segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

As minorias chorosas e a inclusão que não existe – Dia internacional das pessoas com deficiência #pareçoexemplomas




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Foto do Google. Descrição: um cadeirante com roupas punks, com calças rasgadas, uma camiseta preta (a calça também), na camiseta tem uma estampa com um desenho. O seu cabelo é verde e ele ou ela, esta com batom preto com os olhos também pintados de preto. 
Amauri Nolasco Sanches Junior

Dia 3 de dezembro se comemora o dia internacional das pessoas com deficiência. Aqui no Brasil – como sempre – deveríamos ter um país mais inclusivo, mas, não temos. Temos estruturas erradas, temos assédios com mulheres com deficiência (homens também sofrem abusos) – estou devendo um texto sobre – temos cadeiras de rodas (outros aparelhos) vagabundos e caros, entidades que fazem seu showzinho em cima da nossa deficiência, o MEC quer trancar crianças com deficiência em classes especiais. Além, do governo achar que o BPC-Loas (Benefício de Prestação Continuada de Assistência Social) vai quebrar as finanças, uma Lei de Cotas de empresas que não funcionam por falta de fiscalização. Quer dizer, querem cortar o BPC, mas, fiscalizar a lei de cotas não querem fazer – fora que muitas empresas e muitas instituições, centros comerciais ou empresas, ou tem as adaptações erradas ou nem tem – e ainda, o benefício querem tirar. Será que é ético ou antiético? Será que existe maneiras de encontrar equilíbrio? Talvez. Mas, com uma militância que não tem argumento, não tem consistência e só usa o esporte para mostrar a deficiência, fica um pouco difícil.

Não que as reinvindicações não podem ser feitas, mas, sem vitimismo que são marcas maiores das pessoas com deficiência da esquerda. Acho e sempre achei – sem achismo – que as pessoas com deficiência não deveriam ter partido. O Lula e a Dilma – que também foi o governo do Lula – não garantiram inclusão nenhuma, porque não garantiram nosso direito de ir e vir (que está na Constituição), o direito da escolarização inclusiva (não teve uma política de adaptação de todos os tipos), o direito ao trabalho (suspenderam a fiscalização). Mas, é melhor as pessoas com deficiência trabalharem ou é melhor ficar recebendo um salário mínimo? Será que se eu, como um publicitário, não conseguiria fazer peças muitos melhores do que esses “lixos” que eles chamam de propagandas (que só mostram bundas e porcarias e nada de ideias inteligentes)? Eles olham para minha cadeira de rodas e pensam que não. Eu como técnico de informática não conseguiria cuidar de um setor inteiro de uma empresa? Eles olham para minha cadeira de rodas e acham que não. Será que como filósofo eu não saberia dar aula em alguma escola ou em algum projeto? Eles olham para minha cadeira de rodas e acham que não. A questão que a minha cadeira de rodas tem o encanto de infantilizar minha imagem, como se eu fosse criança ou incapaz.

Não estou reclamando, mesmo o porquê, escrevi três livros e escreverei o próximo. Só estou mostrando o quanto as políticas inclusivas são políticas fracas e sem propósito nenhum. Além, claro, temos uma sociedade ignorante em todos os aspectos. A definição para o capacitismo é a discriminação e o preconceito social contra as pessoas com deficiência. Ou seja, em sociedades capacitistas, pessoas sem nenhuma deficiência é vista como normal, e as pessoas com deficiência, são entendidas como se fossem exceções (como um “biólogo” como Richard Dawkins, anos atrás, dizer que mães que tem filhos com Síndrome de Down seria imoral). E essas deficiências devem ser corrigidas por intervenção médica. A título de exemplo, uma postura capacitista é falar com o acompanhante (sem nenhuma deficiência) em vez de falar com a própria pessoa com deficiência.

Porém, alguns militantes exageram, porque usam isso para dar palestras e ainda, por incrível que pareça, usa sua deficiência para ganhar visualização da mídia. Aliás, para parecer na mídia tem que chorar, fazer o maior drama. Sem drama não existe nenhuma inclusão, diz a mídia, mas, se houver muita dramatização, a questão fica banalizada. Além de banalizar, ainda faz com que a sociedade pegue repulsa da causa. Afinal, quem quer ser obrigado de algo? Será que isso é democracia? Acho que a maioria do segmento das pessoas com deficiência, na verdade, são bunda moles que só querem ter uma vidinha vagabunda sem ter o trabalho, nem, de aprender algo da sua própria deficiência. Ou seja, temos os alienados que não querem nada com nada e os exemplos de superação. Duas “castas” que não prestam para nada. Ainda, aguentar paraplégicos ensinarem para nós (que nascemos assim), a sermos pessoas com deficiência física.

Ainda, tempos de eleição, fizeram um documento que dizia que todas as pessoas com deficiência estavam junto com Fernando Haddad (PT-SP), sendo, que não dei nenhuma procuração para me representarem. Isso é um ato democrático? Como escreveu o filósofo francês André Comte-Sponville, a democracia não pode ser vista como fraqueza e a tolerância, não pode ser visto como algo passivo. Podemos tolerar que alguém queira representar algo se nem foi eleito para isso? Podemos pensar em igualdade com tantos militantes da causa, falando merda por aí? Seja de um lado ou de outro, não temos nada que comemorar, só lamentar o quanto o Brasil é atrasado na questão das pessoas com deficiência.

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