quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

CONDENSED MILK – A hiper-realidade do Mito (bolsopetismopower)

 



Quando você escreve uma matéria e a única coisa que se argumenta é que você é um “bosta” - isso faz parte do bolsonarismo, pois o presidente mandou a imprensa para a puta que o pariu e que chamou de merda – você entende que há envolta de uma narrativa, o mito do salvador da pátria. Isso fez parte do governo Lula (PT) e está sendo usado também no governo Bolsonaro (sem partido). Mostra como a nossa cultura, como uma cultura latina, precisa ter um líder para se sentir representado e não se enganem, a maioria do povo não quer um presidente moderado, ou quer um Lula (que não era uma imagem de Lord inglês) ou querem um Bolsonaro, porque é xingamento descarado no dia a dia mesmo. Quando você é fechado, faz o que? Quando, sem querer, alguém pisa no seu pé você faz o que?

O problema da realidade já se tornou uma hiper-realidade no contexto da narrativa entre a pessoa como pessoa e o mito sobreposta na imagem da pessoa, que perfaz a imagem de salvador de uma realidade que nem sempre existe. A imagem do Bolsonaro nem é de salvador de nada e sim, uma imagem do vingador que vai vingar o povo que não concorda com a esquerda – como se toda a imprensa é de esquerda jogando a imagem de inimigos - e colocando os críticos do governo, como se fossem do outro lado e não é verdade. Nem sempre os críticos são da esquerda ou pretendem se aliar a esquerda. Nossa cultura tem muito de binarismo trazido do cristianismo - que veio do maniqueísmo (Mani) que pregava que o mundo é regido pelo bem e pelo mal - e sempre coloca em “caixinhas” para fazer sentido em suas fantasias. Aliás, graças as redes sociais, já nao é uma narrativa fantasiosa e sim, uma hiper-realidade da verdade dos fatos. Porque a verdade fica sobreposta dentro da crença daquele que acredita e nunca fara sentido para ele. Se para um lulopetista os apoiadores do governo são fascistas, os bolsonaristas acusam quem apoia o Lula de comunistas. Assim sendo, tanto o “fascismo” como o “comunismo” ficaram termos virtuais e perderam o valor semântico.

Duas coisas me fazem refletir: primeiro, eu desconfio da ética do brasileiro no sentido social. Quem vive na periferia sabe muito bem do que estou falando. Se reclama da enchente, mas mete um sofá no rio. Reclama do governo, mas sempre burla alguma coisa e até mesmo, filas. Sem falar que fazem campanhas para o Teleton, choram emocionados que aparecem crianças com deficiência – que para mim é um desserviço para o segmento de pessoas com deficiência – mas estão com seus carros nas vagas de pessoas com deficiência e idosos. E mesmo nas manifestações – que tivemos no passado – muitas pessoas diziam “pela MINHA família” e não “PELO Brasil” e assim, sou cético se o brasileiro tem alguma ética.

Tanto o Bolsonaro quanto o Lula, estão ou estiveram lá porque alguém colocou lá pelo voto. E não me venha com fraudes, pois isso é jogar para o outro o que você fez (como o brasileiro sempre fez). Não existe doutrinação escolar, o que existe é uma educação vagabunda ineficaz. Não existe influencia nas mídias sociais, existe a  ineficiência dos pais educarem e isso me dá ânsia, de verdade. Essa mania de jogar no outro o que é responsabilidade sua.

Amauri Nolasco Sanches Junior



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