terça-feira, 10 de agosto de 2021

Cesar do Bananal

 

 

Estátua de Júlio Cesar - fundador de Nyon. Cidade de Nyon - França


Amauri Nolasco Sanches Júnior

 

Dias desses – como assinei o HBOMaz – fiquei assistindo o seriado Rome e fiquei observando que, sim, somos muito parecidos com eles. Mas, tem uma única diferença, somos muito mais incompetentes. Essa patética demonstração de força do nosso mais novo “Cesar do Bananal” – tivemos um “Stalin do Bananal” – não nos traz nenhuma dúvida como o Brasil é uma piada pronta dentro do cenário político mundial. Realmente, agora entendi o alerta climático da ONU (Organização das Nações Unidas), quando vi a fumaça que esses tanques estavam soltando no desfile. Patético. Cafona. Não cabe mais num mundo de hoje, onde a tática política de demonstrar força é outra e isso me lembra A Arte da Guerra.

Uma das lições do livro milenar é: <<Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas>>. Ou seja, o filósofo da guerra chines Sun Tzu, quer dizer que não tem como ganhar guerras políticas, guerras de batalhas ou coisa parecida, se você não conhece seu oponente, não conhece a si e sua força e nem conhece o que é mais sagrado, a si mesmo e sua própria força. Ou seja, essa história que se você não conhece não tem importância, é tudo furada.

Mas, voltando a série, tem uma hora que Cesar – depois de conquistar a Galia (França) – começa querer ser o governante e começa uma marcha ate a cede, a cidade de Roma. A decima terceira legião atravessou o Rubicão – um rio que fica na fronteira – e chega ate o território romano e os senadores seguem Pompeu para a Grécia. Cesar entra na cidade sem muito esforço, afinal, ninguém se opunha a força de seu exército. Todos nós que sabemos de história sabe muito bem, que Júlio Cesar foi traído e assassinato. Ate existem teorias que remontam um mundo se Júlio Cesar não tivesse sido assassinado, poderíamos ter um outro mundo e poderíamos nem ter tido uma idade média. Mas, indo além das distopias históricas, o fato é que ele foi assassinado, seu sobrinho Otavio vingou a morte dele e foi o primeiro imperador romano.

A política tomou rumos bem mais ditatoriais como as democracias gregas ou as monarquias, também, gregas. Onde reis tinham que seguir ritos, tinha muito mais ligação territorial e cada cidade poderia ser autônoma, mesmo falando a mesma língua ou ter a mesma cultura. A questão é bem mais profunda do que se pensa ou se teoriza, pois, tem a ver quem somos e o que a cultura transforma na nossa consciência. Por isso concordo com Sócrates, você tem que conhecer a si mesmo para conhecer o universo. O que seria o universo? A realidade? Nossa consciência do mundo e das coisas. Consciência, a meu ver, tem a ver com o que percebemos e como interpretamos essa realidade. O mundo são os fatos e as coisas são os objetos que convivemos com eles. Ou seja, no momento que conhecemos os fatos (ações do tempo) podemos avaliar quais fatores ou coisas (objetos) que causaram isso.

O fenômeno da consciência é um fenômeno de percepção a partir das suas ideias e seus valores, pois, se estou vendo um frasco de álcool gel na minha frente é porque aprendi o que é álcool e o formato (ou a condição gel). O aprender é construir uma linha entre a ignorância e o conhecimento. Conhecimento de si mesmo é conhecer dentro de si a capacidade de aprender, saber os valores que te regem. Quando se coloca religiões, ideologias ou coisas do tipo, não se está pensando ou agindo como você é, você é regido por coisas banais que não vão beneficiar nem a você e nem os outros. Não se precisa ficar repetindo um valor para saber que você tem esse valor ou conhecimento. E por outro lado, ser seguro de si não é demonstrar poder, você exala poder e sabe o que tem que ser feito.

Quando se diz que devemos ter isso em mente, só sabemos conhecendo a si mesmo.



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