domingo, 4 de abril de 2021

A Lei da Vantagem

 






Fico imaginando se Aristóteles, de alguma maneira, pudesse observar o Brasil. Sendo ele o maior expoente de explicar e dizer que a ética é algo a ser praticado. Depois de ver mais um vídeo de enfermeiras, supostamente, não vacinarem velhinhos indefesos que acreditaram serem vacinado, lembrei da Lei de Gerson. Gerson foi um jogador de futebol e num comercial de cigarros, disse que gostava de levar vantagem. Mas o que é vantagem? Etimologicamente, vantagem vem do francês AVANTAGE que quer dizer “proveito, o que faz uma diferença a favor” e que veio do termo AVANT que quer dizer “antes, à frente”. Ou seja, vantagem é uma sensação de uma posição ou uma condição de ser superior ou adiantar de algo ou alguém com relação a outras pessoas. Assim, vantagem é um fator ou circunstância ou privilegia seu possuidor, ou melhor, privilegio. Exato, vantagem quer dizer que as pessoas acham que tem mais direito do que as outras e passam na frente delas, e isso, está quase no DNA do brasileiro. E muito pior, que os reacionários não repararam, esse comercial passou bem no regime militar. Se era mesmo um governo ético, por que deixar um comercial que incentivava a vantagem? 

A narrativa do Brasil está ficando muito pior, porque está usando as religiões e as ideologias (além da pandemia que ceifou milhares de vidas pelo mundo inteiro), para receberam alguma vantagem politica. Ser o que, talvez, que nunca serão. A questão nunca foi comunismo contra capitalismo – pelo menos aqui no Brasil – e sim, quem vai pegar o governo e assim, dominar a narrativa. Como um país pode evoluir economicamente, se não tem nenhuma estabilidade politica? Isso não tem a ver com quem tem razão ou não, tem a ver com os problemas e resolver os problemas. Governos tem que continuar modelos que estão dando certo e não tirar tudo e começar do zero, porque sempre tivemos uma roda que gira em falso porque um era mais sabido do que o outro. A guerra fria acabou e todas essas teorias de comunistas tentarem dominar o mundo, não passa de artimanhas para pseudos-filosofos ganharem dinheiro com esse tipo de narrativa. O brasileiro sempre jogou a culpa de tudo nos outros e não é bem assim, a culpa é nossa por ter votado nessa gente, por ter construído uma cultura de levar vantagem, de idolatrar políticos e todo mundo que prometa algo que pode ser vantagem, fanatizar ideologias e religiões que só são pontos usados pelo poder. 

Por que, ainda, se insiste em seguir algum líder? Biologicamente, nós humanos temos a capacidade de simular, mais ou menos, 150 pessoas por causa da nossa maneira que evoluímos dentro das savanas africanas. Nesse número – lá quando eramos nômades – só se seguiam os anciãos sacerdotes e o patriarca do clã. Talvez, somos animais muito mais afetivos do que racionais quando estamos em uma crise, pois, a raciocinalidade só é usada para resolver o problema. O medo é uma grande impulsionadora para as grandes melhorias da humanidade desde o neolítico, pois, o medo fez mais do que muitas ideologias politica por ai. O medo de que o nazismo voltasse, fez a Alemanha melhorar a educação. Medo de que houvessem outras guerras ou outras doenças fizeram a humanidade a desenvolver pesquisas nas áreas tecnológicas e biológicas, ao ponto de 

* exames saírem muito rápido. Mas, medo com muita frequência acaba em lutas e mortes desnecessárias e levam ao que algumas nações experimentaram e não gostaram, um líder que pode ser seguido e pode tomar o poder. E não só no ímpeto politico, religioso também pode acontecer com muita frequência. Hipátia de Alexandria, por exemplo, morreu para sustentar a imagem de Cirilo de um mundo onde as mulheres não deveriam estudar e ainda, chamou ela de herege. Como se ela tivesse a obrigação de virar cristã. No mais, a questão de matar ela era a questão de queimar a biblioteca de Alexandria, porque na visão deles, só tinha material pecaminoso. 

A pergunta que devemos nos fazer é: exste alguma vontade politica de se fazer uma mudança simples de averiguação? A quem interessa o mercado negro? A sombra da vantagem sempre vão encobrir as respostas que, num primeiro momento, nos parece obvia. Porém, não é bem assim. Há vários fatores que colaboram em dizer que graças a estrutura burocrática e antiga – sempre lembramos que nunca quiseram modernizar o Brasil – há varias maneiras de corromper qualquer coisa, qualquer sistema estatal e qualquer obra que venha as cidades precisarem. Quantas pessoas – principalmente crianças e adolescentes – morreram para alimentar o mercado negro de órgãos? Quantas cirurgias, nós pessoas com deficiência, foram erradas e não resolveram nosso problema e o médico levou comissão? Há uma coisa muito errada aqui no Brasil e nada tem a ver com comunismo ou outra ideologia, tem a ver com caráter.


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