Amauri Nolasco Sanches Junior
Para mim – no meu conhecimento da
filosofia politica – Game of Thrones explica muito mais a politica
do que House of Card. Por quê? House of Card seria uma espécie de
Dallas de hoje que mostra uma maneira de fazer politica
especificamente, norte-americana. Game of Thrones, explica a politica
universalmente dês da sua origem, que exclusive, veio da Idade Media
e temos muito, ainda, enraizados a cultura do rei. Mas, além disso,
vi que a atitude da Deanarys (a rainha dragão), foi muito criticada
como uma atitude cruel. Cabe dar uma “puxadinha” em Maquiavel
para explicar tal atitude.
O filósofo Nicolau Maquiavel nasceu
em Florença na Itália, quando o território italiano estava
fragmentado e arrasado por causa da guerra. Mas, ele nunca disse que
os fins justificam os meios e sim, agir segundo a sua moral, sempre
que possível sempre quebrando essa regra quando necessário. A regra
sempre deve recair no bem, mas, por outro lado, o mal não deve ser
descartado. Para o pensamento de Maquiavel, o mau também tem seu uso
sempre focando, que deve ser o padrão, a bondade. Porém, o mal não
deve ser descartado, porque em alguns momentos ele também tem sua
serventia. Ou seja, como o conselho que é atribuído a Tancredo
Neves para dar um exemplo, que um politico nunca deve ter um amigo
que não possa romper (relação) e um inimigo que não posso
reconciliar. Cabe muito bem no pensamento do filósofo italiano. Ou
seja, ele estaria geralmente bom e eventualmente mau.
Na verdade, Maquiavel nunca disse
que os politicos devessem ser canalhas, e nem que eles devessem ser a
todo os momentos bons, justos e que possuíssem virtudes. Mesmo o
porquê, os políticos são humanos e podem falhar. Maquiavel queria
explicar as atitudes dos governantes e não, fazer um tratado para
dizer como um governante deve se comportar. Portanto, a meta do
príncipe é manter o seu estado e a condição de ser príncipe.
Para tal fim, ele deve sempre empregar o meio justo, mas, ao mesmo
tempo, se for preciso empregar o meio injusto e ai sim, só nesse
caso específico, os fins podem justificar os meios. Dai vamos a
Daenerys.
No último episódio da série, a
rainha destruiu toda a cidade matando todos que ali viviam. Mas,
quando você lê Maquiavel você entende o que ela teve que fazer para
consolidar e manter o respeito, não deixar que as pessoas a sua
volta governar e sim, ela. A Daenarys e a rainha e não seus
comandados. O amor de Jon Snow foi esfacelado quando souberam que ela
era tia de Jon, que não poderiam ficar juntos (não na ordem moral
vigente). Daenarys queria mostrar que ela tinha as decisões e não
outro governante ou pessoas que estão a sua volta (nem mesmo seu
amor). Ela já é rainha dos Dothraki e sabe muito bem, se ela não
demostrar força de se impor, ela não conseguira reinar. Mas,
também, viu a sua mucama perder a cabeça, viu dois dragões seus
morrerem (o último foi covardemente morto pela frota de ferro). O
que você faria? Com tanta fúria dentro do seu coração? Fora que a
família da Cersei – os Lennisters – mataram seu pai e ainda,
puseram um rei bunda mole, para poderem desfrutar do poder (Eddard
Stark deixou Robert ser rei pensando ser certo e porque não quis ser
rei).
A questão é: o que você faria
diante de uma guerra com uma arma mortal (como um dragão)? Se
responder que diante de tudo isso, você seria justo está sendo
hipócrita. Porque Maquiavel demostrou que há uma politica
idealizada (como as milhares de ideologias que existem) e a politica
real, sem discursos bonitos de “plástico”. O que a Daenerys fez
foi a politica maquiavélica de usar o mal para consolidar e ganhar
de uma vez a guerra, afinal, Renato Russo na música O Senhor da
Guerra, já dizia que “o senhor da guerra não gosta de crianças”
(por isso mesmo, estão retardando o máximo a invasão da
Venezuela). Ela consolidou seu poder e demostrou que as decisões são
só dela, não está brincando ali de rainha, para ela, ela já é
uma rainha. Pronto. Maquiavel diria que ela entendeu muito bem o que
ele queria dizer, e no mais, ela não fez nada que outros generais
não teriam feito.
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