro que bebe até ficar caído na sarjeta e ainda, defende só a esquerda. É uma generalização sem tamanho. Muitos alunos de Heidegger foram para esquerda e não se tornaram da extrema-direita, a Escola de Frankfurt era só uma escola de estudos (não fizeram as musicas dos Beatles).

Nunca vai sair um debate serio aqui – em nenhuma esfera – se jornalistas adjetivarem nome de universidades publicas, quando se começa  a chamar uspiano. Isso é coisa de moleque da quinta serie, não agrega nada e não há nada a agregar. E quem acompanha Pondé como eu acompanho, ele esta nem ai.


domingo, 11 de abril de 2021

A pandemia e as pessoas com deficiência – o fascismo da Alesp







 Quem lê quadrinhos e quem vê os filmes sabem que o Coringa é um alter ego do Batman. Na verdade, o Coringa se alto alimenta no heroísmo do Batman e o quando ele dialoga com seu lado descontrolado, impune, seu lado quase primata de querer despedaçar o Coringa. Por outro lado, segundo uma versão, o Coringa é um engenheiro químico falido, não conseguiu salvar sua mulher e se envolveu numa trama mafiosa para roubar o banco e caiu num tanque de produtos químicos e se tornou maluco. Por isso gosto da versão do Esquadrão Suicida, embora, o ator que se matou, fez muito bem o personagem. Mas, deixando as fofocas hollywoodianas de lado, a questão de vilão e herói foi muito bem trabalhada para dialogar e mostrar o quanto fazemos escolhas pontuais dentro de qualquer coisa. Aliás, esse é o princípio do livre-arbítrio de Santo Agostinho. Ou seja, para Agostinho, Deus é todo bondade e só existe o mal porque o ser humano escolhe não viver eticamente, grosso modo. Bruce Wayne (Batman) se preparou quase a vida inteira para defender quem quer que seja, por causa que seus países morreram por causa de um criminoso. Ele, a princípio, visa a lei e as pessoas que trabalham. O Coringa não faz esse processo porque ele não era preparado, ficou louco e desvariado e ainda leva sua psiquiatra – que se apaixona por ele – a ir para o crime. Mas, quem tem razão nessa história?

Podemos dizer que a arte imita a vida, porque ninguém quer ser herói e nem o vilão. Herdamos isso dos gregos antigos que tinham dos heróis pontos éticos que mostravam o que é certo e o que é errado. Aqui no Brasil temos milhares de fórmulas mágicas para educar, temos que educar numa igreja, temos que educar na moral e nos bons costumes, etc, etc, etc… sempre terceirizando o modo de educar e o modo de ensinar ética. Primeiro, concordo com o historiador israelense Harari, o ser humano já tinha códigos morais muito antes dos dez mandamentos mosaicos ou da igreja cristã para acharem que são o “suma sumo” da ética e da moral. A ética e a moral, tem a ver com a educação individual de cada família, pois, o brasileiro não gosta de ser socialmente unidos. Uns idolatram um lado, e outros idolatram o outro. Mas, e as pessoas com deficiência? Como ficam as pessoas com deficiência nessa “putaria” politica?

Como um Predador, o governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB) quer pegar o Allien que é o presidente Bolsonaro e ser o herói. Acontece, que no caso do Batman e o Coringa as coisas são muito bem demarcadas  como o Wayne um herói e o Coringa como vilão (embora sejam alter egos). O Predador não quer salvar a humanidade – que alias veio para a Terra, exatamente, para caçar os seres humanos – ele quer um troféu de ter caçado o Allien para sua coleção. Dória não quer salvar vidas por causa dos atos que ele está fazendo e a perseguição contra o governo federal, ele quer um troféu politico para concorrer, ou tentar, a cadeira da presidência em 2022. E nós, pessoas com deficiência, estamos no meio. Na verdade, historicamente, estamos sempre esquecidos nas questões importantes e somos os seres humanos “estranhos” dessa história toda. Podemos dizer que somos os X-Mans – pulando da DC para a Marvel-Disney – em que somos discriminados, somos excluídos e ainda sim, lutamos pelo direito de vacinação primeiro em nós (por causa da nossa vulnerabilidade) e depois em todos, porque parece que o Dória e o Bolsonaro ainda não se tocaram que há uma pandemia e o Brasil está muito pior. Estamos isolados do mundo. Daqui a pouco, vamos ter sanções por causa dessa loucura politica em que vivemos. 

Pessoas com alguma deficiência dentro da história, sempre foi morta ou abandonada. Na realidade, politicas inglesas permitem que mães abortem crianças com diagnósticos com síndrome de Down. Primeiro, eles sabem, porque presumo serem um povo estudado, que dentro da ciência existem a probabilidade de nascer ou não com Down. Depois, existem uma ligação muito forte entre essa determinação inglesa e uma determinação nazista. A solução final não é criar ou ampliar uma adaptação adequada para nós, mas sim, nos matar e criar uma sociedade perfeita e sem nenhum empecilho para o progresso. O Brasil já tem um histórico de matar pessoas com deficiência desde os indígenas, que achavam ser castigo dos deuses, não é diferente das religiões ocidentais ou orientais. Só que criamos meios mais humanistas, que em teoria é bonito. Na prática, temos resoluções como a inglesa que beira sim, ao regime nazista de criar sociedades perfeitas e sem nenhuma deficiência. Só que problemas genéticos se renovam, vírus e bactérias se modificam. A pretensão humana de achar a ciência – herança iluminista positivista – vai salvar o mundo do sofrimento e do caos, não é diferente das religiões que dominam o mundo. O Coronavírus esta ai para mostrar isso. Cepas vão se modificando, porque vírus se reproduzem e se criam por causa da nossa genética. 

Minha amiga Cláudia Borges mostrou, deputadas em vez de estarem preocupados em apresentar projetos para nos priorizar ou soluções para a pandemia, estão preocupadas em racismo no BBB21. O reality show vai modificar a vida de alguém ou vai trazer algum beneficio para o Brasil? Claro que não. Politicas de pão e circo são conhecidas desde Roma. Anestesiar a grande população com uma cultura vagabunda que só aliena, só faz o ser humano achar que o mundo é só dividido entre esquerda e direita. 



quinta-feira, 8 de abril de 2021

Somos monogâmicos?

 








Dias desses eu encontrei, sei lá onde, um artigo científico da BBC Brasil que falava da sexualidade dos neandertais e como se poderia ter híbridos entre o homo sapiens e eles (além dos denisovanos). No mundo moderno se criou a discussão se somos monogâmicos ou não, por causa de algumas atitudes poucos monogâmicas de certas pessoas ao longo da história. Então, acho que isso deve girar em torno do amor e o sexo. Rollo May, psicólogo existencialista, disse que as pessoas confundem sexo com o amor, porque o mundo de hoje as pessoas não querem responsabilizar com suas escolhas. Isso mesmo, somos animais que escolhemos e escolhemos aquilo que temos afeto. A questão de sermos ou não monogâmicos gira em torno daquilo que os iluministas puseram o ser humano como racional e por ele ser racional, deve ser livre. Só que o século vinte mostrou que muitas crenças iluministas foram refitadas.

Primeiro que o ser humano não é, totalmente, livre. O ser humano – principalmente, os que vivem em uma sociedade – vivem presos em questões morais e questões sociais. A questão é que não temos liberdade nem mesmo de amar quem queremos, pois tem a questão familiar e também, social. O iluminismo achava que com o conhecimento e a ciência dariam a liberdade, mas a internet mostrou que a maioria não quer o conhecimento verdadeiro e sim, o que confirma as suas crenças ideológicas e religiosas. Isso é liberdade ou não? Claro que não. Liberdade não é conhecer ou ter coisas ou conceitos que fazem com que acreditamos em um só ponto, e sim, são conhecimentos que sempre vão ver outros pontos que podem, por ventura, serem ligados ou não. Porque com a internet, as pessoas acham que já tem consigo um meio para chegar até a realidade, pois, não tem nada e continuamos seres com crenças fundamentalistas. Só se mudou o ser divino ao se apoiar – como os ateus se apoiam na crença do não divino – porque a maioria das pessoas, precisam de algo a ser um símbolo que elas existem. Se na era medieval a igreja romana divinizou o mundo das ideias platônico e o deus motor de aristotélico, o iluminismo divinizou a liberdade e o conhecimento. Não houve uma reflexão sobre, só confirmações das crenças que não eram verdades. Você pode ter vários companheiros quanto quiser e não vai ter liberdade, porque você não criou uma coisa verdadeira, você se entregou ao cio animal da sexualidade.

Os existencialistas têm toda a razão, pois escolhemos um caminho e vamos ser prisioneiros das consequências dessa escolha. E as consequências são nossas porque nós escolhemos. Se escolhemos ficar com uma pessoa, podemos construir laços com essa pessoa. Se escolhemos sermos porra loucas e ficar transando com todo mundo a todo tempo, não construirmos laços com ninguém e podemos desenvolver doenças venéreas. Talvez, a questão do texto é mostrar da forma evolutiva, é muito melhor sermos fiéis ao companheiro do que trair eles e é premissa até mesmo bíblica. Nos dez mandamentos, Deus diz que não se pode olhar a mulher do próximo e no novo testamento, diz que Jesus disse que quem olhar já está traindo, pois, o que Deus uniu o homem não consegue separar. O amor, a meu ver, tem a ver com o modo evolutivo que o ser humano transforma em laços aquilo que é simbólico.

Como sabemos que somos animais monogâmicos? Porque nossos parentes evolutivos, chimpanzés e bonobos, tem pelos penianos para limpar o esperma dos outros machos e nós não. Ora, se não temos, então podemos concluir, que não somos. Mas uma outra questão nos faz pensar: a quem interessa essa liberdade sexual? Porque a cinquenta anos atrás, as camisinhas eram rudes e não eram nem fabricadas em maior escalas, porque não se tinha um uso frequente. Esse tipo de indústria teve um aumento significativo em tecnologia e material. Por outro lado, com o moralismo, lutamos com neuroses até hoje ainda nesse tempo. Pais se matando e matando a filha em nome da honra, mulheres chamando outras de vagabunda porque achavam que traia o marido e etc, que nos faz refletir no equilíbrio entre nem um lado e nem no outro. Por que não achar que uma pessoa pode te satisfazer? Por que achamos que o amor é uma prisão? Por que julgamos aqueles que querem fidelidade?

A questão é que você ama uma vez só, pois o amor verdadeiro não é simples paixão, é uma ligação. E, como disse Jordan Peterson em uma entrevista, não casamos para ser feliz, casamos para ter estabilidade de cuidar de outras coisas. Imagine homens no neolítico que precisavam cuidar da caça – porque as mulheres ficavam na colheita – e outros homens poderiam fazer sexo com sua companheira. Como ele iria saber se os filhos eram, realmente, dele? Isso deveriam preocupar. O casamento afetivo deu estabilidade e o ser humano começou a trabalhar e evoluir tecnologicamente. A cultura que estragou tudo em estabelecer nessas questões rituais e coisas inúteis. Hoje, com esse mundo louco, não é diferente.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Vacinação e canalhice

 


As crises revelam heróis e canalhas. Elas fazem as máscaras sociais caírem, como nas guerras.

Leandro Karnal


Karnal tem razão, em momentos de crises se revelam os heróis e os canalhas. Geralmente, quem entende e estuda história, sabe que existem pessoas que se confundem entre aqueles que são heróis e aqueles que são canalhas. O Brasil, como o país da vantagem, nem sempre podemos contar com heróis e só contamos com os canalhas. Mas, quem seria esses canalhas? Canalhas são aqueles que usam de uma pandemia para inflamar mais uma briga politica, a esperança de uma cura em dizimo de igrejas e o uso da mensagem espiritual – dos grandes avatares – para promoverem suas próprias religiões. Por outro lado, canalhas não tem uma educação marciana ou educação de plêiades (mesmo que exotéricos tenham essa constelação como berços de seres puros e evoluídos), eles tem uma educação da nossa cultura e aprendem que cada um deve garantir só o seu e ninguém mais. A vantagem é um grande mandamento. Não é a toa que casos da enfermeira de BH tenha ganhado as manchetes dos jornais, pois, a nossa elite ignorante (que a receita federal acha que lé livros) não sabe que vacinas são propriedades do governo. Se tivesse cloro ali? Se tivesse outra coisa? 

Até para serem canalhas se deve ter um certo grau de cultura, coisa que os nossos canalhas não tem. Burros e ignorantes, correm o risco de morrerem na praia antes mesmo de atingirem o grande mar (em alusão das tartaruguinhas que morrem antes de atingirem o mar). No nosso meio da inclusão das pessoas com deficiência, não é diferente. Canalhas nos usam como trampolim politico direto e não sentem nenhum remorso, nenhuma dor na consciência, pois, sua natureza de canalhas não lhe deixam ver o obvio. Mas existem canalhas com deficiência, canalhas que usam seus blogs, suas empresas e outras coisas, para atender interesses únicos políticos. Uns são a favor de senadoras que dizem defender as pessoas com deficiência, outros não querem se meter, porém, defendem um discurso moderado e sem “revolta”. Ao longo da história humana, de uma certa medida, o ser humano com raiva e revoltado, fez a grande massa ver os canalhas que o governa, só pessoas que querem levar vantagem em tudo ou querem agradar um maior número de pessoas pensam em discursos moderados. A questão é outra. 

A grande maioria gosta de seguir a esquerda brasileira como se fosse uma religião que vai fazer tudo muito mais acessível, pois não vai ter nada acessível, tudo não passa de discurso politico. Fazemos parte de uma agenda politica da esquerda, como agora, não lembraram de nós na vacinação. Quanto de nós precisa morrer para a esquerda ver que somos prioridade na vacinação? Só os professores devem ser vacinados? Só os policiais devem ser vacinados? Se o Butantan não consegue fabricar mais vacina, como disse a secretaria das pessoas com deficiência do Estado de São Paulo Célia Leão, o problema não é da grande população. O problema é deles e eles deveriam resolverem em vez de ficar com briguinhas quinta série B. Num modo bastante geral, tudo que é feito para as pessoas com deficiência ou é vagabundo ou não tem poder nenhum, como as secretarias e os conselhos. Que poder político tem uma secretaria que cuida das questões dos deficientes? Qual poder politico tem um conselho que cuida das questões das pessoas deficientes? Nenhum. Isso mostra, mais uma vez, o discurso canalha que sempre tivemos de ouvir. 

Mas, se existe uma cultura canalha, onde tudo emana a partir do seu próprio interesse, onde escapar? Particularmente, eu acredito não nas ideologias politicas (que não passam de utopias de um mundo melhor), e sim, acredito na virtude. Uma atitude virtuosa é muito mais eficaz do que uma atitude ideológica, porque você acaba fazendo o que é certo e não o que é ideologicamente coerente. Nem sempre as ideologias ajudam e sim, atrapalham num desenvolvimento pleno daquilo que se deve ser feito.