terça-feira, 28 de maio de 2019

MMS: o remédio que pode fazer teu intestino derreter



MMS 


Amauri Nolasco Sanches Junior

quando fazia o supletivo do ensino médio, meu professor de química (cuja o nome não me lembro) contou uma história sobre o cloro bem pesada. Há aqui na zona leste de São Paulo , um bairro chamado Moóca – fundado por imigrantes italianos – que tem várias fábricas e outras que fecharam. Deixaram um tonel de porto – aqueles bem grandes – bem na frente de uma dessas fabricas fechadas e nunca vieram recolher ou estava lá a espera, não me lembro bem. Um morador de rua (leia-se, mendigo), teve a merda de ter curiosidade o que tinha ali, pois, a anos aquilo tava lá e ninguém vinha buscar. Resultado: o mendigo furou ou abriu e o gás saiu e era cloro, os bombeiros foram chamados e tiveram que interditar um quarteirão inteiro. Cloro mata em 5 minutos de exposição. O gás amarelo, usado na primeira guerra mundial é feito de cloro e deixou vários mortos.
O cloro – segundo o Wikipédia – vem do grego “khlorós” e quer dizer esverdeado e é um elemento químico com o simbolo Cl, número atômico 17 na tabela Periódica (aliás, exatamente o meu professor estava explicando a tabela). Está contido num grupo dos halogênios e é o segundo mais leve, logo depois do flúor. Em conduções normais é um gás de coloração amarelo esverdeado, onde são formadas as moléculas diatômicas. Tem uma maior afinidade eletrônica (elétrons), e a quarta maior eletronegatividade de todos os elementos reativos. E por está única razão, o cloro é um forte agente oxidante. Porém, ele dentro da natureza, é raro em nosso planeta e, geralmente, são resultados de processos de oxidação direta ou indireta pelo oxigênio.
O composto abundante do cloro é o cloreto de sódio que conhecemos como o sal comum, e é conhecido desde o mundo antigo. Porém, foi por volta de 1630 que o gás de cloro foi primeiramente sintetizado (feito por laboratório), graças a uma reação química. Mas, naquele momento, foi descartado como um elemento fundamental de alguma importância. Sua caracterização só veio a acontecer em 1774 por Carl Wilhelm Scheele, que supos como sendo um oxido de um novo elemento. Em 1809, alguns químicos sugeriram que o gás seria um elemento puro, a confirmação disso veio em 1810 por Sir Humphry Davy, que o nomeia em grego “khlôros”.
O cloro pode provocar irritação no sistema respiratório, especialmente, quando é exposto perto de crianças, pois, elas são muito mais vulneráveis. No estado gasoso pode irritar as mucosas e no estado líquido pode queimar a pele. Pode ser detectado no ar pelo seu cheiro a partir de 3.5 ppm, sendo mortal a partir de 1.000 ppm. Como eu já tinha dito, o cloro foi usado como uma arma química a partir da Primeira Guerra Mundial. Uma exposição mais aguda e altas concentrações de cloro (porém não mortíferas) pode provocar edema pulmonar, ou líquidos nos pulmões. Uma exposição mais cronica abaixo do nível letal debilita os pulmões aumentando a susceptibilidade a outras doenças no pulmão. Em muitos países é limitado a exposição no trabalho em 0.5 ppm (média de 6 horas diárias, 40 horas semanais).
O MMS (sigla em inglês para Solução Mineral Milagrosa), é dióxido de cloro e é um composto químico com a formula CIO2. Ou seja, é um gás verde-amarelado cristalizado com cristais laranjas a –59º C. Como um dos vários óxidos de cloro, é um potente e usual agente oxidante usado em tratamento de água e de alvejantes. A gerente de fiscalização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Renata Fonseca, alerta que não há nenhum registro de consumo humano e o produto está registrado como produto de limpeza.
Pois é, mães desesperadas estão sendo o alvo de pessoas que vendem o MMS como remédio de cura do autismo. A coisa é tão descarada, que o mesmo produto está sendo usado por alguns que seguem essas igrejas neopentecostais, estão tomando o tal produto. Isso porque, existe um pastor americano que desde 2015 vem incentivando o uso desse produto para curar câncer, HIV e etc. Mas, como disse lá em cima, o MMS tem base de cloro e o cloro é altamente, tóxico. Assim, muitas pessoas ficam iludidas com coisas que não vão trazer cura, ainda mais, substâncias altamente, tóxicas e nocivas para a saúde de quem usa.
Se os adultos quiserem se matar, tudo bem, o problema é as pessoas derem para crianças que não podem se defender. Não tem nem consciência daquilo que estão fazendo com elas. Mas, o que fazer? Não serem bobos o bastante para acreditar em coisas só porque o outro disse, o outro indicou ou o outro segue. Eu tenho um senso crítico porque leio, pesquiso e não acredito em qualquer coisa ou em qualquer politico. Não tenho nenhum ídolo.

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