quarta-feira, 29 de maio de 2019

Facebook e a dominação do algoritmo




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O algoritmo sabe de mim mais do que eu sei de mim mesmo”
(LuizFelipe Pondé)



Amauri Nolasco Sanches Junior

A tese do filósofo Pondé é bem interessante e tem a ver com o Facebook. Tem uma frase famosa do Dr House – quem nunca assistiu a série? — que ele diz que todo mundo mente e não é mentira (sem trocadilho), pois, as pessoas costumam mentir para os outros e alimentar a imagem que construíram de si mesmas. Se, para elas a mentira se sustenta, para o algoritmo não. Se você diz para sua namorada, por exemplo, que gosta de um filme romântico, o algoritmo do Netflix desmente você e diz que você gosta de filme de terror. Se na antiguidade havia o Oraculo de Delfos para jogar na cara, que a maioria dos homens eram burros e o único inteligente, era Sócrates, hoje temos o Google para provar que você não é o que você é. No Facebook você pode mentir e dizer que namora todos ou todas, mas, no Google se você digitar genericamente (que você acha), não vai encontrar nada.
Algoritmos são linhas lógicas dentro de qualquer realidade – virtual ou não – que existem sequências dinâmicas de ações para uma finalidade. Como cozinhar, como fazer um trabalho ou até mesmo, escrever esse texto. Na programação, um algoritmo são sequências logicas para uma finalidade dentro da funcionalidade do programa ou do site, que no caso do Facebook, a linguagem é PHP. O que faz a leitura é o computador, a grosso modo, dentro dessa sequência e as análises do Facebook são automáticas. Como o Google também é, o YouTube e todas as redes sociais são. Cada uma delas dentro da sua sequência de programação tem hashtags embutidos para trazer o que você gosta. Se você só posta coisas religiosas, só vai ver coisas religiosas, se você postar só coisas sobre a esquerda ou a direita, só vai ver coisas da direita ou esquerda. Isso se chama bolha ideológica que as redes sociais inventaram. Eu não caiu nessa, mesmo o porquê, sou formado em tecnico de informática. Se o Facebook me mostra muitas coisas do tipo, eu mudo de foco.
A um tempo atrás eu vi um video do canal Nerdiologia muito interessante sobre o filme Matrix (quem não assistiu?). O Atila – que é biólogo – disse que o filme dá aquela viajada, porque o corpo humano não seria uma bateria ideal. Isso o porque, o corpo humano gasta mais energia do que acumula essa energia. Mas – diz ele era a ideia inicial dos diretores e foi mudada pela Warner Bros para dar bilheteria – dentro de uma maior lógica seria a Matrix usar o cérebro humano para configurar uma realidade. Seria uma espécie de rede superneural, para iludir o ser humano a uma realidade e viver (as máquinas), dentro do sistema cerebral. Isso porque, o nosso cérebro tem seu próprio software e a Matrix, pegaria e rodaria com o software do cérebro humano, assim, fazendo o ser humano prisioneiro e dominado pelas máquinas. Até mesmo, seria algo mais aproximado do teorema platônico da caverna, onde seres humanos eram aprisionador e só viam a realidade das sombras.
Eu contei isso para dar um exemplo bem especificado sobre as redes sociais. Na verdade, na minha opinião, as redes de internet estavam começando e claro, se o filme mostrasse uma inteligencia artificial dominando o mundo pela mente, todos ficariam com medo da internet. A questão é que as redes sociais levam a massa onde a massa mais tem como conceito dominador, ou para direita, ou para a esquerda e é muito pior, impõem certos conceitos politicamente corretos. Se você chamar um amigo de “viado” dentro do Facebook, você é bloqueado, porque a automatização não sabe diferenciar em ofensa ou não. Como disse a Pitty na música “Admirável Chip Novo” – que é uma alusão ao livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley – sabemos o que eles vão fazer, reinstalar o sistema. Não importa que você segue tal tendência politica ou tal religião, sempre eles vão reinstalar o sistema e vão mudar a configuração. Porém, vão sempre reinstalar o sistema para dominar a grande massa.
Meu artigo “MMS: o remédio assassino que pode derreter o intestino”, foi censurado no Facebook por causa do nome, não houve nenhuma leitura breve. O artigo não fala de violência e sim, fala de uma substância tóxica que pode levar a morte se for ingerido. Dele só é feito alvejantes para braquear as roupas. Porém, as pessoas estão cada vez mais iludidas e politizadas num modo errado, buscando ídolos e buscando o que não interessa. Massa de idiotas.


terça-feira, 28 de maio de 2019

MMS: o remédio que pode fazer teu intestino derreter



MMS 


Amauri Nolasco Sanches Junior

quando fazia o supletivo do ensino médio, meu professor de química (cuja o nome não me lembro) contou uma história sobre o cloro bem pesada. Há aqui na zona leste de São Paulo , um bairro chamado Moóca – fundado por imigrantes italianos – que tem várias fábricas e outras que fecharam. Deixaram um tonel de porto – aqueles bem grandes – bem na frente de uma dessas fabricas fechadas e nunca vieram recolher ou estava lá a espera, não me lembro bem. Um morador de rua (leia-se, mendigo), teve a merda de ter curiosidade o que tinha ali, pois, a anos aquilo tava lá e ninguém vinha buscar. Resultado: o mendigo furou ou abriu e o gás saiu e era cloro, os bombeiros foram chamados e tiveram que interditar um quarteirão inteiro. Cloro mata em 5 minutos de exposição. O gás amarelo, usado na primeira guerra mundial é feito de cloro e deixou vários mortos.
O cloro – segundo o Wikipédia – vem do grego “khlorós” e quer dizer esverdeado e é um elemento químico com o simbolo Cl, número atômico 17 na tabela Periódica (aliás, exatamente o meu professor estava explicando a tabela). Está contido num grupo dos halogênios e é o segundo mais leve, logo depois do flúor. Em conduções normais é um gás de coloração amarelo esverdeado, onde são formadas as moléculas diatômicas. Tem uma maior afinidade eletrônica (elétrons), e a quarta maior eletronegatividade de todos os elementos reativos. E por está única razão, o cloro é um forte agente oxidante. Porém, ele dentro da natureza, é raro em nosso planeta e, geralmente, são resultados de processos de oxidação direta ou indireta pelo oxigênio.
O composto abundante do cloro é o cloreto de sódio que conhecemos como o sal comum, e é conhecido desde o mundo antigo. Porém, foi por volta de 1630 que o gás de cloro foi primeiramente sintetizado (feito por laboratório), graças a uma reação química. Mas, naquele momento, foi descartado como um elemento fundamental de alguma importância. Sua caracterização só veio a acontecer em 1774 por Carl Wilhelm Scheele, que supos como sendo um oxido de um novo elemento. Em 1809, alguns químicos sugeriram que o gás seria um elemento puro, a confirmação disso veio em 1810 por Sir Humphry Davy, que o nomeia em grego “khlôros”.
O cloro pode provocar irritação no sistema respiratório, especialmente, quando é exposto perto de crianças, pois, elas são muito mais vulneráveis. No estado gasoso pode irritar as mucosas e no estado líquido pode queimar a pele. Pode ser detectado no ar pelo seu cheiro a partir de 3.5 ppm, sendo mortal a partir de 1.000 ppm. Como eu já tinha dito, o cloro foi usado como uma arma química a partir da Primeira Guerra Mundial. Uma exposição mais aguda e altas concentrações de cloro (porém não mortíferas) pode provocar edema pulmonar, ou líquidos nos pulmões. Uma exposição mais cronica abaixo do nível letal debilita os pulmões aumentando a susceptibilidade a outras doenças no pulmão. Em muitos países é limitado a exposição no trabalho em 0.5 ppm (média de 6 horas diárias, 40 horas semanais).
O MMS (sigla em inglês para Solução Mineral Milagrosa), é dióxido de cloro e é um composto químico com a formula CIO2. Ou seja, é um gás verde-amarelado cristalizado com cristais laranjas a –59º C. Como um dos vários óxidos de cloro, é um potente e usual agente oxidante usado em tratamento de água e de alvejantes. A gerente de fiscalização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Renata Fonseca, alerta que não há nenhum registro de consumo humano e o produto está registrado como produto de limpeza.
Pois é, mães desesperadas estão sendo o alvo de pessoas que vendem o MMS como remédio de cura do autismo. A coisa é tão descarada, que o mesmo produto está sendo usado por alguns que seguem essas igrejas neopentecostais, estão tomando o tal produto. Isso porque, existe um pastor americano que desde 2015 vem incentivando o uso desse produto para curar câncer, HIV e etc. Mas, como disse lá em cima, o MMS tem base de cloro e o cloro é altamente, tóxico. Assim, muitas pessoas ficam iludidas com coisas que não vão trazer cura, ainda mais, substâncias altamente, tóxicas e nocivas para a saúde de quem usa.
Se os adultos quiserem se matar, tudo bem, o problema é as pessoas derem para crianças que não podem se defender. Não tem nem consciência daquilo que estão fazendo com elas. Mas, o que fazer? Não serem bobos o bastante para acreditar em coisas só porque o outro disse, o outro indicou ou o outro segue. Eu tenho um senso crítico porque leio, pesquiso e não acredito em qualquer coisa ou em qualquer politico. Não tenho nenhum ídolo.

domingo, 26 de maio de 2019

Os românticos reacionários da politica - ‘passeata é coisa de petista’




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Amauri Nolasco Sanches Junior 

Duas coisas me fazem ter uma visão bastante cética do mundo e, principalmente, de “seitas” politicas que nada ajudam ao Brasil. Quando eu digo que eu não tenho politico de estimação, estou falando que eu não tenho mesmo. Não tenho lado nenhum e não tenho nem mesmo, religião definida. Porque, afinal das contas, você pode mudar de ideia amanhã e dizer que não concorda com aquela pauta politica. Na verdade, o nosso povo brasileiro tem uma mistura de romântico com reacionário que fica fácil comprovar nas redes sociais. Exato! Somos um povo reacionário romântico. Não basta viver no passado, tem que viver no passado e idealizar um passado que nunca existiu. Um dos maiores reacionários românticos é o Olavo de Carvalho. 

Olavo de Carvalho reflete isso em suas obras, tanto politicas, quanto obras filosóficas. Para ficar mais claro, um reacionário é aquele que tem saudade do passado, mas, não é o passado que aconteceu de fato, e sim, um passado que ele mesmo idealizou. A obra olavista é toda marcada dentro dessa idealização e como o brasileiro não gosta de ler, ou lê porcaria, ele não sabe nem o que o Olavo está dizendo. Agora, um romântico é aquele que vê o mundo com olhos idealizados de um “mundo melhor”. Mas, não pode ter mundo melhor com bilhões de habitantes querendo comer, defecando no planeta, jogando milhões de toneladas de lixo por dia e ainda, sendo reféns de políticos canalhas que usam o ESTADO como máquina de ilusões. Não existe liberdade nem no socialismo (que foi distorcido pelo governo soviético e foi marcado até hoje) e o capitalismo (que vende uma liberdade que não existe). 

Um dos idealismos do Olavo de Carvalho é achar que tudo é um grande compro para instaurar o comunismo. Ora, a obra virtual “Comunalismo” de Kenneth Rexronth (anarquista), mostra que os bolcheviques usaram os marxistas para chegarem ao poder (coincidência com o petismo, não?). Na verdade, o plano de Lenine era também eliminar os marxistas que de tão desarticulados, segundo ele, os bolcheviques poderiam eliminar eles que ninguém reparariam. Os anarquistas como Proudhon ou Bakunin, sabiam que o socialismo como libertar a consciência humana da idealização de uma liberdade forjada do capitalismo, cairia no poder mais uma vez. A infantilização pela ideologia e pela religião – como forma de sempre procurar um pai e uma mãe para cuidar e amparar é uma característica bem marcante – são a maior arma que vem na escolarização estatal. Mas, além da escolarização estatal, existe a religião oficial institucionalizada. A maioria dos preconceitos e discriminações que temos no Brasil hoje, vem das religiões populares como o cristianismo, que tem o pensamento assim desde a idade media. 

Para dar um só exemplo bem pratico, o que se pensa de Epicuro sobre ele defender sobre o prazer – como vimos no livro do Olavo, O Jardim das Aflições – é, totalmente,  do cristianismo. Epicuro nunca disse que devemos comer até vomitar ou transar até o “bilau” ficar roxo, mas, disse que se exagerarmos no prazer, isso iria nos causar o sofrimento. O prazer deve ser moderado. Talvez, Epicuro seguiu a ideia de Aristóteles de prudência em tudo. Ou seja, essa ideia que o epicurismo como uma doutrina hedonista, não tem nenhuma base dentro do estudo filosófico e veio dos estudos dos membros da igreja católica na era medieval. 

O romantismo reacionário é um petismo de azul, um fanatismo que só se explica através das inúmeras ideologias vazias e sem propósito nenhum ou, até mesmo, as religiões que não se aproximam do Eterno, a consciência que fez tudo. O espiritualismo verdadeiro não pode ter intermediários, pois, na essência somos fagulhas da essência do Eterno. Se somos fagulhas e a imagem e semelhança dessa consciência, então tudo que tem dentro de nós e o ser humano é sagrado. Não há pecado ou maldade e sim, o conhecimento e a ignorância. Se temos o conhecimento somos levados a ver o mundo mais humanizados – não confundamos conhecimento com informações acadêmicas – porque temos a consciência com o outro e se pondo no lugar no outro. Afinal, toda maneira de corrupção, todo ódio e toda a moralidade, vem da ignorância do nosso lado divino e feito de felicidade. Mesmo Jesus disse que somos, em essência, deuses e podemos mudar a nossa realidade. 

Todo esse moralismo que está e veio do cristianismo, são restos de interpretações de monges e outros doutores da igreja – e podemos dizer, que começa com Paulo de Tarso – para dominar camponeses que não podiam ter muitos filhos, porque o feudo poderia encher demais e haveria muitas pessoas para comer, e tinham que ser pacificados. Por outro lado, tinham que transformar os deuses pagãos em demônios e dizer que eles eram a culpa do flagelo humano. Claro, que isso levou o ser humano a fazer atrocidades inúmeras, matanças cruéis, e não se enganem, dês dessa época, já havia pedofilia dentro da igreja e não eram só histórias do Marques de Sade para “causar”. Os senadores romanos já tinhas seus pupilos e pupilas e muito antes, os gregos. Portanto, Jesus não fez nenhum juízo de valor das pessoas e sim, ensinou a elas a respeitar um ao outro como respeitaríamos um irmão. Até mesmo, biologicamente, a espécie humana (sapiens, abillis e neandhertais), são primos e hoje são uma só. Seres vivos têm a mesma origem e temos uma engenharia biológica espetacular. 

O universo nem para olhar o ser humano. Não adianta morais inúmeras acharem que signos zodiacais regem o ser humano, ou que palavras decoradas vão trazer alguma coisa material para o ser humano. As palavras têm poder. O que a boca diz está cheio o seu coração, como diz a sabedoria bíblica, porque tudo aquilo que você rejeita é aquilo que mais você tem medo. Mas o medo sempre foi uma grande garantia para a dominação do ESTADO, a questão foi ideológica, sempre foi em torno de medos infundados. 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

O rei cadeirante e o conselheiro (a mão) anão







Amauri Nolasco Sanches Junior


Eu gostei da série Games of Throne – confesso que não li nenhum livro – exibida na TV norte-americana, HBO. Como disse no texto sobre Daenarys, Games of Thrones ensina muito mais de politica do que muitas series que mostram os bastidores do poder. House of Card, por exemplo, mostra uma visão muito mais local da politica (no caso, a dos EUA), enquanto Games of Thrones, mostra uma coisa mais universal e histórica dentro do poder. Mas, como uma pessoa com deficiência, quero destacar dois personagens dentro do universo da saga. Uma é o Brandon Stark e o outro, é Tyrion Lannister. Porque, a questão do preconceito e de achar que somos inúteis – até mesmo na família – é bem pontual dentro de qualquer família. Tyrion teve um papel crucial dentro da saga e Brandon, mostrou um lado bastantes espiritual, da deficiência.
Tyrion sempre foi odiado pelo seu pai e sua irmã Cersei – no qual, no final, tentou salvar – por acharem que ele tinha matado sua mãe ao nascer. O único que sempre tratou ele igual foi Jaimes Lannister. Porém, além de ser a mão (seria o conselheiro) do seu sobrinho, que morreu envenenado, ainda ele foi da rainha Deanarys. Achei a frase “o amor mata o dever” bem interessante, mas, Tyrion disse que o dever mata o amor. Jon sabia que teria que matar Daenerys por causa da sua idealização do bem, pois, mesmo que quisesse a liberdade de todos os escravos, ela mataria inocentes. Eu achei os capítulos finais da série bastantes dentro da filosofia de Maquiavel, ou seja, o governante deve sempre procurar o bem, mas, não pode desmerecer o mal como uma das soluções viáveis. O mal foi feito para derrubar um reino tirânico e insano, mas, teve que matar sua libertadora para achar uma solução racional e pacifica.
Nada melhor que um rei que olha para o seu reino no ângulo de baixo, da proteção justa e que não queria ser o rei. O simbolismo da destruição do trono de Ferro foi o simbolismo da destruição da ambição, da guerra e da ganância. Não há melhor maneira de ter acabar com a ganância do o objeto de cobiça? A ira de Drogo (o único dragão que restou dos três da Deanarys), simboliza a destruição do poder irracional (que matou sua mãe) e um novo começo, com o poder racional, justo. Dragões tem um simbolismo de sabedoria (sophia) e isso é muito rico dentro das histórias orientais, no ocidente os dragões são o simbolismo do mal. Porém, a gente sabe que vários simbolismos que temos a igreja romana inventou ou deturbou, para dominar os camponeses ou aldeões (como apareceu também na série), que ainda acreditavam nos deuses pagãos.
Portanto, os dragões da série não são demônios ou símbolos do mal, mas, símbolos do poder da sabedoria. Quando um deles foi para o lado sombrio – como montaria do Rei da Noite – ficou a sabedoria para o mau, aquilo que está no inconsciente. O Rei da Noite simboliza as ideologias que criam zumbis, criam pessoas que morreram (como pessoas que desejam, amam e etc.), para se tornarem seus peões (como no xadrez). Mas, o dragão e os zumbir se disfacelam quando o líder é eliminado (sua ideologia vai junto com ele). Não vimos um monte ao longo da história e ainda temos um monte? Ora, há vários nas redes sociais que seguem esses “reis da noite”.
Tyrion mostrou o quanto uma pessoa pode amadurecer por ser diferente, no mesmo modo, há um grande amadurecimento no Brandon (quase todos os personagens). A limitação faz de nós, pessoas que podemos olhar o mundo de outra maneira e de outros aspectos. A visão mistica da deficiência (o corvo de três olhos simbolizando a sabedoria de Odin), não é nova, porque o ser humano rejeita aquilo que não tem certeza. A deficiência é uma variável perfeita dentro do aspecto da realidade (dentro da evolução), mas, no conceito determinista e ideológica, a deficiência acaba sendo uma entrave dentro do pensamento prático, o pensamento vigente e o pensamento que a essência perfeita. Mas, essências são como energias, não tem forma alguma. Todas as mitologias – ou a maior partes delas – fala de uma consciência sem forma nenhuma, e se não há forma, não há a perfeição da ideologia humana.
Por que a deficiência é uma variável possível? Porque dentro da evolução sempre teve um papel crucial dentro das mudanças dentro do nosso corpo e dentro da genética, sendo que mesmo as flores não são iguais, existem árvores com malformação, existem animais sem os membros. Adaptação sempre é o foco. Somos misticos – temos várias pessoas que vê coisas sobrenaturais, tem uma visão além da realidade vigente – porque o tempo para nós, é diferente. Temos que esperar. Sentimos mais. Temos mais sensações com as outras pessoas. Temos uma visão da verdadeira realidade.
Nossa visão é muito mais subjetiva – esse subjetivismo não quer dizer antiético – porque o ser humano é escravo do seu próprio conforto, pois, não há liberdade dentro da realidade religiosa e ideológica. A religião institucional leva ao desespero e a desconfiança (o suicídio de pastores é um grande sinal disso), a ideologia faz o ser humano querer um líder (que Freud vai chamar da visão paterna), que o proteja e faça sua vida feliz. Não encontra nada além daquilo e não descobra seu potencial e só vai encontra, se conhecer a si mesmo. As ideologias e as religiões sempre nunca barrarão isso de querer conhecer a você mesmo. Afinal, a quem o ser humano vai procurar se estará seguro de si mesmo? Mesmo acreditando no subjetivismo, acredito que temos certos valores éticos e morais.
O preconceito nasce do medo – já que a deficiência é um mistério que assusta o ser humano – porque desse medo, nasce várias lendas. Anões, currupiras, faustos, sereias, medusas e etc, que mostra um ligeiro julgamento errado disso tudo. A questão da deficiência sempre foi estranho, mas, não deveria ser. Na verdade, vendo os comentários sobre o Bran ser o rei, vimos muito a imagem do cadeirante como um sujeito que não presta para nada. O culpado disse por um lado, é da própria pessoa com deficiência que se coloca nessa condição, por outro lado, a mídia (na sua eterna exploração por causa de audiência) alimenta a imagem de “coitado”. Nem anjo e nem demônio, mas, um ser humano. Porém, a imagem do Brandon Stark como rei, é uma imagem de um rei que já tem embutido questões éticas, de justiça e questões muito além, porque somos atacados pelo preconceito e pela discriminação. Tanto Bran viveu isso, como o Tyrion viveu, mas, nunca renegaram a suas aparências. Eu defendo que as pessoas com deficiência deveria renegar toda a cultura que nos discrimina, ir para a cultura alternativa e esquecer tudo e toda a sociedade que nos rejeita. Eu leio livros, aprendo cada vez mais. Eu ouço rock que me dará uma visão crítica do mundo. Eu não tenho religião, porque não sigo nenhuma que me faz um sofredor e inútil (que sempre quer me curar). Não sigo nenhuma ideologia politica, pois nenhuma fala em acessibilizar, melhorar as condições não só das pessoas com deficiência, mas, da maioria.
Outra coisa que ninguém sabe, tivemos reis deficientes, tivemos imperadores deficientes. Presidentes cadeirantes que tiveram que esconder sua deficiência por vergonha. Tivemos todo tipo de governante com deficiência e nem por isso, eles foram bons e ruins. E isso não só a questão da sociedade, também é questão da família. Não pode sair com roupa tal. Não pode sair com fulano. Não pode escrever declarações de amor no Facebook. Não pode namorar. Não pode casar. Não pode sair com saia ou com um decote chamativo (como se a culpa fosse da mulher com deficiência ou sem deficiência). A própria pessoa com deficiência com a veneração da família, não cobra dela acessibilidade, não cobra dela liberdade e respeito, não cobra o mínimo de ética. Tyrion mostra o quanto isso é verdade. O quanto devemos sempre travar uma guerra para o amadurecimento (na questão da família, escrevei outro texto).
Gostei no final e gostei que o rei foi um cadeirante.




sábado, 18 de maio de 2019

A face da esquerda canalha e a educação que nunca existiu



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Amauri Nolasco Sanches Junior


Nos Estados Unidos, além de serem construídos por pessoas que tinham a linha protestante, ainda muitas escolas e universidades foram, igualmente, construídas. Mas, diferente das universidades e escolas católicas – que tivermos várias no Brasil – que eram mais catequese do que outra coisa, os colonos americanos (da Nova Inglaterra como eram chamados os Estados Unidos na época), fizeram todas laicas (e olha que a maioria era Quacker). Por que fizeram as universidades laicas e sem nenhum viés religioso? Porque não eram só os filhos daquela comunidade que estudariam ali, mas, todos poderiam estudar no mesmo lugar. A questão sempre foi promover e incentivar um ensino de qualidade para formar mais profissionais que poderiam somar para a própria comunidade.
A questão lá já se resolveu no período colonial, aqui só se resolveu com a vinda do principie regente em 1808. Enquanto as universidades americanas já funcionavam no século quinze e dezesseis, as nossas só tomaram corpo no século vinte e muito vagabundadamente. As universidades brasileiras são ideologizadas, porque o governo nunca se preocupou com elas e mais ainda, no regime militar. Por que tirar do currículo escolar francês e outras línguas? Por que tiraram filosofia e sociologia? Para começar, mesmo as comunidades protestantes americanas e países como a Alemanha – que aliás, é o país original de Martinho Lutero – os pilares de uma boa educação é exatamente, a filosofia (como uma visão crítica) e sociologia (que não é diferente da educação cívica que o regime militar colocou nas escolas). Não há razão nenhuma em não financiar uma educação de verdade.
Por que a esquerda é canalha? Há trinta anos, tivemos governos de esquerda de muita radicalidade ou pouca radicalidade, mas, a prova cabal que só tivemos governos e políticos de esquerda é a constituição brasileira. A constituição é completamente, de esquerda e um viés esquerdista. Isso não é ruim, pelo menos para mim, porque a esquerda também tem pontos bastantes positivos. Mas, não melhoraram a educação. Na verdade, a educação nunca foi valorizada pelo Brasil porque se detesta a teoria, porém, países desenvolvidos prezam muito a teoria. Grosso modo, a teoria sempre foi uma importante fronteira daquilo que é teórico e aquilo que é prático (seria uma discussão entre os que apoiam Platão e os que apoiam Aristóteles). Platão achava que a sabedoria – os gregos tinham uma outra ideia de “sophia” que nos remete a felicidade (eidainobua) – só era alcançada, quando sempre buscamos o conhecimento, ou seja, o mundo Inteligível (dai vem o termo intelectual) ou se preferirem, o Mundo das Ideias. Já Aristóteles, divergindo do seu mestre, vai dizer que a felicidade se dará na prática, porque o homem é racional e sempre vai buscar o saber. Nesse saber estará a ética e a ética só vale se for prática. Mais ou menos, o que os gregos, no tempo dos dois filósofos, fizeram na educação (que se chamava Paideia). Mas, além da paideia existe para o grego naquele tempo, o “ethos” que tem uma tradução como caráter. Exatamente isso, Aristóteles diria que existe em cada um caráter e sem esse caráter não existe a felicidade.
Porém, Aristóteles vai muito além, ele vai dizer que graças essa busca ao saber – porque o homem é racional – ele constrói esse caráter (ethos) e é um animal gregário (zoo politikon) e deve usar essa ética para cuidar da polis. No modo de ver aristotélico, o ser humano com o saber, sempre terá um caráter prudente e sempre buscara aquilo que é bom e justo dentro da sociedade. Ou seja, o homem como ser social, deve pôr em prática aquilo que encontrou na procura do saber e buscar sempre o equilíbrio necessário. Acho – porque não sintetizei ainda se é ou não – que o pensamento aristotélico sempre predominou a nossa cultura, graças a colonização e a catequização do catolicismo. A igreja romana usou Aristóteles até o telo para configurar seu poder – além de Platão e o estoicismo – porque você não tem que pensar muito e sim, temos que fazer. Por outro lado, a industrialização seguiu os princípios escravocratas aqui no Brasil.
A grosso modo, seria deixar uma parte da população sem estudo no morro para ter mão de obra. Claro, o pensamento evolui e muitos industriais – principalmente, de empresas internacionais – incentivam o estudo, porque entendem, que um empregado com maior conhecimento, é um empregado versátil. Porém, a grande maioria, ainda acha que é papel do governo dar escolaridade e que ele – o empregador – só vai procurar a mão de obra. Erro crasso. Se um faxineiro não souber ou não ter noção de química, pode usar produtos errados e assim, deteriorar muito mais rápido os utensílios do banheiro. Porém, se teve uma autovalorização do diploma universitário – sempre lembrando, que a burocracia sempre vai incentivar a corrupção – e cursos como filosofia, sociologia e a maioria de humanas, exige-se diploma. Essa é uma contradição da esquerda aguerrida brasileira, porque ao mesmo tempo ela branda aos quatro ventos a luta de classe, ao mesmo tempo, exigem certificados que é o maior símbolo do capitalismo vigente.
Vou usar um exemplo. Para mim, um professor deveria fazer um teste de professor (daquela matéria que ele vai dar), assim, só teria certificado cursos de maior risco, como médico, engenheiro (de todas as áreas) e etc. E vou dar outro exemplo, minha crítica do Olavo de Carvalho nunca foi ele não ter um diploma de filosofia, porque eu sei o que é as pessoas falarem que você não tem diploma (mesmo eu tendo, existem amigos que não incentivam meus livros porque não tem “pares” e não tem relevância acadêmica e são de esquerda) e não pode falar sobre aquilo. Mas, a confusão que ele faz dos filósofos e suas filosofias, que puxa um viés católico (além de embolar Epicuro com PNL no O Jardim das Aflições). Primeiro, Epicuro nunca disse que devemos se entregar ao prazer desmedido e sim, ter prudência dentro dos desejos que temos. Sempre lembrando, que para o grego, a sabedoria (sophia) tinha a ver com a felicidade (eudaimonia).
Hoje a escolarização – pois, a educação vem da família – é voltada para fins econômicos e não para melhorar a polis. Um filósofo trabalha até mesmo, em empresas de software na parte ética, assim, existem palestras que são importantes para reforçar a ética. Mas, na questão da educação, vimos o desastre que é daqui. Mesmo nas passeatas, vimos cartazes com dizeres errados, comunicados – escritos por professores – que não tem uma escrita impecável. Que deveria ser o alicerce mais forte. Mais destacado para exigir uma educação de qualidade. Faz quinze anos que não temos um presidente que pelo menos, saiba falar e tenha uma pronuncia de um presidente da republica. Sem a leitura não há nenhum debate.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Daenerys Targaryen segundo Maquiavel






Amauri Nolasco Sanches Junior



Para mim – no meu conhecimento da filosofia politica – Game of Thrones explica muito mais a politica do que House of Card. Por quê? House of Card seria uma espécie de Dallas de hoje que mostra uma maneira de fazer politica especificamente, norte-americana. Game of Thrones, explica a politica universalmente dês da sua origem, que exclusive, veio da Idade Media e temos muito, ainda, enraizados a cultura do rei. Mas, além disso, vi que a atitude da Deanarys (a rainha dragão), foi muito criticada como uma atitude cruel. Cabe dar uma “puxadinha” em Maquiavel para explicar tal atitude.
O filósofo Nicolau Maquiavel nasceu em Florença na Itália, quando o território italiano estava fragmentado e arrasado por causa da guerra. Mas, ele nunca disse que os fins justificam os meios e sim, agir segundo a sua moral, sempre que possível sempre quebrando essa regra quando necessário. A regra sempre deve recair no bem, mas, por outro lado, o mal não deve ser descartado. Para o pensamento de Maquiavel, o mau também tem seu uso sempre focando, que deve ser o padrão, a bondade. Porém, o mal não deve ser descartado, porque em alguns momentos ele também tem sua serventia. Ou seja, como o conselho que é atribuído a Tancredo Neves para dar um exemplo, que um politico nunca deve ter um amigo que não possa romper (relação) e um inimigo que não posso reconciliar. Cabe muito bem no pensamento do filósofo italiano. Ou seja, ele estaria geralmente bom e eventualmente mau.
Na verdade, Maquiavel nunca disse que os politicos devessem ser canalhas, e nem que eles devessem ser a todo os momentos bons, justos e que possuíssem virtudes. Mesmo o porquê, os políticos são humanos e podem falhar. Maquiavel queria explicar as atitudes dos governantes e não, fazer um tratado para dizer como um governante deve se comportar. Portanto, a meta do príncipe é manter o seu estado e a condição de ser príncipe. Para tal fim, ele deve sempre empregar o meio justo, mas, ao mesmo tempo, se for preciso empregar o meio injusto e ai sim, só nesse caso específico, os fins podem justificar os meios. Dai vamos a Daenerys.
No último episódio da série, a rainha destruiu toda a cidade matando todos que ali viviam. Mas, quando você lê Maquiavel você entende o que ela teve que fazer para consolidar e manter o respeito, não deixar que as pessoas a sua volta governar e sim, ela. A Daenarys e a rainha e não seus comandados. O amor de Jon Snow foi esfacelado quando souberam que ela era tia de Jon, que não poderiam ficar juntos (não na ordem moral vigente). Daenarys queria mostrar que ela tinha as decisões e não outro governante ou pessoas que estão a sua volta (nem mesmo seu amor). Ela já é rainha dos Dothraki e sabe muito bem, se ela não demostrar força de se impor, ela não conseguira reinar. Mas, também, viu a sua mucama perder a cabeça, viu dois dragões seus morrerem (o último foi covardemente morto pela frota de ferro). O que você faria? Com tanta fúria dentro do seu coração? Fora que a família da Cersei – os Lennisters – mataram seu pai e ainda, puseram um rei bunda mole, para poderem desfrutar do poder (Eddard Stark deixou Robert ser rei pensando ser certo e porque não quis ser rei).
A questão é: o que você faria diante de uma guerra com uma arma mortal (como um dragão)? Se responder que diante de tudo isso, você seria justo está sendo hipócrita. Porque Maquiavel demostrou que há uma politica idealizada (como as milhares de ideologias que existem) e a politica real, sem discursos bonitos de “plástico”. O que a Daenerys fez foi a politica maquiavélica de usar o mal para consolidar e ganhar de uma vez a guerra, afinal, Renato Russo na música O Senhor da Guerra, já dizia que “o senhor da guerra não gosta de crianças” (por isso mesmo, estão retardando o máximo a invasão da Venezuela). Ela consolidou seu poder e demostrou que as decisões são só dela, não está brincando ali de rainha, para ela, ela já é uma rainha. Pronto. Maquiavel diria que ela entendeu muito bem o que ele queria dizer, e no mais, ela não fez nada que outros generais não teriam feito.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Lobão contra as guerras “intestinas” do intelectual Olavo de Carvalho



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Amauri Nolasco Sanches Junior

São três coisas que mais gosto. Primeiro, é a minha “neguinha”, na qual, eu tenho um grande amor e que é minha companheira. Segundo, eu gosto bastante de ler por causa da minha curiosidade e nesse gosto, eu descobri a filosofia que meu deu uma visão bastante crítica. E terceiro, a música que sempre me encantou e que me acalma das horas mais estressantes da vida. Eu sempre gostei do rock por causa da atitude que o rock tinha dentro da sociedade e dentro de uma coisa chamada ideologia, seja a direita, seja a esquerda. Não há uma condição dentro do rock que tenha uma marca registrada e nesse ínterim, conheci as bandas dos anos 80 muito novo. Eu já conhecia Legião Urbana, Titãs, Para-lamas do Sucesso e outras bandas. A imagem que eu tenho do Lobão nessa época era um cara doidão que ao ser perguntado que mulher queria ser, disse que queria ser a Roberta Close (que era o travesti conhecido na época).
Na adolescência – que é a fase do rompimento de várias ideias – eu comecei ouvir metal e deixei de lado essa coisa de rock nacional. Claro, as vezes, eu ouvia algumas bandas como Legião Urbana entre outras, mas, o Lobão eu achava que ele tinha ido na pegada chata da MPB com aquelas coisas de misturar rock com outras coisas. Mas, também, não era muito cabeça fechada. Ouvia um mangue bit entre outras coisas, que estavam surgindo dentro do cenário nacional. Então, fiquei mais velho e comecei a ler mais filosofia e fazer umas ligações bem doidas entre a filosofia e o rock (principalmente, o metal e suas variações). Aliás, existem filosofias que caberiam em qualquer disco de uma banda de heavy metal ou de rock mesmo.
Minha fase nietzschiana me fez reaproximar do Lobão. Não que eu não goste mais de Nietzsche, mas, tenho uma ideia mais madura e pouco romântica dele e nem tudo eu concordo. Mas, descobrindo que Lobão leu Nietzsche, comecei a prestar mais atenção nele. Porém, quando ele escolheu a direita e começou a prestar homenagens ao Olavo de Carvalho, eu tive uma leve decepção pela imagem do Lobão. Não que acho que a esquerda tenha razão, a esquerda se mostrou incompetente por causa da sua soberba, da sua deficiência de ver o mundo com um pouco de ceticismo. Também não tenho a imagem do filósofo e do rock como vê a esquerda cirandeira – que acaba sendo um contraste imenso – onde vê o filósofo com diploma e o rock como um ícone da liberdade. O rock em si, é um artigo fino que precisa ficar no undergroud, porque se ficar popular fica pó. E tem outra, pior “raça” reacionaria que tem é o rockeiro de verdade. Musicas falando de reis. Civilizações antigas. Valores antigos e até mesmo, o romantismo clássico. A esquerda prefere as letras sem sentido nenhum do Gilberto Gil.
Sobre o diploma é um contraste enorme, porque o diploma é o símbolo mor do capitalismo. Aliás, as universidades ficaram laicas, graças uma parte da burguesia que começava a dominar no século 18 e outra parte, com os protestantes que queriam uma escolarização para todos. Na verdade, existem profissões que não precisariam de diploma e filósofo – mesmo se tratando como professor – não precisaria de um diploma. Portanto, a minha crítica ao Olavo de Carvalho não é uma crítica se tem ou não um diploma, mas, as ideias furadas que contrastam com a filosofia.
O que tem a ver PNL com Epicuro? Olavo não entendeu nada de Epicuro, pois, o filósofo pregava o prazer moderado e não o prazer desmedido. Mesmo o porquê. Epicuro dizia que se você comer até explodir, você começara a sofrer (pathos) e esse sofrimento não é a felicidade. Nesses últimos posteres, Olavo esqueceu – ou de filósofo se tornou um beato – que não existem verdades que são absolutas e sim, verdades que vão mudando conforme vão evoluindo. Recebo todos os dias criticas aos meus textos, mas, não fico colocando apelidos infantis como uma criança birrenta que não quer ver o obvio. Olavo, com essa mania de achar que está sempre com a verdade, destruiu o legado que conquistou e a prova disso é as criticas que vem recebendo dos próprios aliados.
Ninguém disse que ele xingou o general Villas Bôas, disse que ele colocou o general como um ser inferior que não poderia defender os amigos e generais que comandou por vários anos. Esqueceu que ele negou uma ordem da Dilma quando queria colocar o Exército para proteger ela e contra o povo – que aliás, a maioria dos olavettes esqueceram – e ficou dizendo que protegia os “comunistas”. O PT nunca foi comunista, só tinha muita sede de poder. Olavo de Carvalho esqueceu da verdadeira filosofia.
Nos últimos videos do Lobão, descobri que tinha muito em comum. Essa visão do rock como uma coisa acima de qualquer ideologia, e é exato, o rock nunca fez parte de uma cultura de destruir nada. Ele só destruiu a hipocrisia. A hipocrisia de querer uma liberdade e essa liberdade tinha um lado, o lado do poder. A narrativa do poder não é errada, pois, muitos pontos morais são ressonâncias de discursos de dominação para frear a reprodução, para dominar pelo medo. Olavo gosta dessa ideologia medieval que não presta para nada hoje em dia, só é uma estrela anã piscando e não trazendo nada.
Exatamente, nada. A filosofia do Olavo se resume em nada. São ditos de uma filosofia enlatada americana que só era usado para ficar fazendo intriga na guera fria, trazendo dinheiro através das vendas de armas. Aliás, quem deve financiar o Olavo? Quem deve dar dinheiro ao Olavo? Não sabemos.


domingo, 12 de maio de 2019

Não são mães especiais, são mães de pessoas com deficiência e síndromes




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Eu e minha mãe na praia e ela me segurando

Amauri Nolasco Sanches Junior

Minha mãe se foi a cinco ou seis anos para o mundo espiritual – embora, eu sei, que ela vem nos meus sonhos me ver – vitima de câncer e que no começo, foi muito difícil eu lhe dar com isso. Hoje já vejo que a minha mãe ensinou a me virar e se preparar para o inevitável, elas vão embora e isso é tão natural como o abacateiro dá abacate e a mangueira dará manga. Porém, uma outra lição que a minha mãe deixou e levarei para sempre no meu coração é: “se cuida”. Esse se cuidar não é qualquer se cuidar, e sim, se virar as diversidades da vida e por mais que eu esteja bem com meu pai, não é a mesma coisa. Mãe é única e deveríamos cuidar com amor dela. Mas, não fico triste, porque sei muito bem, que ela não quer que eu fique.


A imagem pode conter: 3 pessoas, pessoas em pé e óculos
Eu na primeira comunhão aos 11 anos de idade com a minha mãe


Uma coisa que ela não gostava era ser chamada de “mãe especial”, porque sempre quando se fala em “especial”, estamos lhe dando uma outra condição. Na verdade, especial é um adjetivo que mostra uma exclusividade específica a uma condição única e então, como somos pessoas com alguma deficiência, elas se transformam em mães específicas. Ou seja, é, segundo a nossa cultura católica dramática, uma pessoa particular numa condição particular. Minha mãe dizia que não era nada especial, assim como, ela achava que eu não era uma pessoa especial. Afinal, eu fui criado sempre em pé de igualdade com meus irmãos e mais, nada de sermos dois homens e uma mulher (e minha prima chegou depois). Aliás, minha mãe sempre dizia que se eu e meu irmão, deixasse alguma namorada gravida, a gente trabalharia e sustentaria o filho. Resultado: nenhuma namorada grávida.

Mas, voltando a mãe especial, minha mãe odiava esses termos pomposos que as pessoas tinham a mania de se colocar. Como se fosse um consolo ou uma desculpa, para esconder a culpa de ter um filho com deficiência ou alguma síndrome. Quantas mães não sabem como cuidar uma pessoa com deficiência? Claro, que tem aquelas series idiotas que confirmam a imagem de mães que sub protegem o filho, que acham que o filho não pode enfrentar o mundo. Minha mãe não tinha isso não, ela dizia que eu deveria enfrentar o mundo e ter uma vida. Afinal, eu iria continua minha jornada. Nunca achava que caixao deveria ser duplo só porque eu tinha deficiência, pois, a deficiência nunca era um empecilho para a vida. Minha primeira viagem, foi aos 16 anos de idade na FCD (Fraternidade Cristã das Pessoas com Deficiência) para Pindamonhangaba e sozinho com meus amigos. Foram experiências superimportantes dentro da minha vida, porque hoje eu consigo sair sozinho. A questão é ter segurança na sua capacidade de se virar nas diversidades da vida.
Não existe nenhuma mãe especial, existem mães que tem filhos com deficiência e isso já basta para ter certeza que Deus sempre coloca almas dessas nas mãos de mulheres fortes. Minha mãe era uma alma espartana.



sexta-feira, 10 de maio de 2019

Inclusão na Netflix: Special e Atypical









Amauri Nolasco Sanches Junior


Quem me conhece sabe muito bem que não tenho nenhum conceito moralista, nenhum traço de ser uma pessoa conservadora. Acho, que se dizer conservador no Brasil é meio fora de mão, como os carecas do ABC se dizerem nazistas – aliás, pesquisas mostras que os únicos homo sapiens puros são os africanos daí podemos dizer: Chupa Hitler! – porque você não quer conservar uma politica que sempre foi sinônimo de corrupção. Ser a favor da família são valores morais e está em uma certa tradição e não, dentro do conservadorismo. Enfim, não sou a favor de cercear o direito das pessoas dentro da sexualidade ou de qualquer desejo, mas, não podemos exagerar para não ficarmos com certas imagens. Assim, minha análise das series Special e da série Atypical vai ser uma análise além do que as pessoas dizem, como “legal” ou que eles falam da deficiência. Vai chocar muito gente, mas não vejo diferença nenhuma entre as duas séries e as novelas da Globo.
Por que eu digo isso? Por exemplo, no Special o personagem principal é um estudante de jornalismo com paralisia cerebral – eu tenho a mesma deficiência que ele, então, tenho lugar de fala – que anda e é gay (se preferir, homossexual). A mãe dele subprotege ele e assim, ele não sabe fazer nada. Todo mundo do estagio – menos a melhor amiga dele – pensa que ele ficou assim por causa do atropelamento que ele foi vitimado, apenas, dois meses antes porque sua melhor amiga achou que assim ele ganharia destaque dentro do tabloide (são jornais vagabundos que o povo adora ler). E fala serio, a chefe dele parece uma retardada mental. Sinceramente, ultimamente não tenho saco para comédia americana que parece um bando de debeis mentais achando que estão fazendo graça para ri.
A caracterização do personagem ficou bom – lógico que existem atores bons que interpretam perfeitamente, como o ator que fez o Christy Brown no Meu Pé Esquerdo – porque o ator é da mesma deficiência (a cara de bobo não nega). E tem um outro porém, os personagens em volta do deficiente – tanto no Special, quanto do Atypical – são destaque, coisa que não cabe numa série para contar uma história e foi a única coisa que eu não gostei tanto no livro, como no filme no Extraordinário. Assisti três filmes sobre pessoas com paralisia cerebral – Meu Pé Esquerdo, Gaby – Uma Historia Verdadeira e Porta em Porta (acho que todos tem no YouTube) – que o personagem principal é quem protagoniza a história. Sinceramente, eu não quero ver se a mãe dele namora e nem como ela namora, quero ver o personagem principal. Agora vou falar da sexualidade dele.
Aquela cena que ele transa com o gogo boi na cama com o óculos é uma cena ridícula. Ficou parecendo o seguinte: que as pessoas com alguma deficiência só vai transar se pagar ou por piedade e, sinceramente, quem paga para fazer sexo é uma pessoa que não tem ideia ou é tão vagabundo que não sabe conquistar. Verdade. Fora que a cena ficou grotesca e depois, para amenizar a “merda” que fizeram, colocaram o gogo boi dizendo que ele era “fofo”. Espera ai! Nós lutamos para incluir as pessoas com deficiência, para tirar o estigma de infantilização da nossa imagem para o Netflix – uma empresa americana que é uma nação que os deficientes têm uma vida normal – colocar um gogo boi chamando um deficiente de “fofo”. Eu achei uma novela e sinceramente, novelas eu não gosto.
No mesmo modo, podemos falar do Atypical que é uma história sobre um autista. Não consegui ver nem três episódios. Primeiro, deveriam mudar a sinopse do seriado (talvez, do Special também), para a história da família das pessoas com deficiência e não da pessoa, porque o foco acaba sendo a família. Para começar, mostra o conflito existencial da irmã dele que acaba, no final das contas, arrumando um namorado. Depois, o cotidiano da mãe dele fica chato e ela vai para altas aventuras por ai. No final das contas, o que nós vemos é o autista que tem um amigo, vai para escola e sofre preconceitos como qualquer pessoa que tem deficiência vive. Um seriado, que pouco me deu tesão para ver, e que deu um tédio danado.
É importante como divulgação sobre nossa causa? Talvez. Mas como eu disse antes, no mesmo modo que essas séries mostram a deficiência, tem algumas imagens que ficam estigmatizadas dentro do segmento das pessoas com deficiência. Como, por exemplo, do personagem do Special chamar a mãe porque não sabe desentupir uma privada. Eu que sou cadeirante, desentupo várias vezes a minha privada e ainda, limpei várias vezes a mesma privada. A questão é: se queremos transar, namorar, casar e ter uma vida, mais ou menos, normal, não temos que desentupir uma privada? Se o cara transa com um gogo boi, ele não pode desentupir uma privada? Claro que o fato de não poder desentupir uma privada não faz pessoas serem independentes ou dependentes, mas, as pessoas têm a mania de generalizar só por causa de um caso. Se apegar a um fato só para argumentar a vários fatos não é um argumento bom, porém, é usado com argumento para escolas especiais, para mães que não querem que seus filhos namoram, para trancafiar seus filhos e por ai vai. Acho que esse tipo de imagem, rotula as pessoas com deficiência a serem bobos, as mães mulheres frustradas e ainda, coloca como se a família vivesse em torno 24 horas por dia a pessoa com deficiência. Desculpe-me, mas, só é mais uma novela com pessoas deficientes.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Olavo de Carvalho e a cadeira de rodas






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Amauri Nolasco Sanches Junior


Há coisas que nunca esperei ver, mas estou vendo. A pior delas foi altos oficiais militares, acossados por afirmações minhas que não conseguem contestar, irem buscar proteção escondendo-se por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas. Nem o Lula seria capaz de tamanha baixeza.”
(Olavo de Carvalho)

Esse post do escritor e intelectual – porque para mim ele não é filósofo e sim, um intelectual – Olavo de Carvalho, mostra como ainda está enraizado o capacitismo dentro de qualquer setor. O Olavo, como um intelectual que é, não deixou certos conceitos sobre pessoas de cadeira de rodas. Nesse post, ele se referia ao general Eduardo Villas Bôas que trabalha, hoje, na parte de inteligencia da segurança institucional e por muitos anos – 2015 até o começo desse ano – comandante das Forças Armadas do Brasil. Ele tem esclerose lateral amiotrófica (ELA) e agora, usa uma cadeira de rodas. E esse post, é uma resposta ao comentário que o general Villas Bôas fez no seu Twitter defendendo a ala militar do governo Bolsonaro. Ele escreveu:

"Mais uma vez, o senhor Olavo de Carvalho, a partir de seu vazio existencial, derrama seus ataques aos militares e às FFAA, demonstrando total falta de princípios básicos de educação, respeito, humildade e modéstia. Verdadeiro Trótski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas brasileiros. Por outro lado, age no sentido de aventuras as divergências nacionais no momento em que a sociedade brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o país"

Quem viu a série no Netflix, sabe que o general Villas Boas tem razão chamar o Olavo de Tróstki da direita. Porque, se fizermos uma análise sem muito colocar ideologias, o intelectual da revolução russa Trostski, traiu a revolução para fazer críticas. Não chamou o Olavo de Carvalho de nada além de um crítico sem razão nenhuma. Não há motivo nenhum para o Olavo de Carvalho, chamar os militares de traidores, sendo que quem está tumultuando o governo, são os próprios filhos do Bolsonaro. Acho a ala militar uma parte consciente do trabalho dentro do governo e a fala do ministro Santos Cruz, é uma fala dentro de corporações não só do Brasil, existem homossexuais, mulheres e minorias – até mesmo, repartições que contratam cadeirantes – nas policias e exército do mundo inteiro. Eles não querem “tucanizar” nada, eles querem ser o norte do caminho que o governo Bolsonaro, sempre prometeu.
Só um parêntese aqui, eu explicar qual o papel dos militares no governo, não quer dizer que eu concorde com tudo que acontece. Então, eu não sou a favor da direita neurótica (uma cópia meio vagabunda da direita retardada norte-americana), e nem sou a favor da esquerda cirandeira que teima em defender pautas alá Disneylândia (que aliás, é uma tradução vagabunda da Dusneyland, ou seja, A Terra de Disney). Aliás, a minha crítica ao governo é exatamente essa perseguição de uma ideologia morta que pode ferrar com toda uma educação escolar, por conta de uma ideia idiota – sem fundamento nenhum – que há o método de ensino do Paulo Freire que é comunista, que na verdade, não existe. Se existem alunos que batem nos professores, são jovens sem a educação e não uma escolarização doutrinaria comunista. Aliás, a escola comunista não dava tanta moleza assim.
Agora vamos falar da fala do Olavo. A imagem da cadeira de rodas sempre remeteu a imagem de sofrimento e de inutilidade total, que não é verdade. Existem muitos cadeirantes que tem família, trabalham, tem filhos, e agora, graças a uma tecnologia estrangeira, podem dirigir tanto caminhões, como ônibus. Olavo deveria andar mais na parte de Nova York e menos na Virgínia, que existem cadeirantes que andam na rua e tem uma vida tranquila. Isso mostra como ter conhecimento sem entender o porquê daquele conhecimento, é um terreno bastante infértil. Os generais não ficaram atrás do general Villas Bôas, eles foram defendidos por ele pela livre vontade dele. Então, ninguém está se escondendo atrás de um pobre general cadeirante doente. Ele quis defender, conseguiu com maestria.



sábado, 4 de maio de 2019

Nietzschianos nutellas (esquerda cirandeira) não entenderam o humor




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Amauri Nolasco Sanches Junior

Sim, eu sei de onde venho! Insatisfeito como o fogo, ardo para me consumir. Aquilo que toco torna-se chama, e em carvão aquilo que abandono. Sou fogo, com certeza!” — (Friedrich Nietzsche)

Postei outro dia um meme do ex-presidente Lula, dizendo que a biblioteca particular dele pegou fogo e tinha dois livros, mas, teve um que ele não conseguiu terminar de colorir. Humor. Dar risada e se divertir faz parte da filosofia, que aliás, os filósofos sempre fizeram da ironia seu ponto forte. Demócrito – filósofo pré-socrático – era conhecido como o filósofo risonho (ria muito). O próprio Sócrates, sabia colocar um ponto de ironia nas suas perguntas que levaram uma das alás que vieram da sua filosofia, os cínicos, a fazerem uma ironia mais acirrada e provocativa. E dentro dessa pérola do humor, está e sempre estara, Nietzsche que defendia o deus Dionísio (deus do vinho e da felicidade).
Existe um pequeno poema na abertura do seu livro Gaia Ciência que diz assim:

"Vivo em minha própria casa
Jamais imitei algo de alguém
E sempre ri de todos os mestres
Que nunca se riram de si também"


Nietzsche fala da sua “própria casa” que é, suas próprias ideias e seus próprios conceitos e que não vai na onda dos outros, de ideologias baratas, de religiões que subverteram os seus ensinamentos para dominar pelo medo. Então, Nietzsche, diz que ri de todos os mestres, porque trazem as verdades absolutas e como disse o filósofo no próprio livro, não há fatos eternos e nem verdades absolutas. Por fim, ele diz que esses mesmos mestres nunca ri de si, porque se levam muito a sério. Todo mundo que tem uma verdade se leva a sério demais, se identifica como um guerreiro que está numa missão de igualar a humanidade para viverem felizes. Só que a felicidade é algo subjetivo e que tem um viés no desejo.
A esquerda cirandeira não entendeu que Nietzsche não gostava do socialismo – aliás, ele não gostava de nenhuma cultura moderna – porque ele achava que não tinha muita diferença da religião. Numa parte, ele diz que o socialismo era uma religião da igualdade e que eram coisas de pessoas ressentidas. Ele não estava errado, pois, na essência do socialismo está sempre o amanhã de um mundo melhor, não muito diferente, do cristianismo. A pergunta é: e o hoje? Nesse momento? Nesse exato instante? O agora que existe e não o amanhã, o passado só é mais uma lembrança. Por isso mesmo que não existem verdades absolutas, porque as verdades vão mudando conforme nossos atos do hoje. Nesse momento. O socialismo defende uma igualdade dos ressentidos, aqueles que olham quem rompeu sua realidade para mudá-la.
Na verdade, o ressentido é o cara que não sabe chegar lá, pensam que quem chegou roubou dele. Não. A inveja que subverte o bom para o fraco, aquilo que alastra o que é “rastejante”. Nietzsche vai explicar que bom, na verdade, vem do latim bonnus que eram guerreiros da elite dos centuriões do império. Os mais treinados. Os mais capazes. Os que detinham o melhor conhecimento. O bom da igreja romana, era o rastejante, aqueles que quer ser mais do que o outro, não por capacidade, mas, por vantagem, por sempre achar que vai levar alguma coisa em troca.
Muitas pessoas não ficam atreladas e presas dentro do preconceito, dentro de uma condição diferenciada. Não há diferença para elas o que um cadeirante pode fazer, ou o que um outro indivíduo faz. O socialismo coloca como se o ESTADO só pode promover a igualdade, o sufocamento do desejo, de só usar o essencial. Sufocando assim, a evolução e a ordem natural do homo sapiens de sempre querer conhecer o mundo (realidade) e coisas novas. Por isso mesmo, Nietzsche vai dizer toda moral vinda da modernidade – junto com conceitos cristãos – é antinatural, porque sufocam esse saber esteticamente (pelo gosto). Os gregos só seguiam aquilo que gostavam. As esculturas mostram a estética de modo essencial. Pura. Natural. Sempre respeitando as diferenças individuais, um Zeus não pode ser igual um Apolo. Tinha as questões estéticas de defeitos, traços únicos. Mostrando que a natureza nada é igual e sim, há individualidade.
Portanto, é uma insanidade achar que tanto a esquerda, quanto a direita – o anarquismo também – encontrar meios de encaixar Nietzsche nessas ideologias. Nietzsche era chama que devorava tudo. Não é à toa, que ele filosofava com o martelo.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

A esquerda cirandeira e os garotos que fingem ser cadeirantes



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Amauri Nolasco Sanches Junior

A Mariana Torquato – dona do canal “VAI UMA MÃOZINHA AI?” - postou em seu Instagram, uma imagem de um garoto que fingiu ser cadeirante para entrar no filme dos Vingadores. Claro que todos os livros sobre ética, poderia escrachar essa foto. Mas, como minha mãe dizia que eu não sou todo mundo, eu vou analisar além daquilo que todo mundo análise e darei meu parecer. Mesmo o porquê. temos que tomar cuidado para não virar a coisa contra nós mesmos, porque existem várias coisas interessantes além do xingamento.

Primeiro, esse post veio do Twitter e que pode ter várias montagens, pode ser um perfil fake e tal. Depois, pelo que vimos na imagem, uma pergunta é muito importante: aonde o garoto arranjou uma cadeira de rodas de mil e duzentos reais só para fingir ser cadeirante? O porque ele tirou a foto de pé no meio do cinema? Dai o cuidado. Pois, vamos cair nos mesmos erros que fizeram na Copa do Brasil, em querer colocar como farsantes pessoas com deficiência cadeirante que pode levantar. E nós sabemos, que primos e parentes, zoam um com o outro o tempo todo. Também acho, que várias pessoas com deficiência andam caindo muito no politicamente correto e tem sido chato demais ficar analisando as coisas como elas são nesse segmento (fora dar a bundinha para a esquerda cirandeira que adora usar as minorias).

Segundo, impossível uma pessoa que não tenha o costume de ser cadeirante, ficar mais de 1 hora em uma cadeira de rodas. Posso garantir que não daria para o garoto ficar menos do que 10 minutos sem ele ser traído pelo impulso de sair de uma cadeira. Mas, se for mesmo, temos uma prova viva que a cultura de levar vantagem em tudo para se dar bem. Como diz o professor Leandro Karnal, é muito mais barato ser uma pessoa ética, correta e que tenham valores do que uma pessoa antiética. 

Uma pessoa ética não precisa esconder nada, não precisa achar desculpas daquilo que não é para convencer que é. Porque o ser ético é um ser verdadeiro, um ser que encarna a realidade e não liga se a realidade não traz aquilo que ele quer. O querer para o ser ético é interagir na realidade daquilo que ele é de fato, não interessa se ele está numa favela qualquer ou numa ilha grega, ele sempre vai pensar e agir conforma sua vontade. O ser antiético é o ser ressentido, invejoso que não se conforma com a sua realidade que não existe. Custa caro, porque tem que esconder, tem que viver na escuridão de não sr descoberto. Além, de arranjar instrumentos que não fazem a menor diferença. Eu, por exemplo, demorei três semanas para ver a última temporada do Game of Thrones, porque eu quero ver para mim, eu não quero ver para cantar vantagem por ai. A sociedade que se foda.

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