sábado, 3 de novembro de 2018

Pessoas com deficiência reféns da política ideológica





Resultado de imagem para braços acorrentados



Amauri Nolasco Sanches Junior

Como todos que me leem sabem, não tenho nenhuma paixão ideológica e nenhum fanatismo partidário para chamar de meu. O sistema é um só e isso não vai mudar ou vai, quando a humanidade começar a pensar por si mesmo e parar de depender de líderes. Como eu sei que isso vai demorar, vamos ter que ter lideres até consciências se abrirem. Então, estava eu no Facebook vendo as últimas postagens das tretas ideológicas, deu de cara com um texto da Fantine Oliveira, “Minha deficiência não está disponível para caridade”, comecei a ler e resolvi postar algumas respostas de alguns pontos que eu marquei e achei interessante dar uma resposta de um outro ângulo. Sempre lembrando, não estou defendendo o Bolsonaro.

Vamos lá:

O governo tem como obrigação constitucional garantir os direitos das pessoas com deficiência. Não se trata de caridade, ou medidas beneficentes, mas de respeitar o que foi definido pela Convenção elaborada pela ONU

Eu concordo com a Fantine e até endosso que sim, todo governo tem total obrigação de assegurar as determinações não só da Convenção dos Direitos das Pessoas com deficiência da ONU, que nenhum governo respeitou, mas, da Lei de Inclusão. Nem mesmo o PT que aprovou a Convenção, não respeitando a cidadania, não respeitando a lei de cotas – porque como um partido preocupado com essa pauta, deveria estar assegurando a lei- e outras coisas mais. Se o governo do Bolsonaro não fizer nada, só será mais um governo que não vai fazer nada pela desunião do próprio segmento das pessoas com deficiência.

Mais do que ver a derrota do nosso candidato, dói ver a vitória do discurso da mentira. Do ódio.

Só corrigindo uma coisa querida. Não se pode generalizar numa coisa subjetiva como o voto, mesmo o porquê, o voto é feito de vontade e simpatia com aquele candidato. Depois, não votaria no Haddad, como eu não votei no Bolsonaro. Porém, mesmo ouvindo as merdas que os dois candidatos disseram, não me dói nada, não acho mentira e não acho ódio nenhum. Só estou vendo pessoas fazendo uma resistência de um governo que não existe ainda, um segmento que sabe que o petismo fez cagada conosco no passado, e ainda um discurso que para mim, já cansou grandão.
Ver pessoas comemorando a “legitimação” da morte do outro. Ou melhor dos outros de pele, orientação sexual e corpos diferentes é muito difícil.



Quem morreu por ser homossexual? Quem morreu por ser deficiente ou por ser negro depois da vitória do Bolsonaro? Poderia me mostra a fonte? 
Essas ações fizeram com que muitos a observassem com bons olhos, trazendo um olhar humanizado para a campanha de seu marido que sempre protagonizou discursos repletos de grosserias e desumanidades.

Ok. Então, a esposa do Bolsonaro colocou um pouco de humanidade no discurso dele, assim como, fossem coisas amenizadas para dar um ar mais leve. Mas, a esquerda tem seus grosseiros também, como o próprio Lula (chamou as feministas de grelo duro) e o Ciro Gomes que é quase um lord inglês, né? Por outro lado, você colocou o termo “humanidades” que é quase chamar o presidente eleito de animal.

Esse viés assistencialista, caridoso é muito presente no imaginário popular. Reforça estereótipos sobre a deficiência e nossa participação na sociedade.

E? Aliás, quando cortaram o imposto do carro, quando fizeram a lei de dar uma cadeira motorizada pelo SUS ou 25% a mais para cadeirante (que nunca recebi), não poderia ser visto como caridade? Essa visão não reforça o estereotipo da sociedade que não precisamos ser educados e trabalharmos?

Pessoas com deficiência não precisam de caridade. Precisamos de garantia de direitos. Só isso.

Sim. Como eu disse na resposta anterior, as pessoas com deficiência não precisam de caridade e sim, serem escolarizadas e estarem trabalhando. Só que eu tenho que te falar uma coisa, temos que ter nossos DIREITOS, mas, também, devemos exigir que façamos nossos DEVERES. Se queremos que sejamos aceitos pela sociedade, temos que respeitar decisões, respeitar o outro (tem muitos deficientes que gritam com as pessoas por tentarem ajudar), respeitar o momento e se respeitar. A partir do momento que se defende uma ideologia corrupta, é uma maneira de não se respeitar.

2 comentários: