domingo, 27 de junho de 2021

Sweet Tooth e o emburrecimento programado

 






Amauri Nolasco Sanches Júnior


Quem viu a série, Sweet Tooth, sabe que fala de preconceito e como o comportamento humano muda em torno do perigo eminente. Fala de preconceito – explícito quando mostra as crianças híbridas – e mostra como o estado é ineficiente em torno dessa situação (começada, exatamente, pela confiscação de uma pesquisa biológica). Fala de egoismo – quando os vizinhos queimam as casas com seus ocupantes – quando se tem um vírus a solta. Fala de humanos que erram e deixam para trás um mundo que muda e tenta consertar. E acima de tudo, o mundo mudara de qualquer jeito, seja pelo bem, seja pelo mal, mas que a mudança vai vir. Será que a série nos faz refletir por causa de várias coisas que anda acontecendo?

No livro que estou lendo “Emburrecimento Programado”, do professor norte-americano John Taylor Gatto, fala como as escolas estão fazendo tudo, menos criar cidadãos que pensem e tem uma visão crítica. Ate dá um monte de exemplo, como em alguns estados dos Estados Unidos, as taxas de analfabetos amentaram depois que as escolas começaram ser obrigatórias dentro do território americano (antes do século dezenove não eram). Na verdade, o professor Gatto constatou o que eu constatei aqui também, as escolas estão muito mais preocupadas em formar trabalhadores e pessoas obedientes, do que cidadãos críticos que podem melhorar a comunidade de onde vive. A questão apresentada na serie tem a ver um pouco disso, mostrando que os pensamentos e costumes tem que ser repensados e governo nenhum vai se importar com a população se algum dia coisa pior acontecer. Escolas tem que escolarizar, ou seja, criar cidadãos e saber o básico para criar pessoas que saibam se virar dentro do mundo e das coisas, como escrever, ler e calcular, e nas universidades, aprender as coisas profundas para trabalhar. Educar é algo muito mais profundo.

Educação vem do latim “educare” que eram pessoas que mostravam a realidade para os garotos (garotas não eram educadas). O termo latim era uma tentativa de tradução do termo em grego “paideia”, que significava, grosso modo, formação de crianças. Mas não era qualquer formação – feita pelo “pedagogós” – mas era uma formação da cultura grega e a ser um cidadão grego como era o costume. Ou seja, dentro dessa “paideia” teria que ter o ETHOS grego, com todo seu caráter e toda sua ética moral. Na verdade, muitos traduzem ETHOS como caráter, mas o termo em grego era muito mais do que a formação do caráter e sim, era a formação do espírito, era a essência do espírito grego. Ou seja, as coisas eram bem mais simples e se educava no ócio e tem nada de comunismo – Gatto erra em dizer que a União Soviética é uma República platônica – e sim, uma solução para não se tornarmos uma sociedade automática. Você trabalha para que? Você ganha dinheiro para que? Juntar e depois os herdeiros brigarem?

Varias coisas deveriam ser repensadas e reavaliadas dentro do pensamento social, pois, está nos adoecendo tanto fisicamente como mentalmente e não é coisa de vagabundo, é coisa de gente sensata. Quem quer dar toda sua vida por uma empresa que quando não te quiser mais não vai exitar em te dispensar? Quem, em sã consciência, vai deixar de conviver com a família por causa do trabalho? Temos que trabalhar, temos que estudar, mas temos que resinificar as coisas sempre como uma outra imagem como gostar daquilo e não ser por ser. Religiões, ideologia e etc, que fez um mundo um lugar mais “tóxico” estão sendo repensados – junto com outras espiritualidades e filosofias orientais e dando mais significado – por causa do fracasso que foi isso tudo. Bombas atômicas, o poder pelo poder, caças indevidas, entre outras coisas que não fariam o ser humano mais humanos.



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