segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Onde está dona Beatriz?

 




Amauri Nolasco Sanches Júnior

 

Já li muitas notícias sobre pessoas desaparecidas, muitas dessas notícias, intrigam quem lê. Como uma pessoa pode desaparecer assim do nada? Domingo, dia 21 de outubro de 2012, dona Beatriz e seu marido – eles moravam ou moram no Rio Grande do Sul – foram até Aparecida do Norte conhecer o santuário famoso que, diz a tradição, foi construído por causa de uma imagem encontrada de Nossa Senhora e essa imagem ter feito vários milagres. Entraram numa Casa das Velas – onde se compra souvenirs – e o marido disse para ela esperar lá fora e ele ao pagar pelas coisas não achou mais ela. O que deve ter acontecido com dona Beatriz? Alguém levou ela embora para roubá-la ou é um mistério como aqueles dos livros da escritora Agatha Cristy?

 Se fosse um sequestropara roubar ela, tanto a polícia quando o chefe da boca da região – que o filho do casal procurou ajuda – já teriam achado, no mínimo, o corpo da senhora. Se fosse um caso de um acidente – cair no rio ou cair em um lugar remoto – ainda sim, se teria encontrado o corpo ou restos mortais dela. Como pode estar um psicológico de parentes que nunca mais souberam o que aconteceu e onde está dona Beatriz? Infelizmente, muitas pessoas desaparecem todos os anos e não se sabem onde estão ou como desapareceram, porque na nossa mente, as coisas devem ter sentido e um proposito para acontecerem. Mesmo quando você lida com a morte de alguém ou a doença grave de outras pessoas (por que não, até a sua) e refletir a vida. Afinal, Sócrates – filósofo grego que viveu quatrocentos anos antes de Cristo – dizia que uma vida sem ser refletida não valia a pena ser vivida.

Mas, o que é a vida e o que é a realidade? Segundo Platão, conforme ganhamos conhecimento, mais bondade estamos dispostos a ter. Por isso mesmo, estamos sempre dizendo que é importante a educação. O problema são os formadores de opinião que a maioria segue – mesmo que não concorde do que diz – porque eles acham que tem uma opinião própria, mas não tem. Platão, no seu mito da caverna, diz que além daquelas acorrentados e que eles enxergam só as sombras da parede, existem os intelectuais que teorizam as sombras. Mas, estão dentro da caverna. Ou seja, não é diferente daqueles que enxergam muito mais do que aquilo que quer enxergar. Sempre vamos ver a realidade naquilo que nos interessa e nesse mundo polarizado, as questões humanitárias ficaram num segundo plano.

A empatia (se colocar no lugar do outro), ficou muito obsoleto porque só interessa a notícia do momento, só interessa aquilo que eu quero ver. E nem sempre as pessoas vão ler, porque querem as coisas fáceis com vídeos rápidos e que não denotam nenhum trabalho. Ter empatia não é nem ser comunista (que o bolsonarismo transformou em um adjetivo, mas é um substantivo denominativo abstrato) e nem ser essas ideologias hibridas que o brasileiro adora formar, é ser humano na mais pura essência e o conhecimento te faz ser humanista. O que vimos é ninguém lendo nada, porque ler aqui é perca de tempo.



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