segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Eu não quero beber cerveja com os filósofos, quero falar do poder de fala das pessoas com deficiência





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Amauri Nolasco Sanches Junior

Não quero tomar cerveja e não vou tomar cerveja com ninguém. Não tomaria cerveja com nenhum filósofo, mesmo o porquê, duvido que filósofos beberiam cerveja daqui. Como tudo que a milhões de anos existe, o povo daqui subverte. Em que lugar na Itália tem pizza de banana? Em que lugar do mundo, uma cultura milenar – como da cerveja – foi tão vulgarizada como aqui? Mas, vou esperar o que, se esse povo escuta musica porque está na modinha, o nível de intelectualidade é de um “Cinquenta Tons de Cinzas” e que, o nível de socialismo é um PT e que nazismo é de esquerda? Um povo que não sabe andar num shopping, não sabe respeitar vagas de estacionamento destinadas as pessoas com deficiência e idosos, não sabe respeitar o direito da pessoa de estar ali, então, perdemos a civilização e a racionalidade. Voltamos a ser primatas instintivos.

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Guy Debord no seu livro, Sociedade do Espetáculo, diz que o ser humano perdeu sua identidade  por uma imagem, um sentimento de manada para o consumo. Em partes eu concordo e outras, não. em alguns momentos o ser humano – mais ignorantes – tem sim, um espirito de manada. São os seres humanos ressentidos que quiseram tudo fácil e descobriram, que nem tudo na vida é fácil. As situações são o que são. O erro de todos os marxistas – a maioria não leu Karl Marx ou usaram de má-fé o que ele escreveu – é achar que o ser humano não tem escolhas e não pode fazer essas escolhas.  O próprio Sartre – que foi um marxista – disse que somos prisioneiros da nossa liberdade e que somos condenados a sermos livres. Sartre gostava da liberdade e achava que era prisioneiro dos seus instintos. Tinha um casamento aberto com Simone de Beauvoir e escolheu assim, como sua filosofia existencialista, somos feitos das nossas escolhas. Portanto, se consumimos é porque escolhemos consumir. Se tem pessoas que ficam horas de um sorvete do Mcdonald, é porque escolheram e não tem muito a ver, só, da propaganda do sorvete. Acho que, embora os anúncios em sua maioria estão um lixo e essas universidades estragaram a publicidade, o papel da propaganda não é só instigar o desejo, mas, levar a público aquele novo ou aquele produto. Vender é o atendimento e o marketing. Os marxistas não entenderam nem, a aula que Marx deu sobre o capitalismo e ficam dizendo bobagens sem fim assim como, os anarquistas a favor – quase putas do capitalismo – de um capitalismo, acham que o mesmo sobreviveria sem o ESTADO. Anarquistas não são a favor de um ESTADO e nem um pouco, a favor do capitalismo. Anarquistas que bebem cerveja, fazem tatuagens e votam, são anarquistas nutellas. Mas, vamos para outro ponto.

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Para falar de minorias – como virou modinha no Youtube – tem que falar de duas coisas: educação e empatia. Todos os filósofos de verdade – não esses de mentirinha que uns ficam na resistência e outros ficam falando palavrão – sempre disseram que seres humanos que raciocinam e são calmos, são pessoas que receberam uma educação de verdade. Mas, sempre lembrando, que existe a educação e a escolarização. Não vou me aprofundar tanto nisso, porque o texto não é para isso. Porém, eu posso dizer que educação é um aprendizado de valores ético e escolarização, são aprendizados de valores morais. Enquanto a ética molda o seu caráter, a moral molda a sua noção de convivência cidadã. Ou seja, a questão ética é a questão dos valores verdadeiros de respeito e seriedade daquilo que ele deve ser. não sou aquele anarquista que acha que podemos mudar o mundo subvertendo coisas que muitas vezes, segura um pouco o ego de cada pessoa. É fácil entender: se o superego não controlar o ego nas suas vontades, nossos instintos primitivos vão ganhar e podemos ver, por exemplo, pessoas copulando no meio da rua como casais de cachorrinhos. Temos que ter certas bases morais de respeito ao outro. A cada cultura temos uma moral, e querer a liberdade, também, é respeitar a outra pessoa a não querer ver a sua copula. Ponto. Mas isso se dará com uma educação familiar solida e verdadeira. A escola (que vai moldar a moral pela escolarização), vai dar um suporte dentro do ser cidadão (politikon), e começar a conviver com o diferente. Porque, eu acho, que é muito ridículo brasileiros – que é um povo mestiço – ter preconceito contra negros ou de qualquer outra raça, ter preconceito contra pessoas com deficiência com esse transito violento, ter preconceito contra a pobreza se a maioria não tem nada.  

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Quando você anda, por exemplo, em um shopping do nível de um Aricanduva, aqui em São Paulo, e anda num corredor estreito, tem que respeitar as outras pessoas. Mas, por que pessoas olham para nós e dizem: “não sei o que essa gente vem aqui? ”? Ou param em vagas para pessoas com deficiência e idosos e acham que mandam no estacionamento? Falta de escolaridade e falta de inclusão da escola de crianças com deficiência, além, claro, da empatia que vem da educação familiar. A empatia é se colocar no lugar do outro, se colocar no lugar das pessoas que não tiveram nenhuma chance por desconhecer ou por não ter a empatia do outro para trabalhar, para estudar ou para dar um simples, passeio. As pessoas com deficiência não recebem nenhuma empatia, porque acham que temos privilégios, temos já muito de querer um lugar ao sol. Somos seres humanos, somos pessoas que temos limitações, mas, somos seres humanos e somos pessoas que recebemos só apatia. Pessoas apáticas, são pessoas que não sabem o que o outro passa, se o outro pensa ou sente igual você. ora, não acho que essas identidades são fruto de uma sociedade do espetáculo, mesmo o porquê, essas imagens do Instragram e do Facebook, são imagens de uma personalidade apática da realidade por uma escolha e essa escolha é o uso de um livre-arbítrio. A falta de uma personificação pela imagem, são os vários memes que são as ideologias de pessoas ressentidas e pobres. São personalidades de muita má-educação e desrespeito.

Os empresários não têm empatia por nós. Funcionários públicos – alguns – não tem empatia por nós. Várias personalidades não têm empatia por nós. Só os tem, muito demagogicamente, no período do Teleton. Cadê o lugar de fala das mulheres com deficiência? Todo mundo vem com esse lugar de fala com pessoas negras, as mulheres e homossexuais, mas, será que as pessoas com deficiência têm seu lugar de fala? Ou o Teleton e outros vão nos representar com assistencialismo ou caridade? Não precisamos disso, precisamos de respeito e empatia. E segue o barco.



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