Amauri Nolasco Sanches Junior
(aqui)
Há vários vídeos que mostram denúncias de pessoas comprando
ovo falsificado. Uma pergunta que não se quer calar: a pessoa não sabe
verificar se o ovo é de boa qualidade? Mesmo o porquê, você tem que que cheirar
o ovo para ver se não está podre e tem outra, tem que ver aonde você compra o
ovo. Podem dizer: “Ah, mas eu não sabia que eram assim”, daí eu respondo: “Por
isso é enganado”. Imagina esse pessoal votando? Claro, que as pesquisas mostram
Bolsonaro e Ciro Gomes (algumas mostram Marina Silva empatada com Bolsonaro), esse
povo é enganado por comprar ovo, imagina na política. Podemos generalizar? Não,
mas, dentro da filosofia crítica, sempre temos que generalizar.
Duas obras têm me chamado atenção: uma é de Saul Alinsky “Rules Radicals” e outra é de Henry David Thoreau “A Desobediência Civil”. A muito
tempo eu venho querendo ler “A Desobediência Civil” por causa de um amigo, e
como encontrei uma edição numa livraria Pocket (pequenos), resolvi comprar. Chegue
no Alinsky graças a direita dita conservadora (o Estado mínimo, por exemplo, não
é uma pauta conservadora), que tem feito uma ótima divulgação na obra no autor.
Se a esquerda brasileira não conhecia Alinsky, vai passar a conhecer. Tudo o porquê
o dito filósofo, Olavo de Carvalho, disse que é uma cartilha da esquerda
norte-americana e não a esquerda do Brasil. Mas, lembramos do ovo chinês, né?
O problema é sempre achar que tem um discurso pronto, que
está dentro daquilo que você acredita, pois não está. As pessoas acreditam que
os fragmentos desses pensamentos são essas pessoas, são as coisas que se
acredita ser esse pensamento. O problema
é igual o problema do ovo chinês, ninguém verifica se é verdadeiro ou não, se
aquilo cabe ou não naquela ideologia ou daquela religião. As pessoas deveriam
ser mais ortodoxas daquilo que seguem, se você é evangélico terá que deixar
algumas coisas, se você é católico terá que deixar outras, se você é de
direita, terá que defender uma pauta e se você é da esquerda, terá que defender
outra. Se confunde muito ortodoxia com radicalismo, mas, não é bem assim. Ser ortodoxo
é ser coerente com aquilo que você segue como uma crença pessoal, como, por
exemplo, se você é uma mulher evangélica, não poderá participar de um concurso
de “Miss Bumbum”, ou ir na balada. Ou, se você é socialista, você deveria
defender a estatização das empresas. Se você é liberal, você não pode ser
conservador, porque o liberal defende a mudança e um conservador, não. É importante
abrir livros sobre para defender posições.
Minha posição política é uma: anarquismo. Não tem anarquismo e capitalismo, não tem
anarquismo e socialismo, não tem anarquismo e democracia. O anarquismo não vê o
Estado como importante, vê o Estado como desnecessário para a evolução humana e
até mesmo, atrapalha a evolução tecnológica e biológica do ser humano. Tanto é,
que sempre achei que o ex-presidente Lula (PT), não estava preparado para
assumir uma presidência da república, porque não gosta de ler, não foi
vereador, não foi prefeito, não foi deputado estadual, não foi governador, só foi
uma vez deputado federal e não fez nada. Foi presidente e deu no que deu. No mesmo
modo, o Bolsonaro (PSL), não está preparado, porque não foi prefeito, não foi
vereador, não foi deputado estadual e não foi governador. Não tem hábitos de
leitura (o único livro que vi que ele leu foi do Ustra e do Olavo de Carvalho)
e não faz sentido o discurso dele. Não faz sentido votar num cara, só na sua honestidade
(um messias), só porque foi operário, só porque nasceu numa favela. Mesmo o porquê,
a essência da democracia é a ditadura da maioria, porque seja à direita ou seja
a esquerda, o discurso é te dominar de qualquer jeito. Eu dou risada quando os
esquerdistas chamam todo cara que discorda de fascista, porque para começar, o fascismo
veio de um jornalista que era do partido socialista. Por que o pessoal faz
isso? Porque não lê.
Não importa o que você lê, a leitura faz você ter uma visão crítica.
Mas, as pessoas não fazem isso criando toda uma geração de cretinos, uma geração
que quer defender uma posição e não sabe nem defender essa posição. Eu vi –
quase chorei – uma mulher com deficiência postou um cara defendendo o ateísmo (sei
lá se o cara era ou não deficiente) e escreveu para ela “voltar a andar” como “vo-u-tar
a andar” como se tivesse dizendo uma verdade muito relevante. Não tem relevância.
Você só é mais um na internet. Um algoritmo de um computador remoto, ou é um número
qualquer. Como se uma hashtag mudasse sua vida, escrever links
qualquer um escreve, quero ver ter um argumento de verdade. Se acham bastante
inteligentes – como todo mundo no ocidente – e as pessoas te enganam e vendem
ovo redondo. O único ovo redondo que eu sei, é ovo de tartaruga. Por que eu
sei? Primeiro, eu tive tartaruga, e por outro lado, eu leio bastante livros
sobre e até, por um bom tempo, tive assinatura da Galileu.
Portanto, para mim, a internet virou uma terra de cretino, só
isso.
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