Nestas alturas, todo mundo sabe, que o bilionário Elon Musk comprou o Twitter. O CEO da Tesla disse que vai liberar as pessoas a colocarem suas opiniões e se alguém se sentir ofendido, abram um processo dentro dos transmite legais. Isso seria logico e normal num país consciente. E não é só isso, depois do anúncio dessa compra, o criador do Orkut anunciou a volta da rede social. Mesmo isso esteja ocorrendo, sabemos que os norte-americanos não gostavam muito do Orkut, e ele só fazia sucesso no Brasil por causa da novidade gerada em cima dessa rede. Mas, no final dele, a grande maioria já tinha migrado para o Facebook ou para o Twitter. Até mesmo, num modo linguístico, a pessoa definia gifs ou memes como “orkutaram o face”. Então, será que algumas coisas podem mudar?
O Twitter sempre dependeu da linguagem para você ser aceito ou
não, que mesmo com alguns momentos de censura, é uma rede social que tem mais
liberdade. As bolhas podem ficar diversificadas e plurais – mesmo as pessoas
acharem que os perfis fakes eram pessoas censuradas – há uma diversidade muito
maior. A crítica ao Musk gira em torno do valor que ele pagou para a compra do Twitter
– aproximadamente, 46 milhões de dólares – e que, assim dizem, acabaria com a
fome do mundo. Musk respondeu que se a ONU (organizações das nações unidas)
trouxer comprovantes de cada campanha em cada país do mundo com pobreza, ele
pagaria até mais. Sabemos muito bem – isso é mostrado dentro da história – que
a fome tem a ver com as guerras narrativas do poder, ora por pessoas que
defendem a eliminação, ora com pessoas defendendo que deveriam dar oportunidade
de trabalho. Sabemos também que, dentro do capitalismo, estereótipos de
empregados que mesmo obsoleto, ainda são usados como critério de se contratar. Essas
imagens vêm de séculos que se impregnou com imagens não reais de um mundo não real.
A realidade é que existem pessoas com qualificação que precisam trabalhar, e
que muitas vezes, não tem a imagem que o dono da empresa idealiza.
A fome – por incrível que pareça – tem a ver com a liberdade,
pois, não poder trabalhar ou estudar, tem a ver com repreensão. Repreender,
nada mais é, do que medidas de conter uma autonomia e pode acontecer ou por
causa de governos ou por causa outros fatores. O preconceito e a discriminação são
um desses fatores. Talvez, a fome seja uma forma inibidora para segurar uma situação
para um tipo de narrativa dominar. Ou seja, a esquerda – que desde sempre tem o
mesmo discurso e mesmo governo não resolve – com sua narrativa populista e a
direita com sua narrativa demagoga, sempre tomou parte desse discurso como
verdades, mais ou menos, realistas. Mas, a realidade é muito mais complexa do
que isso, porque a fome tem a ver com fatores socioeconômicos dentro da região que
ela acontece. A anos a Somália – pais do continente africano – passa por surtos
de fome e miséria por causa da guerra, assim como o sertão nordestino do Brasil,
que não melhora por causa das questões políticas da região. Essa questão tem
que ser mostrada de forma verdadeira sem lados, pois, a pior coisa de se fazer é
colocar a política de forma binaria.
Não existem lados quando se envolve poder e dinheiro, mesmo
o porquê, a questão têm a ver com guerras narrativas. Uns vão defender que bilionários
não devem existir, outros que devem existir, mas, na verdade, bilionários existem
por necessidades do mundo contemporâneo e isso é fato. É um muito fácil dizer
que bilionários não deveriam existir e tem um iphone, celular da Apple (que é
caro, mas quebra fácil). Se você defende uns dos lados – certamente, como uma
guerra armamentista – nunca vai ver o que eu analisei, pois, não acredito em
nenhum dos lados. Aliás, a meu ver, filósofos e aqueles que leem muito,
deveriam ter uma visão muito mais critica e muito menos binarias de certos
assuntos.
Sabemos que Musk tem outros interesses – não vamos ser tão ingênuos
assim – mas, essa choradeira tem uma direção e essa direção são aqueles que não
gostam de quem pensa diferente.
Amauri Nolasco Sanches Júnior
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