Amauri Nolasco Sanches
Junior
Existia um filósofo chamado Rene Descartes (1596-1650), que
começou a duvidar de tudo que o ser humano produziu dentro de uma cultura e
dentro de todo o pensamento. No fundo, as coisas humanas são falhas e podem,
muito bem, errar. Mas, será que aquela moral é certa? Será que ser contra algo,
devo apoiar a outra? Ser de uma religião, não quer dizer aceitar cegamente, ao
longo da vida. Descartes disse no Discurso ao Método, que a consciência é
construída como um prédio, que comece nas bases. Porém, qual é a base de
consciência? A educação. O termo educação vem de educar e a origem desta, vem
do termo “educare” que é um derivado de “ex”, tem o significado “fora” ou
“exterior” e “ducere”, que significa, de “guiar”, “conduzir” e “instruir”. Em
latim, o significado é, literalmente, “guiar para fora”. Se educar é instruir,
podemos pensar, isso quer dizer a moral. A moral pode ser indagada? Sim.
Quando Descartes disse
“Penso logo existo” (cogito ergo sun), quis dizer que a única certeza que temos
é a nossa existência, pois, todo o resto pode ser uma ilusão que um “gênio do
mal” pode induzir. Mas, vou pular para o século XIX, com Nietzsche (1844-1900)
que criticou a moral. Para o filósofo alemão, a moral é um ressentimento dos
fracos para barrar os fortes e os fortes na mostrarem que são fortes. Só observar
quando a moral é usada para atacar uma parcela de cidadãos só porque, é contra
uma ideologia ou uma posição política. Os fortes não precisam vaiar algo, eles são
fortes para aceitar a vida como ela é, sem idealizações ou sem nenhuma moral,
que tranca qualquer possibilidade de viver por viver.
Quem gosta de rock – tem muito picareta que cai de paraquedas
– gosta e já ouviu a banda Queen e o seu vocalista, Freddie Mercury, que era
gay. Não adianta achar que não era, ele era e isso não vai mudar. Então, por
que você vai ao cinema – pagando R$ 24,00 – e fica vaiando, quando mostra
quando ele se relaciona com outros homens? Essa vaia vai mudar a realidade que
o filme mostra? Não. As realidades não mudam só porque você quer, porque você acha
que o mundo tem que ser como você quer, como você idealizou, é uma ilusão. Nietzsche
diria que o mundo é o que é e não vai mudar. Só resta uma questão: se você é
contra, por que assistir ao filme? Ser contra um lado ideológico é ser contra
uma realidade que não vai mudar? Claro que não. As realidades não vão mudar. A realidade
mostrada no filme – eu não vi ainda – não vai mudar. A questão aqui no Brasil,
é não aceitar que o mundo está mudando e é melhor aceitar, senão, vai doer e
muito. Ser conservador, não é sinônimo de não querer mudança, mas, querer que
as mudanças sejam melhor examinadas e melhor implantadas para serem a harmonia
social. Simples. Ter moral não é ser moralista.
Descartes diria que essa coisa de ficar contra gays deveria
ser duvidada, porque é um valor anti-humano e antipatia com pessoas que não tem
a mesma orientação sexual do que você. Por que devemos ser contra? O que eles
prejudicam nossas vidas? Esse é a síntese do liberalismo, respeitar todas as
pessoas sejam o que for que pensem, que escutem, que façam e é um direito
humano. É um direto ser o que você é e ninguém pode desrespeitar nada. E por
que essas coisas são ensinadas ainda no Brasil? Qual o interesse das religiões em
alimentar o preconceito, uma moral que não cabe mais nesse mundo que está
mudando? Ser cristão é ser preconceituoso? Eu nunca li nada no evangelho, que Jesus
disse ser contra gays ou ser contra qualquer coisa, muito pelo contrário.
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