No pensamento brasileiro, há
uma grande confusão entre ser intelectual e ser filosofo e que vem levado ao
debate publico a vozes solitárias. Intelectual é aquele que lê muito, estuda
todas as matérias, mas não tem nenhum interesse de questionar o que ele leu. Assim,
ele repete aquilo como se fosse um mantra. Um filosofo faz questionamentos em
todas essas matérias e ate o que a maioria acredita, e ate mesmo, as que ele próprio
acredita. Por isso mesmo, a meu ver, Olavo de Carvalho não é um filosofo e sim,
um intelectual.
Em um artigo chamado “Ideiasna rua da amargura: cadê a resposta de Pondé?” o jornalista Paulo Poizonoff Jr, mostra uma frustração de não ter nenhuma resposta do filosofo Luiz
Felipe Pondé do artigo da também, filosofa, Bruna Frascolla. Nesse artigo, chamado
“Uma pergunta a Pondé: de onde tiraram a ideia de que o PT geriria melhor apandemia?”, Frascolla, analisa um artigo do Pondé com um nome “Predador vs Allien”, onde ele diz que Lula (seria o Predador) seria bem manos danoso do que
o Bolsonaro (seria o Allien). Todos esses artigos serão linkados nos nomes.
Ora, minha questão vai muito
além do que meras baboseiras politicas – onde sabemos que o Predador também quer
caçar a humanidade – e sim, Poizonoff chamar Pondé de intelectual e demarcar
uma linha que, a meu ver, tem a ver com a questão cultural dentro do Brasil. Pois,
não temos uma cultura que tenha valorizado a filosofia, mesmo que a igreja católica
ter usado o platonismo e o aristotelismo para fundamentar a sua teologia. Alias,
quem estuda filosofia sabe, que o termo teologia é aristotélico.
A questão gira em torno o
que as pessoas fazem da filosofia como mero ato intelectual, pois não é. A questão
do Pondé não foi medir a gestão do Lula com o Bolsonaro, mas o nível de babaquices
isso daria. E a analise da Frascolla é certeira: porque se fosse um governo
petista, talvez, resoluções seriam muito mais danosas. Pondé mostrou uma
empatia de Lula – que eu descordo, porque a empatia lulopetista é partidária –
em ser mais ponderado. Mas na sua analise, Poisonoff só classifica o artigo do
filosofo, e não intelectual, de antibolsonarista e uspiano. E pelo teor ele é
direitista.
Libertários – minha posição politica
– tendem a cair um pouco para a direita por causa do sentimento anti-coletivista
que a maioria se expressa. Eu não. Se eu acredito num anarquismo que possa dar
liberdade ao ser humano fazer as coisas que quiserem, não posso defender nada
disso. Nem empresário sem-vergonha, só porque, sou a favor do capitalismo. O problema
não é a ferramenta, mas o que você faz dela. Portanto, para mim, liberdade e felicidade
é meu lema. E ai que está, a ideologia pauta tanto a sua liberdade e também vai
pautar a sua felicidade, porque não é diferente do coach. Formulas magicas para
problemas reais.
Deixando isso bem claro, a questão
desse artigo é bem clara. Quando Poisonoff diz que, como um bom intelectual
brasileiro o Pondé passa pelo mundo das ideias e começa a cantarolar a musica
enfadonha “sou um gênio/ninguém é capaz de me contestar”, ele inclui a ele
mesmo? Porque chamar o outro de “uspiano”, adjetivando um substantivo, a meu
ver, é coisa de gente arrogante. Como se quisesse dizer: “olha aquele uspiano
que só defende gente da esquerda” e começa a achar, que quem segue o Olavo é um
intelectual independente que não segue nenhum lado. Pois segue o pior lado da
direita americana, que por anos espalhou para o mundo inteiro que os comunistas
queriam dominar o mundo através da cultura. Piada. Stalin era um lunático que poderia
pensar que o seu cachorro estava conspirando contra ele.
O fato é que o comunismo foi
para a prateleira da parte da filosofia, desde quando derribaram o muro de Berlim.
O que acontece, que nossa esquerda – e, talvez, a esquerda latino-americana –
ainda não enxergou que cada cultura e cada povo é de uma maneira. A internacional
é uma utopia. Assim como a utopia olavista de achar que todo mundo que faz
humanas, principalmente de filosofia, é um maconheiro que bebe até ficar caído na
sarjeta e ainda, defende só a esquerda. É uma generalização sem tamanho. Muitos
alunos de Heidegger foram para esquerda e não se tornaram da extrema-direita, a
Escola de Frankfurt era só uma escola de estudos (não fizeram as musicas dos
Beatles).
Nunca vai sair um debate
serio aqui – em nenhuma esfera – se jornalistas adjetivarem nome de
universidades publicas, quando se começa a chamar uspiano. Isso é coisa de moleque da
quinta serie, não agrega nada e não há nada a agregar. E quem acompanha Pondé
como eu acompanho, ele esta nem ai.
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