quarta-feira, 16 de junho de 2021

Cristiano Ronaldo faliu a Coca-Cola

 


Amauri Nolasco Sanches Júnior

Depois que as grandes ditaduras foram derrotadas e o capitalismo liberal se sentiu vitorioso – com várias falhas e vários atos questionáveis – os norte-americanos (porque americanos somos todos nós), acharam que as questões de liberdade e igualdade de oportunidade estavam resolvidas. Mas, fazendo uma critica muito mais profunda, não é bem assim. Vários produtos questionavam foram ao longo do tempo – e não sendo hipócrita, também consumo – sendo cada vez mais, consumidos muito mais pela fama do que pelo gosto. A Coca-Cola foi inventada no século dezenove como um remédio de dor de barriga e depois, não sei porque cargas D'Água, se tornou um refrigerante e foi comprado porque o cara que inventou se matou. Isso mesmo, tomamos um remédio de dor de barriga gelado.

É saudável? Não. Vamos continuar enchendo nossas barrigas com esse remédio e vamos ter vários males. Por outro lado, a atitude do jogador português Cristiano Ronaldo de recusar o refrigerante – que ele já disse que não toma – de alguma forma, foi uma atitude única e mostra que as coisas estão perdendo unanimidade. Não se precisa mais bajular nada para se ganhar dinheiro, se valoriza mais a liberdade e as coisas não são como a grande mídia pensa. Afinal, o escritor e cronista Nélson Rodrigues dizia que toda unanimidade é burra. Talvez, ele tenha a ideia que quando as coisas têm uma unanimidade, é porque essas mesmas coisas não tem uma critica profunda de quem usa ou vê. Alguém já parou para pensar o porquê de se tomar um remédio de dor de barriga gelado para se refrescar? Já pararam para pensar o que ali tenha de verdade? Claro, não acho que tenha cocaína – teríamos evidências de muitas overdoses – mas, não acho que seja cem por cento natural.

Como eu disse no começo, o capitalismo liberal diz que foi vitorioso e hoje é uma unanimidade. Mas, o liberalismo não prega liberdade? O Cristiano Ronaldo não tem direito de não querer beber uma Coca? Não estamos no meio de países democráticos que asseguram livres escolhas? Pelo visto, não quando envolve interesses. Mesmo o porquê, quando falamos de liberdade, falamos de escolhas e as pessoas teriam direito dessa escolha. Se são boas ou não, cada um que arquem com as consequências. Sem dúvida nenhuma que nem todo mundo é liberal ou socialista porque quer – ai entre meu pensamento – porque há um interesse entre ser liberal ou ser socialista. As pessoas que querem empreender e podem fazer isso, com certeza, tenderão a ser liberais e defenderão um mercado mais aberto e menos burocracia estatal (o partido NOVO é um caso a parte). Os que vivem na pobreza querem o socialismo como uma espécie, de justiça social. Particularmente, tenho a tendência de ter a visão de Nietzsche nesta questão.

Nietzsche diria que todo ser humano que quer castrar o direito do outro de ter sucesso e aproveitar seus frutos, é um ressentido. Ou seja, as pessoas ao invés de julgar as outras por ter conseguido superar e vencer, deveriam seguir seu exemplo e achar meios de vencer também. Parar de ser um bando de ressentido e cobrar de quem tem que cobrar. Cristiano Ronaldo tem segurança e banca “peitar” empresas como a Coca-Cola e dizer que não vai tomar, não vai aderir porque ela patrocina os jogos e ponto. Ele não fez critica nenhuma e nem disse para as pessoas não tomarem, disse que ele queria agua e não o refrigerante. Simples. Talvez, alguém no mundo dando um exemplo desse, comece a não ser submisso as coisas que nos empurram. Talvez, ele tenha uma atitude sensata em dizer não quero e mostrando que ninguém vai fazer nada com ele – não aparentemente – porque ele sim, desafio uma megaempresa e mostrou que sim, temos escolhas a fazer.

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