sexta-feira, 4 de junho de 2021

Juliana tem razão

 



O homem é livre; mas ele encontra a lei na sua própria liberdade.

Simone de Beauvoir





Eu disse em um outro texto – que eu falo o mesmo que disse a atriz Juliana Paes – que, a meu ver, não deveríamos nem apoiar um e nem apoiar o outro, por razões obvias. Não vou repetir aqui. Embora não ache que estamos em um governo fascista – como nunca achei que estávamos num governo comunista no petismo – eu não acho que Bolsonaro é o modelo de presidente. O que acontece é que o brasileiro sempre achou que era anglo-saxônico e não é. Temos que nos assumir como latinos americanos como os países, como os Estados Unidos, sempre nos viu. Não pensem que nas escolas europeias e americanas, eles não ensinam as suas crianças que o Brasil é uma extensão da Europa ou dos Estados Unidos, pois, ensinam que o Brasil é um país latino-americano. Somos e temos uma cultura que veio do latim e veio dos romanos, então, não importa o que você ou as outras pessoas pensam, não viemos de uma anglo-saxônica.

Nossa noção de liberdade é a noção de livre-arbítrio católico que Santo Agostinho propôs para solucionar o problema do mal. Ou seja, o ser humano faz coisas erradas não porque Deus fez o mal e não há jeito, ele faz o mal porque escolhe o lado maldoso e egoísta. Educação? Ensinar valores verdadeiros? Em primeiro lugar devemos nos perguntar o que seria uma educação ou valores verdadeiros, porque não se pode ter ou procurar algo que não se sabe. Primeiro, educação nasce na Grécia e era destinado a ensinar só garotos que eram filhos dos cidadãos livres, mas, os gregos antigos, foram a base da educação que temos hoje em dia. Uma propagação da cultura vigente e o mais importante, a educação era uma forma de formar o espírito grego da época. Os poemas homéricos, as obras gregas poetisas são todas obras para educarem as crianças gregas e conforme a época, eram usadas como tendência dos valores éticos que as crianças deveriam seguir. Os gregos mudavam aquilo que não servia para época. Depois, os filósofos e sofistas (que para mim era também filósofos), começaram a ditar a educação e as questões, que os poetas, não discutiam. Claro, que a questão dos mitos, não é a questão de ser verdade ou não, e sim, ter explicação da realidade.

Podemos pergunta: o passarinho que está cantando é real? Podemos ouvir o passarinho, podemos saber de onde vem o canto, mas os nossos sentidos podem nos enganar e nos enganando pode nos dar uma realidade que não é verdade. Quando dissemos verdade (eletheia) dissemos uma parte da realidade, um ponto que estou vivendo e um fato que estou presenciando. Não há nada que prove que está tendo uma conspiração comunista (extrema-esquerda) assim como, não há uma conspiração fascista (extrema-direita). A realidade está sendo vista como uma coisa real quando começamos a questionar esse tipo de coisa e questionar os meios de informação.

A atriz Juliana Paes não quer – como eu – ter um lado ideológico e é valido, mesmo o porquê, vimos o que resultou e vimos o que virou. Porque o sistema só foi reprogramado, não foi modificado. Os mesmos nomes estão ai e os mesmos nomes ditam, ainda, o que pensar e o que fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário