A festa do comunismo |
Amauri Nolasco Sanches Júnior
O que mais incomoda nesse bolsopetismo que estamos
assistindo é que tudo virou comunismo. Se uma resolução não é do agrado daqueles
que apoiam o presidente, já vira comunista e é uma porta muito grande para
fazerem o que se fez durante a ditadura militar, que quem defende o direito do
outro de expressar o que quiser. Claro, não estou isentando os lulopetistas de
dizerem que tudo é fascismo, que, a meu ver, não tem diferença nenhuma. Mas, o porquê
isso me incomoda tanto? Porque não houve e nunca haverá uma comuna de verdade. O
que vimos até hoje, são países que tentaram ter governos socialistas, que é um
regime ditatorial – mentira, que é de forma democrática. Não existe socialismo
sem uma reeducação daquilo que o estado diz ser supérfluo – e que não se passou
disso desde a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Por quê? Por causa
do poder. Não interessa muito o dinheiro se você tem o poder. O poder sempre
foi um fascínio para o ser humano, mas os ressentidos querem o poder total. Frustrados
querem ser o que não são e a história humana esta cheia de casos como esse.
Podemos ver que a filosofa Hannah Arendt tinha razão quando
escreveu que toda nação em crise – no livro ela cita um monte delas – a ralé surge
inventando inimigos, como se esse inimigo tem que ser combatido e não a real
causa da crise. A crise do Brasil foi a corrupção, a impunidade e isso nada tem
a ver com o comunismo, com liberalismo, ou, seja lá o que for. Isso tem a ver
com nossa cultura, nossa educação vagabunda que sempre quer culpar os outros dos
seus próprios erros. Afinal, quem é mesmo que elegeu esse congresso? Quem elegeu
os governadores? Quem elegeu todo mundo que está aí? Poderíamos eximir todos os
povos que passaram ou estão passando por uma ditadura e dizer que não sabiam,
mas a história não mente, pois, sabiam sim das intenções e sabiam sim que benefícios
sociais deveriam ser pagos de algum lugar. Onde sairia o dinheiro?
O que me incomoda é que tudo virou um comunismo sem ser. As pessoas
provarem que tomou a vacina para entrar num show ou qualquer evento, não é uma ação
comunismo e sim, uma ação autoritária. Porque pode ser que existem pessoas que
podem tomar a vacina e esqueçam a carteirinha e não poder entrar, isso é sim autoritário.
A questão é a conscientização de tomar a vacina e tomarem e assim, mostrar os benefícios
de quem toma a vacina. O mundo não tem mais pessoas – pelo menos, na sua
maioria – que acredite que o socialismo volte, assim como o fascismo. Não estamos
num fascismo, estamos e sempre estivemos num semvergonhorismo, onde políticos nem
escondem seus processos de corrupção. Então, o que nos resta fazer? O que
faremos para limpar toda a política? Em algum lugar disseram que ao invés de
perguntar “como deixar um mundo melhor para nossos filhos?” deveríamos nos
perguntar “como deixar filhos melhores para o mundo?”. Daí concordo plenamente.
Só poderemos mudar alguma coisa quando a educação for de qualidade, quando
educarmos as próximas gerações com a ética de verdade, poderemos mudar tudo
isso.
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