domingo, 26 de maio de 2019

Os românticos reacionários da politica - ‘passeata é coisa de petista’




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Amauri Nolasco Sanches Junior 

Duas coisas me fazem ter uma visão bastante cética do mundo e, principalmente, de “seitas” politicas que nada ajudam ao Brasil. Quando eu digo que eu não tenho politico de estimação, estou falando que eu não tenho mesmo. Não tenho lado nenhum e não tenho nem mesmo, religião definida. Porque, afinal das contas, você pode mudar de ideia amanhã e dizer que não concorda com aquela pauta politica. Na verdade, o nosso povo brasileiro tem uma mistura de romântico com reacionário que fica fácil comprovar nas redes sociais. Exato! Somos um povo reacionário romântico. Não basta viver no passado, tem que viver no passado e idealizar um passado que nunca existiu. Um dos maiores reacionários românticos é o Olavo de Carvalho. 

Olavo de Carvalho reflete isso em suas obras, tanto politicas, quanto obras filosóficas. Para ficar mais claro, um reacionário é aquele que tem saudade do passado, mas, não é o passado que aconteceu de fato, e sim, um passado que ele mesmo idealizou. A obra olavista é toda marcada dentro dessa idealização e como o brasileiro não gosta de ler, ou lê porcaria, ele não sabe nem o que o Olavo está dizendo. Agora, um romântico é aquele que vê o mundo com olhos idealizados de um “mundo melhor”. Mas, não pode ter mundo melhor com bilhões de habitantes querendo comer, defecando no planeta, jogando milhões de toneladas de lixo por dia e ainda, sendo reféns de políticos canalhas que usam o ESTADO como máquina de ilusões. Não existe liberdade nem no socialismo (que foi distorcido pelo governo soviético e foi marcado até hoje) e o capitalismo (que vende uma liberdade que não existe). 

Um dos idealismos do Olavo de Carvalho é achar que tudo é um grande compro para instaurar o comunismo. Ora, a obra virtual “Comunalismo” de Kenneth Rexronth (anarquista), mostra que os bolcheviques usaram os marxistas para chegarem ao poder (coincidência com o petismo, não?). Na verdade, o plano de Lenine era também eliminar os marxistas que de tão desarticulados, segundo ele, os bolcheviques poderiam eliminar eles que ninguém reparariam. Os anarquistas como Proudhon ou Bakunin, sabiam que o socialismo como libertar a consciência humana da idealização de uma liberdade forjada do capitalismo, cairia no poder mais uma vez. A infantilização pela ideologia e pela religião – como forma de sempre procurar um pai e uma mãe para cuidar e amparar é uma característica bem marcante – são a maior arma que vem na escolarização estatal. Mas, além da escolarização estatal, existe a religião oficial institucionalizada. A maioria dos preconceitos e discriminações que temos no Brasil hoje, vem das religiões populares como o cristianismo, que tem o pensamento assim desde a idade media. 

Para dar um só exemplo bem pratico, o que se pensa de Epicuro sobre ele defender sobre o prazer – como vimos no livro do Olavo, O Jardim das Aflições – é, totalmente,  do cristianismo. Epicuro nunca disse que devemos comer até vomitar ou transar até o “bilau” ficar roxo, mas, disse que se exagerarmos no prazer, isso iria nos causar o sofrimento. O prazer deve ser moderado. Talvez, Epicuro seguiu a ideia de Aristóteles de prudência em tudo. Ou seja, essa ideia que o epicurismo como uma doutrina hedonista, não tem nenhuma base dentro do estudo filosófico e veio dos estudos dos membros da igreja católica na era medieval. 

O romantismo reacionário é um petismo de azul, um fanatismo que só se explica através das inúmeras ideologias vazias e sem propósito nenhum ou, até mesmo, as religiões que não se aproximam do Eterno, a consciência que fez tudo. O espiritualismo verdadeiro não pode ter intermediários, pois, na essência somos fagulhas da essência do Eterno. Se somos fagulhas e a imagem e semelhança dessa consciência, então tudo que tem dentro de nós e o ser humano é sagrado. Não há pecado ou maldade e sim, o conhecimento e a ignorância. Se temos o conhecimento somos levados a ver o mundo mais humanizados – não confundamos conhecimento com informações acadêmicas – porque temos a consciência com o outro e se pondo no lugar no outro. Afinal, toda maneira de corrupção, todo ódio e toda a moralidade, vem da ignorância do nosso lado divino e feito de felicidade. Mesmo Jesus disse que somos, em essência, deuses e podemos mudar a nossa realidade. 

Todo esse moralismo que está e veio do cristianismo, são restos de interpretações de monges e outros doutores da igreja – e podemos dizer, que começa com Paulo de Tarso – para dominar camponeses que não podiam ter muitos filhos, porque o feudo poderia encher demais e haveria muitas pessoas para comer, e tinham que ser pacificados. Por outro lado, tinham que transformar os deuses pagãos em demônios e dizer que eles eram a culpa do flagelo humano. Claro, que isso levou o ser humano a fazer atrocidades inúmeras, matanças cruéis, e não se enganem, dês dessa época, já havia pedofilia dentro da igreja e não eram só histórias do Marques de Sade para “causar”. Os senadores romanos já tinhas seus pupilos e pupilas e muito antes, os gregos. Portanto, Jesus não fez nenhum juízo de valor das pessoas e sim, ensinou a elas a respeitar um ao outro como respeitaríamos um irmão. Até mesmo, biologicamente, a espécie humana (sapiens, abillis e neandhertais), são primos e hoje são uma só. Seres vivos têm a mesma origem e temos uma engenharia biológica espetacular. 

O universo nem para olhar o ser humano. Não adianta morais inúmeras acharem que signos zodiacais regem o ser humano, ou que palavras decoradas vão trazer alguma coisa material para o ser humano. As palavras têm poder. O que a boca diz está cheio o seu coração, como diz a sabedoria bíblica, porque tudo aquilo que você rejeita é aquilo que mais você tem medo. Mas o medo sempre foi uma grande garantia para a dominação do ESTADO, a questão foi ideológica, sempre foi em torno de medos infundados. 

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