
Amauri Nolasco Sanches Junior
Duas coisas faltam nesse país, uma é a educação (aquela de
empatia pelo outro) e está faltando, competência e educação. Um exemplo para educação
é eu perder meu Beirute no último domingo (23), aqui no shopping Aricanduva. Sempre
– eu e minha noiva Marley – saímos e eu, que tive a sorte, de ter uma cadeira
motorizada, e eu puxo ela de um jeito que adaptei. Só que no último dia 23, as
pessoas ficam muito doidas para comprarem e, num devido corredor, fomos
espremidos graças a um quiosque de óculo com uma gaveta. As pessoas não deixaram
nós passarmos, as pessoas reclamam até, que estamos passando. Em um outro
texto, até mesmo uma pessoa disse, que não entendia porque “essas pessoas”
estavam lá, se referindo a nós. No meio do tumulto, perdi a caixinha do Habib´s
com meu Beirute que iria comer em casa. Caiu. Alguém pegou. Sei lá, sei que
perdi no tumultuo. Esse é um exemplo da educação da empatia e apatia.
Empatia é quando você
se coloca no lugar do outro, se doa para a outra pessoa. A apatia são pessoas,
que não sentem nenhum sentimento pelas outras pessoas, se isolam e podem
adquirir, uma sociopatia. Uma pessoa apática é uma pessoa que se tranca em seu próprio
mundo com seu egoísmo, com sua indiferença. Nos shoppings ou em outros lugares,
as pessoas são sempre apáticas e elas sempre acham que as pessoas não podem
atravessar o seu caminho, e em alguns casos, as pessoas tem a antipatia. A antipatia
é o caso que relatei, da moça que disse não saber o porquê que essa “gente” vem
fazer aqui. São pessoas, que diferente do apático, demonstram o seu desprezo
pelo outro, aquilo que tanto faz para ele. Mas, o que sinto aqui nesse país é
como o Olavo de Carvalho diz, a filosofia do caranguejo no balde. Um está
conseguindo sair, vem o outro e puxa a perna desse. A lei da vantagem. A lei
daqueles que tem inveja do outro.
Nessa apatia nacional, estará o poder público. Raramente alguns
serviços online estará sempre funcionando direitinho. No último dia 21 de
dezembro, sai de férias da minha fisioterapia por causa que eles vão ter duas
semanas de descanso, mas, eis que o serviço ATENDE tem que cancelar
individualmente. Não consigo fazer cadastro no site do serviço da prefeitura de
São Paulo – relatado para a gerencia – porque um programador “inteligente”,
deve ter colocado um número diferente que está na minha ficha. Eu sei, porque
sou TI. Se você programa um CPF errado na credencial que tenho na minha ficha,
vai dar erro mesmo e não consigo cadastrar nada. Isso se chama empatia, porque você
fara o serviço direito para a outra pessoa ter o acesso ao serviço ATENDE. Pois
bem, nem o site e nem o número 156 que agora, consta como número invalido. Isso
mesmo, um número essencial para fazer reclamações e outras coisas afins, consta
como número invalido. Como o número importante da prefeitura de São Paulo – do tamanho
da cidade de São Paulo – consta como número invalido? Se uma árvore cai, se um ônibus
não para, se você cai dentro de um bueiro aberto, com quem você fala?
O que essas duas coisas têm a ver? As duas coisas passam
pela educação da mais vantagem, o meu primeiro. Mas, o que seria vantagem parar
numa vaga de pessoa com deficiência? O que seria vantagem passar primeiro num corredor
ou não dá licença numa loja de qualquer coisa? Numa loja chamada Torra Torra no
mesmo Shopping, nem ajudaram minha noiva e nem fizeram nenhuma questão se somos
bem recebidos ou não. Por que será? Por que somos cadeirantes? A questão é
sempre não se colocar no lugar do outro, não na nomenclatura, mas, na atitude,
no ajudar e ter educação o bastante de fazer seu trabalho direito – porque se é
público é para o povo em geral – é ter senso de pelo menos, de nobreza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário