quarta-feira, 7 de abril de 2021

Vacinação e canalhice

 


As crises revelam heróis e canalhas. Elas fazem as máscaras sociais caírem, como nas guerras.

Leandro Karnal


Karnal tem razão, em momentos de crises se revelam os heróis e os canalhas. Geralmente, quem entende e estuda história, sabe que existem pessoas que se confundem entre aqueles que são heróis e aqueles que são canalhas. O Brasil, como o país da vantagem, nem sempre podemos contar com heróis e só contamos com os canalhas. Mas, quem seria esses canalhas? Canalhas são aqueles que usam de uma pandemia para inflamar mais uma briga politica, a esperança de uma cura em dizimo de igrejas e o uso da mensagem espiritual – dos grandes avatares – para promoverem suas próprias religiões. Por outro lado, canalhas não tem uma educação marciana ou educação de plêiades (mesmo que exotéricos tenham essa constelação como berços de seres puros e evoluídos), eles tem uma educação da nossa cultura e aprendem que cada um deve garantir só o seu e ninguém mais. A vantagem é um grande mandamento. Não é a toa que casos da enfermeira de BH tenha ganhado as manchetes dos jornais, pois, a nossa elite ignorante (que a receita federal acha que lé livros) não sabe que vacinas são propriedades do governo. Se tivesse cloro ali? Se tivesse outra coisa? 

Até para serem canalhas se deve ter um certo grau de cultura, coisa que os nossos canalhas não tem. Burros e ignorantes, correm o risco de morrerem na praia antes mesmo de atingirem o grande mar (em alusão das tartaruguinhas que morrem antes de atingirem o mar). No nosso meio da inclusão das pessoas com deficiência, não é diferente. Canalhas nos usam como trampolim politico direto e não sentem nenhum remorso, nenhuma dor na consciência, pois, sua natureza de canalhas não lhe deixam ver o obvio. Mas existem canalhas com deficiência, canalhas que usam seus blogs, suas empresas e outras coisas, para atender interesses únicos políticos. Uns são a favor de senadoras que dizem defender as pessoas com deficiência, outros não querem se meter, porém, defendem um discurso moderado e sem “revolta”. Ao longo da história humana, de uma certa medida, o ser humano com raiva e revoltado, fez a grande massa ver os canalhas que o governa, só pessoas que querem levar vantagem em tudo ou querem agradar um maior número de pessoas pensam em discursos moderados. A questão é outra. 

A grande maioria gosta de seguir a esquerda brasileira como se fosse uma religião que vai fazer tudo muito mais acessível, pois não vai ter nada acessível, tudo não passa de discurso politico. Fazemos parte de uma agenda politica da esquerda, como agora, não lembraram de nós na vacinação. Quanto de nós precisa morrer para a esquerda ver que somos prioridade na vacinação? Só os professores devem ser vacinados? Só os policiais devem ser vacinados? Se o Butantan não consegue fabricar mais vacina, como disse a secretaria das pessoas com deficiência do Estado de São Paulo Célia Leão, o problema não é da grande população. O problema é deles e eles deveriam resolverem em vez de ficar com briguinhas quinta série B. Num modo bastante geral, tudo que é feito para as pessoas com deficiência ou é vagabundo ou não tem poder nenhum, como as secretarias e os conselhos. Que poder político tem uma secretaria que cuida das questões dos deficientes? Qual poder politico tem um conselho que cuida das questões das pessoas deficientes? Nenhum. Isso mostra, mais uma vez, o discurso canalha que sempre tivemos de ouvir. 

Mas, se existe uma cultura canalha, onde tudo emana a partir do seu próprio interesse, onde escapar? Particularmente, eu acredito não nas ideologias politicas (que não passam de utopias de um mundo melhor), e sim, acredito na virtude. Uma atitude virtuosa é muito mais eficaz do que uma atitude ideológica, porque você acaba fazendo o que é certo e não o que é ideologicamente coerente. Nem sempre as ideologias ajudam e sim, atrapalham num desenvolvimento pleno daquilo que se deve ser feito.



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