Essa música fala do aborto
Essa música fala do aborto
Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.
Friedrich Nietzsche
Hoje em dia o amor tem várias restrições. Claro, que existem muitas diferenças entre cada amor que vivemos na vida, como amor pela sua mãe, amor pelo pai, amor pelos irmãos...mas estou me referindo, especificamente, o amor eros. Eros era o deus do amor dos gregos antigos, porque era filho de Afrodite com Ares, porém, em algumas versões a do Caos. Nietzsche sintetiza isso com essa frase, tudo que podemos fazer para a pessoa amada está além do bem ou do mal, porque aquilo foi feito pelo amor que você sente. Mas, o mundo não é feito só entre você e seu amor e sim, de outras pessoas. As pessoas sempre acham que você não podem cometer os mesmos erros que elas mesmas cometem, por isso aparecem frases como “todo homem é igual”, “homem não presta” ou “todo homem tem um potencial de ser tarado”. Nem acho que o homem tem que tratar a mulher como uma empregada, mas não vamos lutar por direitos, quando generalizarmos tudo. Nem todo ser humano é igual.
Discordo com o sociólogo Bauman em um ponto, os relacionamentos não ficaram líquidos por causa do valor daquilo que se sente, mas, ficou liquido por causa da narrativa midiática de liberdade, sendo, que é uma liberdade ilusória. Enquanto os jovens estão coitando mais – o sexo ficou mais fácil e mais banal, mesmo em comunidades religiosas – eles ficam com uma sensação de liberdade porque as grandes corporações tanto das redes sociais, como as corporações governamentais, querem que pensamos que temos mais liberdade. Uma sensação ilusória. Porque enquanto se acha isso, você não está fora do sistema ou fora da moral, você faz o que eles querem que você faça. Quem vocês acham que financiam os puteiros? Quem financia a prostituição infantil no nordeste? Quem financia os inúmeros bailes funks? Enquanto o discurso do politicamente correto diz que todo homem, ou até mesmo, toda mulher exige respeito num relacionamento sejam “pessoas tóxicas”, vamos banalizar muito os relacionamentos e até, a discussão entre machismo ou feminismo. Mesmo o porquê, pessoas tóxicas são pessoas que respondem com violência física ou violência psicológica, tem atitudes de loucura e começam torturar o companheiro. Pessoas tóxicas não são pessoas bipolares.
A toxicidade dos sentimentos começa com a questão da posse, o “meu” sempre é corriqueiro: “meu filho”, “minha mulher”, “meu marido”, “minha namorada”, “meu namorado” e etc. Funks proibidões são músicas tóxicas que tratam a mulher como objeto sexual, sem ao menos, ter um momento racional das letras. Ora, a narrativa é sempre que a moral é burguesa, mas a burguesia pós-moderna sempre financiou esse tipo de lixo e nem ao menos tem a menor vergonha disso. Emburrecer sempre foi a ordem. O marxismo simplificou muito o discurso que a moral é burguesa, pois as piores putarias vieram, justamente, dessa burguesia. Aqui no Brasil, a burguesia para se opor ao regime militar – porque os militares não fizeram tudo que eles quiseram – começaram a financiar os filhos a fazerem pornochanchadas, músicas imbecis, começaram a deteriorar a cultura para, talvez, enfraquecer o sistema vigente. O que aconteceu, talvez, também ajudou o regime: emburreceu mais a população e acostumou ela a querer uma cultura fácil sem ao menos, ter a competência de entender letras ou entender a realidade. Professores, em nome de quebrar essa moral burguesa, ensinaram a pensar como seres humanos pré-históricos e não serem racionais. Os marxistas confundiram moral com moralismo (podemos dizer que esse erro veio sim do próprio Marx).
Você não judiar daquele que ama é um tipo de moral. Pois, a moral começa quando você vê o outro como um ser humano e não um objeto, pois, um objeto pode ser usado e logo depois ser descartado. Por que descartamos um objeto? Porque não se tem mais uso. Quando você começa a ver que casamentos, sem nenhuma violência, se separam ou que, até mesmo, amizades são descartadas porque você não concorda com o outro, podemos ver ai uma objetificação do outro. Como se o outro fosse um aplicativo ou um perfil qualquer. Ficamos uma humanidade sem rumo porque deletamos nas nossas vidas valores reais, como respeitar os outros como queremos que nos respeitem. Já o moralismo é, completamente, religioso e é uma imposição daquilo que o religioso acha que é a verdade. Mas, não existem verdades absolutas. Muito porém, sem sombras de dúvidas, não quer dizer que não existam algumas verdades. Não casar virgem não acarreta pecado se você não for daquela religião, ou seja, para aquela pessoa não vai fazer diferença nenhuma. Por outro lado, o homossexualismo ou a emancipação das mulheres, não vai acabar com a família, como querem crer esses religiosos.
O amor morre quando as pessoas, em volta do casal, não tem respeito nenhum e começam a pressionarem. A questão sempre é algo do tipo falar o que eles não gostam, ou fazer algo que não se é aceitável, segundo eles. Por outro lado, sempre existe a questão de achar o que é melhor pra você, sempre será para o outro, é um modo de impor ao outro sua própria visão. Nem sempre a visão que essa pessoa tem, é a visão realista do mundo e da realidade que está em sua volta. Por que uma pessoa com uma deficiência, por exemplo, não pode ser feliz com outra pessoa? Por que pessoas no mesmo sexo, não podem casar ou adotar uma criança? Ou até mesmo, por que mulheres com deficiência podem ficar com amigos e até mesmo, noivos da irmã tóxicos, mas não podem namorar com ninguém? Isso sim, é ser tóxico. A toxidade é sempre impor ao outro a sua opinião e, como diria o velho Platão, opinião não é um conhecimento verdadeiro.
E assim, as narrativas vão ficando mais impositivas e menos discutidas, fazendo que um lado pegue repulsa do outro. Como falas do tipo “comunista” ou “fascista”, “machista” ou “feminista”, “deficiente” ou “normal” e etc, fazendo cada vez mais o ser humano se odiar em vez de amar. E quando a narrativa que “todo homem é tóxico”, não parar, muitas guerras serão travadas em nome da liberdade.
Amauri Nolasco Sanches Jr
44 anos, TI, publicitário, filósofo da educação e estudante de licenciatura de filosofia
Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade, porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas.(Friedrich Nietzsche)
Por vezes essa frase é atribuída a Nietzsche, mas não se tem nenhuma referência da onde saiu ela. Mas, a frase mostra como as pessoas não gostam da verdade e como as pessoas gostam de serem iludidas. Elas gostam e por gostar de viverem iludidas, gostam de viver na caverna olhando para as sombras. Platão – dois milênios antes de Nietzsche – vai demonstrar que as pessoas são iludidas graças ao discurso predominante do poder, que são imagens de sombras. As sombras eram metáforas perfeitas para demonstrar, segundo a ideia platônica, que na verdade, os objetos de verdade (podemos demonstrar como a verdadeira essência do objeto) estava nas mãos daqueles que tinham a liberdade de ver o mundo real. Mas, que também, estavam na mesma caverna e não poderiam ver esse mundo real, e também, como o resto acorrentado, viam ali um mundo real. Para todo mundo ali, aquela caverna é a realidade. Existiam, os teóricos das sombras, aqueles que tentam explicar essas sombras. Mas, que diz a verdade? Para Platão, só podemos ver a verdade se sairmos de dentro da caverna por completo, ver o mundo como ele é e não o que ele aparenta. Dizer a verdade é ver esse mundo e esse mundo te espantar.
Talvez, o mundo tenha espantado Tales de Mileto e dai por diante – com vários pensadores da natureza (physis) – se tenha tido, uma verdadeira obsessão para se descobrir a origem de tudo e assim, se descobrir a verdade da vida e de tudo que existe. Sócrates, talvez levado a uma reflexão muito mais profunda, tenha descoberto que não importa descobrimos a origem de tudo e não descobrimos quem somos e o que somos. As pessoas gostam de se iludir, talvez, porque as pessoas gostam de enxergar aquilo que elas querem enxergar e não aquilo que elas são de verdade. Quem será, verdadeiramente, um Elon Musk? Quem será, verdadeiramente, um Bill Gates? Quem será que se mostra, verdadeiramente, no Instagram sem filtro? Ou diz a verdade num Twitter? As pessoas vivem de aparência, porque é um analgésico para elas não sentirem a dor de serem manipuladas ou até mesmo, serem usadas nas mídias sociais. Elas são a nova caverna e está transformando em coisas que importam de verdade, em coisas que se banalizam e ficam coisas corriqueiras. Por exemplo, no passado, xingar as pessoas era tido como uma má-educação, hoje se banalizou.
Lembro que quando eu estudava na entidade AACD (Associação a Assistência das Criança Deficiente), numa dessas unidades quando tinha classes especiais, nos anos 80, um motorista (nós íamos com Kombis sem nenhuma adaptação) que brigou por causa de uma batida. Encrencou porque a mulher – casada com um militar num tempo, ainda, que os militares ainda mandavam – não queria pagar um amassado de uma calota traseira, do lado direito. Quase foi atropelado. E ainda, ele demorou para ir embora, ainda, chegamos tarde em casa (antigamente não tinha celular e redes sociais), sendo que, ele ganhou a causa muito tempo depois. Mas, o porquê que ele fez isso? Mesmo o porquê, a Kombi não era dele, o amassado nem era tanto – na outra batida, o amassado chegou aos pés dele – e a questão se arrastou por muito tempo. Tempos depois, ele se torna o chefe dos motoristas (hoje, ao que parece, não tem mais esse tipo de transporte na entidade), sendo que, a tradição da entidade era de fazer chefe o mais antigo motorista por causa da sua experiência.
Muitas pessoas podem dizer que ele tinha virtude, mas não era bem assim. Uma vez ele deixou meu amigo na porta do cemitério – assim disseram meus amigos depois do fato – e ele chorando deu uma volta ao quarteirão e voltou. Ficava me enchendo o saco e até mijar nas calças (eu tinha 9 anos) por causa que ele achava que minhas casas, tanto uma quanto a outra, eram contramão. Traiu a mulher com a secretaria da unidade tendo um filho com essa secretaria. E ainda, usava nós para expressar uma visão de “bom moço” quando era chefe e assim, achava que tinha o direito legítimo de ser chefe. Como vimos, a imagem virtuosa era apenas um meio para se conseguir aquilo que almejava e assim é tudo, a realidade é apenas uma ilusão a partir que você só vive aquilo. A sensação desse motorista em ser chefe dava para ele, talvez, uma sensação de suma importância. Mas, ele sabia que não era um cargo de importância dentro da entidade.
Do mesmo modo, existem pessoas que acham que existe virtude em ser mãe ou pai de uma pessoa com deficiência. Mera ilusão. Quantas famílias não fazem assédio moral, não deixam os deficientes terem relacionamentos, ou que se negam a aceitar que esse deficiente é um ser humano? Poderia as outras pessoas dizerem que é um tipo de proteção, mas que não passa de um tipo de vaidade social em se pintar de “especial” e parecer “bonzinho” para as outras pessoas. Ou seja, não adianta achar que as pessoas cuidam ou protegem, se no final das contas, elas até pegam o beneficio delas para pagar o aluguel, não compram o que o deficiente precisa e ainda, acham que estão certos em sub proteger. Talvez, cai na visão do motorista em usar pessoas com suas deficiências, para parecerem “especiais”. Porém, a “aretê” grega era muito mais do que uma mera aparência, pois, não adianta parecer virtuoso com atos genéricos e sim, como esses atos são feitos num modo geral. Se não, cai na hipocrisia. E é isso, que a ética socrática vai combater e a caverna platônica vai demonstrar: mesmo que eu diga tudo isso, que não é mentira, o povo vai duvidar. Como disse meu professor de publicidade, o ser humano não enxerga o obvio.
É obvio que as pessoas usam uma as outras para conseguirem “vantagens” - termo que acabou com o Brasil – e é lógico (da maneira platônica aristotélica) que nem sempre famílias gostam de ter deficientes lá. Se você ficou horrorizado, muito poucos deficientes são criados dentro do amor verdadeiro e liberdade, muitos ou criam porque são obrigados ou para parecerem virtuosos para a sociedade. Nem gostam dos deficientes da família, porque não fariam o que eles fazem. Por outro lado, a virtude platônica nos diz que a verdade esta além da deficiência ou da aparência, mas, a verdade está na essência do ser. Porque ele pode ter virtudes ou não, que nada tem a ver com sua deficiência e sim, no seu caráter. Educação. Nós, brasileiros, temos uma educação vagabunda e que não tem eficácia nenhuma, além de ser uma fazedora de técnicos para a indústria. O problema é que a vida não é só a indústria, é social e se não ensinarmos ética, não ensinarmos virtudes (não essa religião que ensina uma virtude que temos que ter coisas e não ser o que somos), ensinamos a ser hipócritas e sínicos. Tudo acaba no dinheiro. Não que não devemos ter, mas não é só isso.
Amauri Nolasco Sanches Jr
44 anos, TI, publicitário, filósofo da educação e estudante de licenciatura de filosofia
Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos".
João 7:24
Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Há uma discussão (muito tosca, por sinal) o que é o comunismo e porque todo mundo tem medo dele. Porque, assim como o capitalismo liberal, o comunismo é uma ideologia politica que visa a igualdade sem nenhum governo que explore o trabalhador. Isso é um processo, ou seja, a sociedade tem que passar pelo socialismo (como modo de educação) para não ter desejo supérfluos ou desejar aquilo que não vai precisar. Com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), não precisamos dizer, que os anarquistas avisaram que isso ia sair errado. Por quê? Porque o que interessa não é o dinheiro, pois, dinheiro sem um certo nível de poder, não tem importância nenhuma. O problema da ideologia socialista é que o governo nunca vai sair do socialismo, porque o poder seduz, o poder faz com que as pessoas façam coisas que nem estão na sua natureza. Ficam muito mais escravos e submissos do que qualquer infeliz que caia na escravidão.
Mas não é só o socialismo que é uma utopia – mesmo o porquê, nenhum governo tem que regulamentar o que você deseja ou não – o liberalismo, de certa medida, também tem suas utopias. Como a meritocracia. Você trabalhar e conquistar não te faz uma pessoa que tem algum mérito, só te faz um trabalhador que tem uma melhor condição porque, de alguma maneira, foi atrás. Não é mérito ser um “escravo” do sistema com melhores condições. Aliás, onde está o mérito em pagar impostos altos e ter um custo de vida, de gastar tudo, ganho no seu mérito? Outra utopia é a liberdade. Você acha que tem alguma liberdade de dizer o que pensa, de ler o que você gosta ou ver e assistir aquilo que você quer, ou namorar quem você quer e é uma inverdade. A publicidade te conduz para o caminho que o sistema quer, no que comprar, no que vestir, no que ouvir, no que assistir e a mídia faz o seu papel de colocar medo dentro da sociedade, tanto por uma ideologia, quanto por outra ideologia. Por muito tempo – dentro da guerra fria – tanto os Estados Unidos fez isso, quanto a URSS também fez. Ou seja, não importa o governo, sempre seremos escravos desse sistema.
Olavo de Carvalho é fruto desse tempo e fruto de um tempo de guerrilha que ninguém se lembra. Países capitalistas diziam que comunistas eram “maus” e precisavam ser combatidos pela liberdade – num mundo que você trabalhava o dia inteiro para uma outra pessoa e ganhava muito pouco por mês – e no outro lado, os comunistas diziam que os capitalistas exploravam o trabalhador na sua força do trabalho. Vamos lembrar que o esquema sempre é o mesmo, ter um inimigo para melhor dominar pelo medo e pela falsa sensação de união. Será mesmo que existe alguma união pelo medo? Será que existe algum respeito pelo medo? Olavo, mesmo negando, é a voz mais importante do governo atual e é, mesmo que alguns neguem, um filósofo respeitado por muitos e que tem uma grande parcela de colaboração em alimentar que existe um complô comunista para dominar o mundo. Mas, se existem pessoas tão poderosas e tão influentes dentro do capitalismo, como eles vão convencer essas pessoas a serem comunista e virarem a chavinha? Por outro lado, sabemos que as merdas que o PT (Partido dos Trabalhadores) fez, não tem nada de comunistas, são corrupções perfeitamente capitalistas e mais, os antiPTs de hoje, estavam calados no governo petista. Por que será?
Assim, a pergunta do Olavo no Twitter: “Quando vão entender que comunista NUNCA é honesto, PORRA?” não faz nenhum sentido, pois é uma pergunta retórica apelando pelo seu suposto título de autoridade (achando ser um filósofo). Primeiro, que o Olavo de Carvalho não indaga sua própria crença, então, ele não é um filósofo e seu modo operante, se resume em repetir livros que leu. Todo sujeito que repete aquilo que leu para colaborar suas crenças, não passa de um intelectual. Segundo, um filósofo não pode ter crenças onde não indaga suas crenças, pois, se ele não examina sua própria vida e sua própria realidade, não pode ter o título de filósofo. Eu gosto do método socrático de exortação (proteptkós) e a indagação (élenkhos), onde afastamos a mera opinião (doxa) e cada vez mais, vamos ao rumo ao conhecimento (episteme). Ou seja, perguntas devem ser feitas a partir dessa mesma pergunta: por que eu tenho que entender isso? Por que um comunista não pode nunca dizer a verdade? O que é a verdade?
Olavo sabe que essa é uma pergunta retórica que não quer dizer nada e nem diz nada, porque não diz quem e nem o porquê. Pois, ele quer alimentar o inimigo imaginário, ele quer imputar só nos comunistas a imagem de mentirosos, sendo, que o título de mentiroso cabe a todo ser humano que não tenha caráter. Esta além do intuito ideológico, está no intuito educacional. Quantos conservadores mentem toda hora? Quantos religiosos fazem escondido aquilo que condenam? A questão vai muito mais longe, mas, do Olavo, não tenho mais vontade de refutar. É muito fácil.
Se o comunista não é honesto, um conservador brasileiro também não é. Mas não podemos generalizar, pois, em todo segmento tem pessoas honestas e que falam a verdade e tem pessoas que não falam e são sem vergonha. O sr @opropriolavo, como um filosofo, deveria saber disso. https://t.co/LJDyNubCXX
— Amauri Júnior - o filosofo bloguerinho da internet (@FilosofoAmauri) December 13, 2020
Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
O que é uma chantagem? Segundo a Wikipédia, uma chantagem é um ato imoral e criminoso que consiste em ameaçar em revelar um ato criminoso ou imoral de outra pessoa a não ser que a outra pessoa ameaçada cumpra as exigências que, geralmente, para proveito próprio. Geralmente, quem faz a chantagem sempre vai exercer um processo de pressão mental sobre a pessoa que eles estão chantageando para receber algo do seu interesse, sendo que quem está sendo chantageado, é obrigado a aceitar para não ser revelado o conteúdo que não pode ser revelado. Ora, e quando o chantageado tem nada a perder e é doidão ao ponto de dizer um não para quem está chantageado e resolve escrever um texto sobre chantagem e a filosofia?
Eu sou um cadeirante aspirante de ser um filósofo profissional, sendo que, estou fazendo minha licenciatura. Vivi anos nas redes sociais e em fóruns e vivi muitas coisas para saber que um se foda resolve muito coisa, principalmente, quando você não fez nada de errado nesses anos todos na internet. E olha que fiz um curso de hacker e técnico de informática, mas nunca tive interesse de invadir sistema de ninguém. Mas, existem pessoas que fazem e ainda usam os arquivos que roubam (hackeando) para fazerem chantagens e existem pessoas que caem nessas chantagens. Eu fui, nesses dias, uma vítima de pessoas que pegaram minhas fotos e começaram a dizer que eu mandei para sua filha, e disseram, que ela ficou traumatizada (eu sou tão feio?) e teriam que internar ela e precisavam de R$ 7600,00 reais e eu teria que pagar. Como não mandei nenhum nudes para ninguém, muito menos para menores, eu não aceitei a chantagem e printei tudo, além claro, fiz um B.O. (Boletim de Ocorrência). Se eu fosse um abusador eu faria um boletim de ocorrência? Claro que não.
Claro que acabou por ai, mas queria dissecar o motivo que as pessoas querem enganar as outras, pois, quando te jogam limões, tem-se de fazer uma limonada. Eu não tenho medo nenhum de chantagem e não aceito chantagem nenhuma, porque quando você aceita, você está sendo escravizado daquilo. Eticamente, uma chantagem é uma tentativa de escravizar o outro usando aquilo que não pode ser revelado, quando você não aceita a chantagem, você não dá ao outro o poder que ele supõe ter. Por outro lado, sabemos muito bem, que a nossa cultura está se degenerando não por causa da falta de moral que os moralistas acham verdadeira, mas, a falta de virtude que falta na contemporaneidade. E lendo o livro de Werner Jeager, Padeia – a construção do homem grego, vi que deveríamos nos voltar na verdadeira educação feita em cima da ética (ethos) e a virtude (aretê). Não, a moral não é o mesmo da ética. A moral foi inventada pelos romanos para ensinar o cidadão do império, que ele era uma parte de um todo e não existia um romano e sim, um costume. Os gregos (helenico) se preocupavam com o caráter do cidadão, mesmo que esse cidadão, tenha que viver para a polis. Sempre digo que entre nós e os gregos, esteve Roma e os romanos, por causa do seu vasto império, degenerou toda uma cultura ética e virtuosa.
Claro que outras culturas degeneraram a virtude e a ética ao ponto, de a virtude só ser concebida para um grupo seleto de pessoas que mereciam o título. Mesmo os gregos, no fim da democracia ateniense e o poderio militar espartano, se degenerou quando se esqueceu do ethos e da aretê, ficando apenas, o pensamento que deveríamos ter a phronesis. Esqueceram da paideia socrática que visava a ética em primeiro lugar, visando sempre a procura do bem. Mesmo que os cristãos inventaram a individualidade para explicar a graça – onde cada um recebe quanto as suas ações – esse bem individual começa a ter uma lógica e um porque temos que fazer uma boa ação. Não faço e nunca fiz uma má ação, eu faço boas ações que podem beneficiar pessoas e essas pessoas poderem agregar mais com meu convívio, sempre visando que, a cada obra evoluímos mais e chegamos cada vez mais da verdade. Chegamos bem pouco perto dela, porque a verdade nunca pode ser medida com a realidade, mesmo o porquê, não sabemos o que é a realidade. E, ainda, muitas pessoas acham, que estou viajando e não estou viajando. O que tem de honrado você ganhar dinheiro na chantagem? As pessoas estão criando os filhos para ganharem dinheiro e que se foda, porque o dinheiro está acima daquilo que é de fato, aquilo que aconteceu. Não estou pregando nenhum socialismo – que para mim, é um capitalismo estatal – mas existem maneiras éticas de se ganhar dinheiro mais honestamente.
Para um autêntico samurai não existem as tonalidades cinzas no que se refere a honra e justiça, só existe o certo e o errado.
Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Como estou nas provas do meu curso de Licenciatura de Filosofia, não escrevi no dia internacional das pessoas com deficiência, muito embora, eu tenha escrito um pequeno texto lá no Instagram (vou colocar no final desse). Nesse ínterim, eu vi um vídeo da youtuber Mariana Torquato, dona do canal “Vai uma mãozinha ai” - fazendo um trocadilho quanto a sua deficiência que é não ter um dos braços – gravou um vídeo com várias frases que as pessoas fazem e falam para as pessoas com deficiência, mas, que achei além de generalizado, achei bastante genérico e acho que a discussão linguística, bastante subjetiva e inócua e aprendemos isso na filosofia de linguagem (que usa a lógica pura). Podemos pegar o exemplo de uma fala que diz que não quer falar com o papai noel porque é coisa de criança, adultos não falam com papai noel. Por que eu não posso querer falar com o papai noel por eu ser adulto? Alias, tenho fotos do papai noel do Shopping Aricanduva, que eu e minha ex-noiva, estamos tirando foto com o papai noel. E isso é normal, está tudo bem. O “querer” passa pela vontade e se eu tenho vontade, isso nada tem a ver em ser ou não criança, ser ou não ser uma pessoa.
Lógico, que ser chamado de especial ou as pessoas acharem que nós ficamos o dia inteiro em uma cama, incomoda, mas temos que ter cuidado em achar que ser adulto é ser chato. Eu mesmo, como eu disse lá em cima, tenho foto com o papai noel, assim como, tenho foto com bonecos famosos. O problema é as pessoas acharem que as pessoas com deficiência são crianças, ai é para dizer não, sem ser mal-educado. Pois, a meu ver, dá para ser duro com uma questão sem ser estúpido e até argumentando que não sou criança e não quero fazer tal coisa. O problema que esse tipo de pensamento acaba sendo seletivo, porque ao mesmo tempo tudo isso do vídeo incomoda, outras pautas e outras maneiras de expressar na nossa cultura, são toleradas. Como a música “Cadeira de Rodas” do Fernando Mendes, onde ele diz que tinha uma menina (provavelmente, adolescente) que vivia triste a chorar, sendo, que isso é um estereótipo clássico no capacitismo. Porque – isso eu já escrevi em um outro texto – a imagem da cadeira de rodas foi muito estigmatizada (no sentido de estar ligada) a doença por causa do uso em hospital, mas ela foi idealizada para uso de pessoas que perderam membros em guerra. Há, até mesmos estudiosos, que dizem achar que na Grécia antiga já se usava cadeiras de rodas para veteranos de guerras. Ou seja, a cadeira de rodas sempre foi uma ideia onde havia uma utilização para a locomoção das pessoas com deficiência física. Talvez, essa ideia de sofrimento tenha vindo da igreja católica que estigmatizou as pessoas com deficiência como sofredoras.
Embora eu tenha feito toda essa análise, não acho que ser chamado de deficiente ou pessoa com deficiência, vai fazer diferença na questão do capacitismo. Claro, mudanças linguísticas podem acontecer e acontecem com frequência durante uma construção de cultura de uma nação, mas temos que romar cuidado para não ferir liberdades subjetivas que pode ferir o direito do outro de se expressar ou de pensar. Temos que mostrar que as pessoas com deficiência – e isso é bastante importante – pode ser uma pessoa como outra qualquer e isso, em prática, pode ser cobrado e enfatizado na questão de acessibilidade. Mas, como ter acessibilidade se existem mães que prendem cadeirantes dentro de casa? Como ter acessibilidade se o próprio governo acha que não tem demanda ou grana para fazer? Para ter bons profissionais com deficiência, se tem que ter escolas e essas escolas, pasmem, estão sendo sorteadas para serem adaptadas para receberem crianças com deficiência. Até mesmo, o governo federal tentou voltar as classes especiais para, exatamente, não adaptar essas escolas e jogar, mais uma vez, para debaixo do tapete.
Para as empresas contratarem cadeirantes se deve parar de tratar pessoas com deficiência trabalhando como uma coisa extraordinária, pois, não é. Uma pessoa entregando comida numa cadeira de rodas ou um muletante sem a perna puxando um carrinho, não faz dele uma pessoa especial, e sim, um trabalhador como outro qualquer. Nem acho que quem não trabalha é vagabundo. Porque as pessoas acham que é isso, a imagem da deficiência sempre vai ficar ligada a doença enquanto as pessoas ficarem postando que coisas cotidianas, são coisas especiais. Não estou fazendo Licenciatura de Filosofia para ser exemplo de superação, pois, não quero ser exemplo de porra nenhuma, mas porque eu gosto.