Amauri Nolasco Sanches Junior
São três coisas que mais gosto.
Primeiro, é a minha “neguinha”, na qual, eu tenho um grande amor
e que é minha companheira. Segundo, eu gosto bastante de ler por
causa da minha curiosidade e nesse gosto, eu descobri a filosofia que
meu deu uma visão bastante crítica. E terceiro, a música que
sempre me encantou e que me acalma das horas mais estressantes da
vida. Eu sempre gostei do rock por causa da atitude que o rock tinha
dentro da sociedade e dentro de uma coisa chamada ideologia, seja a
direita, seja a esquerda. Não há uma condição
dentro do rock que tenha uma marca registrada e nesse ínterim,
conheci as bandas dos anos 80 muito novo. Eu já conhecia Legião
Urbana, Titãs, Para-lamas do Sucesso e outras bandas. A imagem que
eu tenho do Lobão nessa época era um cara doidão que ao ser
perguntado que mulher queria ser, disse que queria ser a Roberta
Close (que era o travesti conhecido na época).
Na adolescência – que é a fase
do rompimento de várias ideias – eu comecei ouvir metal e deixei
de lado essa coisa de rock nacional. Claro, as vezes, eu ouvia
algumas bandas como Legião Urbana entre outras, mas, o Lobão eu
achava que ele tinha ido na pegada chata da MPB com aquelas coisas de
misturar rock com outras coisas. Mas, também, não era muito cabeça
fechada. Ouvia um mangue bit entre outras coisas, que estavam
surgindo dentro do cenário nacional. Então, fiquei mais velho e
comecei a ler mais filosofia e fazer umas ligações bem doidas entre
a filosofia e o rock (principalmente, o metal e suas variações).
Aliás, existem filosofias que caberiam em qualquer disco de uma
banda de heavy metal ou de rock mesmo.
Minha fase nietzschiana me fez
reaproximar do Lobão. Não que eu não goste mais de Nietzsche, mas,
tenho uma ideia mais madura e pouco romântica dele e nem tudo eu
concordo. Mas, descobrindo que Lobão leu Nietzsche, comecei a
prestar mais atenção nele. Porém, quando ele escolheu a direita e
começou a prestar homenagens ao Olavo de Carvalho, eu tive uma leve
decepção pela imagem do Lobão. Não que acho que a esquerda tenha
razão, a esquerda se mostrou incompetente por causa da sua soberba,
da sua deficiência de ver o mundo com um pouco de ceticismo. Também
não tenho a imagem do filósofo e do rock como vê a esquerda
cirandeira – que acaba sendo um contraste imenso – onde vê o
filósofo com diploma e o rock como um ícone da liberdade. O rock em
si, é um artigo fino que precisa ficar no undergroud, porque se
ficar popular fica pó. E tem outra, pior “raça” reacionaria que
tem é o rockeiro de verdade. Musicas falando de reis. Civilizações
antigas. Valores antigos e até mesmo, o romantismo clássico. A
esquerda prefere as letras sem sentido nenhum do Gilberto Gil.
Sobre o diploma é um contraste
enorme, porque o diploma é o símbolo mor do capitalismo. Aliás, as
universidades ficaram laicas, graças uma parte da burguesia que
começava a dominar no século 18 e outra parte, com os protestantes
que queriam uma escolarização para todos. Na verdade, existem
profissões que não precisariam de diploma e filósofo – mesmo se
tratando como professor – não precisaria de um diploma. Portanto,
a minha crítica ao Olavo de Carvalho não é uma crítica se tem ou
não um diploma, mas, as ideias furadas que contrastam com a
filosofia.
O que tem a ver PNL com Epicuro?
Olavo não entendeu nada de Epicuro, pois, o filósofo pregava o
prazer moderado e não o prazer desmedido. Mesmo o porquê. Epicuro
dizia que se você comer até explodir, você começara a sofrer
(pathos) e esse sofrimento não é a felicidade. Nesses últimos
posteres, Olavo esqueceu – ou de filósofo se tornou um beato –
que não existem verdades que são absolutas e sim, verdades que vão
mudando conforme vão evoluindo. Recebo todos os dias criticas aos
meus textos, mas, não fico colocando apelidos infantis como uma
criança birrenta que não quer ver o obvio. Olavo, com essa mania de
achar que está sempre com a verdade, destruiu o legado que
conquistou e a prova disso é as criticas que vem recebendo dos
próprios aliados.
Ninguém disse que ele xingou o
general Villas Bôas, disse que ele colocou o general como um ser
inferior que não poderia defender os amigos e generais que comandou
por vários anos. Esqueceu que ele negou uma ordem da Dilma quando
queria colocar o Exército para proteger ela e contra o povo – que
aliás, a maioria dos olavettes esqueceram – e ficou dizendo que
protegia os “comunistas”. O PT nunca foi comunista, só tinha
muita sede de poder. Olavo de Carvalho esqueceu da verdadeira
filosofia.
Nos últimos videos do Lobão,
descobri que tinha muito em comum. Essa visão do rock como uma coisa
acima de qualquer ideologia, e é exato, o rock nunca fez parte de
uma cultura de destruir nada. Ele só destruiu a hipocrisia. A
hipocrisia de querer uma liberdade e essa liberdade tinha um lado, o
lado do poder. A narrativa do poder não é errada, pois, muitos
pontos morais são ressonâncias de discursos de dominação para
frear a reprodução, para dominar pelo medo. Olavo gosta dessa
ideologia medieval que não presta para nada hoje em dia, só é uma
estrela anã piscando e não trazendo nada.
Exatamente, nada. A filosofia do
Olavo se resume em nada. São ditos de uma filosofia enlatada
americana que só era usado para ficar fazendo intriga na guera fria,
trazendo dinheiro através das vendas de armas. Aliás, quem deve
financiar o Olavo? Quem deve dar dinheiro ao Olavo? Não sabemos.
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