sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

MadMax1 – O Twitter da Fúria

 





Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos".

João 7:24



Por Amauri Nolasco Sanches Júnior



Houve muitas criticas no texto onde critico uma postagem do escritor Olavo de Carvalho – que se diz filósofo, mas filósofo não diz certezas – e fiquei refletindo o porquê. Pois, na filosofia uma análise mais apurada acaba sendo uma análise crítica da razão daquilo existir. Então, para mim, eu não tenho que entender nada, ele que tinha que explicar o porquê daquela pergunta, e mais ainda, Olavo esqueceu que a nossa herança filosófica é toda pautada na noção socrática da busca da verdade. Seguidores cegos de Nietzsche podem se espernear a vontade, mas, até ele buscou a verdade através do seu amor ao destino para superar a si mesmo, e assim, remontar o caminho de volta até a filosofia socrática. Então, a resposta para o Olavo não era só a questão de entender que “todo” comunista é um “mentiroso” e sim, o que seria o comunismo. A maioria nem sabe o que é isso. 

Jeager diz que Platão – na boca do seu mestre – coloca a questão da educação (paideia) como um meio de se chegar até a ética (ethos) e assim, contemplar aquilo que é bom e justo. Ou seja, o problema do estadista que não visa a ética, não está na ideologia que segue, mas aquilo que ele recebeu de educação (que tem a ver com a cultura). Segundo Jeager: “A verdadeira missão do estadista não consiste em se adaptar à massa, como o entende a pseudo -paidéia dos retóricos e sofistas, mas, ao contrário, é por sua própria natureza uma missão educacional, pois consiste em tornar os homens melhores.”. Para Platão, um governante não poderia ser mais um na multidão, já que ele foi posto lá como um líder mor, mas se elevar para o campo de uma conduta mais elevada. Dizer que um líder é humano e que erra, para Platão, seria um pensamento errôneo porque um líder deve pensar naqueles que governa. Então, Olavo se esquece que todo ser humano desprovido de ética, pode ser mentiroso e ele concordar com ideologia comunista, não faz dele mais ou menos mentiroso. A politica é cheia de sofismas ou falácias, para eventualmente, convencer o povo. 

Como mostrei no meu texto anterior – que ninguém leu – gosto do modo socrático de fazer filosofia, porque, como Sócrates combateu 2 batalhas importantes para Atenas, ele filosofava sem medo e confrontava de frente a questão. A coragem socrática deve ser seguida a partir do ponto de seguir a ética como modo de elevação espiritual, e não estou preocupado do que o ateuzinho caga regra acha, mas a elevação da alma vai muito além da visão religiosa. O haavy metal faz críticas mais inteligentes do que os ateus caga regras. Mas indo mais além, o educador não pode contaminar sua educação com crenças daquilo que acha, e sim, aquilo que é justo e ético. Num modo bastante simples podemos dizer que: as pessoas não são éticas porque acreditam em ideologias (sejam elas quais forem) ou acreditam em religiões que podem ou não, transformar a vida da pessoa. As pessoas são éticas porque recebem uma educação para serem justas, para trilharem o caminho reto daquilo que é certo. A elevação espiritual tem a ver da percepção que o outro sente, que o outro faz e o outro é. O inimigo é botar a culpa no outro, taxar o outro de culpado quando a culpa é sua. Isso, aqui no Brasil, tem a ver com o “veja bem”. 

O “veja bem” é a solda para fazer híbridos ideológicos e religiosos. Seguir aquilo que te interessa enquanto tem um retorno, nem que seja um like virtual. Todos nós sabemos, as intenções desses intelectuais que se pintam de filósofos, acham que tem o direito de analisar coisas que não sabem. No twitter está cheio de pessoas achando que estão dizendo a verdade, mas, são meras opiniões delas. Um povo que não sabe definir o que é politica, definir o que é comunismo, definir o que é liberalismo, o que é liberdade de expressão, não pode ser levado a achar que está criticando. Critica é muito mais além do que “falar mal”. A meu ver, o Olavo só fala mal, não há uma análise séria nem nos seus tuites, nem nos seus livros.

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