domingo, 30 de setembro de 2018

Deram poder de elefante a uma formiga birrenta






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Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu não acho que o Bolsonaro tem tanto poder coo dizem por aí. Declarações infelizes, até mesmo o próprio Lula deu nas ligações flagradas que estão no Youtube, e ninguém diz nada, porque ser de esquerda é ser “inteligentinho” e sábio. Não é bem assim. Todo fanatismo ceifa qualquer rastro de inteligência que uma pessoa possa ter e essa questão só se resolve com uma visão crítica, do seu candidato, das promessas que faz, da trajetória dele e tudo mais. Mas, as pessoas ainda votam, muito mais, passivamente, do que racionalmente.


Primeiro, não é o que você acha, mas, o que é melhor para o país. Um remédio eficiente, não é um remédio gostoso, e sim, um remédio amargo. Economicamente, estamos com uma dívida enorme e todas as contas não estão fechando, mesmo assim, os programas sociais e a manutenção e construção da infraestrutura do Brasil, não pode parar. Então, o que fazer diante de tal desafio dentro desses desafios dentro da nossa política? Diante do medo que ninguém pode sustentar, porque é um medo infundado daquilo que é muito mais complexo do que parece. Os militares não querem pegar o “abacaxi”, porque, para começar, uma intervenção não depende deles e sim, de instituições dentro dos três poderes (legislativo, justiceiro e executivo). Quem realmente estuda, sabe disso. A intervenção de 1964 tinha um outro caráter na época – o medo do comunismo dominar a América Latina – e outra coisa, eram heróis de guerra (como o General Castelo Branco), que eram os “pracinhas”, e tinham uma outra visão de mundo que se tem hoje. Mesmo que insistam, o mundo não tem nenhuma nação socialista/comunista para se ter medo (só exemplos catastróficos como em Cuba, que resultou em uma parada no tempo e a Venezuela, com um povo morrendo de fome e na miséria). E tinha outra coisa também, a herança da Era Vargas e suas nuances que quem, realmente, leu os livros de história sabe.

O que pode acontecer? Nada. Qualquer um que ganhar, vai governar com o Congresso Nacional, com o mesmo Superior Tribunal Federal e com o governo federal, que é a presidência. Não vai fugir disso. Mesmo o porquê, os generais não são ignorantes e o nosso exército é LEGALISTA, ou seja, se nenhuma dessas instituições estiveram no caos e se nenhuma pedir, não haverá nada. Mas e o pedido civil? A massa (como eles gostam de nos chamar), são meros coadjuvantes desse processo todo, porque o poder pode interferir até mesmo nos conceitos e pensamentos da maioria. Com uma cultura corrompida, com uma escolaridade fraca, com a ignorância sempre em alta, a manipulação é bem mais fácil. Acontece também – não é nenhuma teoria da conspiração – que como o Brasil é um pais estratégico (em todos os sentidos), ele não pode se desenvolvido. Isso é fato e os 14 anos de governo petista, não mudou esse quadro.

A questão é, que não podemos discuti política com hashtag, porque nosso país tem um ESTADO como se fossem vários fractais (figuras que se ligam infinitamente), que se ligam umas nas outras infinitamente. São os governos burocráticos que acabam incentivando a corrupção, acabam incentivando a impunidade, incentivando a miséria e a não resolução dos problemas. O fanatismo e as ideologias também podem fazer isso. Só por causa da ideologia de uma universidade, por exemplo, o Museu Nacional não foi restaurado e pegou fogo. A longo da história do Brasil estão cheias de casos de fanatismos que levaram o nosso país ao caos. Portanto, menos, né?

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Debate infantiloide de hashtags - #Elenão #Elesim



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Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu estou abrindo um parêntese – vou continuar a série “Autoconsciência e anarquia”, mas, eu tenho que dar minha opinião – sobre essa chuva ridícula de hashtag sobre quem apoia ou não apoia, o candidato do PSL, Bolsonaro. Acho que é uma briga de turma de colegial. Porque não poderíamos tratar discussões políticas como se fossem discussões de futebol, mesmo o porquê, a política tem a ver com nossa economia e toda a nossa vida. Sabemos – porque ninguém é idiota – que o PT (Partido dos Trabalhadores) fez sim atos de corrupção que foram provados e são investigados pela polícia federal (que faz um ótimo trabalho). Por outro lado, quem quer a verdadeira mudança, não deveria votar no Bolsonaro, porque o Bolsonaro está ligado na política velha. Não tem argumento nenhum e não tem programa nenhum. Mesmo o porquê, você não governa na “canetada”. Você governa dentro das instituições dentro do governo, judiciário e o executivo.

Eu achei bastante interessante a análise do jornalista da Jovem Pan, Augusto Nunes, disse que as pessoas não estão lendo, porque as pessoas não abrem os artigos. Isso é verdade. As pessoas ficam nas suas bolhas ideológicas e não veem que existem coisas muito além, ampliar as opiniões para ampliar o debate político dentro do escopo racional. Mas como fazer isso se estamos num país que não tem escolaridade nenhuma, não há nada de leitura? Então, temos que desconstruir crenças que aquele ou outro, são a solução. A solução é cobrar aquilo que o candidato disse – estarão nas redes sociais depois das eleições – dar a sua opinião com responsabilidade, com pesquisa e com discurso lógico e que passe coerentemente, o que se quer passar. Com isso, não acho que tomar uma posição é ficar guerreando com hashtag. Isso é coisa de adolescente (não o uso que é importante na internet), porque parece que estamos lhe dando com turminha de colegial.

A democracia moderna (não a grega na antiguidade), é uma democracia que tem que ser assegurada o direito de escolha e direito de falar o que queiram. Mas, numa democracia, se deve seguir algumas regras e algumas responsabilidades. Porém, depois de anos sem nenhuma resolução e depois de tantas coisas não licitas, o povo começa a se mobilizar para coisas mais autoritárias. A questão não é que o Bolsonaro seria ou não fascista, a questão que o Bolsonaro pegou um discurso de acabar com tudo isso, acabar com coisas de décadas. O que se pode perguntar é: depois de tantos discursos que não foram cumpridos com o mesmo teor, como o candidato poderia cumprir? Como um presidente sem a maioria, pode fazer cumprir uma campanha? São questões que devem ser analisadas sem paixões. As paixões levaram sempre o ser humano, a fazer atrocidades, guerras desnecessárias (que morreram milhares de inocentes que foram enganados por uma causa que não era sua), movimentos que não levaram nenhum benefício a humanidade e só atrasou a sua evolução. Esse sentimento cômodo, que como diria o filósofo prussiano Kant, de minoridade de sempre querer ter um tutor (aquele que cuida), para resolver seus problemas. De querer que alguém mostre um caminho.

O presidente não é líder, ele é o responsável pelo executivo e não um capitão de um navio, a título de exemplo. Quem vai aprovar as mudanças é o congresso e o senado, então, não vai adiantar eleger um presidente renovado e o mesmo congresso. Portanto, teu voto a presidência é um voto pequeno na democracia brasileira e ponto, o resto é papo furado e achar que uma merdinha de hashtag é infantil e não vai levar a nada.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Autoconsciência e anarquia-1






Amauri Nolasco Sanches Junior

A autoconsciência é um lema dentro da filosofia ocidental, desde quando o filósofo Sócrates (469 a.C. - 399 a.C) disse “sei que nada sei” em um dos seus discursos. A autoconsciência, também, é muito difundida nas filosofias orientais de descobertas de si mesmo e da realidade que pensamos ser verdade, pois, segundo essas filosofias, nossos falsos egos constroem realidades que não existem. Voltamos ao filósofo grego, Sócrates. O filósofo foi chamado de sábio pela pitonisa do Oraculo de Delfos (o oraculo mais importante da Grécia na época), e por não aceitar, começou a procurar um outro que poderia ser mais sábio do que ele. Mas, o mesmo Sócrates, adotou o lema do oraculo em dizer em conhecer a nós mesmo, pois, conheceríamos o universo e os deuses. Conhecer sua própria natureza, poderíamos saber o que somos.

A autoconsciência é uma desconstrução de um ego (eu) construído em cima, de valores aprendido numa sociedade, praticamente, automática possa ter criado. Essa desconstrução tem que ser dolorido, deve ser um processo de construção de uma outra personalidade. Mas, com que valores? Com qual pensamento? Não adiante tirar valores velhos por valores muito mais, piores. Como saber? Ai que está. Na anarquia há um dilema interessante, dizendo, que para construir algo melhor, temos que destruir algo que não serve mais. Se você acha que alguém é “fascista” (não estou chamando ninguém de fascista), você não pode apoiar alguém que apoiam regimes iguais ou ainda, piores. Todo “ismo” é o mesmo, tem um viés do poder e fazer essa análise, tem que ser num modo de reconstrução. Não estou pregando que devemos deixar alguns valores de lado de repente, porque nossa psique é muito delicada e pode causar várias neuroses graves nesse processo. Porém, devemos nos perguntar coisas básicas que pode nos levar a questionar algumas coisas do nosso cotidiano. Poderíamos questionar se aquilo é certo fazemos, se não estamos agindo automaticamente, se tal ideia ainda existe e pesquisar sobre as crenças que se acredita.  Quando acordamos e não pensamos nada além aquilo que eu devo fazer, não estou sendo eu mesmo, estou sendo um ser automatizado.

Devemos ser assim em tudo dentro do que nos rodeia. Porque a analise (que na filosofia chamamos de crítica), tem que ser sem paixões, porque a racionalidade tem que prevalecer. Para a racionalidade prevalecer, temos que ter em mente que, há um significado em tudo que nos rodeia, porque tudo tem um termo. Como disse o filósofo contemporâneo austríaco, Wittgenstein, nossa realidade é os termos que a nossa consciência coloca para construir uma realidade. Porque, dentro da natureza, um cachorro não é um cachorro, esse é uma definição humana. Porém, se temos uma imagem dentro do termo, qual poderia ser a importância daquela imagem significativa? Qual a importância de acreditar num ideal ou uma religião? Qual a importância de ficar xingando ou ameaçando pessoas por não pensar igual? Nenhuma. Porque você está coagindo um ser humano só porque não age como você quer, porque não acredita naquilo que você acredita. Por outro lado, o mundo virtual tem uma potencialidade de ser verdade, mas, não é verdade, é só um mundo artificial de comunicação com avatares sem nenhuma importância. A imagem desses perfis, não tem nenhum significado.

Nós damos o significado de cada coisa. Esse computador que estou usando para escrever esse texto, por exemplo, tem um significado de trabalho e de reflexão em escrever textos ou livros. Para outras pessoas, pode ter outro significado, como outras nem gostam de computadores (os mais jovens, preferem o celular). Porém, de um modo geral, o computador tem uma importância de ser uma múltipla ferramenta de uso muito ampla para a humanidade. Meu blog, dando um outro exemplo, é uma prova disso. Mas também, houve um grande avanço nas transações financeiras, nas comunicações entre empresas (reuniões sem a presença do diretor), governos podem emitir o que estão fazendo (nem sempre é verdade), famílias e amigos podem se comunicar sem sair de casa entre outras coisas, que a tecnologia nos ajudou. Porém, a tecnologia é uma ferramenta e não tem nenhum significado, se ninguém tiver usando. O uso dará um significado. E o significado tem a ver com a ética individual e uma moral coletiva.

Se estamos falando de autoconsciência, estamos falando de ética. Porque a ética são coisas individuais dentro dos valores aprendido, dentro de uma subjetividade de mundo que se acredita. Você pode bater, por exemplo, em outra pessoa por diferenças? Não. Você pode roubar aquilo que não te pertence e agredir o outro por isso? Não. Isso é ética. Porque a ética vai usar e julgar, uma moral dentro da sociedade, que nesse caso, bater e roubar é errado. Você pode dizer: Ah, mas tem a lei para punir aqueles que fazem isso. Porque houve um entendimento moral que roubar e bater, é uma coisa nociva ao convívio social, no mesmo modo, fazer discriminação. O princípio da discriminação é o preconceito e o preconceito é tudo aquilo que se tem medo, ou seja, tudo que se acha que diferente e não pode acontecer. Crenças. A discriminação é uma violência antiética psicológica que julga por parâmetros estéticos normativos (isso está além de esquerda ou direita, porque é um princípio de consciência do convívio social). Por que vou julgar aquela pessoa por ele ser homossexual? Por que julgar aquela pessoa por ele ser mulher, ser uma pessoa com deficiência, ser negro ou ser índio e etc? Não tem o porquê. Sabemos que foram construções do poder de narrativas para separar povos, determinar questões de dominação e colocar seus reinos como poderosos e únicos. Mesmo assim, somos todos “homines sapiens”.

A autoconsciência analisa exatamente a questão ética de saber que somos seres humanos e não há condição física para medir questões de caráter, porque existem muitas pessoas bem arrumadas, bem afeiçoadas, que tem um mau caráter. As atitudes valem mais do que as aparências. E mais, caráter é individual. Você não deveria julgar uma comunidade inteira, por causa de três indivíduos que cometeram crimes. Como aconteceu no caso dos venezuelanos que tiveram que ir embora. E tenho uma definição bastante interessante dentro do libertarianismo (que muitos chamam de anarcocapitalismo, mas, são duas vertentes distintas que talvez explique num outro texto), que se chama PNA (Princípio da Não Agressão) que consiste que toda violência contra meu corpo (minha dignidade está incluída), é uma agressão a minha propriedade. Porque minha única e verdadeira propriedade, é o meu corpo e minha consciência e quem atenta a isto, é meu agressor e tenho o direito a defesa. Se há discriminação de qualquer natureza, é uma agressão e tem que ser defendida e isso é ético e moral (ou deveria ser). Isso tem que ser analisado pela autoconsciência, uma análise da minha própria natureza ética em destruir preconceitos e aceitar as pessoas como elas são, não o que elas deveriam ser.

Assim, podemos construir uma nova ética em saber que aquilo não é bem-vindo, portanto, não precisa de um governo para dizer isso. Vimos isso muito no budismo, por exemplo, que se destrói um ego que transforma você em um ser separado de um TODO e constrói no lugar, algo ligando você no TODO. Uma autoconsciência abre portas para o anarquismo e para o conhecimento verdadeiro, porque dará o indivíduo um conhecimento para ir sozinho sem tutores para resolver os problemas.

Continua....

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Quem construiu o Bolsonaro foi a esquerda “lacradora”




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Dois lados de uma mesma moeda 



Amauri Nolasco Sanches Junior

Nem Haddad e nem Bolsonaro. Acho que deveríamos repensar essa polaridade, porque o país não precisa dessa direita (os neoconservadores são, na verdade, trotskistas) que não sabe o que defende e nem sabe o que está dizendo, e uma esquerda burra e chata, que vem sempre com esse discurso de merda que não engana ninguém. Claro, engana os ignorantes e aqueles que querem “mamar” nas tetas do governo. Posso mostrar milhares de textos que escrevi relatando a gestão do ex-prefeito, Fernando Haddad aqui em São Paulo, que destruiu a cidade literalmente e ainda, pousava de hippie de butique tocando violão e dizendo não gostar na Vila Madalena no centro da cidade. Inúmeros problemas na cidade e o cara achou que o problema mor era fazer ciclovias e gastando milhões, como a cidade de São Paulo, fosse uma Paris ou uma Amsterdã. Síndrome de Marta Suplicy que achava também, que São Paulo ficava da Europa. Mas, as periferias foram abandonadas, as entregas de remédio suspensas (que o PSDB não retomou como deveria) para pessoas com deficiência e idosos, o transporte acessível sucateado, porque colocaram um gerente indicado do partido, tudo um tremendo caos. Se ele foi um prefeito desse porte, imagina ele presidente?





O PT (Partido dos Trabalhadores) produziu um discurso de igualdade, que ao separar por segmentos, geram uma polaridade que deveria não existir. Se você quer a inclusão de pessoas com deficiência, por exemplo, tem que pensar que somos pessoas que temos limitações e que somos humanos e sociais, tendo direitos e deveres. Quando a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU foi criada e retificada, vários países se conscientizaram e acessibilizaram as cidades sem considerar se é uma minoria ou não, mas, seres humanos com deficiência que estão na sociedade. Não podemos achar que temos que criar guetos para se cobrar, porque é uma obrigação do governo acessibilizar e criar conscientização que as pessoas com deficiência. Isso vale para todas as minorias. O que se deve, urgentemente, se investir em educação escolar e incentivo à leitura que abre a consciência para não ter o preconceito.  Não se conscientiza com “patrulha” do politicamente correto, mas, ensinar que aquilo é errado e aquela piada é uma merda e não tem graça nenhuma. Não por tirar uma dos defeitos ou sobre sei lá mais o que, o que tem que ser conscientizado, que esse tipo de coisa não cabe mais nesses tempos.



Todo pré-conceito é um medo daquilo que pode acontecer ou a insegurança sexual, mas também, é medo da mudança daquilo que é cômodo. Por outro lado, tem também o fator da escolarização que é fraquíssima aqui no Brasil, as redes sociais são o espelho nato disso de pessoas que não escrevem direito, não interpretam o texto coerentemente, não sabem o que dizem. A esquerda e a direita em todo o mundo já não têm muita importância como tem aqui, então, começam a dizer coisas que já não existe mais. O PT usou isso (ignorância) a anos para vender a imagem de guerra de classes que não existe, porque sem as empresas e sem o empresariado, não existe emprego e o emprego é a venda do seu serviço. Se é pouco, se muda de emprego. Se aquela calçada não tem acessibilidade, se denuncia para o Ministério Público ou se cobra do vereador que você elegeu. Se há desrespeito contra a mulher, se denuncia a polícia especializada. Se uma empresa se paga menos, se tem a liberdade de mudar de empresa ou se especializar para exigir salários melhores. Eu, sendo anarquista, acredito na liberdade de escolha e ninguém é obrigado de nada.

E o pessoal não sabe o que é conservadorismo (ridículo um anarquista ensinar o que é conservadorismo). Ser conservador não é ser contra mudanças, mas, a velocidade dessas mudanças e o porquê delas. Por exemplo, um conservador seria contra como a República foi proclamada, porque foi de uma forma de revolução de derrubar um imperador. Um conservador defende uma construção de consciência de uma visão republicana, aí depois, se pode pensar em uma mudança do império para um governo republicano. Não defender um império (já que precisávamos de um governo mais libertador), que por mais que alguns defendam, que Dom Pedro II trouxe mais cultura para cá, um país como o Brasil e seu tamanho, não daria para ter um império. E o José Bonifácio sendo um herói (que fez uma intriga entre o imperador e o Barão de Mauá, não deixando ser construídas estradas de ferro, que até hoje, fazem falta para o Brasil). Ridículo e risível, porque um verdadeiro conservador, não iria ser um liberal. E como disse no começo do texto, os neoconservadores (NEOCONS), são na verdade, são uma “aberração” que nasceram dentro da política norte-americana vindo dos trotskistas, que defendiam mais ESTADO na sociedade, invasões militares e etc.

Portanto, quando você tem uma narrativa e essa narrativa se estagna em uma só fala, se começa a aparecer uma narrativa contraria. Isso se chama de dialética. Existe uma tese, uma antítese e uma síntese. Existe uma tese (preconceito), existe uma antítese (livre-arbítrio) e chegamos uma síntese (respeito). No mesmo modo, podemos dizer dos outros segmentos de minorias. E assim, foi construído a narrativa de candidatos como o Bolsonaro, porque as pessoas não querem uma mudança por medo, por inseguranças dentro de um conceito de anos a fio. Se for religioso, de séculos atrás. O que faz diferença na nossa vida se o outro é homossexual? O que vai fazer diferença na nossa vida se o outro não é cristão, ou o outro não pensa igual você? Nada. Mas um país bom para se viver, com uma economia boa para gerar trabalho ou comprar o que se precisa. Não faz diferença de o importante é andar de bicicleta numa cidade, mas, ter saneamento básico, ter uma cidade acessível, ter uma cidade com transporte digno e depois, muito depois, podemos pensar em educar o cidadão em andar de bicicleta. A esquerda trabalha em um discurso velho e a direita não sabe o que dizer, as narrativas ficam confusas. Isso, definitivamente, não é política.

domingo, 23 de setembro de 2018

Hobbes e o professor que quase morreu por querer dar aula





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O Leviatã – Thomas Hobbes

Amauri Nolasco Sanches Junior

Quem não viu um vídeo viralizado de um professor sendo agredido dentro de uma sala de aula no interior do Rio de Janeiro? Alunos, entre 17 e 18 anos, agrediram um professor durante a uma prova de português na última terça-feira (18). Depois de muito analisar o caso – tentei escrever uma matéria, mas, foi barrada – fiquei pensando o quanto a juventude vem se tornando intolerante diante aquilo que não quer. Isso não é culpa de Paulo Freire (1921-1997), que não dizia o professor não ter autoridade, mas, rever a maneira de ensinar. A juventude não vai entender um pensador do século XIX se não viveu aquela realidade ou não entender, até mesmo, matemática. Eu só aprendi a tabuada, por exemplo, quando eu entendi as sequencias logicas de cada uma sem me ater na conta de multiplicação que se é aplicada ao ensinar, porque isso confunde o aluno. O conhecimento só existe se entendemos a informação passada, senão, vira mera informação não tem nenhuma conexão com a realidade. Aliás, acredito que a realidade seja uma crença subjetiva daquilo que se acredita como valor, tanto moral, como valor ético.

Lula recebe visita
(aqui)


Porém, vamos imaginar um jovem criado pela televisão ou pela internet, vendo candidatos à presidência dando respostas com palavrões e com violência, novelas ou coisas do tipo (como BBB ou A Fazenda) falando ou fazendo coisas deseducadoras, YouTubers ensinando como responder professores esquerdistas (como se eles só respondessem os professores de esquerda). Além, daqueles Youtubers que ensinam como peidar. Lógico, que, fisiologicamente, se não peidarmos, ficaremos com fortes dores abdominais. Mas, qual o valor educativo disso tudo? O que um jovem vai ser eticamente, aprendendo como peidar ou como responder professores que se mostrarem de esquerda? Não há diferença nenhuma da falta de educação você peidar e você responder um professor. E tem um outro fator, a ausência dos pais ou isolar os jovens ensinando a ter coisas, porque assim, eles crescem achando que as pessoas são coisas. O professor naquela sala, por exemplo, era uma coisa a ser descartada dentro do mundo daqueles jovens. Aquele professor atrapalhou a tranquilidade daqueles jovens, porque não queriam fazer a prova, não podiam ser frustrados com aquilo tudo.

Haddad quer soltar Lula
(aqui)


Existiu um filósofo do século XVI, chamado Thomas Hobbes (1588-1679), que dizia – ou pegou emprestado de um poeta romano – que o homem é o lobo do próprio homem. Ou seja, não tendo predadores naturais, o homem seria o inimigo do próprio homem, e o Estado seria um mediador para que o ser humano, seja pacificado e controlado. Hoje sabemos que o ESTADO foi construído por causa do aumento de clãs agricultores que se juntaram em torno de margens de rios, ou em grandes faixas de terras criando cidades. Por outro lado, no mesmo modo que foram criados governos, esses mesmos governos manipulam as religiões e manipulam o conhecimento, para os súditos ou cidadãos, não se rebelarem sobre suas ordens. Não tinha como Hobbes saber disso, porque essas teorias e estudos antropológicos, iriam vir depois da teoria darwinista evolutiva do século XIX. Por outro lado, Hobbes só defendeu onde sempre trabalhou, dentro do ESTADO e as cortes europeias. O homem não é o lobo do próprio homem, mas, foi condicionado dentro das leis morais, que o outro pode lhe causar mal por causa da união possível de uma sociedade inteira. Só pensar se houve tantas guerras quando o homem era colhedor e caçador – mesmo dizendo que os índios travavam guerras, as povoações indígenas, eram já sociedades complexas, mesmo tendo simplicidades – por serem nômades e muito poucos que não se encontravam.

Por manipular o conhecimento, o ESTADO tem todo o controle do ensino (criando órgãos reguladores de ensino), que só entra aquilo que interessa para seus próprios interesses. A poucos séculos, ou apenas a cem anos atrás, somente os nobres podiam ter escolas e aprenderem a escrever. Na idade média, o conhecimento era muito restrito para bem poucos por causa da aniquilação das cidades romanas e assim, até mesmo muitos nobres, nem ler sabiam (Carlos Magno era um deles). Então, sempre houve manipulações do poder para convencer que os estudos são chatos – até hoje se ouve que a filosofia é chata e não serve para nada – que o legal é curtir a vida e quando ser mais velho, trabalhar e casar. Podemos casar e trabalhar, mas, é essencial para não ser manipulado, ter estudos que não deixarão ser manipulado por ninguém.

Esses jovens foram burros em acreditar que se rebelar ao sistema é fazer esse tipo de coisa, porém, se rebelar ao sistema é ter o conhecimento para indagar ele e destruí-lo nas suas entranhas. Filósofos, ao logo dos séculos, fizeram isso e não foram menos rebeldes (não filósofos como Hobbes, claro), quebraram as marras e não seguiram ninguém. A questão é: o sistema sempre encontra meios para destruir aquela filosofia ou aquele conhecimento, para continuar no poder. Não vai ser um presidente, não vai ser um guru que mudara isso, mas, nós mesmos. Seguir os outros sempre tem o espirito de manada (sim, concordo com Nietzsche), e não te faz uma pessoa inteligente, te faz mais um no rebanho.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

A Anitta tem liberdade, mas, deve ter responsabilidade naquilo que assumiu




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Amauri Nolasco Sanches Junior

Sou uma pessoa com deficiência, mas, não tenho compromisso restrito com o segmento de PCDs, porque eu não vou em todos os eventos do segmento. A Anitta vai na Parada Gay que o segmento de LGBT (que simpatizo também, por entender que o amor é livre), que foi considerada como “rainha” do segmento gay. A diferença de mim e da Anitta, é que eu prezo a minha liberdade de escrever como e o que eu quiser dentro do meu blog (por eles ser, logicamente, anarquista), e a Anitta escolheu uma pauta, escolheu uma luta que é alimentada a cada show e a cada Parada Gay que ela participa. Ela fez uma escolha e como disse Sartre, somos condenados pela nossa liberdade.

Leiam também >>> Chomsky visita Lula na cadeia 

Hoje a liberdade virou um paradoxo por não entendemos a democracia. Ora, a democracia não trata de uma liberdade sem ordem (alguns segmentos anarquistas dizem ser uma ditadura da maioria), e sim, um individualismo que deve seguir uma certa ordem em leis e morais sociais. No caso da Anitta e o segmento LGBT+, há uma liberdade da cantora de não assumir sua posição política, mas também, o segmento em a liberdade de cobrar uma posição. Então, começa a confusão, porque começa em síntese, uma briga de achar que a cantora de obrigação de declarar seu voto e a cantora não quer declarar por causa do seu trabalho. A liberdade tem que ter uma autoconsciência para acontecer uma tomada de consciência que não há governo nenhum que pode nos ajudar, porque nós temos que agir para nos ajudar. Ser e não ser depende de ser verdadeiro sem agradar ninguém e nada, como faço nesse blog, porque é importante para a liberdade. E assim, voltando em Sartre, temos que assumir a nossa escolha que fazemos graças a nossa liberdade. Por isso mesmo, somos condenados a sermos livres. Essa condenação, são as escolhas que fazemos e a responsabilidade delas.


Minha visão é utópica? Talvez. Mas se você não faz um autoexame de tudo que você é, você não pode dizer o quanto você é liberto do sistema e liberto do seu individualismo. O problema é: o ego e a ganancia. O ego que digo é o falso ego daquilo que você não é (que é a matriz do budismo), porque você pode construir uma imagem daquilo que você não é de verdade, para agradar as pessoas. Na música da Pitty “Mascara”, ela diz, que deveríamos tirar as máscaras e deixar as pessoas julgarem se gostam ou não de você. Exato. Suas escolhas definem o que você é e o que você tem que defender. O conhecer a você mesmo está na filosofia a mais de dois mil anos, como um autoexame aquilo que você é, que busca a verdade para exatamente, não ser escravo de meios de alienação do discurso do Estado e suas instituições. Platão coloca isso com maestria no Teorema da Caverna, e assim, mostra como somos presos dês da infância de ideologias e sistemas morais que só fazem é dominar nossas ideias. Sombras. Essas mesmas sombras (que Buda Sakiamuni vai dizer que é a realidade), molda o nosso ego e o que o sistema quer que sejamos dentro da sociedade. E a ganancia de querer sempre ter e não valoriza o ser como parte da verdadeira simetria do ser – enquanto a verdade que se mostra para nós – que é a existência e a essência do ser humano.  Jesus mesmo disse que largo era o caminho da perdição e o caminho verdadeiro, era o caminho estreito, porque todo mundo não gosta de seguir o seu ser. muitas vezes, a verdade é chata para as pessoas. Muitas vezes, não damos nossas opiniões porque não queremos contrariar as outras pessoas. Mas, deixamos as pessoas nos moldarem e elas mandarem onde e como devemos agir.


Definir uma posição também é um meio de bancar uma escolha, porque somos seres sociais e racionais. Então, a liberdade do silencio é a liberdade de não assumir aquilo que você é. O que você é? O que você acredita? O que você faz? O que você gosta? Sem medo.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Deficiência e politica




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Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu já escrevi vários textos sobre o assunto, além, de escrever o livro “O Clube das Rodas de Aço: Tratado sobre o Capacitismo”, que tem a parte social e a parte política do assunto. Não há políticas públicas para pessoas com deficiência através do governo, porque não é uma prioridade social por causa da visão capacitista da nossa cultura. Mesmo o porquê, a inclusão não é só uma rampa, não é só uma coisa material, mas, uma conscientização daquilo que nós somos como seres humanos. Precisamos de transporte, precisamos estudar, precisamos trabalhar, precisamos ganhar nosso dinheiro para até, comprar nossos aparelhos e nossas coisas. Quem não gosta de ter um celular bom para entrar na internet, telefonar, e até mesmo, ouvir música? Quem não gosta de passear e se divertir, namorar e até mesmo, casar? Somos seres humanos e temos sim, esses desejos e isso vai mais além do que a deficiência e o conceito que fizeram da inclusão.

Leiam se puderem >>> Aqui 

Inclusão é incluir, e tudo isso que escrevi, só é o meio disso acontecer dentro do espectro social. Ora, sem transporte (principalmente, os cadeirantes), não podemos estudar, fazer tratamento, até mesmo, trabalhar e passear. Quando um transporte importante – como o ATENDE aqui em São Paulo – da cidade determina que 25% de falta sua vaga é suspensa (como se não ficássemos doentes ou ficássemos com problemas com a cadeira de rodas), não conhece as deficiências e não conhece como proceder. Isso é fruto de um sistema burocrático que não conhece o assunto, porque não há especialista e para trabalhar nesse tipo de coisa, porque começam erros como esse (nem vou falar do itinerário e a manutenção e as adaptações erradas das vans). Daí vimos que há um capacitismo dentro da nossa cultura, que vem de uma cultura de séculos que não cabe mais dentro do século XXI. E isso só é uma parte da questão, tem outras políticas públicas que não há especialização de lhe dar com a deficiência, porque, antigamente, não havia nada para beneficiar as pessoas com deficiência. Por isso a minha crítica a programas como Teleton/AACD, porque representam o discurso antigo que transformam as pessoas com deficiência em coitados que devem ser protegidos e não expostos.

O que isso lhe parece? Por que ainda se tem esse tipo de discurso que coloca a deficiência como uma coisa a parte da humanidade? A maioria dos nossos conceitos vieram da cultura greco-romana, que matavam as crianças com deficiência ou deixavam a critério dos pais da criança (como povos germânicos ou hebraicos). O gesto é simples e pragmático: não teriam condições de cuidar dessas crianças com deficiência e tinha também, o fator da crença religiosa (que poderíamos até colocar como uma crença para convencer o povo). Mas, nem tudo foi tragédia e morte, em algumas cidades-estados gregas, as pessoas cegas eram tidas como pessoas sagradas e eram oráculos na sua comunidade. Diz a tradição, que Homero (poeta grego que recitava a Ilíada e a Odisseia), era uma pessoa com deficiência visual. A única cidade-estado grega mais dura na questão da deficiência, foi Esparta por causa da sua cultura militarista que exigia uma perfeição corporal, para ter soldados hábitos a combater com perfeição (os espartanos eram extremamente, orgulhosos). Atenas era mais discreta em deixar as crianças com deficiência dentro de cestas a noite, assim, ou eram comidos por animais, ou eram adotados por moradores de rua para pedir esmolas (como aconteceu na idade média também). Na parte hebraica (já que viemos de uma cultura religiosa judaico-cristã), diz estudiosos, que tem forte indícios, que Moisés era gago e que não falava muito em seus discursos (o seu irmão falava por ele). Isso mostra como a deficiência está presente dentro da humanidade desde quando o ser humano apareceu (no reino animal, também há deficiência, só que, são mortos por não poderem procurar comida), mostrando, que a capacidade humana de adaptação e adequação graças a sua consciência da realidade, é muito grande e pode fazer uma grande diferença.

Acontece, que até meados dos anos 70 ou 80 do século XX, as pessoas com deficiência eram trancadas em hospitais ou em instituições, abandonados pelas famílias que optavam por não cuidar das crianças com deficiência. Que é uma tradição medieval (embora há alguns relatos de pessoas com deficiência indo para a fogueira da santa inquisição), que pessoas com deficiência deveriam ficar em conventos ou deveriam ficar em hospitais mantidos para isso, ou eram pegos pelos moradores de rua para pedir esmolas nas portas da igreja. Já os índios, matavam as pessoas com deficiência (o modo diferencia de cada tribo), por causa da sua cultura nômade e a cultura que a deficiência era uma maldição dos deuses ou uma má sorte. Um outro exemplo, é que no judaísmo antigo, as pessoas com deficiência não poderiam subir no altar porque eram pessoas impuras e que por isso, eram indignas de subir no altar de Deus. Então, havia uma grande gama de medidas na antiguidade e até mesmo, a poucas décadas atrás, que escondiam essas pessoas do convívio social. Para se ter uma ideia, somente nos anos 90, que houve uma adequação tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos (talvez, no Canada), para socializar as pessoas com deficiência e botar elas no mercado de trabalho para não pesar para os governos. Graças a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, que deu as pessoas com deficiência, uma imagem de humanização e que, somos pessoas como outras quaisquer.

No Brasil, com essa polarização sem propósito, a questão das pessoas com deficiência, na maioria das vezes, fica a cargo da esquerda por ter uma agenda de igualdade. Só que as políticas brasileiras são mistas, porque a nossa cultura é mista por causa dos milhares de migrações que tivemos, por sermos, um país originário de ser colônia de outro país (Portugal). Mas a questão é bem mais complexa do que pensamos, porque sempre achamos que medidas simples, vão resolver alguns problemas. O maior problema do Brasil é a burocracia, e o burocrata é um ser autômato, um ser que não pensa e só faz. Um burocrata que fica atrás de uma mesa, não vai saber se a pessoa com deficiência está ou não doente, que aquela adaptação está ou não adequada, ou aquele itinerário está certo ou não, ou que o transporte, os hospitais, as ruas, as calçadas, estão conservadas. Porque não está lá. Ele só segue ordens e não tem a capacidade de julgar. E isso transcende a questão da direita e esquerda, porque tivemos governos dos dois lados, e muito pouco se fez para pessoas com deficiência. Porque, seja na direita, seja na esquerda, sempre houve burocratas que faziam as regras serem seguidas e nem sempre, por milhares de vezes, essas mesmas regras eram as regras certas. Eram o que as pessoas com deficiência precisavam naquele momento. Então, não dá para dizer que os governos de esquerda (o petista), teve grande ganhos para pessoas com deficiência porque as cotas das empresas, não tiveram fiscalização, o transporte não teve melhoria, a educação não se melhorou e a vida das pessoas com deficiência nas cidades, não ficou fácil. Ter leis asseguradas não quer dizer ter leis aplicadas.

Então, temos que prestar bastante atenção na questão política que tem a ver com a nossa inclusão, nossa vida em sociedade e parar com essa mania de direita e esquerda. Dentro da deficiência existe algo muito além dessa questão, tem a ver com cobrança, tem a ver com prioridades e tem a ver com a nossa luta. O resto é só politicagem e populismo barato.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Gangs de bolsominions e de petistas invadem as redes sociais





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Amauri Nolasco Sanches Junior 



Dentro da filosofia, um problema não é uma dúvida a ser resolvido dentro de uma ênfase, mas sim, uma situação que inclui a uma possibilidade de uma alternativa. Não podemos confundir com uma dúvida, que seria uma questão do ser, que é uma confusão de crença do mesmo ser. ou seja, essa dúvida quando for solucionada, a dúvida se torna em uma crença ou uma descrença. Mas, o que seria uma crença ou uma descrença? Crenças são aquilo que acreditamos ser a verdade. Porém, não existe uma verdade absoluta que devemos nos agarrar e apostamos, por muitas vezes, na descrença. Essa crença e essa descrença, tem a ver com os valores que se aprende durante a vida. Você acreditar que tal candidato vai ser um bom presidente, por exemplo, é crer no plano de governo do tal candidato. 

Porém, para a filosofia (que deveria ser mais aplicada dentro da escola), teria que ter uma alternativa para um problema de aquilo ser ou não viável. A viabilidade tem que ser analisada dentro de uma crítica bastante acirrada, porque envolve políticas que envolvem pessoas e envolve uma sociedade inteira. Então, não dá para você fazer a análise seguindo um pressuposto, que aquele candidato vai fazer por causa do viés ideológico que ele segue ou diz seguir. A esquerda sempre levantou a bandeira da igualdade (porém, seu partido mor, o PT, fez muito pouco pelas minorias), e por elas lutam, mas, como eu sou uma porcentagem dessa minoria, posso falar que o PT fez muito pouco para as minorias. Aliás, nós pessoas com deficiência, não tivemos a Lei de Cotas respeitada por exatamente, não ter fiscalização. Quando fazíamos denúncias, sempre o Ministério Público Federal, dava causa de ganho a empresa. Fora que quando o ex-prefeito Haddad foi prefeito, sucateou vários serviços e também, acabou não só o Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SP), fazendo dele, uma instituição de propaganda. Mas também, acabou com o serviço especial de transporte de vans adaptadas (ATENDE), pondo um gerente filiado. Isso tudo tem que ser analisado, não é só o viés esquerdista. 

Já no outro lado, na direita, temos o candidato como o Bolsonaro. Ele é filiado num partido pequeno e se diz liberal (que apoiou o governo petista, só pesquisar), que defende soluções militaristas e que não apoia as minorias. Claro, que não estou dizendo minorias como um número de indivíduos, mas, que os discursos de igualdade de direitos não são aceitos. Lógico, que eu não sou igual outra pessoa com deficiência, não somos iguais de aparência e muitas vezes, nem de deficiência. Por outro lado, o discurso de acessibilidade, inclusão social, e de ter uma vida como outra pessoa, não é aceito pela maioria. Ou por ignorância, ou porque as pessoas têm uma visão distorcida o que seria uma pessoa com deficiência. Então, você dizer que o negro é malandro, que o índio é preguiçoso, é uma negação das minorias. Ponto. Não existe desculpa para uma opinião que é sua e está na sua natureza, porque se aprendeu assim, aprendeu que pessoas com deficiência atrapalham ou são coitados, que negros são pessoas “malandras” ou que, até mesmo, a África veio de um filho de Noé amaldiçoado (por muito tempo, a igreja usa isso para justificar a escravidão). Que os índios, por terem uma outra cultura e um outro meio de produção, serem preguiçosos e não quererem trabalhar. 

Essa é a questão: a polarização está levando o país a fazer escolhas ideológicas e não, escolhas para o que é melhor para o país. O Brasil nunca teve uma tradição de ideologias, mesmo o porquê, as ideologias aqui são camufladas de interesse ou de discursos populares e não para a melhoria do país. Não se vai votar no Haddad porque ele foi ou não, um bom ministro da educação ou que ele foi um bom prefeito (que não foi), mas, uma agenda partidária de um partido que corrompeu como os outros, que não fez diferente. Além do mais, o seu maior político foi preso por corrupção passiva, só isso já seria motivo para não votarem nesse partido. Mas, o petismo é muito mais articulado e não admite traições, não admite que sua agenda seja mudada. Porem no outro lado, ninguém vai votar no Bolsonaro por causa da honestidade (não me venham com esse papo furado), vão votar por causa do sentimento de antipetismo no ar. Na maioria das vezes, a maioria que pretende votar no Bolsonaro, já foi eleitor do Lula e não admite isso. Outros, são neonazistas que gostam da agenda do candidato, preconceituosos e religiosos fanáticos que não gostam de pensamentos contrários dos seus. 

Qual seria a alternativa viável dentro de uma democracia confusa (por falta de escolaridade), num país em crise política e econômica? Qual seria a saída? As redes sociais são usadas para darem opiniões fora de propósito, muitas vezes, sem embasamento de conhecimento do que estão dizendo. Então, ninguém tem alternativa nenhuma, na realidade.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Brasileiros querem ensinar os alemães o que era o nazismo







Amauri Nolasco Sanches Junior

As coisas estão ficando doidas e eu estou vendo que não há dialogo nenhum. No mundo virtual, na maioria das vezes, não existe dialogo e pior ainda, não há diálogos maduros e produtivos. Aliás, quando clackers destroem um grupo que é contra tal coisa ou contra tal candidato, chegamos num ponto de imposição de uma opinião sem nenhuma discussão. Ser democrático é ser a favor de um diálogo para convencer o outro da sua posição. Estamos assistindo os horrores de uma geração de mimados e perigosos, que não sabem dialogar. Mas, pior de tudo, porque além desses mimados que não podem ser contrariados, existem uma outra geração que não sabe que tudo aquilo que te falaram era uma tremenda, mentira. Não, o povo não colocou os militares lá. Não, os americanos não são os heróis da história. Não, o nazismo não é da esquerda. O socialismo do partido nazista é um socialismo como união, e não, um socialismo marxista de estatização e uma reeducação social de implantação do comunismo.

Leiam também >>> Bolsonaro fala 


Entre tragédias como o incêndio do Museu Nacional (que dizem ter bastante chance de ser um ato criminoso), a facada no candidato do PSL, Bolsonaro, clacker derrubaram um grupo de mulheres contra o Bolsonaro no Facebook e agora, num vídeo da embaixada da Alemanha, houve quem ensinassem os alemães o que era o nazismo. Ensinar o povo alemão o que é o nazismo, foi o extremo da insanidade que beira a demência mental. Ser mimado não teria tanto problema (somente, se for ver na matéria da chatice), o problema é você transformar o Facebook em uma grande discussão de bairro de periferia das cidades do Brasil. Sabe aquelas discussões que acabam em puxões de cabelo e tapas? Mais ou menos o que acontece com as postagens do Facebook. As pessoas não têm argumentos, as pessoas têm meras opiniões e nem sabem o que estão dizendo. Platão dizia que as opiniões (doxa), não eram o verdadeiro conhecimento (episteme), porque se tratava do senso comum. O problema (outro), é que estamos importando teorias conspiratórias e senso comuns dos Estados Unidos, e isso, é ser muito crédulo (sim, muitos religiosos estão adotando).

Quem acreditaria que a Hillary Clinton ou a Rainha Elisabeth, na verdade, são uma raça de seres reptilianos que querem dominar o mundo? Ou que existem apenas 13 famílias no mundo que dominam toda uma cultura para continuar dominando o mundo por milhares de anos? Ou outras teorias do mesmo teor. A questão que a realidade sempre é muito mais complexa do que se pensa. O nazismo é sim de extrema direita porque, por exemplo, tirou muitas empresas do controle dos judeus para dar a ricos alemães. Incentivaram a indústria alemã, tanto é, que nesse período a Mercedes e a Volkswagen produziram muito (inclusive, carros de guerra e turbinas dos novos aviões alemães).  No mais, nem todas as vertentes que criticam o liberalismo são de esquerda, porque há varias vertestes da direita. A esquerda não só é a vertente socialista, existem outras vertentes que são de esquerda. Não é porque o nazismo é de direita (extrema), que você vai deixar de ser da direita, no mesmo modo, as pessoas não vão deixar de ser de esquerda.

O problema não é você achar alguma coisa, todo mundo acha alguma coisa a todo tempo, mas, é sempre achar que você está sempre com a verdade. Mas, não existe uma verdade absoluta de tudo. Chega a ser risível (se não for ridículo), você querer ensinar alguém que estudou anos, você chegou a viver isso, você leu livros e fez uma pesquisa minuciosa. Você querer ensinar o que é o nazismo para os alemães – um país que as escolas estão sucateadas – é num tanto, achar que as coisas não são como você quer. Exato. O nazismo não é da esquerda porque você acha que o nazismo deve ser da esquerda. O nazismo ser da extrema direita não quer dizer que a direita toda é autoritária – mesmo o porquê, o autoritarismo sempre são os oprimidos querendo ser opressores – do mesmo modo, não é porque o governo bolchevique ser de esquerda, o stalinismo matou muitas pessoas, toda a esquerda tem o mesmo viés. Há diferenças em todo processo ideológico, religioso e em todo processo social. A moral muda a todo tempo por causa de valores de uma época.

 Num valor linguístico, as ideologias brasileiras não se encaixam em nenhuma que tenham as ideologias mestras são. Nem sempre todos os partidos que tem liberal no nome são liberais, porque no Brasil, há uma tradição que o Estado tem que intervir na sociedade. Por que? Temos, ainda, uma cultura de tratar o presidente como se fosse um imperador, porque temos uma cultura monárquica. Sim. Não somos no fundo, uma cultura monarquista porque não houve uma conscientização democrática republicana. A república foi um golpe contra Dom Pedro II por “birrinha” dos fazendeiros por causa da Lei Aurea, não houve apoio popular, não houve apoio de nada. Foi uma imposição. Então, nunca houve uma educação política para escolher um governante. Aliás, não houve nenhum modo de educação para educar os cidadãos a serem cidadãos, não estamos sendo cidadãos. Mas, não abrem nada, não pesquisam nada, não dizem nada.


Matéria sobre do El País Brasil >>> AQUI

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

A polarização da velha política brasileira




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Amauri Nolasco Sanches Junior

Lendo o livro do jornalista Franklin Martins “Quem inventou o Brasil? ”, que fala das músicas politizadas da história da nossa republica, vi que a política não mudou nada. Se no começo da nossa republica (velha republica), havia a política do café com leite (São Paulo e Minas Gerais), depois da Era Vargas, a questão ficou mais no desenvolvimento do Brasil. Eu vejo que o Brasil, em toda a sua história, se sabota, seja proposital ou seja não intencional, mas, quando o Brasil começa a se desenvolver, a política faz algo para não acontecer esse desenvolvimento. Eu não acho que há uma polarização dentro da política – a tradição brasileira sempre gostou que o Estado interferisse em certos assuntos (progressismo) e sempre quis liberdade de cultuar, comprar, fazer o que quiser (liberalismo) – porque há medidas que poderíamos chamar de esquerda, há medidas que poderíamos chamar de direita. Na verdade, os dois lados (esquerda e direita), começaram a se “aproveitar” da revolta de 2013 para difundir as suas políticas e isso, para quem olha acima da montanha, fica bastante claro.

Com a queima do Museu Nacional (que a comoção não durou dois dias), e na mesma semana, a facada ao deputado Bolsonaro, podemos ver a quão errada está a política do nosso país em dicotomizar assuntos que deveriam ser um só. Quando o museu pegou fogo e suas cinzas ainda chamuscavam, os alunos e funcionários da UFRJ (responsável pelo museu), faziam atos em nome do que estava lá dentro. Lembrando, que partes da própria universidade pegou fogo anos atrás e que era questão de tempo até o museu virar cinzas. Foi um ato de esquerda. Porém, manifestações da direita (ridículas), comparando o Museu Nacional com a exposição, “Queermuseu” é forçada, ainda mais, usar isso para criar uma oposição a Lei Rouanet. Pelo que eu sei, nenhum político ou o pessoal da direita fundou uma fundação para cuidar do Museu Nacional. Usar como meio político é um grande atentado a arte. Por outro lado, quem vai determinar o que é ou não arte? O povo não lê nem os links que compartilhamos. Na verdade, o povo não lê nem a bíblia que tanto falam, tudo que repetem é o só a interpretação do pastor.

Os conservadores não sabem nem o que estão falando. Não existe conservadorismo com liberalismo e não venham dizer que no Brasil é diferente, pois, o pessoal daqui sempre fica fazendo “gambiarra” para caberem no seu discurso. Errado. Liberalismo é uma forma de mudança, seja econômica ou cultural, para o Estado interferir menos na economia e na sociedade em geral. Você acreditar numa moral cristã, não necessariamente, te fará um conservador e sim, um adepto a moral cristã. A moral cristã não é universal, só é adepta quem segue a religiões cristãs que povoam nosso Brasil. O Brasil é laico. Ser laico não é ser ateu, ser laico é assegurar que seu povo pode manifestar sua religiosidade sem ser censurado. Israel, por exemplo, é um Estado laico e democrático. Mesmo abrigando três maiores religiões do mundo.

A facada que o Bolsonaro recebeu, é o reflexo de tudo isso. O indivíduo ao mesmo tempo que tinha medo da Maçonaria – tenho bastante adeptos no meu Facebook, aliás – e medo do discurso do deputado, segundo seu depoimento. Vamos falar do medo. Lembro quando uma senhora entrou no Congresso Nacional e viu uma bandeira do Japão e disse que o Brasil já estava virando comunista (como se houvesse algum país comunista no mundo), mostrando como o pânico junto com a ignorância, podem ser coisas bastante letais.  A questão do medo são as questões das próprias crenças que temos com a realidade que nos cercam. Meu avô materno sempre teve medo de lobisomem, vivia com as luzes acesas na época (quando o bairro era um matagal só), porque eram as crenças dele que o lobisomem existia alimentada, talvez, por programas de rádio. Nada justifica uma facada, um tiro ou qualquer coisa do tipo, mas, há uma reflexão por traz muito maior do que isso. Adélio Bispo tem as crenças da maioria religiosa (seja de partidos ou religiões), que carregam crenças de muito tempo, só que, ele é um maníaco que levou a cabo a ação que levou o deputado ao quase, morte. Quantos “loucos” podem ter no Brasil que acreditam nesse discurso de ódio e de eliminar o adversário político?

A esquerda tem a dicotomia de pobres e ricos. A direita tem a dicotomia de conservador e não conservador. Na verdade, as ideologias aqui no Brasil se confundem por causa do pouco estudo que temos e por ainda, sermos uma democracia bastante recente. Como disse, se confunde moral com conservadorismo político, que são coisas extremamente, distintas. Como essa coisa de rico e de pobre, que no mais, ajuda a difundir o discurso do poder que você nunca crescera e mesmo com estudo, nunca vai alcançar nada. A modernização do Brasil (a verdadeira), só vai ser alcançada quando realmente, tivemos um investimento na educação. Mas não é só isso, o pessoal tem que entender que se polarizarmos tudo aqui, não conseguiremos entender nada da situação do Brasil. A questão de corrupção não é só de esquerda e também, não é só aqui no Brasil, não somos o único país que tem corrupção. A ignorância e o desprezo ao conhecimento e ao estudo, leva ao ato de fazer coisas que não se podem fazer. Podem ter diploma, mas, se não tiverem ética, a educação não será completa.

domingo, 9 de setembro de 2018

The Undateables e a “paralitica” da UnB





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Amauri Nolasco Sanches Junior

Imaginem pessoas diferentes com suas aparências que não são tão comuns para a sociedade, querendo, como outras pessoas, acharem seus pares para amarem. Porque, se essas pessoas são seres humanos, são como humanos e querem amar e ter uma vida como todo mundo.  Claro, que poderíamos colocar como um estereotipo do amor romântico, de ter o outro para cuidar e ser cuidado, de ter segurança para ter um relacionamento. Mas, logicamente, por serem diferentes, são vistos como pessoas a margem da sociedade. A questão mostrada no seriado documentário, The Undateables (algo como “Os Insuportáveis”), mostra o universo das pessoas com deficiência britânicas que tem uma vida normal, porém, não podem se relacionar por causa das suas deficiências. É claro “abiguinhos”, que ser uma pessoa com deficiência na Grã-Bretanha é muito diferente, em ser uma pessoa com deficiência no Brasil. Meu irmão mora na Irlanda, sempre me mostra pessoas com deficiência circulando normalmente entre os pedestres sem muito atrito (lá a maioria tem motorizada). Então, me impressiona essa diferença brutal, tanto cultural (onde pessoas com deficiência tem um tipo de trabalho, agencias de relacionamento não tem departamento diferenciado, pessoas com deficiência moram sozinhas e etc), quanto numa maneira estrutural (acessibilidade plena), num mundo onde as pessoas não subprotegem pessoas, mas, colocam as pessoas com deficiência como pessoas.

Onde quero chegar? Na série, isso fica bastante marcado, os pais não tentam tirar a ideia de um relacionamento com o outro. Muito pelo contrário, acham que os filhos deveriam sim ter um relacionamento com outras pessoas. Com todas as suas limitações, o físico Stephen Hawking, se casou duas vezes e teve filhos no primeiro casamento. A questão, pelo menos para mim, é olhar a pessoa e não a deficiência, porque a deficiência é uma característica que pode ser superada com a pessoa, com seus pensamentos, com seus relacionamentos, com a maneira de causar impacto e empatia ao outro. Daí começa a questão, porque há ainda, muito forte no nosso país, uma imagem de “coitado” que deveríamos esquecer de vez, mas, ainda é muito forte no nosso país.

Li na semana passada, que uma mocinha com paralisia cerebral, estudando na UnB, estava com dificuldade em deixarem a irmã de 11 anos a ficar no alojamento de estudantes, porque a mãe tinha que ficar com ela. Ora, vamos aos fatos, que me levam a escrever esse texto. Primeiro, o site Metrópoles usou o termo “paralitica” que além de ser errado, ainda transforma as pessoas com deficiência em meros “coitados” que precisam ser sempre amparados. Nós que escrevemos notícias, temos que ter extremo cuidado com as palavras, que podem ser interpretadas e assimiladas de forma bastante, erradas. Segundo, todos tem o direito de ter ou não uma pessoa consigo em qualquer lugar, mas, acho que deveríamos rever esse tipo de pensamento de dependência. Quando eu estava na FCD (Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência), eu fiz minha primeira viagem aos 16 anos de idade, no interior, com os companheiros de movimento. Não tinha muito independência e também, tenho a mesma deficiência que a mocinha, paralisia cerebral. A paralisia cerebral não causa paralisia no cérebro ou algo desse tipo, mas, é uma falta de oxigenação na hora do parto, e alguns casos, podem ocorrer casos uterinos e até, por causa de meningite. Porém, raciocinamos tão bem, como qualquer ser humano.

Acima de qualquer discussão é salientar que devemos sempre acreditar e defender a inclusão. Incluir é deixar a pessoa ter um convívio dentro da sociedade e aprender a fazer adaptações para viver dentro dessa sociedade, pois, temos que adaptarmos cada vez mais a ela e vencer algumas barreiras. Por incrível que pareça, a questão moral e ética são questões bastante difíceis, por causa da nossa cultura. Uma cultura que gosta de “varrer para de baixo do tapete”, uma cultura que ainda sustentam associações assistencialistas, uma cultura que enxerga as pessoas com deficiência como “anjos” assexuados ou pessoas que atrapalham a vida cotidiana da sociedade. Uma sociedade que se diz tolerante, mas, não gosta de ver o diferente e o que acha ser, errado. Mas, o que seria certo ou errado? O que seria aquilo que deve ou não, ser aceito? A questão é quase uma questão subjetiva, porque vele a visão de cada pessoa como pode ver a cultura e a sociedade como um todo. Nosso povo acha que ser cidadão só envolve o nicho de cultura e comunidade que estão acostumados, e não é bem assim, existem outros setores que são tanto quanto brasileiros.

O que me incomoda é que esse tipo de escolha sejam escolhas padrões, assim, universidades não precisam ter acessibilidade para podemos frequentar. Que as pessoas com deficiência, sejam vistos como pessoas que não podem se virar, que não podemos ser felizes longe dos nossos pais, que não podemos ter uma vida. Inclusão não é ter só uma rampinha para a mamãe ou o papai, empurrar sua cadeira como um neném com um carrinho. Na maioria das vezes, quem olha feio para mim quando estou com minha noiva, não é quem está passeando (existem pessoas que acham bonito), mas, pais de pessoas com deficiência que não gostam de ver um casal namorando. Ainda mais, dois cadeirantes com paralisia cerebral. Por que? Não querem que sofram, não querem que se decepcionem, não querem que se frustrem. Mas, eu amadureci, graças a atitude dos meus pais de não me protegerem, de deixarem eu me decepcionar, de me frustrar e até mesmo, sofrer. Ninguém morre por causa do sofrimento, ninguém morre por ficar frustrado, a questão, é a nossa cultura de subproteção.

 O sofrimento não vai fazer as pessoas com deficiência, se transformarem de cristal. Frustrações não vão fazer s pessoas com deficiência, em sofredores eternos e que não podem superar essas frustrações. Somos humanos e temos sentimentos, mas, como todo ser humano, temos a razão e a racionalidade. Com a razão podemos mostrar que podemos superar algumas dificuldades, assim, podemos ser independentes com nossa deficiência. O que vi ali, foi nitidamente, um retrocesso a inclusão de pessoas com deficiência que deram a razão de não adaptação da universidade, ao não convívio aos colegas (como se alguma colega não pudesse ajudar a mocinha), ao de tomar decisões que no futuro, vai ser importante. Mas, como disse, cada um escolhe o que agrada. Só espero que essa escolha não seja padrão.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

O trágico fim de um museu e sua importância nacional





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Amauri Nolasco Sanches Junior

Muitas vezes eu escrevi que temos uma cultura avessa ao conhecimento. Não, não importamos isso dos norte-americanos. Entre ir num museu conhecer obras de arte e ler um livro, ficamos falando merda nas redes sociais ou indo em baladas ou bares. O trágico do nosso povo é que preferem ir num Louvre ou em outros museus lá fora, do que ir em museus daqui, quando vão. Empresário só financiam aquilo que visualizará sua marca, ele está pouco ligando o que tem lá dentro e pouco conhece de cultura nacional. Por falar em cultura brasileira, qual candidato deve conhecer a história do Brasil? Horas trágica, horas de grande importância, o Brasil não é diferente de nenhum país do mundo. Ou pensam que outros países não sofreram corrupções ou guerras sangrentas que levaram milhões a morte?  Aliás, o Brasil também teve (que nossos professores sempre chamam de “revoluções”), foram muitas, foram importantes e foram por libertação. O que acontece, lembrando o falecido Museu Nacional, que nossas republica nunca deu certo, e, por outro lado, foi um golpe.

O termo museu vem do latim “museum” e que deriva do grego, “mouseion” que tem o significado, próprio das musas. O termo se refere ao templo onde moram as musas, que eram divindades da mitologia grega que inspiravam todas as artes. Numa definição mais contemporâneas, dada pela International Council of Museums (ICOM - Conselho Internacional de Museus) diz: "uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade". (Fonte: Wikipédia). Isso porque, desde antiguidade, o ser humano sempre teve um habito de colecionar aquilo que lhe é importante. Vimos isso quando guardamos aquela foto, aquele objeto ou guarda qualquer coisa, que lembra alguém ou um momento. Como o termo grego mostra, um museu é uma inspiração que as musas davam aos artistas ao fazerem a sua obra, e isso, era algo bastante sagrado para a cultura humana. La fora, esse tipo de cultura é bem mais respeitado, bem mais definida e empresários, até mesmo, fundam fundações destinadas a isso. Empresários brasileiros não se importam com isso. Nunca nosso país passou por uma modernização e sempre investe muito pouco na cultura e no ensino, então, temos um país sucateado culturalmente e de outras coisas, conseqüentemente.

Mesmo algumas figuras da nossa elite (burguesia), ficar tirando foto em museus lá fora, na verdade, nem nossa elite tem muita cultura. Porque temos uma cultura de achar que quem tem conhecimento e mostra esse conhecimento, são pessoas “metidas”, pessoas orgulhosas para mostrar que o outro não é. Sim, temos uma cultura ressentida. Se eu não quero ter o conhecimento – porque todos podem receber esse conhecimento ou procurar por ele – não gosto que o outro tenha, não gosto que o outro mostre. Porém, existe o academismo, se eu não produzo obras acadêmicas que tem que ter pares e tudo essa balela – como se lá fira existisse essas falácias – eu não posso ser um filósofo respeitado, não posso ser um escritor respeitado e tudo mais. Daí vimos como o Brasil vai produzindo paradoxos como esse e as consequências obvias é, com certeza, queima de mais museus, mais escolas, mais lugares culturais que irão ser destruídos. Vejo fotos de museus lá fora, a administração é outra, as consequências de uma tragédia dessas é impensável.

Fatos históricos mostram como os países cuidam dos seus acervos, dos seus legados culturais (que, na verdade, não é só deles e sim, do mundo). Antes de entrar na guerra, a França, esvaziou o Louvre, encaixotando todas as obras que estavam nele na época. A questão, que tanto você estudar a história do seu pais, quanto você preservar culturalmente, acervos mundiais que podem ser acessados e vistos por pessoas, já é um ato cultural. E atos culturais não são atos só das pinturas renascentistas, ou as operas europeias dos séculos passados, mas, todo ato que expressa um tema definido é um ato cultural. Nem (ou nunca), o nu pode expressar pornografia (que tem a raiz etimológica do termo grego “pórne”, que significa, prostituta), senão, todas as pinturas renascentistas, seriam pinturas pornográficas. As questões éticas estão acima das questões morais e estéticas, porque as questões morais são costumes sociais que mudam com o tempo, as questões éticas, são questões de caráter. Caráter é educação, moral é ensino.

Museus podem nos inspirar, podem trazer uma cultura melhor, podem facilitar um entendimento de um passado longínquo. As pesquisas cientificas são importantes, para o desenvolvimento de vacinas, remédio, de acessórios (nós, pessoas com deficiência, sabemos disso). O poder do coronelismo, não gosta da ciência, não gosta da educação, não gosta do bem-estar dos cidadãos e só gosta, da ignorância.