quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

NatalBunda – Como ser um tio educador?

 






Por Amauri Nolasco Sanches Júnior




não. Não quero escrever uma obra sobre educação como Rousseau – embora eu tenha uma tese sobre a educação vagabunda que temos. Mesmo o porquê, não sou e não quero ser exemplo de ninguém, afinal, cada um deve trilhar seu caminho. Mas, nós damos armas para que esse caminho seja do pensamento e essas armas são livros, que na maior sinceridade, vai educar muito melhor do que muito YouTuber. Não que eu ache que não tenha nada educativo na plataforma, se garimparmos, existem muitas coisas que podem ser usadas como educativas. O problema, como todo povo que se divide, é achar que aquilo não vai levar seu filho para o outro lado. Só que um dia, isso vai fugir do controle, e cada um vai trilhar seu caminho. 

Quando a educação sistemática começou, era bastante restrita para aqueles que podiam pagar o valor. Quem não podia, poderia ouvir os poetas e mesmo assim, poetas como Homero, eram a favor da educação da elite ática. Na verdade, a ideia de educação para todos, veio com a modernidade e assim, as sociedades democráticas forneceram educação para a maioria das crianças. Na Grécia (que se chamava Hellas) antiga, era muito difícil você considerar uma criança filho de escravo como um ser humano, mesmo que, a visão de escravidão daquele tempo, não é o mesmo que a visão de agora. Muitos escravos dos gregos helenos, eram porque tinham uma dívida, ou eram prisioneiros de guerra ou até mesmo, poderiam sr tutores dos filhos do dono desse escravo. Epiteto foi um exemplo, muito embora vivesse muito tempo depois, mas era um professor (paidagogo) que poderia educar a crianças. Aqui no Brasil, temos uma herança francesa moldada por um modelo rousseauniano onde há fileiras de alunos e o professor fica na frente. As universidades anglo-saxônicas, usam o modelo de assembleias greco-romanas. 

A questão é: o que aconteceu com a educação de hoje? Ficou defasada. Existem matéria que ficaram sem o porque existir, tem matéria que não tem o porque estar numa escola – sendo a universidade deve ensinar – contendo muita coisa e não tendo tempo de aprofundamento da matéria. E outra, nunca na vida uma criança de 7 anos de idade vai aprender lógica, pois, isso tem que ensinar no ensino médio, quando sua mente está preparada para receber tal coisa. O ensino é uma construção, entre o conhecimento e o entendimento desse conhecimento, pois, cada um é especialista naquilo, sabe aquilo e com isso, só pode dizer aquilo que sabe. A frase: “sei que nada sei” - que não é do Sócrates, mas uma interpretação da sua filosofia – é uma frase que mostra que cada um só pode falar aquilo que sabe, aquilo que se é especialista. Ora, por exemplo, se eu falar de botânica, eu não vou saber explicar nada de botânica, mas, se eu disser algo de filosofia, eu vou saber explicar. 

Educar é você explicar a realidade como um todo – até mesmo na linguagem – sem se apegar nas suas próprias crenças religiosas e ideológicas politicas. O brasileiro tem que aprender que a verdadeira moral se constrói e não se impõem, se não for assim, você deseduca seu filho e ele se torna um moralista que não suporta opiniões alheiras. Porque ele vai, por ventura, para o caminho que você não quer. O que é proibido é sempre mais gostoso. Então, a educação é um ato de liberdade de aprender as coisas boas da vida, sem ao menos, achar que essas coisas boas ou o que é bom e belo, são o que achamos o que é bom e belo.

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