segunda-feira, 13 de maio de 2019

Lobão contra as guerras “intestinas” do intelectual Olavo de Carvalho



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Amauri Nolasco Sanches Junior

São três coisas que mais gosto. Primeiro, é a minha “neguinha”, na qual, eu tenho um grande amor e que é minha companheira. Segundo, eu gosto bastante de ler por causa da minha curiosidade e nesse gosto, eu descobri a filosofia que meu deu uma visão bastante crítica. E terceiro, a música que sempre me encantou e que me acalma das horas mais estressantes da vida. Eu sempre gostei do rock por causa da atitude que o rock tinha dentro da sociedade e dentro de uma coisa chamada ideologia, seja a direita, seja a esquerda. Não há uma condição dentro do rock que tenha uma marca registrada e nesse ínterim, conheci as bandas dos anos 80 muito novo. Eu já conhecia Legião Urbana, Titãs, Para-lamas do Sucesso e outras bandas. A imagem que eu tenho do Lobão nessa época era um cara doidão que ao ser perguntado que mulher queria ser, disse que queria ser a Roberta Close (que era o travesti conhecido na época).
Na adolescência – que é a fase do rompimento de várias ideias – eu comecei ouvir metal e deixei de lado essa coisa de rock nacional. Claro, as vezes, eu ouvia algumas bandas como Legião Urbana entre outras, mas, o Lobão eu achava que ele tinha ido na pegada chata da MPB com aquelas coisas de misturar rock com outras coisas. Mas, também, não era muito cabeça fechada. Ouvia um mangue bit entre outras coisas, que estavam surgindo dentro do cenário nacional. Então, fiquei mais velho e comecei a ler mais filosofia e fazer umas ligações bem doidas entre a filosofia e o rock (principalmente, o metal e suas variações). Aliás, existem filosofias que caberiam em qualquer disco de uma banda de heavy metal ou de rock mesmo.
Minha fase nietzschiana me fez reaproximar do Lobão. Não que eu não goste mais de Nietzsche, mas, tenho uma ideia mais madura e pouco romântica dele e nem tudo eu concordo. Mas, descobrindo que Lobão leu Nietzsche, comecei a prestar mais atenção nele. Porém, quando ele escolheu a direita e começou a prestar homenagens ao Olavo de Carvalho, eu tive uma leve decepção pela imagem do Lobão. Não que acho que a esquerda tenha razão, a esquerda se mostrou incompetente por causa da sua soberba, da sua deficiência de ver o mundo com um pouco de ceticismo. Também não tenho a imagem do filósofo e do rock como vê a esquerda cirandeira – que acaba sendo um contraste imenso – onde vê o filósofo com diploma e o rock como um ícone da liberdade. O rock em si, é um artigo fino que precisa ficar no undergroud, porque se ficar popular fica pó. E tem outra, pior “raça” reacionaria que tem é o rockeiro de verdade. Musicas falando de reis. Civilizações antigas. Valores antigos e até mesmo, o romantismo clássico. A esquerda prefere as letras sem sentido nenhum do Gilberto Gil.
Sobre o diploma é um contraste enorme, porque o diploma é o símbolo mor do capitalismo. Aliás, as universidades ficaram laicas, graças uma parte da burguesia que começava a dominar no século 18 e outra parte, com os protestantes que queriam uma escolarização para todos. Na verdade, existem profissões que não precisariam de diploma e filósofo – mesmo se tratando como professor – não precisaria de um diploma. Portanto, a minha crítica ao Olavo de Carvalho não é uma crítica se tem ou não um diploma, mas, as ideias furadas que contrastam com a filosofia.
O que tem a ver PNL com Epicuro? Olavo não entendeu nada de Epicuro, pois, o filósofo pregava o prazer moderado e não o prazer desmedido. Mesmo o porquê. Epicuro dizia que se você comer até explodir, você começara a sofrer (pathos) e esse sofrimento não é a felicidade. Nesses últimos posteres, Olavo esqueceu – ou de filósofo se tornou um beato – que não existem verdades que são absolutas e sim, verdades que vão mudando conforme vão evoluindo. Recebo todos os dias criticas aos meus textos, mas, não fico colocando apelidos infantis como uma criança birrenta que não quer ver o obvio. Olavo, com essa mania de achar que está sempre com a verdade, destruiu o legado que conquistou e a prova disso é as criticas que vem recebendo dos próprios aliados.
Ninguém disse que ele xingou o general Villas Bôas, disse que ele colocou o general como um ser inferior que não poderia defender os amigos e generais que comandou por vários anos. Esqueceu que ele negou uma ordem da Dilma quando queria colocar o Exército para proteger ela e contra o povo – que aliás, a maioria dos olavettes esqueceram – e ficou dizendo que protegia os “comunistas”. O PT nunca foi comunista, só tinha muita sede de poder. Olavo de Carvalho esqueceu da verdadeira filosofia.
Nos últimos videos do Lobão, descobri que tinha muito em comum. Essa visão do rock como uma coisa acima de qualquer ideologia, e é exato, o rock nunca fez parte de uma cultura de destruir nada. Ele só destruiu a hipocrisia. A hipocrisia de querer uma liberdade e essa liberdade tinha um lado, o lado do poder. A narrativa do poder não é errada, pois, muitos pontos morais são ressonâncias de discursos de dominação para frear a reprodução, para dominar pelo medo. Olavo gosta dessa ideologia medieval que não presta para nada hoje em dia, só é uma estrela anã piscando e não trazendo nada.
Exatamente, nada. A filosofia do Olavo se resume em nada. São ditos de uma filosofia enlatada americana que só era usado para ficar fazendo intriga na guera fria, trazendo dinheiro através das vendas de armas. Aliás, quem deve financiar o Olavo? Quem deve dar dinheiro ao Olavo? Não sabemos.


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