terça-feira, 24 de julho de 2018

Janaína Paschoal falou a verdade e ninguém gostou






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Amauri Nolasco Sanches Junior

Algumas pessoas gostam da verdade, outras, já gostam daquilo que lhe agradam e podem, muito bem, distorcer o que é verdade. Hoje, sabemos que existe a pós-verdade (é um neologismo que descreve a situação na qual, na hora de criar e modelar a opinião pública, os fatos objetivos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais.), existe a autoverdade, que podemos dizer, que é uma verdade que existe dentro de si mesmo. No caso do Bolsonaro, existem em seus discursos, muitas autoverdades que podem ser proclamadas como verdades somente para o conceito dele e de alguns dos seus seguidores. Aliás, essa questão da autoverdade, vale até defender torturador e também, repassar milhares de notícias falsas que não tem nenhum embasamento.


A professora e advogada, Janaina Paschoal, tem um discurso bastante verdadeiro daquilo que ela acredita. Não é um discurso para garimpar seguidores, tem muitos embasamentos jurídico bem construído. Ela não agrada ninguém e assim, gosto do jeito que ela discursa e fala. Porque estamos acostumados com pessoas com tapinhas nas costas, sorrisinho amarelo só para agradar, discursos demagogos, e quando aparece alguém que diz a verdade, ela é considerada maluca, as pessoas querem matar ela e etc.  Isso foi o caso de Sócrates, foi o caso de Jesus, foi o caso de várias pessoas que disseram a verdade e até mesmo, existe um ditado que diz, só falarmos a verdade e conseguiremos milhares de inimigos. A realidade é muito dura para quem não sabe ou não quer saber, que ela exista.

Só que estamos entrando numa dicotomia perigosa que pode causar danos perigosos. Quando se defende que é melhor uma criança segurar uma arma do que um adulto pelado, devemos prestar bastante atenção aos fatos e não em autoverdades. Primeiro, o “pelado” ou o “pedofilo” é em referência a exposição do Santander que o MBL fez todo aquele show, que não era exposição para as crianças, ponto. Se houve uma mãe que levou sua filha, acho que é problema dela. A direita sempre fica gritando que o governo deveria deixar cada um criar o seu filho, e quando uma mãe levou por vontade própria, assistir uma exposição dessas, ficam com essa “histeria” coletiva sem propósito nenhum. Outra coisa que criança não tem discernimento para fazer escolhas, ela pode pegar a arma e dar um tiro no alvo, ou na tua bunda sem ter a intenção. E pior, ela não tem força o bastante para segurar uma arma. Ou seja, quando ela atirar na sua bunda com um rifle ou um calibre 12 – que vai fazer você cagar de lado – a criança vai voar longe e até, se machucar ou morrer. Crianças tem que brincar e não carregar armas. Minha mãe não gostava que nós tivéssemos nem arma de brinquedo, portanto, é uma questão de educação.

Pelo que eu entendi da fala da Janaína Paschoal, não se pode fazer uma política justa e querendo a democracia, se por ventura, se ter uma visão estreitada de uma só linha. Não se ganha a eleição sem ampliar os horizontes e sem o debate de ideias, só se, o candidato tiver um viés dentro da ditadura. E um destaque interessante na fala da advogada, ela disse que vai virar um petismo inverso, esse petismo inverso pode ser conotado como os “bolsoinions”. Tem os “luletes” e também tem, os “bolsominios”. Acontece que a Paschoal queria ir bem mais além do que essa dicotomia de colegial, uma dicotomia que pode ser resumida em poucas palavras: a direita e a esquerda só são sombras dentro de uma caverna. O problema, que foi levantado pela jurista é em questão da “bolha” de sempre querer achar que o mundo deve pensar igual você, ter os mesmos conceitos do que você, mesmo sentimento do que você. As sombras são conceitos criados em certos contextos para a dominação, como, por exemplo, grupo de risco, pessoas com deficiência, pessoas negras, pessoas brancas, pessoas pobres ou ricas, pessoas heterossexuais ou homossexuais, pessoas transexuais e etc. mas, na essência, só são pessoas que estão na condição de serem iguais ou diferentes. Pensam iguais ou diferentes. E ainda sim, são pessoas.

Nas redes sociais se criou “bolhas” de pessoas ególatras que só que ler o que lhe interessa, não o que é realmente. A realidade é o que foi dito, discursos radicais, aqui, nunca ganharam pela maioria não gostar de autoridade. Mas, aqui a educação e a nossa cultura, a maioria gosta de ficar na caixinha de conforto. Se num grupo de filosofia, por exemplo, você pergunta qualquer coisa e quer uma resposta simples, não faz sentido e só mostra como queremos coisas simples. Caixinha de conforto. Acreditar em frases em memes, que na maioria das vezes, além de serem fora de contexto, são frases que são mentirosas. Acumular informação com memes, são caixinhas de conforto. E mais, estar numa caixinha de conforto é acreditar em heróis, pessoas que vão fazer o que nós devemos fazer, e jogar essa responsabilidade, numa só pessoa. Quem é fanático pelo Bolsonaro foi fanático pelo Lula, porque procura, uma espécie de pai, ou herói mitológico que vai nos salvar dos monstros comunistas. Que, aliás, o comunismo não existe e nunca vai existir.

O que a professora Paschoal disse, tem uma conotação verdadeira, porque todo mundo quer ficar no seu quadrado ideológico, seu quadrado religioso e acha, só porque acredita naquilo, que o mundo ficaria ais bonito assim e não vai. O deputado Bolsonaro é, até o momento, visto como uma pessoa honesta, mas, que não tem nenhuma noção de economia, não tem noção histórica (se é a favor do regime militar, tudo bem, mas assuma e não coloque coronéis torturadores como inocentes), não vai melhorar o Brasil numa canetada, não vai intimidar o crime colocando militar, não vai gerir uma nação sozinho. Já vi uma pessoa que vai votar no Bolsonaro, vai votar nos senadores do PT e deputados de outros partidos. Como você quer ter coerência na política, se o povo não sabe escolher? No mesmo modo, uma vez, um pessoal de um grupo de F1 (sai porque só tinha xarope), quis me convencer que nós não sabemos torcer para a F1 (Formula 0, né?), que não é o corredor que devemos  torcer e sim, a escuderia. Tive que rir. Porque não dá para dar trela para maluco de rede social que acha, sem tirar méritos de conhecimento que a outra pessoa pode saber mais do que eu sim, seu conhecimento como top. A questão é: até que ponto sabemos algo? Se não sabemos, porque não observar as outras opiniões e fazer uma divergência democrática?

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