terça-feira, 10 de maio de 2022

Conhecimento e linguagem – a era do binarismo político e do bundalismo selvagem

 



 




Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.

Sócrates

 

O que é conhecimento? O ser humano sempre está à procura de conhecer sua realidade e para saber da realidade – num modo do fenômeno entre mim e o objeto – temos que ter a linguagem (como forma terminológica dos objetos) e a forma de semiótica (que são a construção do termo onde designamos um objeto). Uma mesa, por exemplo, chama mesa um pedaço de madeira (ou outro material) que tem uma parte plana e quatro ou mais pernas como apoio. Mas, uma bancada – uma tabua apoiada em apoios – pode, também, servir de mesa e que pode designar um lugar de apoio para ou escrever e ler, ou para fazer qualquer tarefa que exige um apoio em ficar país alto no chão. Para o linguista suíço Ferdinand Saussure (1857-1913), existe a linguagem (langue) e a fala (perole), onde existe o significante (o corpo da ideia) como o significado (a alma do termo em forma de conceito). Ou seja, a linguagem é social e a fala é individual. Mas, ela é construída em cima de uma porção de signos (semeion) e sem eles, não dará para entender nada o que se quer expressar.

Quando digo que “estou escrevendo na mesa”, já se tem ideia o que é escrever e o que é uma mesa. A uma interpretação enquanto simbologia dentro das falas e comunicação e assim, poderemos ser entendidos graças o significado de escrever e mesa. Ora, as redes sociais tendem – pelo menos, a grande maioria – a sermos claros na escrita e sempre procurar aprimorar tanto nossa capacidade de escrever, quanto a nossa capacidade de interpretar aquilo que se escreveu de um modo claro e que podemos concordar ou não. Aí há um perigo: existem modos subjetivos dentro daquilo que queremos interpretar, pois, tem a ver com as nossas crenças (enquanto religião) e tem as nossas convicções políticas (enquanto pensamento ideológico político). Se dizem ser contra o atual presidente – que se diz de direita e conservador – já ligam essa pessoa ao escopo da esquerda revolucionária (como se só existisse esse tipo de esquerda). Do mesmo modo, podemos dizer quem fala contra o candidato adversário onde são chamados de fascistas, nazistas etc. por que isso? Quando alguém é chamado de comunista – ideologia de esquerda – todo mundo acha que é uma ofensa, mas, quem não é de verdade não vai se importar e quem é, vai confirmar sua ideologia dizendo “sou mesmo”.

Mas, o que poderia dizer um “sou mesmo”? A conformação de um pensamento, indo mais fundo, é uma confirmação ideológica ou uma afronta. Aqui – no Brasil – há um grande vicio em colocar tudo em uma <<caixinha>> e dizer que a culpa de um individuo ser canalha é só do fato dele pertencer àquele grupo. Ora, só porque a mulher que mente ser feminista, isso não quer dizer que isso é coisa do movimento feminista. Mas, venho observando esse coletivismo que temos e chego à conclusão que se tem raízes muito fortes em países latinos. Todo discurso parecido se torna ou fascista ou comunista. Daí a importância de uma certa interpretação dentro da ótica do significado de cada signo linguístico, onde se separa a linguagem (coletivismo) com a fala (individualismo). Por que as pessoas ainda insistem com esse tipo de generalização? Porque é muito mais fácil do que detectar um indivíduo canalha.

Então, o conhecer não é só a informação e sim, codificar a informação e conhecer seus objetos dentro dos inúmeros signos que são retratados dentro de uma frase, por exemplo. O grande problema – e o principal deles no mundo digital pós-moderno – é que se acostumou a ver as coisas de uma forma de vídeo, pois, o vídeo é muito mais do que ler. Ler você interpreta os termos dentro do seu significado logico no significante que aprendemos, o vídeo já tem uma visualização do significado. Um outro problema é a caracterização do meme, ora como filosofia de frases – fora de contexto – ora por causa das imagens que não precisam mais de interpretação. Assim mesmo, antes de tudo que você possa imaginar o contexto daquilo, a imagem te mostra como algo já pronto. Essa rejeição da leitura na nossa cultura – a prática sempre foi uma constante e por isso dizemos “fazer nas coxas” – pode ter colaborado para uma não construção dos meios de cultura própria. Não temos um hábito de nos afeiçoar com nossa própria cultura.

Ainda há uma degeneração da cultura que chamo de <<bundalismo>> onde simbolismos são destruídos para colaborar com esse binarismo político. Se coloca esses mesmos extremos como moralismo e bundalismo, como se as pessoas quisessem qualquer um dos lados e isso não é verdade. Posso não querer tomar uma posição. Nem todo branco pode ser, totalmente, branco. Como nem todo preto tem que ser totalmente preto, pois, ainda há o cinza. Ou seja, digamos, o cinza seria a síntese das coisas.

 

Amauri Nolasco Sanches Júnior

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