quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Canalhas do golzinho branco

 







Amauri Nolasco Sanches Júnior 


O que é o canalha? Muitas pessoas podem dizer, que um canalha poderia ser uma pessoa com índole duvidosa, mas, vamos nos aprofundar sobre o que seria um canalha. Canalha é a rale, reles mortal que está no mundo para não raciocinar e sim, atrapalhar o modo social e ético. Aliás, segundo o Google, é uma pessoa vil, ou seja, uma pessoa insignificante. Um mero objeto. No caso da ciclista que foi derrubada porque um rapaz passou a mão na bunda dela, é um cara tomado pelo desejo de ser inútil, de ser um objeto social e político de uma cultura que não cabe mais na sociedade no momento. Esse tipo de machismo, escroto, tratando as mulheres como meros objeto de seus desejos, não cabe mais na sociedade milenal (meu termo). 

Já disse em outros textos que se confunde ser contra o politicamente correto – e até mesmo as pautas hereditárias – e ser mal-educado, não respeitar o outro como um ser humano. Esquecem da regra de ouro: “não façam com os outros o que você não quer que façam com você” e isso é um ensinamento milenar e faz parte da maioria das religiões. O mundo racional (vulgo científico), não fez do mundo um lugar melhor, pois, a violência humana não pode ser combatida com mudanças psicológicas ou genéticas – como vimos nos filmes – e a humanidade ficara em paz. Assim, como denunciou o escritor e filósofo Adous Huxley em Admirável Mundo Novo, vamos ficar uma sociedade padronizada e com castas (porque a aristocracia vil, não vai querer perder a majestade) e estas castas vão dominar a humanidade e deixá-la meia bobalhona. Não sabem diferenciar uns dos outros, vão pensar igual e ter uma aparência de boneca Barbie (que já acontece de certa forma). 

Então, qual é a solução? Sócrates – assim como outros filósofos e pensadores – disseram que a solução de um pensamento alienado é conhecer a si mesmo. Essa atitude canalha, é uma cultura sexual alienada e sem proposito (além de se comportar por instintos puros) e como algo mecânico, como se fossemos máquinas reprodutivas sem raciocinar, sem sentir, sem refletir daquilo que fazemos. Uma vez li uma coisa de Santo Agostinho que levo para mim, pois, a pergunta ao deitar-se no travesseiro: será que fiz algo importante? Será que eu ofendi ou machuquei alguém? Acontece que o século vinte é um século niilista onde o mundo ficou sem nada, sem os valores alicerçados no respeito, do humanismo e o sentir vai ficando de lado para darmos mais valor só ao raciocínio. E, muitos pesquisadores disseram, o raciocínio sem sentir não é um bom raciocínio. 

Os iluministas – na qual, concordo em partes seu pensamento – erraram em pensar que o mundo deveria ser só racional, porque acharam que o pensamento religioso era o pensamento sentimental. A fé você sente, mas a fé é aquilo que você acredita sem ter uma prova concreta e o que vimos pessoalmente. Se antes tínhamos a religião como norte de um futuro prospero – se digo nós, digo humanidade – temos hoje a ciência como objeto da nossa fé. A fé recai em tudo, como acreditar que as pessoas vão ler esse texto, vão ler minhas matérias jornalísticas e vão se sentir informados. Mas, é apenas uma fé, acreditar que o ser humano, finalmente, vai usar seu cérebro e analisar a realidade. 

Mas o que é a realidade? O que é o desejo e a escolha? Kant diria que dependemos muito das nossas escolhas e essas escolhas existem através daquilo que intencionamos. Nesse caso – da canalhice machista – é obvio que houve intencionalidade em passar a mão na ciclista e deflagrar assédio e nada que o rapaz dissesse seria o bastante para legitimar sua inocência. 






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