quarta-feira, 8 de maio de 2019

Olavo de Carvalho e a cadeira de rodas






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Amauri Nolasco Sanches Junior


Há coisas que nunca esperei ver, mas estou vendo. A pior delas foi altos oficiais militares, acossados por afirmações minhas que não conseguem contestar, irem buscar proteção escondendo-se por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas. Nem o Lula seria capaz de tamanha baixeza.”
(Olavo de Carvalho)

Esse post do escritor e intelectual – porque para mim ele não é filósofo e sim, um intelectual – Olavo de Carvalho, mostra como ainda está enraizado o capacitismo dentro de qualquer setor. O Olavo, como um intelectual que é, não deixou certos conceitos sobre pessoas de cadeira de rodas. Nesse post, ele se referia ao general Eduardo Villas Bôas que trabalha, hoje, na parte de inteligencia da segurança institucional e por muitos anos – 2015 até o começo desse ano – comandante das Forças Armadas do Brasil. Ele tem esclerose lateral amiotrófica (ELA) e agora, usa uma cadeira de rodas. E esse post, é uma resposta ao comentário que o general Villas Bôas fez no seu Twitter defendendo a ala militar do governo Bolsonaro. Ele escreveu:

"Mais uma vez, o senhor Olavo de Carvalho, a partir de seu vazio existencial, derrama seus ataques aos militares e às FFAA, demonstrando total falta de princípios básicos de educação, respeito, humildade e modéstia. Verdadeiro Trótski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas brasileiros. Por outro lado, age no sentido de aventuras as divergências nacionais no momento em que a sociedade brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o país"

Quem viu a série no Netflix, sabe que o general Villas Boas tem razão chamar o Olavo de Tróstki da direita. Porque, se fizermos uma análise sem muito colocar ideologias, o intelectual da revolução russa Trostski, traiu a revolução para fazer críticas. Não chamou o Olavo de Carvalho de nada além de um crítico sem razão nenhuma. Não há motivo nenhum para o Olavo de Carvalho, chamar os militares de traidores, sendo que quem está tumultuando o governo, são os próprios filhos do Bolsonaro. Acho a ala militar uma parte consciente do trabalho dentro do governo e a fala do ministro Santos Cruz, é uma fala dentro de corporações não só do Brasil, existem homossexuais, mulheres e minorias – até mesmo, repartições que contratam cadeirantes – nas policias e exército do mundo inteiro. Eles não querem “tucanizar” nada, eles querem ser o norte do caminho que o governo Bolsonaro, sempre prometeu.
Só um parêntese aqui, eu explicar qual o papel dos militares no governo, não quer dizer que eu concorde com tudo que acontece. Então, eu não sou a favor da direita neurótica (uma cópia meio vagabunda da direita retardada norte-americana), e nem sou a favor da esquerda cirandeira que teima em defender pautas alá Disneylândia (que aliás, é uma tradução vagabunda da Dusneyland, ou seja, A Terra de Disney). Aliás, a minha crítica ao governo é exatamente essa perseguição de uma ideologia morta que pode ferrar com toda uma educação escolar, por conta de uma ideia idiota – sem fundamento nenhum – que há o método de ensino do Paulo Freire que é comunista, que na verdade, não existe. Se existem alunos que batem nos professores, são jovens sem a educação e não uma escolarização doutrinaria comunista. Aliás, a escola comunista não dava tanta moleza assim.
Agora vamos falar da fala do Olavo. A imagem da cadeira de rodas sempre remeteu a imagem de sofrimento e de inutilidade total, que não é verdade. Existem muitos cadeirantes que tem família, trabalham, tem filhos, e agora, graças a uma tecnologia estrangeira, podem dirigir tanto caminhões, como ônibus. Olavo deveria andar mais na parte de Nova York e menos na Virgínia, que existem cadeirantes que andam na rua e tem uma vida tranquila. Isso mostra como ter conhecimento sem entender o porquê daquele conhecimento, é um terreno bastante infértil. Os generais não ficaram atrás do general Villas Bôas, eles foram defendidos por ele pela livre vontade dele. Então, ninguém está se escondendo atrás de um pobre general cadeirante doente. Ele quis defender, conseguiu com maestria.



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